sexta-feira, 15 de setembro de 2023

DESPERTANDO UMA ALMA ADORMECIDA - SHABAT SHALOM M@IL - ROSH HASHANÁ 5784

BS"D
O e-mail desta semana é dedicado à Refua Shleima (pronta recuperação) de 

Sr. Gabriel David ben Rachel

Avraham Yaacov ben Miriam Chava


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O e-mail desta semana é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de 
Haviva Bina bat Moshe z"l  
Aharon Yitzhack ben David Calman z"l 


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Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 
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ROSH HASHANÁ 5784



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DESPERTANDO UMA ALMA ADORMECIDA - ROSH HASHANÁ 5784 (15/set/23)

O Rav Yitzchak Fenger, quando jovem, era muito afastado do judaísmo. Ao acabar o serviço militar em Israel, ele decidiu estudar Reiki, uma técnica japonesa de cura. Depois de alguns cursos, seu professor de Reiki insistiu para que ele viajasse ao oriente e se tornasse um mestre de Reiki. Ele viajou para a Índia e lá acabou se tornando um monge budista. Ele foi encorajado a permanecer em um monastério nas montanhas para aperfeiçoar-se. Ali, era proibido falar. Concentrava-se o dia todo na meditação e na yoga.

Alguns meses se passaram e o jovem Yitzchak começou a ficar agitado. Ele sentia a necessidade de falar. Então, ele fugiu do retiro espiritual, chegou na beira de um riacho e abriu a boca para falar. As primeiras palavras que saíram, depois de meses de silêncio, eram as da Parashá do seu Bar Mitzvá, lida treze anos antes. Ele ficou chocado. Por que essas palavras? Ele não tinha qualquer interesse no judaísmo! Alguns dias depois, quando se preparava para dormir, sentiu uma sensação estranha. Decidiu dormir do lado de fora. Quando foi pegar seu sleeping, um escorpião pulou do travesseiro. Ele entendeu que havia sido salvo e que alguém o vigiava. Uma semana mais tarde, depois de fazer meditação, a vela do seu quarto se apagou do nada. Yitzchak foi procurar outra na sua sacola e acabou encontrando um cartão com palavras em hebraico. Lembrou-se que no aeroporto de Israel havia um Chassid distribuindo cartões para as pessoas e que ele lhe disse: "Guarde esse cartão, ele irá te proteger". Ele pegou o cartão e resolveu meditar aquelas palavras, ao invés das palavras em japonês que estava acostumado. Ele segurou o cartão e começou a ler: "Shemá Israel Hashem Elokeinu Hashem Echad". Yitzchak sentiu uma explosão de brilho espiritual e decidiu voltar para Israel.

Ao retornar, começou frequentar palestras sobre o judaísmo. Foi progredindo até que, finalmente, fez Teshuvá e se tornou um observante de Torá e Mitzvót. Decidiu abrir seu próprio centro de Reiki em Israel. Multidões chegavam ao seu centro e ele estava ganhando quantias enormes de dinheiro. Porém, certo dia, uma mulher religiosa assistiu sua aula e perguntou se o que ele estava ensinando era Kasher. Ele consultou o Rav Yitzchak Zilberstein e descobriu que o que ele fazia se baseava em conceitos de idolatria e, portanto, era proibido ensinar. Mas essa era a sua carreira, dali vinha todo o seu sustento! O que ele faria?

