quinta-feira, 5 de setembro de 2019

RESPONSABILIDADE COLETIVA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT SHOFTIM 5779

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RESPONSABILIDADE COLETIVA - PARASHAT SHOFTIM 5779 (06 de setembro de 2019)

 
Esta é uma história fictícia, mas poderia ser real...
 
Quatro pessoas foram contratadas por uma empresa, para um importante projeto: TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM. Logo que o projeto começou, havia um importante trabalho a ser feito e TODO MUNDO tinha certeza que ALGUÉM o faria. ALGUÉM realmente poderia ter feito, mas não fez, pois era um trabalho de TODO MUNDO. TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixaria de fazê-lo. Ao final, NINGUÉM fez o trabalho, e TODO MUNDO culpou ALGUÉM por NINGUÉM ter feito o que QUALQUER UM poderia fazer.
 
Normalmente é isto o que ocorre em nossas vidas. Ao invés de nos perguntarmos "o que nós podemos fazer?", estamos sempre questionando "por que o outro não fez?". Desta maneira, muitas coisas importantes que deveriam ter sido feitas, tanto nas áreas materiais quanto nas áreas espirituais, acabam ficando pelo caminho. Portanto, não espere que os outros façam o que você mesmo pode fazer. Isto se chama responsabilidade.

Nesta semana lemos a Parashat Shoftim (literalmente "juízes"), que começa falando sobre a importância de estabelecermos tribunais de justiça, para que as leis possam ser cumpridas e a ordem possa ser mantida. E, no final da Parashat, a Torá nos ensina uma lei muito enigmática: o caso de um corpo encontrado no meio do caminho, entre várias cidades. Pelas circunstâncias, é possível perceber que a pessoa foi assassinada, porém não há como identificar quem é o assassino. Então a Torá descreve uma estranha cerimônia que deveria ser realizada. Membros do Sanhedrin (Tribunal Rabínico) mediam a distância do corpo até as cidades mais próximas. Os anciãos da cidade com a menor distância até o corpo precisavam levar uma bezerra até um vale. A bezerra era então sacrificada e os anciãos lavavam suas mãos sobre o corpo da bezerra, em uma demonstração que suas mãos estavam limpas de qualquer crime. Finalmente, os anciãos pronunciavam a seguinte declaração: "Nossas mãos não derramaram este sangue".
 
Porém, deste ensinamento surge uma questão óbvia: havia alguma chance dos anciãos da cidade, as pessoas mais distintas e elevadas espiritualmente, serem os assassinos? Certamente que não. Seria como juntar os grandes sábios da geração, homens sagrados como o Rav Chaim Kanievsky, e acusá-los de assassinato, algo que não faz absolutamente nenhum sentido! Então por que justamente as pessoas mais elevadas precisavam realizar esta cerimônia e declarar que "nossas mãos não derramaram este sangue"?
 
Rashi (França, 1040 - 1105) explica que os anciãos não eram suspeitos de terem cometido um ato de assassinato. Na realidade, o que os anciãos estavam anunciando é que a pessoa assassinada não havia sido mandada embora da cidade sem ter recebido comida e sem que fosse acompanhada no caminho. Isto quer dizer que, caso a pessoa tivesse sido desprezada na cidade e não tivesse recebido o mínimo de hospitalidade, então os anciãos teriam sido considerados os responsáveis por aquele sangue derramado.
 
Porém, a resposta de Rashi é difícil de ser entendida. Mesmo que aquela pessoa assassinada realmente tivesse sido mandada embora sem comida e sem ser acompanhada, por que justamente os anciãos seriam considerados como se tivessem derramado seu sangue? Por que não atribuir a culpa aos outros moradores da cidade, em especial as pessoas em um nível mais baixo? E por que não fazer bondades seria considerado um ato de assassinato, que é um crime hediondo?
 
