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MENSAGEM DE ROSH HASHANÁ 5772
"Havia uma floresta que estava sendo implacavelmente consumida pelas chamas. O vento soprava forte, fazendo com que o fogo se espalhasse rapidamente entre as árvores secas. Os animais fugiam assustados, tentando desesperadamente salvar suas próprias vidas. Quando olharam para trás, tiveram uma surpresa: a abelha, ao contrário de todos os outros animais, não tinha fugido. Com muito esforço, voava até um lago próximo, enchia sua boca de água e atirava sobre as enormes labaredas. Embora não fizesse muita diferença, ela persistia, e ia de novo ao lago, e jogava mais um pouquinho de água, e mais um pouquinho, e mais um pouquinho. Vendo esta cena, o leão não se conteve e falou:
- Abelha, aprecio o seu esforço, mas será que você não percebe que a água que você joga não está adiantando para nada?
A abelha respondeu, enquanto voava em direção ao lago para pegar mais um pouco de água:
- Pelo menos eu estou fazendo a minha parte para salvar a floresta.
Os outros animais, envergonhados pelo egoísmo de terem pensado apenas em si mesmos, voltaram e, todos juntos, conseguiram apagar o fogo"
Esta história representa um pouco da triste realidade do judaísmo, que está sendo consumido pelo fogo do reformismo e, pior ainda, do comodismo. Segundo levantamentos recentes, mesmo nas Grandes Festas (Rosh Hashaná e Yom Kipur), a presença de judeus nas sinagogas do Brasil não passa de 10%. O que podemos fazer para reverter esta terrível situação? Dar o nosso exemplo pessoal. Cada judeu que mantém seu judaísmo, cumprindo as Mitzvót, frequentando a sinagoga durante as rezas ou participando de aulas de Torá está fazendo a sua parte.
Neste ano que passou, durante todas as semanas eu tentei, como uma pequena abelha, jogar um pouco de água para apagar este fogo que consome o judaísmo. Com a ajuda de Hashem, que me deu força e inspiração, eu espero ter dado uma pequena contribuição para iluminar os lares de todos os leitores do Shabat Shalom M@il. Espero também ter servido de inspiração para todos aqueles que não estão dispostos a permanecer sentados enquanto o fogo da apatia destrói os conhecimentos milenares da nossa Torá.
Agradeço de coração a todos os que leram os E-mails, que fizeram comentários, elogios e que me incentivaram a continuar o trabalho.
Agradeço também a minha família, que abriu mão do tempo de convívio para que eu pudesse me dedicar ao E-mail semanal.
E finalmente um agradecimento especial a D'us, pela vida e todas as milhares de coisas boas que Ele me manda a cada instante.
Aproveito a oportunidade para pedir perdão a qualquer um que possa ter se sentido ofendido por qualquer mensagem que eu tenha enviado ou atitude que eu tenha tomado. Certamente não tive nenhuma intenção de magoar ou ofender ninguém. Mas mesmo assim, se alguém tiver alguma mágoa ou reclamação, por favor me avise para que eu possa pedir desculpas pessoalmente.
Que todos possam ter um ano muito especial, apenas com Brachót (bênçãos). Que terminem todas as más notícias junto com o ano que termina e que todos tenham um ano novo com muita saúde, Parnassá Tová (bom sustento), alegrias e muita Torá. E que finalmente seja o ano da vinda do Mashiach.
Com muito carinho e agradecimento,
R' Efraim Birbojm
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PARA ONDE VOCÊ ESTÁ INDO? - ROSH HASHANÁ 5772 (28 de setembro de 2011)
"Paulo entrou no avião já se preparando para a longa viagem com destino a Israel. Seriam quase 15 horas de vôo até o destino final. Apertou o cinto de segurança e, para relaxar um pouco, abriu seu guia de turismo sobre Israel, que havia comprado para aproveitar ao máximo a estadia.
