quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

AJUDANDO O OUTRO A SE AJUDAR - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT MISHPATIM 5780

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
   
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT

PARASHAT MISHPATIM 5780:

São Paulo: 18h22                   Rio de Janeiro: 18h08 
Belo Horizonte: 18h07                  Jerusalém: 16h54
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ASSUNTOS DA PARASHAT MISHPATIM

- O Escravo judeu.
- "Venda" da filha e a escrava judia.
- Assassinato.
- Agressão e injúria aos pais.
- Morte de Escravos.
- Penas por agressão física.
- Morte causada por um animal.
- Autodefesa.
- Danos com animais.
- Danos com fogo.
- Os 4 tipos de Shomrim.
- Sedução.
- Práticas Ocultas.
- Idolatria e Opressão.
- Empréstimo de Dinheiro.
- Aceitação da Autoridade.
- Justiça.
- Animais Perdidos.
- Animal Caído.
- Shalosh Regalim.
- Promessas e Instruções.
- A Terra.
- Selando a Aliança.
- Aceitação da Autoridade (Naasê Ve Nishmá).
- Visão de D'us

AJUDANDO O OUTRO A SE AJUDAR - PARASHAT MISHPATIM 5780 (21 de fevereiro de 2020)

 
"Um mendigo aproximou-se de um grande sábio que estava rodeado por seus discípulos. Parecia, pela sua aparência, que ele não comia uma refeição decente há um bom tempo. O sábio encheu-se de misericórdia diante daquele homem magro e sujo. O mendigo, quase chorando, falou:
 
- Por favor, ajude-me com um pouco de dinheiro para que eu possa comprar comida, pois todos na minha casa estão passando fome.
 
O sábio retirou do bolso duas moedas valiosas e estendeu ao mendigo. Porém, antes de entregá-las, disse:
 
- Preste muita atenção. Estou te dando duas moedas de valor alto. Com a primeira moeda eu quero que você compre comida para sua família, será suficiente para mais de uma semana. Porém, com a outra moeda eu quero que você compre um machado para cortar lenha.
 
O mendigo quase chorou de alegria. Agradeceu muito ao sábio e saiu correndo para comprar comida. Assim que o mendigo se afastou, um dos discípulos mais próximos do sábio questionou:
 
- Por que você deu a ele dinheiro para comprar um machado, se tudo o que ele pediu foi apenas dinheiro para comprar comida?
 
- Você está certo - respondeu o sábio - mas hoje você vai aprender uma grande lição de vida. A comida é para que ele possa alimentar sua família agora, resolvendo o problema imediato da fome. Já o machado é para que ele possa conseguir se sustentar sozinho e receber, daqui para frente, seu dinheiro de forma honrosa".
 
Chessed nem sempre é apenas resolver o problema imediato dos outros. O verdadeiro Chessed é ajudar de maneira que a situação de necessidade nunca mais se repita.

Logo após a entrega da Torá no Monte Sinai, descrita na Parashat da semana passada, Itró, a Torá vem nos ensinar a como aplicá-la na prática. A Parashat desta semana, Mishpatim (literalmente "Juízos"), contém dezenas de Mitzvót relacionadas com a harmonia da vida em sociedade, em especial aquelas que nos ensinam o cuidado com as posses dos outros, conforme dizem nossos sábios: "Que o dinheiro do seu companheiro seja querido para você como o seu próprio dinheiro" (Pirkei Avót 2:12). Por exemplo, a Torá descreve as leis referentes a danos diretos e indiretos causados a outra pessoa e a obrigação de devolver objetos perdidos. Por que esta Parashat, contendo apenas leis cotidianas, vem logo depois da incrível revelação de D'us no Monte Sinai, um evento extremamente espiritual? Para nos ensinar que o cuidado com o próximo é algo sagrado, que não devemos olhar como pequenos atos cotidianos de materialismo, e sim como grandes atos de espiritualidade, com o potencial de transformar o ser humano em uma criatura elevada.
 
Por exemplo, uma das leis contidas nesta Parashat demonstra a preocupação com toda a criação de D'us, conforme está escrito: "Se você vir o burro de alguém que você odeia caído sob o seu fardo, você deixará de ajudá-lo? Você deve ajudá-lo repetidamente, com ele" (Shemot 23:5). Esta Mitzvá nos ensina, em primeiro lugar, a termos compaixão dos animais e a fazermos um esforço ativo para evitar causar qualquer tipo de sofrimento desnecessário a eles. O versículo descreve uma situação na qual um animal não aguentou a carga que estava levando nas costas, caiu e não consegue levantar-se sozinho. Neste caso, devemos ajudar o animal a levantar-se, não apenas uma vez, mas quantas vezes forem necessárias.
 
Além deste lado de empatia exigido pela Torá em relação aos animais, nos ensinando que devemos ter misericórdia de todas as criaturas, há outro importante ensinamento neste versículo. Somos obrigados a ajudar uma pessoa que está em uma situação difícil mesmo quando não gostamos dela. E a maior novidade deste ensinamento é que, segundo o Talmud (Pessachim 113b), o versículo trata do ódio em relação a um transgressor que fez atos reprováveis, isto é, um ódio permitido pela Torá. Mesmo assim, a Torá quer despertar o lado humano das pessoas e fazer com que a misericórdia prevaleça sobre qualquer outro tipo de sentimento.
 