Responde o Rav Simcha Zissel Ziv Broida zt"l (Lituânia, 1824 - 1898), mais conhecido como Saba MiKelem, que caso os sábios da cidade não tivessem se preocupado em dar comida e acompanhar a pessoa em sua saída da cidade, então a pessoa se sentiria fragilizada e psicologicamente abalada. Uma pessoa neste estado de espírito não encontra forças para enfrentar um agressor e salvar sua vida. Por outro lado, se os sábios da cidade tivessem feito suas obrigações, cuidando do estrangeiro com atenção e carinho, isto teria sido um incentivo e teria dado força e motivação para a pessoa lutar e vencer o assassino.
 
Isto nos ensina o quanto é importante darmos atenção às pessoas necessitadas. O termo "necessitado" normalmente é associado a alguém que não tem dinheiro. Porém, certamente aplica-se também a pessoas fragilizadas, que precisam de apoio psicológico, de um sorriso e de um pouco de atenção. As pessoas precisam se sentir queridas para terem força para vencer as dificuldades da vida. Muitas vezes isto pode significar, literalmente, a diferença entre a vida e a morte. Uma pessoa que não se sente querida não encontra forças para continuar caso se depare com grandes dificuldades na vida.
 
Já o Rav Yaacov Naiman zt"l (Bielorússia, 1909 - EUA, 2009) traz outra explicação para nos ajudar a entender as palavras de Rashi. Uma pessoa não é responsável somente pelos seus próprios atos, mas também pelos atos das outras pessoas. Isto pode ocorrer de duas formas: através de uma influência direta e através de uma influência indireta. A maneira direta é quando influenciamos os outros com os nossos atos. Por exemplo, uma pessoa pode se esforçar e se tornar um exemplo de boa conduta e um modelo de comportamento para as outras pessoas. Assim, de forma direta, ela estará influenciando os outros a terem um comportamento mais adequado. Comportamentos exemplares geram um enorme impacto positivo sobre todos os que estão em volta. Porém, ao contrário, quando uma pessoa não se comporta da maneira correta, acaba se tornando um mau exemplo e pessoas podem acabar se comportando de maneira inadequada por aprenderem com seus maus atos.
 
Esta influência também pode ocorrer de uma maneira indireta, através dos méritos espirituais que nossos atos despertam sobre todo o povo judeu. Nossos sábios explicam que todo o povo judeu está espiritualmente conectado e, por isso, cada ato que nós fazemos acaba influenciando indiretamente todo o povo. Mas como funciona esta "conexão espiritual" e até onde chega a nossa responsabilidade com os outros judeus?
 
Explica o Rav Israel Salanter zt"l (Lituânia, 1810 - Prússia, 1883) que a principal responsabilidade recai sobre o "topo espiritual" do povo judeu, isto é, as pessoas mais elevadas. Se o "topo espiritual" do povo judeu for composto por pessoas muito elevadas, separadas das vanidades do mundo material, que se sentam nos centros de estudo de Torá e se ocupam apenas com o serviço a D'us em um nível espiritual elevado, mesmo que sejam apenas poucos indivíduos, então automaticamente as pessoas que estão em um nível mais baixo são espiritualmente influenciadas de forma positiva e também acabam se elevando. Desta maneira, mesmo as pessoas mais afastadas acabam tendo o mérito de receber "fagulhas" de espiritualidade. Porém, se o "topo espiritual" do povo judeu for composto por pessoas menos elevadas, que não se esforçaram para chegar ao máximo potencial, então a influência deles sobre o resto do povo vai progressivamente diminuindo, até que, quando chega nas pessoas mais afastadas, já não sobrou nenhuma "fagulha" de espiritualidade para ajudá-las.
 