No meio da viagem ele olhou com curiosidade para o senhor que estava sentado ao seu lado, que parecia muito à vontade no avião. Ele demonstrava já conhecer todas as diversões a bordo. Jogava jogos, assistia filmes, cochilava, passeava para conversar com outros passageiros, almoçava, comia salgadinhos na cozinha, estava bastante enturmado com os outros passageiros e com os comissários de bordo.
Paulo não quis parecer antipático e, apesar de estar cansado, tentou puxar conversa com ele. Descobriu que o senhor se chamava Gabriel e era um grande empresário de São Paulo. Paulo perguntou, curioso:
- Para onde você está indo?
Gabriel pareceu confuso com a pergunta. Ele simplesmente não sabia para onde estava indo. Na verdade, até aquele momento não havia parado para pensar naquilo. Paulo ficou irritado com a falta de claridade daquele sujeito e falou, indignado:
- Mas como o senhor está em um avião e não sabe nem mesmo para onde está indo? O senhor é louco?
- Não fique irritado, mas eu não estou preocupado com isso. Eu estou preocupado em aproveitar a viagem. Assisti dois filmes excelentes, ganhei três vezes jogando contra o computador e conheci muita gente interessante. Sem falar na comida, que estava uma delícia..."
Podemos achar que Gabriel é um louco, um lunático. Mas será que não fazemos o mesmo com nossas vidas? Assistimos bons filmes, comemos uma boa comida, conhecemos muita gente interessante. E depois, o que acontecerá? Para onde estamos indo? E o que estamos fazendo para chegar ao nosso destino verdadeiro?
Antes de pedir em Rosh Hashaná mais um ano de vida, antes de pedir a D'us para continuar nesta "viagem" chamada vida, precisamos saber para onde esta viagem nos levará.
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Rosh Hashaná está chegando. Para muitos, vem junto com uma sensação ruim. A primeira idéia que nos vem à cabeça é que seremos julgados por D'us, o Rei do Universo, e se não tivermos nos comportado bem, seremos duramente castigados. Infelizmente esta é uma visão incompleta de Rosh Hashaná, influenciada por muitos conceitos não judaicos. Por exemplo, nosso conceito de castigo é de um D'us bravo, descontando Sua raiva nas pessoas. É um conceito completamente equivocado, que nos afasta do verdadeiro significado espiritual de Rosh Hashaná, uma das festas mais bonitas e significativas do ano.
Há um versículo no final da Torá, sempre lido perto da festa de Rosh Hashaná, que nos intriga: "Eu chamo os Céus e a terra hoje para servirem de testemunhas contra vocês: Eu coloco diante de vocês a vida e a morte, a Brachá (benção) e a Klalá (maldição); escolha a vida, para que viva você e sua descendência" (Devarim 30:19). Qualquer ser humano em condições psicológicas normais sabe que devemos escolher a vida. Então por que a Torá precisa escrever "escolha a vida", como se D'us estivesse fazendo um pedido para nós? Não é Ele Quem decide tudo?
Em Rosh Hashaná comemoramos e revivemos a criação do ser humano, o ápice de toda a Criação. Portanto, para entender Rosh Hashaná, precisamos ter muito claro o propósito da vida. Segundo o livro Messilat Yesharim (Caminho dos Justos), de autoria do Rav Moshe Chaim Luzzato z"l, o ser humano foi criado com o único propósito de sentir prazer, sendo que o único e verdadeiro prazer é a proximidade com D'us. Mas se Ele nos desse este prazer de maneira gratuita, sem nenhum mérito, sentiríamos uma vergonha eterna por termos recebido algo que não conquistamos. Por isso Ele nos criou com livre arbítrio, para poder nos dar mérito por nossas escolhas corretas. O livre arbítrio é a habilidade de escolher entre viver na realidade ou em uma ilusão. Explica o Rav Noach Weinberg z"l que surge então um aparente dilema: D'us criou o mundo com o único propósito de nos fazer o bem. Por outro lado, Ele não pode nos dar esta bondade a não ser que a meritemos.
