quinta-feira, 26 de setembro de 2019

O QUE PODEMOS MELHORAR? - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT NITZAVIM 5779 E ROSH HASHANÁ 5780

BS"D
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O QUE PODEMOS MELHORAR? - PARASHAT NITZAVIM 5779 E ROSH HASHANÁ 5780

                         
Havia uma família de judeus não religiosos nos Estados Unidos. Um dos filhos começou a se aproximar do judaísmo aos poucos, até que acabou se tornando um judeu observante das Mitzvót. Justamente nesta época, o pai, que era encanador, foi despedido do trabalho e, como já tinha certa idade, não conseguia mais nenhum emprego. Certo dia, após passar a manhã inteira procurando emprego, o pai voltou para casa cansado e desanimado. Encontrou o filho sentado na mesa da sala, com um livro do Talmud aberto, estudando com vontade. Ele se inspirou e quis também estudar Talmud, então pediu para que seu filho lhe ensinasse. Em um primeiro momento, o filho não quis ensinar ao pai, explicando que era um estudo extremamente difícil. Porém, depois de muita insistência do pai, ele concordou em estudar diariamente com ele.

Como o filho esperava, o estudo foi realmente difícil. O pai nunca tinha estudado Talmud e teve muita dificuldade para entender a lógica do estudo. Os textos, escritos em aramaico, deixavam a tarefa ainda mais difícil. Porém, ele não desistia. Todos os dias estudavam um pouco, apesar quase não conseguirem avançar. Durante mais de um mês de estudo, tudo o que eles conseguiram foi terminar uma única página do Talmud. Apesar disso, o pai estava tão orgulhoso por ter terminado uma página que sugeriu que fizessem uma festa. O filho deu risada e explicou ao pai que algumas pessoas faziam uma festa quando terminam um Tratado inteiro do Talmud ou até mesmo um capítulo, mas que ninguém dava uma festa por ter terminado uma única página. Mas o pai insistiu que queria fazer uma festa e sugeriu ao filho que falasse com um dos vizinhos do prédio, que era rabino. Era o Rav Moshe Feinstein zt"l (Lituânia, 1895 - EUA, 1986), um dos maiores sábios da geração passada. O pai queria que o filho perguntasse ao rabino se realmente não era importante fazer uma festa por terem terminado uma página. O filho foi perguntar, envergonhado, achando que o rabino daria risada. Porém, para a sua surpresa, o Rav Moshe Feinstein aprovou a ideia. Além disso, apesar de ser uma pessoa extremamente ocupada, ele garantiu que também participaria da festa.

Durante a comemoração, o pai estava muito alegre, com um brilho especial no rosto. O Rav Moshe Feinstein falou algumas palavras de louvor ao pai, pelo seu imenso esforço. O pai foi dormir muito feliz e orgulhoso. Porém, na manhã seguinte, o pai não acordou. Infelizmente, ele havia falecido durante o sono. O Rav Moshe Feinsten foi ao enterro e pediu para falar algumas palavras. Muito emocionado, ele disse:

- Tem aqueles que adquirem o Mundo Vindouro com uma vida inteira de esforço, e tem aqueles que adquirem o Mundo Vindouro com apenas uma página de Talmud".
 
Desta história aprendemos dois ensinamentos muito importantes. Em primeiro lugar, o quão incrível é o impacto que nossos atos podem causar sobre as outras pessoas. E, em segundo lugar, como D'us nos julga de forma particular, cada um de acordo com suas ferramentas e seu objetivo de vida. Por isso, não devemos nos comparar com ninguém, e sim tentar fazer o melhor que podemos.

Nesta semana lemos a Parashat Nitzavim (literalmente "Parados"), que traz o discurso final de Moshé antes do seu falecimento. Moshé menciona nesta Parashat sobre a Mitzvá de Teshuvá, o arrependimento pelos nossos erros, e ressalta que é algo que está ao nosso alcance. E este é um dos motivos pelo qual normalmente lemos esta Parashat na época de Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico, também conhecido como o "Dia do Julgamento", que começaremos a reviver no próximo domingo de noite (29 de setembro).

Durante o ano, infelizmente cometemos muitos erros. Mas não precisamos desistir e nem desanimar, pois D'us nos dá a chance de consertarmos os nossos atos através da Teshuvá, que consiste em nos arrependermos sinceramente pelos nossos erros, nos afastarmos da transgressão e nos comprometermos a não voltar a errar futuramente. Porém, sobre quais pontos devemos focar em nosso processo de Teshuvá nestes últimos dias do ano? Há uma dica em um importante ensinamento do Talmud (Rosh Hashaná 18a): "Em Rosh Hashaná, todos os seres humanos passam diante de D'us como 'Bnei Maron'". O Talmud traz três explicações sobre o que significa "Bnei Maron". De acordo com a primeira explicação, trata-se de "KiBnei Imrana", um lugar muito estreito, com espaço para que apenas um animal passe de cada vez, e era utilizado por aqueles que precisavam contar seus animais para a retirada do "Maasser" (dízimo). De acordo com a segunda opinião, trata-se de "KeMaalot Beit Meron", uma montanha alta, onde havia uma passagem estreita, com um abismo dos dois lados, na qual passava apenas uma pessoa de cada vez. E, finalmente, de acordo com a terceira opinião, trata-se de "KeCheilót Shel Beit David", os soldados da época de David Hamelech que, quando saíam para a guerra, não iam todos juntos, e sim um após o outro, em uma fila.

