sexta-feira, 31 de outubro de 2014

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ LECH LECHÁ 5775

BS"D

TORCIDA CONTRA - PARASHÁ LECH LECHÁ 5775 (31 de outubro de 2014)

"Certa vez organizaram uma corrida de sapinhos, cujo objetivo era atingir o alto de uma grande torre. Havia no local uma multidão assistindo, vibrando e torcendo pelos sapos. Quando começou a competição, todos perceberam que seria muito difícil alcançar o alto da torre, pois era uma enorme subida. Os torcedores, ao invés de incentivar, começaram a dizer em voz alta: "Que pena, acho que eles não vão conseguir". Infelizmente os sapinhos iam vendo o quanto era difícil chegar lá em cima e começavam a desistir, um por um.

Havia um grupo que ainda persistia e continuava subindo, tentando alcançar o topo. Mas a multidão continuava gritando: "Uau, é muito difícil. Que pena que eles não vão conseguir". E mesmo neste grupo de sapinhos mais fortes muitos começaram a desistir.

Porém, havia um sapinho que, apesar da "torcida contra", continuava firme em sua subida. Embora cansado, ele não desistia. Mesmo que todos gritavam "ele não vai conseguir", ele juntava forças e, quando parecia impossível, conseguia vencer mais uma etapa. Assim, aos poucos, com perseverança, ele foi superando as dificuldades até que conseguiu completar a corrida. Ele havia alcançado o topo, havia chegado ao seu objetivo. Todos os outros sapos haviam desistido, menos ele.
 
Perguntaram aos outros sapos porque eles haviam desistido, e eles responderam que ao escutar a multidão gritando "eles não vão conseguir", acabavam desanimando até desistir. A curiosidade tomou conta de todos. Queriam  saber o que tinha acontecido como aquele sapo que havia vencido. Como ele havia superado as dificuldades? Como havia vencido o "ele não vai conseguir" da multidão? Quando foram perguntar ao sapinho, descobriram que  ele era surdo..."

Muitas vezes na vida decidimos crescer espiritualmente, alcançar níveis mais altos, mas às vezes as pessoas em volta nos desanimam e nos desencorajam. Precisamos ter a força de vencer nossas "dificuldades sociais" e aprender a ignorar aqueles que nos empurram para baixo, não deixando que eles abalem nosso crescimento.

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Nesta semana lemos a Parashá Lech Lechá, que começa a descrever alguns dos 10 grandes testes pelos quais Avraham Avinu passou durante sua vida. O primeiro teste que a Parashá traz é o de "Lech Lechá" (literalmente "vá para você"), quando D'us ordenou a Avraham abandonar sua casa, sua família e seus amigos e ir para uma terra estranha e incerta, sem saber que dificuldades o esperariam.

Porém, de acordo com Rashi (França, 1040 - 1105), comentarista da Torá, este não foi o primeiro teste de Avraham. Antes de ser comandado a ir embora de casa, Avraham desafiou sua geração de idólatras ao revelar a todos que acreditava em um D'us único. As declarações de Avraham chegaram aos ouvidos de Nimrod, o governante supremo da época, que também era um grande idólatra. Nimrod tentou convencê-lo, primeiro com palavras e depois com ameaças, a abandonar sua crença em um D'us único e a voltar para a idolatria. Apesar da grande dificuldade, Avraham conseguiu vencer seu primeiro teste e continuou firme em suas convicções, mesmo quando Nimrod ameaçou jogá-lo em uma fornalha. Avraham enfrentou Nimrod sem medo, e D'us o salvou do fogo com um grande milagre aberto.

Aparentemente o primeiro teste de Avraham, de estar disposto a ser atirado em uma fornalha para não ceder às pressões de voltar para a idolatria, é um teste muito maior do que o teste de "Lech Lechá". Porém, nossos sábios afirmam que os testes de Avraham foram crescendo em dificuldade. Em que aspecto o teste de ir embora de casa pode ter sido maior do que o teste de ser atirado vivo em uma fornalha?

Em primeiro lugar, quando Avraham foi jogado na fornalha, ele passou por um grande teste de Emuná (fé), pois confiou em D'us mesmo quando tudo parecia perdido, mesmo quando parecia não haver mais salvação. Mas em Lech Lechá Avraham também foi testado em sua Emuná, pois D'us queria que ele saísse de sua casa e fosse para uma terra estranha. De onde viria seu sustento neste novo lugar? Quem seriam seus novos vizinhos? Como ele seria recebido? Estava indo para uma ilha paradisíaca ou para um deserto inóspito? Muitos questionamentos e nenhuma resposta. Mesmo assim Avraham teve a força e a coragem de cumprir a vontade de D'us.

Mas fora a Emuná, o teste de "Lech Lechá" ainda trazia dificuldades sentimentais e psicológicas. Avraham teve que juntar forças para abandonar sua família e seus amigos, as pessoas mais queridas de sua vida. Não era uma despedida de poucos dias ou meses, mas uma despedida que provavelmente seria para toda a vida. Além disso, ir embora de casa significava sair da sua "zona de conforto", trocar um lugar onde as coisas eram mais fáceis e cômodas por uma grande incerteza.