Porém, há outro detalhe neste versículo que chama a atenção. O termo utilizado pela Torá para nos ordenar a ajudarmos o dono do burro caído é "Azóv". O problema é que este termo normalmente é utilizado para transmitir a ideia de "abandone, deixe", como encontramos no versículo que descreve a Mitzvá de deixar aos pobres os cantos do campo e parte da produção que caiu no chão durante a colheita, como está escrito "Você a deixará (Taazóv) para os pobres" (Vayikrá 23:22). Se o significado tradicional da palavra "Azóv" é "abandone", então isto traz um sentido oposto ao desejado pela Torá, como se a Mitzvá fosse abandonar o animal caído, quando a Torá quer ensinar justamente o contrário. Então por que está escrito o termo "Azóv", que significa "abandone", e não o termo "Azór", que significa literalmente "ajude"?
 
Explica o Rav Yohanan Zweig que a resposta está em outro versículo da Torá no qual o termo "Azóv" é utilizado: "Portanto, o homem deve deixar seu pai e sua mãe para conectar-se à sua esposa" (Bereshit 2:24). O que este versículo vem nos ensinar, que o homem deve abandonar seus pais para poder se casar? Certamente que não, pois mesmo casado o homem continua tendo a obrigação de honrar seus pais e, portanto, nunca deve abandoná-los. A razão pela qual o casamento é descrito em termos de "deixar os pais" é para nos ensinar que o casamento exige do indivíduo que ele separe-se de seus pais para que possa adquirir sua própria independência. Isto dará a ele a noção de responsabilidade necessária para transformar-se em um chefe de família, e somente então estará pronto para estabelecer um novo lar com sua esposa. Portanto, aprendemos deste versículo que o termo "Azóv" não significa apenas "deixar, abandonar", mas também significa "tornar-se independente e responsável por seus atos".
 
Aplicando este entendimento ao versículo que fala sobre ajudar o burro caído, entendemos por que a Torá utilizou o termo "Azóv" quando se refere a ajudar alguém com alguma necessidade. Quando queremos ajudar outra pessoa, não é suficiente apenas termos boa vontade. Precisamos utilizar também a nossa sabedoria e a nossa sensibilidade, pois fazer bondade ao próximo nos causa alegria e nos dá uma sensação de elevação, mas ao mesmo tempo causa um sentimento negativo, de constrangimento, a quem recebe. Por isso, a maior assistência que podemos dar a uma pessoa necessitada é levá-la a uma situação de vida na qual ela não mais precisará da assistência dos outros, isto é, poderá conseguir seu próprio sustento de forma honrosa. Ao fazer isso, estamos dando a ela independência. A Torá está nos ensinando que, quando ajudamos o próximo, isso deve ser feito como um ato de "Azóv", dando ao outro a capacidade de nos deixar, isto é, de não precisar mais de nossa ajuda, conforme diz o ditado "Não dê o peixe a um pobre. Dê a ele uma vara e ensine-o a pescar".
 
Este conceito também é ressaltado pelo Rambam (Maimônides) (Espanha, 1135 - Egito, 1204) em suas leis referentes à Tzedaká. Ele afirma que existem oito níveis diferentes no ato de Tzedaká. O nível mais baixo é quando a pessoa doa, porém faz isto sem vontade. As pessoas sentem quando alguém doa sem vontade, pois normalmente isto é feito com uma cara fechada, causando dor para quem recebe. O segundo nível é aquele que doa menos do que o necessário, apesar de doar de coração. Neste caso, apesar da boa vontade, a ajuda não consegue suprir a necessidade do outro. O terceiro nível é aquele que doa apenas depois que o necessitado vem pedir, um ato que tem a grande desvantagem de causar um sentimento de inferioridade naquele que pede. O quarto nível é aquele que doa diretamente na mão do pobre, mas antes dele vir pedir, sendo extremamente louvável o ato de evitar que o pobre tenha que se rebaixar. O quinto nível é doar de forma que o pobre saiba de quem recebe, mas quem doa não saiba para quem está doando. Este tipo de doação tem a grande vantagem de não envolver sentimentos de honra e a sensação de que o outro está nos devendo algo, já que não sabemos quem está sendo beneficiado. O sexto nível é doar de forma que quem está doando sabe para quem doou, mas quem recebeu não sabe de quem recebeu. Neste caso, a grande vantagem é evitar a humilhação de quem recebe e a sensação de que ele está em dívida com alguém. O sétimo nível é doar de forma que aquele que doa não sabe para quem dou, enquanto o pobre não sabe de quem recebeu, como é o caso daquele que doa para uma instituição de caridade séria e honesta, que distribui o dinheiro arrecadado entre os necessitados. Desta maneira, garante-se que não haverá sentimentos de honra de um lado e nem de humilhação do outro lado. Finalmente, o maior de todos os níveis de Tzedaká é apoiar uma pessoa que empobreceu e ajudá-la, na forma de uma doação, de um empréstimo, oferecendo uma sociedade ou até mesmo "criando" um trabalho, de maneira a fortalecer o pobre até o ponto de ele conseguir andar com suas próprias pernas e não precisar mais pedir ajuda.
 
Ajudar o próximo é um ato muito nobre, mas que necessita de muita sabedoria e sensibilidade. Nós gostamos muito de ajudar, pois isto nos assemelha e nos conecta espiritualmente a D'us, já que a Sua essência é sempre doar sem receber nada em troca. Porém, não podemos esquecer que os atos de bondade precisam ser feitos com a intenção correta e da maneira correta. Quando doamos, o principal não é usar a carteira, e sim a cabeça e o coração. Precisamos sentir de verdade a necessidade dos outros. Precisamos nos colocar no lugar da outra pessoa e refletir: "Se eu estivesse nesta situação, como eu gostaria de ser ajudado?". Desta maneira, estaremos fazendo um ato que nos eleva e, ao mesmo tempo, também eleva e alegra o coração do próximo.
 

 SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma, Mordechai Ben Sara, Simcha bat Shengle.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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