sexta-feira, 16 de agosto de 2019

COLOCANDO A CULPA NOS OUTROS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAETCHANAN 5779

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
   
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PARASHAT VAETCHANAN 5779:

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COLOCANDO A CULPA NOS OUTROS - PARASHAT VAETCHANAN 5779 (16 de agosto de 2019)


No Japão vivia o Sr. Hiroshi, um homem muito rico. Tudo o que ele queria era viver feliz e aproveitar o dinheiro que tinha conseguido juntar com muitos anos de trabalho. Porém, certo dia, o Sr. Hiroshi começou a sentir uma dor aguda nos olhos, como se algo os estivesse perfurando. Ele procurou os melhores médicos, mas ninguém encontrava uma cura para a sua doença. Um dia, um amigo aproximou-se dele e disse:


- Há um rabino em uma aldeia vizinha. Ouvi dizer que ele é muito sábio e faz até mesmo milagres. Vá até ele e, quem sabe, conseguirá um milagre para curar os seus olhos.


O Sr. Hiroshi foi até o rabino e contou-lhe sobre a sua doença. O rabino disse a ele:


- Eu tenho uma cura para a sua doença, é um remédio barato e simples. Para que seus olhos voltem a ser saudáveis, você deve ver tudo apenas na cor verde.


O Sr. Hiroshi estranhou o ensinamento. Não fazia nenhum sentido curar os olhos daquela maneira. Porém, não tinha nada a perder, já que nenhum tratamento havia funcionado. Voltou para casa e imediatamente começou a trocar tudo por móveis verdes. Também pintou as paredes, mudou o piso e, depois de alguns meses, toda a sua casa estava completamente verde. Até seus funcionários tiveram que trocar suas roupas e pintar seus rostos de verde. Porém, certo dia, o Sr. Hiroshi pediu para chamar o rabino. Quando ele entrou, o Sr. Hiroshi disse:

 

- Rabino, graças a D'us me sinto ótimo. Agradeço muito, pois seu remédio funcionou bem. Só não entendi porque você me disse que era um remédio barato. Está me custando uma fortuna mudar tudo para a cor verde!


- Meu remédio é barato e simples, conforme eu lhe ensinei - disse o rabino, com humildade - Mas ao invés de tentar mudar o mundo inteiro para verde, era só você ter usado um óculos com lentes verdes"


Às vezes procuramos o problema nos outros quando, na verdade, o problema está em nós mesmos. É mais fácil trocar de óculos do que mudar o mundo inteiro.

Na Parashat desta semana, Vaetchanan (literalmente "Eu implorei"), Moshé Rabeinu continuou com suas palavras finais ao povo judeu. Neste discurso de despedida, Moshé foi relembrando alguns erros e tropeços do povo durante os 40 anos no deserto. Entre os erros cometidos, Moshé relembrou também seu próprio erro, quando ele golpeou a pedra para dar água ao povo, ao invés de ter pedido água para a pedra, conforme D'us havia ordenado. Foi por este erro que D'us decretou que Moshé não entraria mais na Terra de Israel.


Porém, ao descrever este acontecimento, Moshé acrescenta uma frase que é muito difícil de ser entendida: "E D'us se enfureceu comigo por causa de vocês, e Ele não me escutou" (Devarim 3:26). Aparentemente Moshé estava jogando a culpa sobre o povo, dizendo que D'us não havia escutado a sua Tefilá por causa dos maus atos do povo, ao invés de assumir a responsabilidade por seus atos. Esta foi uma atitude correta?

 

Por um lado, é verdade que o povo havia causado um enorme tropeço para Moshé. Nossos sábios explicam que Moshé tentou pedir água para a pedra, conforme D'us havia ordenado, mas falou com a pedra errada, levando o povo a zombar dele e de D'us. Ao escutar que a honra de D'us estava sendo manchada, Moshé se irritou e acabou batendo na pedra. Portanto, o povo teve uma participação ativa no erro de Moshé. Porém, por outro lado, em última instância, Moshé tinha livre arbítrio e poderia ter evitado o erro. Portanto, o correto não teria sido Moshé ter assumido a culpa pelo seu erro? É isto que esperávamos de um grande líder como Moshé?


A pergunta fica ainda mais difícil de acordo com um ensinamento do Talmud (Yoma 22b), que afirma que houve uma grande diferença entre Shaul Hamelech e David Hamelech em relação a erros que eles cometeram. O Talmud ensina que Shaul transgrediu apenas uma vez, enquanto David transgrediu duas vezes. Porém, ao contrário do esperado, David foi perdoado por D'us e manteve o seu reinado, enquanto Shaul não foi perdoado e perdeu o seu reinado. Alguns explicam que a diferença foi que o erro de Shaul estava em não executar sua obrigação de rei, enquanto os erros de David foram apenas falhas pessoais, não relacionadas com a sua posição de rei. Mas outros comentaristas explicam que a principal diferença entre eles está na reação após terem sido repreendidos pelos erros cometidos. Quando o profeta Shmuel repreendeu Shaul, ele disse: "Realmente errei, mas foi por causa da pressão do povo". Já David, quando foi confrontado pelo profeta Gad, instantaneamente pediu perdão e disse "Transgredi". Enquanto Shaul tentou se defender e justificar seu comportamento equivocado, David focou apenas em entender o que D'us havia visto de errado em seus atos, para se arrepender de seus erros e corrigi-los.


