terça-feira, 26 de maio de 2020

CRESCENDO NAS MITZVÓT - SHABAT SHALOM M@IL - SHAVUÓT 5778

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CRESCENDO NAS MITZVÓT - SHAVUÓT 5778 (29 de maio de 2020)

"O rabino Yona Emanuel sobreviveu aos horrores do Holocausto. Quando criança, ele passou pelo Campo de Concentração de Bergen Belzen, com sua mãe e sua irmãzinha de 4 anos de idade. No dia de Tishá Be Av, 10 meses antes da libertação do Campo, todos os prisioneiros judeus receberam uma dura punição coletiva, um dia inteiro sem comida, pois um dos prisioneiros havia colocado fogo em um colchão. Desesperada, a Sra. Emanuel conseguiu um pouco de comida para a filha, que já estava desnutrida e com o peso de uma criança de 1 ano de idade. Como precisava cozinhar, ela fez uma pequena fogueira com palha. Infelizmente ela foi descoberta por um soldado nazista e foi levada à julgamento, na véspera do Shabat.

Os julgamentos no Campo de Concentração eram feitos pelos próprios prisioneiros judeus. Três judeus eram juízes e precisavam julgar de acordo com as leis do Campo. Além disso, outros judeus participavam do julgamento, um como advogado de acusação, outro como advogado de defesa e um como escrivão. Os nazistas vinham assistir o julgamento para se divertir, pois caso a pena fosse muito leve, os juízes e o advogado de acusação eram castigados. Por isso, os julgamentos costumavam demorar muitas horas. Além disso, o acusado tinha "direito" de pedir clemência no final e, dependendo do humor dos nazistas, podia ter sua pena reduzida.

Porém, o julgamento da Sra. Emanuel foi muito rápido, diferente do que normalmente acontecia. Seu filho quis saber qual havia sido o veredicto. Com tristeza, ela disse que havia sido condenada a ficar dois dias sem receber comida. Ele então questionou o motivo pelo qual o julgamento havia sido tão rápido. A mãe respondeu que quase não havia argumentado e que não havia pedido misericórdia no final. O filho ficou desesperado com o que escutou. Se ela tivesse pedido misericórdia, talvez teriam diminuído sua pena! Seu "crime" havia sido cozinhar para uma criança de 4 anos subnutrida! Por que não havia feito isto? Ela então explicou:

- Filho, quando o julgamento terminou, o Shabat já tinha começado. O escrivão era judeu. Se eu pedisse misericórdia, o julgamento recomeçaria e ele precisaria escrever cada palavra que eu dissesse. Por isso, fiquei em silêncio, para que o julgamento acabasse rapidamente e ele pudesse parar de escrever."

Um judeu está disposto a ficar 2 dias sem comida para que outro judeu não quebre o Shabat. Este é o nível incrível que podemos chegar no nosso amor pelas Mitzvót.
Estamos chegando à nossa próxima parada importante no Calendário Judaico: a Festa de Shavuót, também conhecida como "Chag Matan Torá", data na qual revivemos a entrega da Torá no Monte Sinai, que ocorreu há mais de 3.300 anos. Mas o que significa "reviver a entrega da Torá"? Se a Torá já foi entregue, o que ainda falta recebermos? Se já cumprimos as Mitzvót, o que podemos pensar em fazer a mais?

Além disso, ao refletirmos sobre o momento da revelação de D'us no Monte Sinai, surge um grande questionamento. Antes de Moshé subir para receber a Torá, com todas as suas Mitzvót e detalhes, D'us pronunciou os 10 Mandamentos. Isto significa que aquelas eram as informações mais importantes que o povo judeu precisava escutar naquele momento. Porém, na primeira e única vez na história da humanidade na qual D'us revelou-se pessoalmente a um povo inteiro, um evento incrível, Ele não falou sobre coisas elevadas, como os profundos segredos da Kabalá. O que Ele nos transmitiu? "Não matarás", "Não roubarás", "Não cometerás adultério". Isto era o mais importante que D'us tinha para nos transmitir? Após 49 dias de preparação espiritual, era só isto que D'us esperava do povo judeu? Será que a Torá foi entregue para um bando de selvagens bárbaros, cuja prioridade de D'us foi adverti-los contra o assassinato e a imoralidade?

Por exemplo, se escutássemos o diretor de uma escola entrando em uma classe e falando aos alunos: "Amanhã receberemos a visita de um importante rabino. Por favor, não cuspam nele e nem joguem as carteiras escolares na cabeça dele", não teríamos certeza de que trata-se de uma classe com crianças terríveis e problemáticas? Não foi isto que ocorreu quando D'us escolheu, como primeira lição, nos proibir de coisas tão graves e pesadas?

Explica o Rav Shlomo Levenstein que a resposta está em um pequeno detalhe que quase passa despercebido pela maioria das pessoas. Em toda a Torá existem os "Taamei HaMikrá", isto é, os "sinais de melodia" com os quais a Torá é lida em público. Cada versículo da Torá tem os seus "Taamim", que fazem parte da transmissão oral da Torá. Há somente um lugar da Torá onde há dois tipos de "Taamim", um "Taam Tachton" (melodia baixa) e um "Taam Elion" (melodia alta), que é justamente no trecho da Torá que descreve os 10 Mandamentos. De acordo com alguns costumes, na leitura dos 10 Mandamentos que fazemos durante o ano, nas Parashiót Itró e Vaetchanan, utilizamos o "Taam Tachton". Porém, quando a mesma leitura é feita em Shavuót, é utilizado o "Taam Elion". Por que são necessários dois Taamim diferentes? E por que justamente nos 10 Mandamentos?