Percebemos que as três opiniões estão transmitindo exatamente a mesma ideia: o julgamento de Rosh Hashaná é individual. Poderíamos ficar mais tranquilos se o julgamento fosse coletivo, pois talvez desta maneira D'us prestaria menos atenção nos nossos erros e teríamos em quem colocar a culpa pelos nossos maus atos. Porém, o Talmud vem nos ensinar que o julgamento é feito de forma individual. Passamos um por um diante de D'us, sozinhos, e todos os nossos atos, até mesmo cada pequeno detalhe, cada intenção e cada pensamento, são levados em consideração. Além disso, também não há em quem colocar a culpa, já que estamos sozinhos diante de D'us. Desta maneira, é mais fácil refletir e assumir a responsabilidade pelos nossos atos.

Porém, por que o Talmud precisou trazer três opiniões diferentes, se elas transmitem a mesma ideia? De acordo com o Rav Chaim Vologziner zt"l (Lituânia, 1749 - 1821), não há discussão entre as três opiniões, elas trazem a ordem do julgamento de Rosh Hashaná.

De acordo com a primeira opinião, "Kibnei Imrana", aprendemos que a primeira coisa pela qual somos julgados em Rosh Hashaná é pela nossa fala, que em hebraico é "Amirá". Assim nos ensina o profeta: "Pois eis que Ele forma as montanhas e cria o vento, e declara ao homem qual é a sua fala" (Amós 4:13). No julgamento é mostrado ao ser humano "qual é a sua fala", isto é, o valor de cada palavra e a destruição que cada palavra pode causar, no mundo material e nos mundos espirituais. A pessoa muitas vezes fala Lashon Hará (maledicência) sobre seu companheiro, humilha pessoas e cria discussões, mas quando é advertido, responde: "Mas eu não fiz nada, só falei o que penso!". Não nos importamos com o que dizemos, pois achamos que são só palavras, que a fala é apenas um vento que sai da nossa boca.
 
O Rav Yossef Chaim zt"l (Iraque, 1832 - 1909), mais conhecido como Ben Ish Chai, explica porque o versículo do profeta Amós conecta o conceito de que D'us criou montanhas e ventanias com o conceito do julgamento pela nossa fala. Se não fossem as montanhas, não haveria vida. No mar se formam ventos fortes, que causariam muita destruição caso viessem para a terra. As montanhas formam uma barreira natural e não permitem que os ventos fortes destruam o mundo. Se não fosse pela ação das montanhas, os tornados seriam arrasadores. Mas por que D'us criou os ventos fortes, que podem destruir o mundo? Para nos ensinar que o vento pode destruir. O mesmo vento que sai da nossa boca quando falamos pode matar. É por isso que a primeira coisa pela qual somos julgados em Rosh Hashaná é o uso da nossa fala. Usamos o dom da fala para construir, elogiar e consolar, ou para destruir, denegrir e humilhar?

De acordo com a segunda opinião, "Maalot Beit Meron", aprendemos que a segunda coisa pela qual somos julgados é o quanto aproveitamos do nosso potencial. A linguagem "Maalot" também significa "níveis". Mesmo quando duas pessoas fazem exatamente a mesma transgressão, o julgamento das duas não é igual. Cada pessoa tem seu nível e é julgada de acordo com o seu potencial. O mesmo vale para as Mitzvót que fizemos, o peso de cada uma delas depende do nível da pessoa. A pessoa não pode ficar tranquila, pensando "eu faço mais que os outros", pois cada um será julgado de acordo com o seu potencial e as suas ferramentas. A pessoa com mais possibilidades e mais aptidões está "devendo" mais para D'us. Não podemos nos acomodar e nos sentirmos satisfeitos com nossa espiritualidade atual, pois talvez podemos muito mais. Devemos refletir sempre se estamos fazemos tudo o que realmente poderíamos segundo o nosso potencial.

De acordo com a terceira opinião, Cheilót Shel Beit David, aprendemos qual é a terceira coisa pela qual somos julgados. Se no meio da guerra um simples soldado foge da frente de batalha, ele é julgado como desertor e pode ser condenado a alguns meses de prisão. Porém, se um general fugir e, por causa dele, os soldados se apavorarem e perderem a guerra, certamente ele receberá uma pena muito mais rigorosa. Como somos seres sociais, tudo o que fazemos influencia outras pessoas. Uma pessoa que fala Lashon Hará incentiva que outros também falem, e uma pessoa que senta e estuda Torá influencia outras pessoas a estudarem. Portanto, não somos julgados apenas pelos nossos atos, mas também pela maneira como influenciamos outras pessoas.

Portanto, são estes os três pontos nos quais devemos focar em nosso processo de Teshuvá nestes últimos dias do ano: o cuidado com a fala, pois nossa fala faz muita diferença, tanto no mundo material quanto nos mundos espirituais; lembrar que cada um é julgado de acordo com o seu potencial e, portanto, não devemos nos achar melhores do que ninguém, nem ficar nos comparando com os outros, pois não sabemos qual é o nosso verdadeiro potencial; e, finalmente, lembrar sempre que também somos julgados pela influência que nossos atos causam aos outros, para o bem ou para o mal.
 

SHABAT SHALOM E SHANÁ TOVÁ
 
QUE SEJAMOS INSCRITOS E SELADOS NO LIVRO DA VIDA

 

R' Efraim Birbojm

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