Por último, o teste de "Lech Lechá" também tinha um forte componente social, e aqui talvez estava uma das maiores dificuldades encontradas por Avraham. Quando uma pessoa é ameaçada de morte por causa de suas convicções, ela consegue encontrar forças para colocar sua vida em perigo, pois sabe que as pessoas valorizam aqueles que dão a vida por suas crenças. Estas pessoas são vistas como mártires, e se tornam exemplos e fontes de inspiração para os outros. Foi isso o que aconteceu no teste da fornalha, Avraham estava disposto a dar sua vida pela sua convicção da existência de um único D'us, e isto era um motivo de orgulho. Porém, ao contrário, no teste de "Lech Lechá" Avraham foi submetido a uma grande humilhação pública. Por que?

Todos nós conhecemos pessoas que decidiram mudar de cidade ou até mesmo de país. E há diferentes motivos que podem justificar este tipo de decisão, que envolve muitos esforços, dificuldades e novos desafios. A mudança pode vir por uma vontade de se juntar à família que vive em outro lugar, pode ser por causa de uma boa proposta de emprego ou até mesmo para buscar melhores condições de vida e novas oportunidades. Quando escutamos que algum conhecido está se mudando de cidade ou de país, sempre nos interessamos em saber qual foi o motivo que o levou a tomar esta decisão.

Mas imagine uma pessoa que, de um dia para o outro, começa a dar indícios de que está se preparando para se mudar. Sem dar muitas satisfações, a pessoa começa a empacotar suas coisas e coloca a casa e o carro à venda. Os vizinhos então perguntam para onde ela pretende ir, mas ela não sabe responder. Os parentes questionam se há alguma razão que justifique a mudança, mas não recebem nenhuma resposta convincente. Esta pessoa não seria ridicularizada por todos? Os parentes e vizinhos não passariam a desconfiar que esta pessoa sofre de algum tipo de instabilidade psicológica?

Explica o Rav Itzchak Zilberstein que com este conceito podemos entender um pouco melhor a dificuldade social do teste de "Lech Lechá". Quando D'us comandou Avraham a abandonar sua casa, não disse para onde ele iria, nem qual o motivo da viagem, apenas falou "Vá para você... para a terra que Eu te mostrarei" (Bereshit 12:1). Certamente os vizinhos e parentes devem ter zombado de Avraham. Ele provavelmente virou o grande assunto das fofocas de sua cidade. Quando Avraham passava pelas ruas, as pessoas deviam cochichar e apontar para ele. Ele poderia ter desistido por causa da vergonha, pelas más influências sociais, mas ele teve a coragem de enfrentar seus sentimentos internos contraditórios e cumpriu a vontade de D'us.

Ensinam nossos sábios que, de certa maneira, cada pessoa também passa em sua vida pelos mesmos testes que Avraham Avinu passou. Porém, também recebemos de Avraham a força espiritual para conseguir superá-los. Por isso é importante perceber onde estes testes ocorrem, para buscarmos a força necessária para vencê-los. "Lech Lechá" em geral é um teste pelo qual todos aqueles que fazem Teshuvá (pessoas afastadas do judaísmo que retornam ao cumprimento da Torá e das Mitzvót) passam em algum momento da vida. A Teshuvá começa com o componente da Emuná, pois precisamos confiar em D'us para conseguir mudar hábitos enraizados há tantos anos. Além disso, a Teshuvá também envolve o componente psicológico, pois nos obriga a sair da nossa "zona de conforto", a nem sempre fazer o que é gostoso, e sim o que é correto. E finalmente a Teshuvá é um enorme teste social, pois o Baal Teshuvá nem sempre é compreendido pelos amigos e familiares, e muitas vezes ainda não tem ferramentas para conseguir explicar os motivos de sua mudança. Muitos sofrem com a resistência de parentes e amigos em aceitar suas novas convicções.

Temos que saber que realmente não é um teste fácil. Para cada um a dificuldade social pode surgir em uma área diferente. Para alguns, a dificuldade é começar a aparecer em público usando uma Kipá. Para outros, a dificuldade é começar a usar uma saia ou uma blusa menos decotada, em uma sociedade onde "quanto mais se mostra do corpo, melhor". Alguns sentem dificuldade em assumir aos amigos e parentes que estão cumprindo Shabat ou que estão comendo apenas comida Kasher, com medo de serem tachados de "extremistas". Não é um teste fácil, pois nos importamos muito com o que os outros estão pensando sobre nós. Sempre há aquele parente ou amigo que gosta de fazer uma piada e nos questionar de forma provocadora, com deboches.

Por isso é tão importante entender os testes que Avraham Avinu passou. Nestes momentos, quando percebemos que estamos passando por testes semelhantes, devemos nos lembrar da força que herdamos de Avraham, do nosso potencial espiritual, para não deixar que esta "torcida contra" nos derrube. É importante nos preocuparmos com o que as outras pessoas pensam sobre nós, mas é mais importante ainda nos preocuparmos com o que D'us pensa sobre nós. Assim encontraremos a força necessária para vencer todos os obstáculos e alcançar nosso verdadeiro objetivo: fazer o que é o correto.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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