Portanto, este ensinamento do Talmud deixa ainda mais difícil o entendimento das palavras de Moshé. Normalmente não aceitar um erro cometido é uma tremenda demonstração de orgulho, pois demonstra que a pessoa não quer assumir que errou. Assumir erros fere o nosso ego e, portanto, não é algo que pessoas orgulhosas fazem. Porém, Moshé é considerado o mais humilde de todos os homens. Dele esperaríamos, como ocorreu com David, a aceitação completa da culpa. Então como podemos entender as palavras de Moshé?


Explica o Rav Yaakov Weinberg zt"l que certamente Moshé, o mais humilde de todos os homens, assumiu completamente a responsabilidade por seus atos e não jogou a culpa sobre o povo. Porém, com esta frase, Moshé estava transmitindo ao povo judeu uma mensagem muito profunda sobre os decretos de D'us e a forma como Ele julga os nossos atos e aplica, quando necessário, castigos.

 

Quando um juiz de carne e osso faz um julgamento, por mais que ele se esforce, seu julgamento é sempre limitado. Em primeiro lugar, um juiz de carne e osso nunca consegue saber exatamente o que aconteceu. Sempre alguns detalhes acabam escapando e é praticamente impossível uma pessoa prestar um depoimento sem alterar nada ou esquecer algum detalhe. Muitas vezes as pessoas entendem as situações de forma diferente, e é a "versão" particular de cada um que chega aos ouvidos do juiz. Além disso, um juiz nunca conseguirá saber qual foi a verdadeira intenção de uma pessoa quando ela cometeu uma transgressão. E, finalmente, quando um juiz condena um acusado de um crime a passar alguns anos na prisão, ele não leva em consideração o sofrimento que a família deste homem vai passar. O juiz consegue apenas medir qual foi o erro cometido e qual é a pena que se aplica a este tipo de erro. Porém, ele nunca conseguirá quantificar quanto sofrimento ele também causa aos parentes e amigos da pessoa condenada. De certa maneira, eles também estão sendo castigados pelo juiz, mesmo sem terem feito nada de errado. Portanto, por mais que um juiz possa ser reto e cuidadoso, sempre ele estará sendo um pouco injusto.


Mas este problema não ocorre nos julgamentos Divinos, pois os julgamentos de D'us são perfeitos e completos. Em primeiro lugar, D'us sabe exatamente o que ocorreu, com todos os mínimos detalhes. Além disso, D'us conhece os pensamentos e os desejos do coração de cada pessoa, conseguindo medir exatamente quais eram as intenções por trás de cada ato cometido. E, finalmente, D'us consegue também quantificar quanto sofrimento recai sobre outras pessoas ao castigar alguém, e Ele leva isto em consideração no momento em que decreta qual castigo a pessoa merece.

 

Em outras palavras, muitas vezes uma pessoa que fez uma transgressão pode ser poupada, ao menos temporariamente, de um castigo Divino, caso algum parente ou amigo dela não mereça passar pelo sofrimento de ver alguém querido passando por dificuldades. Isto significa que quando alguém recebe um castigo Divino e as pessoas em volta também sofrem, elas também estavam merecendo, por algum motivo, passar por aquele sofrimento. De acordo com os cálculos Divinos perfeitos e exatos, estas pessoas também não tinham méritos para que o transgressor fosse poupado do seu castigo.

 

Portanto, era isto que Moshé estava transmitindo ao povo. A morte de Moshé foi um enorme castigo também para o povo judeu. Mesmo que o novo líder, Yehoshua, também era um grande Tzadik, ele não se comparava à grandeza de Moshé. O Talmud (Baba Batra 75a) afirma que Moshé se comparava ao brilho do sol, enquanto Yehosua se comparava ao brilho da lua. Moshé assumiu completamente a culpa pelo seu erro, mas estava ensinando ao povo que o julgamento de D'us é perfeito e abrange tudo. O sofrimento que o povo estava sentindo, por não poder contar com Moshé Rabeinu para conduzi-lo na conquista da Terra de Israel, era porque o povo não tinha méritos suficientes para ser poupado daquele sofrimento. Este sofrimento era motivado pelas transgressões que o povo havia cometido.

 

Deste ensinamento da Parashat aprendemos uma lição fundamental para as nossas vidas: a importância de uma pessoa assumir seus erros, ao invés de procurar em quem colocar a culpa. Quando algum sofrimento nos atinge, devemos refletir sobre qual falha nossa pode ter causado este sofrimento. Mesmo quando o sofrimento vem por causa da dor que sentimos pelo sofrimento de outra pessoa, em algum nível fazemos parte daquele castigo decretado. Os julgamentos de D'us são perfeitos, por isso o correto é sempre tentar entender o que podemos ter feito de errado para, desta maneira, conseguirmos consertar nossos atos e alcançar a perfeição.

 

SHABAT SHALOM

 

R' Efraim Birbojm

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