Por isso, o que Rashi está afirmando é que se os anciãos da cidade, o "topo espiritual" do povo judeu, tivessem mandado a pessoa embora sem comida e sem acompanhamento, isto teria sido considerado um "auxílio" para que o assassinato ocorresse, pois a falta de atos de bondade básicos demonstra que eles não se importavam de verdade com as outras pessoas, e foi isso que deu força para que uma pessoa de natureza rude, que estava vagando sem rumo pelos caminhos, se tornasse um assassino. Se não há amor pelo próximo em um nível máximo no coração daqueles que são o "topo espiritual" do povo judeu, então quando chega nas pessoas que estão nos níveis mais baixos, já não sobrou absolutamente nada que possa ser uma boa influência espiritual em seus corações. Isto possibilita que uma pessoa espiritualmente baixa chegue a um nível de desprezo tão grande pela vida do próximo a ponto de matá-lo. Porém, se os anciãos da cidade estivessem em um nível muito elevado de amor pelas criaturas, não permitindo que uma pessoa passasse pela sua cidade sem receber a hospitalidade adequada, através de alimento e companhia, então pelo menos uma "fagulha" deste amor restaria para entrar no coração daquela pessoa rude, impedindo que ela cometesse um assassinato.
 
Este ensinamento da Parashat nossa obriga a refletirmos sobre a nossa responsabilidade na vida, não apenas com a nossa própria espiritualidade, mas também com a espiritualidade de todo o povo. Pode ser que não estamos no "topo espiritual" do povo, mas certamente fazemos parte da "linha de transmissão" de espiritualidade. Cada tragédia que escutamos deve ser seguida de uma profunda reflexão. Cada notícia da triste sobre os terríveis índices de assimilação do povo judeu deve ser entendida como parte da nossa responsabilidade. Talvez, se estivéssemos em um nível espiritual mais elevado, isto teria elevado o nível de todo o povo judeu e teria impedido, ou ao menos diminuído, tantos casos de assimilação. Certamente cada bom ato que fazemos tem uma influência positiva sobre todo o povo judeu. Portanto, é nossa responsabilidade tentar nos fortalecermos. Pela nossa situação espiritual em particular, e pela situação do povo judeu como um todo.
 

"QUE SEJAMOS INSCRITO NO LIVRO DA VIDA"
 
SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm     

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sexta-feira, 30 de agosto de 2019

APROXIMANDO OS QUE ESTÃO DISTANTES - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT REÊ 5779

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APROXIMANDO OS QUE ESTÃO DISTANTES - PARASHAT REÊ 5779 (30 de agosto de 2019)

 
Chana Freund era uma moça judia religiosa que estava em Israel passeado durante as férias de verão. Certo dia, quando ela estava em um ônibus no centro de Jerusalém, escutou duas mulheres religiosas conversando atrás dela. Como falavam em voz alta, Chana não pôde deixar de ouvir a conversa. Uma delas contava, em tom de queixa, que uma família não religiosa havia se mudado para o seu prédio. Ela considerava isto uma afronta! Como seria conviver com pessoas cujos valores, modos e aparências eram tão diferentes? Que desagradável seria viver com pessoas que, sem dúvida, olhavam para os religiosos com hostilidade e desprezo! A mulher estava claramente chateada e preocupada que a presença daquela família não religiosa poderia ameaçar o estilo de vida de sua família.
 
Chana não tinha muita experiência com este tipo de situação, mas já tinha trabalhado como voluntária em um projeto cujo objetivo era ensinar os fundamentos do judaísmo para crianças de famílias afastadas do judaísmo. Mesmo sendo muito envergonhada, ela tomou coragem, virou-se para a mulher que estava chateada e disse:
 
 - Desculpe a minha intromissão. Meu nome é Chana Freund, eu sou americana, moro no Brooklin, e estou aqui apenas de férias. Mas não pude deixar de escutar o quanto você está chateada com esta situação dos seus novos vizinhos não religiosos. Gostaria de lhe dizer que talvez eles se comportem desta maneira porque nunca foram apresentados a um modo diferente de vida. Muito provavelmente eles nem conhecem a beleza das Mitzvót da Torá. Talvez, se você mostrasse a eles com carinho, tudo seria diferente...
 
 - Moça, desculpe, mas você é muito jovem e ingênua - a mulher a interrompeu no meio da frase - você não tem ideia de quão profundo é o ódio entre os religiosos e os não religiosos. Eles certamente desprezariam qualquer convite meu. Além disso, eu não sei explicar as Mitzvót para as pessoas. Certamente não sou a pessoa certa.
 
