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COFRE CHEIO NÃO FAZ BARULHO - PARASHÁ TETZAVÊ 5771 (11 de fevereiro de 2011)
"O rabino Isroel Meir HaCohen, mais conhecido como Chafetz Chaim, estava viajando com outro famoso rabino em uma importante missão. No caminho os dois pararam em uma estalagem, cuja dona era uma mulher judia temente a D'us, para fazer uma refeição. Os dois rabinos foram acomodados à mesa e tratados com todas as honras.
Após terminarem a refeição, a proprietária foi até a mesa perguntar se eles tinham apreciado a comida. O Chafetz Chaim sorriu educadamente, agradeceu e respondeu que a comida estava muito saborosa. O outro rabino também agradeceu a boa comida, mas acrescentou que a sopa estava sem sal. Quando a proprietária se afastou, o Chafetz Chaim voltou-se para seu acompanhante e, numa voz angustiada, declarou:
- Inacreditável! Durante toda a minha vida tenho evitado falar ou ouvir Lashon Hará (calúnias e maledicências), e agora sou colocado numa situação em que fui obrigado a ouvir você falar Lashon Hará! Arrependo-me profundamente do meu envolvimento nesta missão.
O outro rabino ficou aborrecido com a reação do Chafetz Chaim. Para ele, parecia ser uma observação tão inocente. O Chafetz Chaim começou a explicar-se:
- Você não entende o poder que as palavras possuem. Apenas veja a reação em cadeia que as suas palavras desencadearão. A dona da estalagem provavelmente contrata alguma pobre mulher para cozinhar, talvez seja uma viúva que depende do trabalho para viver. Por causa do seu comentário impensado, a empregada será repreendida por não ter colocado sal suficiente na comida. Ela tentará defender-se dizendo que colocou sal o bastante, o que será uma mentira. Então a patroa a acusará de mentir, pois certamente colocará a sua palavra acima da palavra dela. Isso levará a uma discussão e a proprietária, irritada, despedirá a pobre mulher, que então não terá mais como sustentar a família.
- Veja quantos pecados foram causados por uma observação desastrosa! – continuou o Chafetz Chaim - Você falou Lashon Hará e fez com que eu escutasse; a dona da estalagem repetiu o Lashon Hará; a pobre cozinheira foi obrigada a dizer uma mentira; a patroa causou sofrimento à pobre mulher; suas palavras provocaram uma discussão. Todas estas são graves violações da Torá!
O rabino continuou achando as palavras do Chafetz Chaim um exagero. Então o Chafetz Chaim levantou-se da cadeira, ainda agitado, e puxou o outro rabino até a cozinha. Lá, depararam com um quadro triste: a proprietária estava de pé perante uma senhora idosa, dando-lhe uma grande bronca. A pobre senhora tinha lágrimas correndo pelo rosto. O rabino, abalado, correu para a cozinheira e pediu-lhe perdão por toda a dor que tinha causado. Voltou-se então à proprietária e implorou que ela mantivesse o emprego da senhora. Ele jamais havia pensado que aquilo seria levado tão a sério.
A partir daquele dia ele adquiriu um novo respeito pelo grande poder das palavras"
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A Parashá desta semana, Tetzavê, se alonga nos detalhes das roupas utilizadas pelo Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) durante os serviços no Templo. No total eram 8 roupas que ele vestia, entre elas uma túnica chamada "Meil", como descrevem os seguintes versículos: "E você fará o Meil do Efod totalmente de lã azul celeste... E você deve fazer em sua bainha romãs de lã turquesa, roxa e escarlate, por toda a volta da bainha, e sinos de ouro entre elas, por toda a volta... E Aaron deve estar vestido com ele quando fizer o serviço religioso, para que seu som seja escutado quando ele entra no Santuário diante de Hashem e quando ele sai, para que ele não morra" (Shemot 28:31,33,35). Mas destes versículos surgem algumas dúvidas. Por que o Meil tinha que ser justamente da cor azul celeste? Além disso, se havia sinos e romãs alternados na bainha do Meil, por que o versículo diz que havia um sino entre duas romãs e não o contrário, uma romã entre dois sinos? E finalmente, por que se não houvesse os sinos e as romãs o versículo diz que o Cohen Gadol morreria?
Explicam os nossos sábios que cada uma das roupas do Cohen Gadol também tinha a função de expiar algum pecado específico do povo judeu. Qual era o pecado que o Meil expiava? O Lashon Hará, o ato de denegrir, caluniar e causar danos a outra pessoa através do uso incorreto da fala. A cor azul celeste do Meil lembrava a cor do mar. Da mesma forma que D'us colocou limites para o mar, para que ele não avance sobre a terra e cause destruição, assim também D'us nos colocou dois limitadores para que a nossa língua não cause destruição: os dentes e os lábios. Pois a melhor maneira de evitar o Lashon Hará é fechando a boca. A maioria das vezes que falamos Lashon Hará sobre outras pessoas é justamente nos momentos que não temos nada para falar. Ao invés de ficarmos quietos, acabamos falando o que não devemos. Se prestarmos atenção ao texto do Vidui, a confissão dos nossos pecados que fazemos em Yom Kipur, perceberemos que 25% dos nossos pedidos de perdão são por erros causados pelo mau uso da fala.
Ensina o Alshich, comentarista da Torá, que um sino é composto por uma lingüeta que se movimenta dentro do corpo do sino e faz barulho, como a língua, que se movimenta dentro da boca e permite a nossa fala. As romãs feitas de lã, ao contrário, não produzem absolutamente nenhum som, são como uma boca fechada, em silêncio. O versículo então está nos ensinando algo muito interessante: se estivesse escrito que há uma romã entre dois sinos, aprenderíamos que para cada tempo em silêncio que passamos é preciso o dobro de tempo falando. Mas está escrito justamente o contrário, um sino entre duas romãs, para nos ensinar que nosso silêncio deve ser o dobro das nossas palavras, como nos ensina o Pirkei Avót (Ética dos Patriarcas): "Se as palavras valem prata, o silêncio vale ouro".
O que significa o último versículo "E Aron deve estar vestido com ele (o Meil) quando fizer o serviço religioso, para que seu som seja escutado quando ele entra no Santuário diante de Hashem"? Que quando utilizamos o poder da nossa fala para ajudar aos outros e não para prejudicar, então as nossas rezas chegam até D'us, são escutadas e recebidas de bom grado. Mas ao contrário, a pessoa que não cuida de sua boca e a utiliza para ofender, magoar ou caluniar o próximo, a impurifica. No momento em que esta pessoa rezar, suas palavras não serão escutadas por D'us e não entrarão no Seu Santuário.
Finalmente, o que quer dizer o final do versículo "e quando ele sai, para que não morra"? Quando chegar o momento de sairmos deste mundo, então nos encontraremos novamente com todas as palavras que pronunciamos nesta vida, como nos ensina o Zohar (parte mística da Torá): "Nem mesmo um sopro que sai da boca de uma pessoa nunca se perde". Se a pessoa utilizou o seu potencial de fala nesta vida para pronunciar palavras de Torá e para ajudar e incentivar os outros, então não morrerá, isto é, viverá para sempre no Mundo Vindouro acompanhado de suas belas palavras. Mas aquele que utilizou suas palavras para o mal carregará consigo, por toda a eternidade, esta vergonha.
"Enquanto estou em silêncio, sou o dono da palavra. Mas depois que eu pronunciei, a palavra torna-se minha dona"
SHABAT SHALOM
Rav Efraim Birbojm
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