Depois de digerir aquela notícia, ele disse: "D'us, estou disposto a abrir mão de tudo por Você. Mas, por favor, nunca me abandone". Sem rumo, ele foi aconselhado a falar com o Rav Chaim Kanievsky zt"l. O Rav lhe disse: "Antes de decidir o que você irá fazer, vá estudar Torá em uma Yeshivá por três meses". Ele foi para a Yeshivat Ohr Sameach e amou tanto os estudos que decidiu ficar. Casou-se um ano depois e estudou em período integral durante nove anos. Então, voltou ao Rav Zilberstein e se aconselhou sobre o que fazer. A resposta do Rav Zilberstein mudou sua vida para sempre. Ele contou sobre um sobrevivente do holocausto que o visitava. O homem havia perdido a família no começo da guerra e só lhe restava o irmão mais velho. Ele e o irmão faziam trabalhos forçados diários em um campo de concentração. Certa noite, tiveram que trabalhar até às 4h00. Estavam exaustos, mas sabiam que precisavam estar de pé às 5h00 para a chamada ou seria o fim deles. Ele decidiu que era muito arriscado ir dormir, mas seu irmão já não tinha mais forças. O irmão lhe pediu: "Vou dormir. Por favor, me acorde em 45 minutos". Pouco depois, um nazista o agarrou e o forçou a fazer um trabalho. Ele ficou tão concentrado que esqueceu de despertar o irmão. Depois da chamada, ele foi para o barracão e descobriu que o irmão havia sido assassinado. Ele gritou angustiado: "Por que eu não acordei meu irmão?". O Rav Zilberstein então olhou nos olhos do Rabino Fenger e disse:

- D'us te despertou e salvou sua vida, mas ainda há muitos irmãos adormecidos, que não sabem nada de judaísmo. Você tem talento e carisma. Você não quer que, depois de 120 anos, seus irmãos lhe perguntem porque você não os despertou? Dedique sua vida a espalhar Torá e acordar seus irmãos adormecidos.

O Rav Fenger aceitou o conselho e, há anos, dedica-se a ensinar Torá. Milhares escutam suas aulas. D'us o conduziu na direção correta para atingir seu propósito. Tudo começou com o despertar de uma alma.

Nesta semana o Shabat coincide com uma das Festas mais importantes do Calendário Judaico: Rosh Hashaná, o "Ano novo judaico", mais conhecido como "Yom HaDin", o "Dia do Julgamento", pois neste dia somos julgados principalmente em relação às nossas aspirações em relação ao ano que vai começar. É um dia que, apesar de estarmos confiantes na Misericórdia Divina, devemos estar apreensivos e nos questionar: será que estamos cumprindo o nosso objetivo no mundo? Em que áreas podemos melhorar?
 
Rosh Hashaná é somente o início de um período conhecido como "Asseret Yemei Teshuvá", os 10 dias de arrependimento, nos quais nos esforçamos para melhorar e consertar os nossos atos, mostrando a D'us que vale a pena Ele investir em nós, nos dando mais um ano de vida. Nestes dias tentamos ser um pouco mais rigorosos com nossos atos, para aumentarmos as nossas Mitzvót e evitarmos transgressões. Por exemplo, somos muito mais cuidadosos para não falar Lashon Hará, nos esforçamos para não perder nenhuma Tefilá com Minyan (e nem chegar atrasados) e nos cuidamos para não consumir nenhum tipo de alimento que não seja Kasher.

Há uma Halachá muito interessante no Shulchan Aruch (Orach Chaim 603:1): "Mesmo alguém que não é meticuloso em se abster de pão assado por não-judeus (no resto do ano), ele deve ter cuidado com isso (durante os Asseret Yemei Teshuvá)". O que esta Halachá está nos ensinando?

Precisamos antes entender alguns conceitos básicos de Kashrut. Além das proibições alimentares impostas pela Torá, nossos sábios acrescentaram outras proibições, com o intuito de nos resguardar de tropeços, já que as comidas não Kasher são como veneno para o nosso corpo e para nossa alma. Por exemplo, de acordo com a Torá é proibido comer carne e leite que foram cozidos juntos, mas não haveria proibição de comer carne e leite frios. Nossos sábios entenderam que a proximidade constante entre carne e leite na cozinha certamente traria tropeços espirituais. Para evitar, eles proibiram também o consumo da carne e leite juntos mesmo estando frios.