Chana não se abalou com a resposta da mulher. Ela contou uma história, em nome do grande rabino Chafetz Chaim, que incentivava qualquer pessoa, mesmo aquelas que não eram "especialistas", a se ocupar com a sagrada missão de aproximar da Torá os judeus mais afastados. As mulheres escutaram a história, agradeceram e desceram do ônibus. Chana começou a se questionar se havia feito a coisa certa. Será que ela tinha sido muito intrometida?
 
Meses se passaram. Certa noite, pouco depois da Festa de Sucót, Chana atendeu o telefone. Era uma mulher, com sotaque israelense, procurando por ela. A mulher então falou:
 
- Meu nome é Sara Klapchuk. Sou de Jerusalém. Não sei se você vai se lembrar de mim, mas nos encontramos em um ônibus e tivemos uma conversa sobre vizinhos não religiosos. Como lembrei que você disse que morava no Brooklyn, consegui uma lista telefônica e tentei ligar para todos os números associados ao sobrenome "Freund", até que finalmente consegui te encontrar. Queria muito te agradecer e te dar boas notícias. No momento em que conversamos, dentro do ônibus, eu não gostei do que você me disse. Porém, mais tarde, quando cheguei em casa, refleti e cheguei à conclusão de que você estava certa e decidi tentar. Eu convidei a família não religiosa para vir jantar conosco no Shabat. No começo percebi que eles ficaram receosos, mas acabaram aceitando. A experiência foi muito agradável para todos. Desde então, eles já voltaram várias vezes no Shabat. No final, eles também já kasherizaram a casa e colocaram seus filhos em uma escola religiosa. A família está crescendo em Torá e Mitzvót, e tudo isto é mérito seu. Por isso, queria muito te agradecer."
 
Chana não tinha feito nada de especial, apenas teve a coragem de se preocupar com os judeus que estavam afastados da Torá. E sua coragem foi contagiante. Podemos imaginar os méritos de Chana e de Sara Klapchuk pela transformação espiritual dos vizinhos? E podemos imaginar os méritos dos vizinhos, pela coragem que demonstraram ao mudar suas vidas? Precisamos apenas começar, e D'us nos enviará a ajuda necessária. O resultado é Dele, mas o esforço é nosso.

Nesta semana lemos a Parashat Reê (literalmente "Veja"), que continua com os discursos finais de Moshé Rabeinu diante do povo judeu. Moshé estava especialmente preocupado com um povo que estava na iminência de sua entrada na Terra de Israel, após 40 anos completamente imerso em santidade, isolado do resto do mundo. Como seria o contato com outros povos, pessoas idólatras e de comportamento moral questionável? Moshé queria preparar os judeus, para que soubessem lidar com todos os tipos de influências negativas e não permitissem que estas influências os desviassem do caminho correto.

Entre os muitos assuntos ressaltados por Moshé está a advertência em relação àquele que tenta persuadir seus companheiros judeus a abandonarem a Emuná (fé) em D'us e se voltarem para a adoração de ídolos. A Torá prevê inclusive a situação na qual uma pessoa pressiona os membros de sua própria família, em um esforço para levá-los a servir outros deuses. A Torá ainda levanta o risco de pessoas conseguirem "contaminar" uma cidade inteira e convencer seus habitantes a se tornarem idólatras.
 
De fato, sabemos que muitas vezes a fonte mais forte de pressão negativa em relação à nossa espiritualidade vem justamente dos próprios membros da família. Quando uma pessoa decide elevar seus padrões de observância da Torá, alguns parentes podem desaprovar suas mudanças de estilo de vida e, por isso, tentam dissuadi-lo de embarcar nessa estrada de crescimento espiritual. A situação é ainda mais difícil nas casas de "Baalei Teshuvá" (pessoas não religiosas que começaram a seguir os caminhos da Torá), onde verdadeiras guerras acabam ocorrendo entre os familiares. As pessoas que fizeram Teshuvá muitas vezes são rotuladas pelos familiares como "extremistas" e "pessoas de cabeça fraca, que se submeteram a uma lavagem cerebral". Portanto, a "torcida contra" dos familiares próximos é uma das maiores dificuldades para o crescimento espiritual, conforme Moshé já havia advertido o povo.
 
