sexta-feira, 7 de março de 2014

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ VAYIKRÁ 5774

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SER GRANDE PARA SER HUMILDE - PARASHÁ VAYIKRÁ 5774 (07 de março de 2014)

“O Rav Moshe Feinstein (Bielorússia, 1895 - EUA, 1986), um dos maiores sábios da geração passada, era procurado por pessoas que traziam as mais diversas questões haláchicas (da lei judaica). Certa vez, na véspera de Shabat, uma senhora idosa telefonou para o seu escritório. Como o Rav Moshe Feinstein estava extremamente ocupado naquele dia, ele deixou uma secretária atendendo os telefonemas. A secretária informou para a senhora que o Rav Moshe Feinstein não podia falar naquele momento e perguntou se podia ajudá-la. A senhora respondeu que estava ligando para o rabino para saber o horário de acendimento das velas de Shabat naquela semana. A secretária olhou no calendário, informou o horário e, sem esconder a irritação, falou:

- Desculpe me intrometer, minha senhora, mas o Rav Moshe Feinstein é um dos maiores rabinos da geração. Ele é um homem extremamente ocupado com questões grandes e importantes. Qualquer calendário tem as datas de acendimento das velas de Shabat. Por isso, acho que você não precisa ligar para ele apenas para perguntar isso.

- Sinceramente, não entendo o que você está me dizendo - disse calmamente a senhora idosa – pois não sei nada sobre calendários. O que eu sei é que há 20 anos eu ligo toda véspera de Shabat para o rabino para saber o horário de acendimento das velas, e ele sempre é muito gentil comigo e me informa o horário. Ele nunca me falou nada sobre calendários...”

Uma das características mais marcantes de gigantes de Torá como o Rav Moshe Feinstein é a extrema humildade que eles desenvolvem na vida. A humildade que, na verdade, é a maior demonstração da real grandeza deles.

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Nesta semana começamos o terceiro livro da Torá, Vayikrá, que descreve muitos dos serviços que eram realizados no Mishkan, em especial os Korbanót (sacrifícios). E a Parashá desta semana, Vayikrá, começa com as seguintes palavras: “E chamou Moshé, e disse D’us para ele” (Vayikrá 1:1). Mas por que o versículo não começou com “E disse D’us para Moshé”, como está escrito em toda a Torá?

Responde o Midrash (parte da Torá Oral) que a Torá quer ressaltar que, apesar de Moshé ter 10 nomes, D’us fez questão de chamá-lo pelo nome “Moshé”, pois foi o nome que Batia, a filha do Faraó, deu para ele, como está escrito: “Ela [Batia] chamou seu nome de Moshé” (Shemot 2:10). Mas o que significa este ensinamento do Midrash? Por que o nome dado por Batia tinha mais importância para D’us do que os nomes dados pelos próprios pais de Moshé, Amram e Yocheved?

Explica o Rav Avraham Shmuel Binyamin Sofer (Hungria, 1815 - 1871), mais conhecido como Ktav Sofer, que a resposta está em um interessante ensinamento dos nossos sábios. Diz o Talmud (Nedarim 38a), em nome do Rav Iochanan: “D’us não repousa Sua Presença a não ser sobre alguém que é valente, sábio, rico e humilde, e todas estas [características] aprendemos de Moshé”. Mas estas palavras do Talmud parecem estranhas, pois qual é a importância aos olhos de D’us de alguém ser rico ou valente? E por que o Talmud junta riqueza, sabedoria e valentia, características que normalmente levam a pessoa ao orgulho, com a característica da humildade, o extremo oposto do orgulho?

A humildade é uma característica fundamental para que uma pessoa possa alcançar altos níveis espirituais, como ensinam nossos sábios: “Aos olhos de D’us, é mais importante a humildade do que todos os Korbanót”. Esta era uma característica muito proeminente em Moshé, como está escrito: “E o homem Moshé era muito humilde, mais do que qualquer outro homem na face da Terra” (Bamidbar 12:3). Explica o Midrash que isto significa que Moshé chegou a um nível de humildade ainda maior do que o dos nossos patriarcas, Avraham, Itzchak e Yaacov. E foi justamente o fato de Moshé ter atingido um nível de humildade maior do que qualquer outra pessoa que fez com que ele atingisse níveis de profecia também nunca alcançados por nenhum outro ser humano. Porém, a própria Torá ressalta que nossos patriarcas chegaram à excelência na característica de humildade. Por exemplo, a Torá registra que Avraham afirmou diante de D’us: “Eu sou apenas pó e cinzas” (Bereshit 18:27). Se fosse uma falsa modéstia de Avraham, certamente D’us não teria escrito isto na Torá para a eternidade. Será que Moshé conseguiu chegar a um nível de humildade ainda maior do que este?