É isso o que está nos ensinando a Halachá do Shulchan Aruch. Há pessoas que comem "Pat Akum" ("pão assado por um não judeu, sem supervisão de um judeu) durante o ano. Porém, quem está afirmando que os ingredientes são kasher é alguém que não entende os impactos para a alma do alimento não kasher e, por isso, comer este pão é assumir certo risco. O Talmud discute se os rabinos adotaram formalmente ou não tal permissão de forma permanente. O ponto principal é que, de acordo com a Halachá, se alguém comprar pão feito só com ingredientes kasher, preparado em um forno onde não há produtos não kasher juntos, seria permitido comê-lo mesmo que foi assado por um padeiro não-judeu. No entanto, entre Rosh Hashaná e Yom Kipur, o Shulchan Aruch diz que só podemos comer pão assado por um judeu, o "Pat Israel". Mas esta decisão desperta um forte questionamento: se "Pat Akum" é proibido, deveria ser proibido o ano inteiro; se ele é permitido, deveria ser permitido o ano inteiro! Como entender a Halachá, que permite durante o ano, mas proíbe nos Asseret Yemei Teshuvá?

O Rav Yssocher Frand nos explica esta aparente contradição. Muitas vezes o Shulchan Aruch usa a expressão "um Baal Nefesh deve ser rigoroso no assunto". Isto significa que algo pode ser permitido, mas existem certas pessoas espiritualmente mais "sensíveis" que devem evitar qualquer prática que seja, de alguma forma, questionável. Rashi (Nidá 16b) define Baal Nefesh como sendo alguém que é cuidadoso quando se trata de evitar até mesmo dúvidas sobre uma proibição, embora, de acordo com a Halachá, o ato seja permitido. Já o Sefer HaManchig define "Baal Nefesh" como "aquele que controla sua alma". Existe uma tensão constante entre nosso corpo e nossa alma. A maioria das pessoas se preocupa mais com o corpo do que com a alma. Em relação à espiritualidade nós dizemos "Eu tenho confiança", mas em relação aos assuntos materiais nós não somos tão "religiosos" a ponto de dizermos sempre "Tenho confiança". Estamos mais preocupados com as necessidades materiais do que com as necessidades espirituais, deixando nossa alma "adormecida". O "Baal Nefesh", ao contrário, é aquele que se preocupa com sua alma mais do que com seu corpo.

O Rambam (Hilchos Teshuvá 7:6) explica sobre a força da Teshuvá: "Quão exaltada é a Teshuvá. Ontem ele estava separado de D'us… ele clamava e não era atendido… hoje ele se conecta à Presença Divina… ele clama e é imediatamente atendido". Quando uma pessoa se arrepende, ela se torna uma pessoa diferente. Ainda ontem ela estava distante de D'us, mas hoje está perto Dele. É por isso que o Shulchan Aruch diz que durante os Asseret Yemei Teshuvá devemos ser cuidadosos em comer apenas "Pat Israel". Durante estes dias sagrados, contados a partir de Rosh Hashaná, somos pessoas diferentes, nos tornamos "Baalei Nefesh". Pelo menos durante estes dez dias estamos mais preocupados com as nossas almas. Não podemos negligenciar as necessidades do nosso corpo, mas nossa principal preocupação durante este período deve ser "o que acontecerá com nossas almas?".

Portanto, como a pessoa que passou por Rosh Hashaná é transformada em um "Baal Nefesh", um novo nível de Halachót do Shulchan Aruch se aplica a ela, muito mais elevado. No resto do ano, o "Pat Akum" kasher pode até ser permitido. No entanto, no período sagrado entre Rosh Hashaná e Yom Kipur, quando todos podem ser "Baalei Nefesh", o Shulchan Aruch exige de nós um padrão mais exigente. Que possamos crescer nestes dias, e levar estes novos padrões de espiritualidade para o ano inteiro, cuidando adequadamente dos nossos corpos, mas sem esquecer que o principal é cuidar das nossas almas e, caso seja necessário, despertá-la. 

SHABAT SHALOM E SHANÁ TOVÁ - QUE SEJAMOS INSCRITOS E SELADOS NO LIVRO DA VIDA 

R' Efraim Birbojm

 

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima.
 
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l.
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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
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