A resposta é que, quando D'us entregou os 10 Mandamentos para o povo judeu, Ele entregou dois tipos de 10 Mandamentos. Existem os 10 Mandamentos com "Taam Tachton", isto é, o cumprimento mais básico das Mitzvót da Torá, e os 10 Mandamentos com "Taam Elion", isto é, o cumprimento de maneira mais elevada e refinada das Mitzvót da Torá.

Por exemplo, a Torá nos comandou, no 4º Mandamento, a "Lembrar do dia do Shabat para santificá-lo". Qual é o "Taam Tachton" desta Mitzvá? É respeitarmos as leis do Shabat, não acendendo a luz, não utilizando aparelhos eletrônicos e não fazendo qualquer uma das 39 categorias de atividades construtivas proibidas no Shabat. Porém, também temos o "Taam Elion" desta Mitzvá, que é a pessoa também honrar o Shabat, vestindo-se com roupas mais bonitas, cantando com alegria e falando palavras de Torá, e não discussões sobre política e futebol, na mesa de Shabat. E há um "Taam Elion" ainda maior, que é importar-se também com o Shabat dos outros.

A Torá também nos comandou, no 5º Mandamento, a "Honrar o pai e a mãe". "O Taam Tachton" é respeitar os pais e nunca falar de forma ríspida com eles. Porém, também há um "Taam Elion". De acordo com o Rav 
Avraham Danzig zt"l (Polônia, 1748 - Lituânia, 1820), um judeu está obrigado a, durante toda a sua vida, ver seus pais como se fossem pessoas muito grandes e honradas. Um filho que pensa "Tem gente com pais tão bacanas, por que os meus não são assim?", mesmo que não expresse este sentimento, certamente não está cumprindo a Mitzvá de honrar os pais de forma elevada.

Outra Mitzvá da Torá, descrita no 6º Mandamento, é o "Não assassinarás". O "Taam Tachton" é obviamente não matar outra pessoa, respeitando a vida, sendo cuidadoso ao volante, levando sempre em consideração que qualquer descuido pode causar mortes. Porém, há ainda um "Taam Elion". A Torá considera o ato de envergonhar o próximo em público como um ato de assassinato, conforme ensinam os nossos sábios do Talmud (Baba Metsia 58b): "Aquele que envergonha seu companheiro em público é como se tivesse derramado seu sangue". O Talmud (Ketubot 67b) também ensina que "É melhor para a pessoa se jogar em uma fornalha do que envergonhar o próximo em público". Temos que tomar cuidado com a honra dos outros, com brincadeiras e apelidos que podem destruir a autoestima das pessoas. Portanto, "bullying" não é algo novo, já estava proibido pela Torá há mais de 3.300 anos, sendo considerado uma forma de assassinato.

A Torá também nos comandou, no 8º Mandamento, o "Não roubarás". Na realidade, Rashi explica que este Mandamento se aplica à proibição de sequestrar uma pessoa. Este seria o "Taam Tachton" da Mitzvá, não sequestrar um bebê que está em um carrinho ao lado de sua mãe desatenta. Porém, também há um "Taam Elion", que inclui atos de honestidade, como não enganar os clientes e não ser desonesto com o nosso empregador, cumprindo os horários de trabalho sem se envolver em assuntos pessoais mesmo quando o chefe não está presente. Também se aplica a não usarmos objetos dos outros sem permissão, o que também é considerado roubo. Um nível ainda mais elevado é não enganar uma pessoa ou dar uma falsa impressão de que somos zelosos com as Mitzvót quando na verdade não somos, pois isto é considerado "roubar o pensamento" do próximo.

Na realidade, as 613 Mitzvót da Torá estão contidas nos 10 Mandamentos e, portanto, em todas as Mitzvót há um "Taam Tachton", uma forma mais básica de cumpri-las, mas também há um "Taam Elion". E o "Taam Elion" não tem nenhum limite máximo, pois sempre é possível melhorar e refinar a forma como cumprimos as Mitzvót.

Portanto, Shavuót significa receber de novo a Torá, mas desta vez em um nível maior. Mesmo que já cumprimos as Mitzvót, quando vamos subir de nível? Fazemos Tefilá com Minian, mas quando começaremos a chegar na hora na sinagoga? Quando conseguiremos não falar Lashon Hará e controlar nosso nervosismo?

D'us prometeu ao povo judeu muitas Brachót, mas de maneira condicional: "Se vocês andarem nas Minhas Mitzvót" (Vayikrá 26:3). Por que está escrito "andarem nas Mitzvót" e não "cumprirem as Mitzvót"? Pois D'us não espera de nós apenas o cumprimento das Mitzvót da mesma maneira, anos após ano. Podemos cumprir Mitzvót o dia inteiro, mas ainda assim da mesma forma como cumpríamos na época do nosso Bar Mitzvá. Temos que crescer na vida, este é o nosso trabalho. Estamos vivos, não podemos continuar sempre no mesmo nível. Temos que almejar chegar ao "Taam Elion" de todas as Mitzvót. Temos que andar nas Mitzvót, não podemos ficar parados, não é uma opção. Isto é Shavuót: crescer nas Mitzvót, de "Taam Tachton" para "Taam Elion", de pessoas comuns para, futuramente, verdadeiros anjos.
 
CHAG SAMEACH E SHABAT SHALOM
 
R' Efraim Birbojm

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