Percebemos que a Torá trata esta tentativa de desviar alguém do caminho correto de uma maneira bastante severa, condenando à pena de morte aqueles que tentam convencer outros a adorarem ídolos. Ao formular esta lei, a Torá explica porque tal indivíduo é tratado com tanta severidade: "Pois ele tentou atrair você para longe de Hashem, teu D'us" (Devarim 13:11). Mais do que apenas transgredir e desrespeitar as leis Divinas, esta pessoa também influenciou outras pessoas a transgredirem, e isto é muito grave. Mesmo que os portões do arrependimento estão sempre abertos para aqueles que tropeçam e se desviam do caminho, aquele que leva outros aos caminhos da transgressão é julgado de forma mais rigorosa, como está escrito: "Todo aquele que causa com que muitos se desviem do caminho correto não recebem nenhum tipo de ajuda Celestial para que possam se arrepender de seus maus atos". (Pirkei Avót 5:18). 
 
Porém, há algo que chama a atenção na linguagem do versículo. Não está escrito que a pena de morte se aplicava a alguém que havia causado com que outra pessoa servisse outros deuses, e sim que se aplicava a alguém que havia tentado causar este afastamento entre a pessoa e D'us. Isto significa que a pessoa já era considerada merecedora da pena de morte apenas pela "tentativa", mesmo que seus esforços não fossem bem-sucedidos e as pessoas permanecessem firmemente comprometidas com D'us e com a Torá. A mera tentativa de levar outros judeus para longe da Torá já é, por si só, um ato condenável e uma gravíssima transgressão.
 
O Rav Simcha Zissel Ziv zt"l (Lituânia, 1824 - 1898), mais conhecido como Saba MiKelem, observa que a misericórdia de D'us é muito maior do que o Seu julgamento estrito. Portanto, se a Torá atribui um castigo tão rigoroso à simples tentativa, bem sucedida ou não, de desviar outras pessoas do caminho correto e afastá-los de D'us, então certamente muito maior será a recompensa guardada para aqueles que se esforçam para aproximar os outros da observância da Torá.  Quer sejamos ou não bem-sucedidos, há um grande valor em apenas nos esforçarmos, iniciando qualquer tipo de tentativa sincera de trazer nossos companheiros judeus a padrões espirituais mais elevados. Certamente, se formos bem-sucedidos e fizermos com que outros judeus se aproximem da Torá, mesmo que seja apenas em algumas poucas áreas, não podemos sequer imaginar a recompensa que receberemos. Mas, independentemente disso, nosso trabalho é tentar, fazer a nossa parte, como ensinam nossos sábios: "Não está sobre você a responsabilidade de acabar todo o trabalho. mas você também não está isento de participar dele" (Pirkei Avót 2:16). Isto significa que D'us não cobrará de nós o resultado, mas sim cobrará de nós o esforço e, no mínimo, a preocupação com os outros judeus.
 
Explica o Rav Eli Mansour que certamente a Mitzvá de trazer de volta ao caminho correto pessoas que estão afastadas é uma das mais importantes em nossa geração. Infelizmente atingimos nos nossos dias altíssimos índices de assimilação e abandono dos ensinamentos da Torá. Não é necessário ser um rabino treinado ou um profissional para cumprir esta Mitzvá, é necessário apenas coração, a preocupação com o próximo, conforme ensinam os nossos sábios: "No lugar onde não há pessoas (que façam o que é necessário fazer), seja a pessoa" (Pirkei Avót 2:5). Esta é um Mitzvá que se aplica a todos. Cada um de nós, utilizando suas forças específicas, pode alcançar este objetivo. A grande maioria das pessoas afastadas nunca teve ao menos a oportunidade de conhecer o que é uma vida de Torá e Mitzvót e, por isso, cada pequena tentativa é valiosa. É verdade que os resultados estão apenas nas mãos de D'us, mas cabe a nós ao menos fazer o esforço.
 

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R' Efraim Birbojm

 
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