A resposta é que há dois tipos de pessoas humildes, que aparentemente apresentam a mesma característica, mas que na realidade estão em níveis espirituais completamente diferentes. O primeiro tipo de humildade é encontrado nas pessoas que se tornaram humildes por força das circunstâncias. Por exemplo, uma pessoa que nasceu muito pobre, que está à beira do esgotamento ou que está passando por terríveis sofrimentos, acaba se tornando naturalmente uma pessoa mais rebaixada e submissa. Alguém que desde a juventude passou por privações e dificuldades tem um corações mais “quebrado”, e por isso automaticamente naturaliza sua humildade. Pessoas assim, mesmo se um dia enriquecem, dificilmente se tornam pessoas orgulhosas, pois a humildade já se tornou parte de suas naturezas.

Porém, esta não é a característica de humildade completa que D’us deseja. A humildade completa é aquela atingida através da conquista das nossas más inclinações. O exemplo da humildade completa vem de pessoas ricas, que também foram coroadas com sabedoria e valentia, e por isso tinham todos os motivos para sentirem orgulho, mas conseguiram vencer sua má-inclinação e se tornaram pessoas humildes e simples. Estes são aqueles que atingiram um alto grau de humildade, e sobre quem D’us escolheu repousar a Sua presença. É por isso que o Talmud juntou as características de sabedoria, riqueza e valentia, que normalmente causam orgulho, com a característica de humildade, para nos ensinar que a humildade verdadeira vem daqueles que tinham tudo para serem orgulhosos, mas conseguiram vencer suas más inclinações.

Esta é a diferença entre a humildade dos patriarcas e a de Moshé. É verdade que os patriarcas chegaram à excelência na característica de humildade, mas depois de uma vida muito difícil e sofrida. Todos eles passaram por grandes testes, foram perseguidos e tiveram suas vidas ameaçadas. Já o passado de Moshé foi completamente diferente. Ele foi criado como um príncipe, dentro do palácio do Faraó. Ele não passou pelos duros sofrimentos da escravidão, e mesmo quando precisou fugir do Egito para salvar sua vida, chegou à terra de Kush e lá foi coroado como rei por muitos anos. Portanto, a humildade dos patriarcas era algo que já fazia parte de suas naturezas, por causa das dificuldades pelas quais eles haviam passado na vida, enquanto Moshé, ao contrário, teve que lutar muito para vencer sua má-inclinação e conseguir chegar à humildade. Ele era sábio, rico e valente, e mesmo assim conseguiu ser humilde, e é por isso que o Midrash ressalta que o nível de humildade de Moshé era maior até mesmo que o dos patriarcas. Também é por este motivo que D’us, entre tantos nomes, escolheu chamá-lo de “Moshé”, o nome dado por Batia, a filha do Faraó, pois este nome lembrava o passado majestoso de Moshé, era o nome pelo qual ele era chamado no palácio, e isto valorizava ainda mais a sua humildade.

Deste pequeno detalhe do início da nossa Parashá ficam dois importantes ensinamentos para nossas vidas. Em primeiro lugar, aprendemos a importância aos olhos de D’us da nossa humildade. De todas as boas características de Moshé, a humildade é a única que a Torá menciona, e repetidas vezes. Até a escolha do nome pelo qual D’us chamou Moshé foi feita de forma a ressaltar sua incrível humildade. E em segundo lugar, aprendemos que as dificuldades são, na verdade, potenciais de crescimento. Justamente nas áreas mais difíceis estão as maiores oportunidades de alcançarmos altos níveis espirituais. Pois assim ensinam os nossos sábios: “De acordo com a dificuldade, assim é a recompensa” (Pirkei Avót 5:26). Portanto, ao invés de desanimar diante das dificuldades, ao invés de reclamar dos obstáculos que surgem no caminho, devemos nos esforçar um pouco mais, pois justamente lá está a chave do nosso sucesso.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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