No dia 1º do mês judaico de Tishrei o ser humano foi criado. Todo ano este processo se repete e D'us nos permite ganhar o mérito de sermos recriados. Em Rosh Hashaná D'us nos julga se estamos escolhendo a realidade ou não. Se nós fazemos as escolhas corretas, Ele nos recria dentro de um ano de vida, isto é, viver dentro da realidade. Mas se escolhemos ficar dormindo, Ele nos recria dentro de um ano de morte, isto é, de desconexão, de sono espiritual, de ilusão, um ano sem sentido para a vida e sem verdade. D'us não faz isto para nos castigar, e sim por amor. Ele quer que tenhamos sucesso, mas a escolha final precisa ser nossa.
Rosh Hashaná é, portanto, o aniversário do livre arbítrio, quando devemos novamente reafirmar a nossa escolha: estar entre os vivos, que vivem uma vida com sentido, ou entre os mortos, que vagam todo o tempo dormindo acordados. Pelo fato da escolha estar totalmente em nossas mãos, em Rosh Hashaná D'us nos pede: "Eu criei o mundo para te dar prazer e felicidade. Por favor, Me deixe fazer esta bondade. Escolha a vida".
Outro ponto central de Rosh Hashaná é fazer de D'us o nosso Rei. Isto também nos traz um sentimento negativo, pois os reis que conhecemos são tiranos, egoístas e gananciosos, sedentos por poder, que subjugam as massas com ameaças e violência. Mas o conceito judaico de rei é justamente o contrário. O rei é alguém que ama e se importa com seu povo. Sua preocupação é apenas com a felicidade e harmonia das pessoas. A única razão pela qual ele cria leis e faz decretos é pelo bem estar dos seus súditos, e não para o seu próprio benefício. Por isso Rosh Hashaná é o dia de coroarmos D'us como o nosso Rei, dirigente e diretor das nossas vidas. Não fazemos isto por Ele, e sim por nós mesmos, para que Ele possa nos mandar todas as bondades e a Criação possa atingir seu propósito.
Rosh Hashaná é, portanto, o dia em que D'us quer praticar sua característica de fazer bondades. É o dia em que Ele nos implora para que possamos nos transformar, através do mérito de fazermos as escolhas corretas, em utensílios para receber todas as Brachót abundantes que Ele quer nos enviar.
Pelo fato de sermos recriados em Rosh Hashaná, temos a oportunidade de atingir níveis espirituais muito elevados, que não conseguiríamos atingir durante o resto do ano. Podemos nos recriar em um nível muito mais alto, que não éramos capazes nem de sonhar. Por isso, o nível que atingirmos em Rosh Hashaná será o nível que levaremos para todo nosso ano.
Na noite da próxima 4ª feira (28/09) começa Rosh Hashaná, o dia de escolher grandeza para nossas vidas. O dia de acordar para a realidade, de alcançar níveis ilimitados de espiritualidade. Nosso ano e nossa vida dependem disso. Que possamos aproveitar bem este dia tão especial.
Shaná Tová Umetuká – Um ano muito doce para todos.
"Sheticatev Vetechatem Bessefer Chaim Tovim" (Que sejamos inscritos e selados no Livro da Vida).
SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm
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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE ROSH HASHANÁ 1º DIA:
São Paulo: 17h46 Rio de Janeiro: 17h31 Belo Horizonte: 17h35 Jerusalém: 17h49
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE ROSH HASHANÁ 2º DIA:
Acender depois de São Paulo: 18h38 Rio de Janeiro: 18h22 Belo Horizonte: 18h23 Jerusalém: 19h04
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT (PARASHÁ HAAZINU):
São Paulo: 17h47 Rio de Janeiro: 17h31 Belo Horizonte: 17h35 Jerusalém: 17h47
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