| | ASSUNTOS DA PARASHÁ VAETCHANAN - Moshé implora para entrar na Terra de Israel.
- Fundamentos da Emuná.
- Obediência a D'us.
- Exílio e Retorno.
- Cidades de Refúgio.
- Repetição dos Dez Mandamentos.
- Shemá Israel.
- Mitzvá da Mezuzá.
- Perigos da Prosperidade.
- Recordando o Êxodo e transmitindo para as futuras gerações.
- Advertência contra a assimilação quando entrarem na Terra de Israel.
| | | O CUMPRIMENTO PLENO DAS MITZVÓT - PARASHÁ VAETCHANAN 5785 (08/ago/25) "Havia um rei conhecido pelo amor que dedicava ao seu vasto jardim, um espaço majestoso, repleto de flores raras, árvores frutíferas e plantas que traziam paz a quem contemplava. Ciente da importância daquele jardim para o reino, o rei escolheu um jardineiro experiente e confiável para cuidar daquele tesouro vivo. Porém, antes de entregar-lhe a responsabilidade, o rei fez questão de instruí-lo detalhadamente: - Escute bem. Cada planta tem suas necessidades específicas. Algumas precisam de água apenas pela manhã, outras à tarde. Algumas flores exigem solo fértil e atenção constante para crescerem com beleza. E nenhuma erva daninha deve ser permitida, pois prejudicam toda a harmonia do jardim. O jardineiro, orgulhoso com a confiança do rei, iniciou seu trabalho com entusiasmo e dedicação. Nos primeiros meses, seguia rigorosamente as ordens do rei, observando cada detalhe, regando as plantas no tempo exato e retirando cuidadosamente cada erva daninha que surgia. Porém, com o tempo, os afazeres do reino aumentaram, e o jardineiro passou a se dividir entre as diversas tarefas. Seu cuidado com o jardim tornou-se mais superficial, e ele começou a realizar as tarefas com pressa, apenas para "cumprir o dever". Algumas plantas receberam regas em horários errados, outras foram negligenciadas, e as ervas daninhas lentamente começaram a se espalhar. Meses depois, o rei visitou o jardim para contemplar sua beleza, mas encontrou um cenário bem diferente do que esperava. Muitas plantas estavam murchas, algumas flores haviam perdido seu brilho e as ervas daninhas cobriam partes importantes do terreno. A harmonia do jardim estava comprometida. Imediatamente o rei chamou o jardineiro e perguntou: - Por que as instruções que eu te dei não foram cumpridas como eu esperava? O jardineiro, envergonhado, respondeu: - Majestade, eu tentei, mas entre tantas responsabilidades, não consegui dedicar a atenção que o jardim merecia. Confesso que muitas vezes fiz as tarefas por obrigação, sem o cuidado e a intenção que Vossa Majestade pediu. O rei, com voz serena, disse: - O jardim é reflexo do cuidado do jardineiro. Não basta apenas fazer as tarefas, é preciso fazê-las com zelo, atenção aos detalhes e com o coração voltado para honrar o jardim que te foi confiado. O jardineiro compreendeu, naquele momento, que seu trabalho não era apenas uma obrigação, mas um ato de respeito e dedicação ao rei. Decidiu, então, renovar seu compromisso e cuidar do jardim com toda a atenção e amor, seguindo cada detalhe das instruções com fidelidade e intenção sincera." Assim como o jardineiro, nós somos responsáveis por cuidar das nossas Mitzvót. Cumpri-las apenas de forma superficial ou por obrigação não é suficiente. Cada Mitzvá é como uma planta, e deve ser realizada com atenção, de forma completa e com intenção pura, para que forme um lindo jardim, digno do palácio do Rei. | | Nesta semana lemos a Parashá Vaetchanan (literalmente "E eu implorei"), que continua trazendo os discursos finais de Moshé, com muitas advertências sobre os futuros desafios que o povo judeu encontraria na Terra de Israel, em especial após o contato com os povos que viviam na terra, que eram idólatras e de moralidade duvidosa. Moshé também aproveitou a oportunidade para ressaltar a importância do cumprimento das Mitzvót. Ele nos ensina, por exemplo, o que responder caso um filho nos pergunte: "O que são os testemunhos, estatutos e preceitos que Hashem, nosso D'us, ordenou a vocês?" (Devarim 6:20). Nesta situação, devemos lembrar aos nossos filhos que D'us nos tirou do Egito com milagres e nos deu a Terra de Israel, justamente para que pudéssemos cumprir de forma plena todas as Mitzvót da Torá. E a resposta que o pai deve dar ao seu filho termina com as seguintes palavras: "E será para nós justiça, se tivermos o cuidado de cumprir todos estes mandamentos perante Hashem, nosso D'us, como Ele nos ordenou" (Devarim 6:25). Mas o que significa "será para nós justiça"? Explica o Chafetz Chaim zt"l (Bielorússia, 1838 - Polônia, 1933) que no período de tempo em que temos o mérito de estar neste mundo, apresenta-se diante de nós duas possibilidades: podemos alcançar o sucesso espiritual, se andarmos pelo caminho reto do cumprimento das Mitzvót, mas existe também a possibilidade do fracasso espiritual, caso nos desviemos do caminho e deixemos de cumpri-las. Ele ilustrava este conceito através da parábola de um grande rei que desejou construir para si 248 palácios magníficos e amplos, dignos de um monarca imponente. Ele procurou em todo o seu reino alguém que se considerasse apto para a tarefa. Naturalmente, todas as despesas, como salários dos trabalhadores, materiais e demais custos, seriam pagos através do tesouro real, e a recompensa pelo trabalho do engenheiro seria paga ao final da obra. Havia ainda outras duas condições impostas pelo rei: em primeiro lugar, os palácios deveriam ser construídos com o máximo esplendor, como convém às construções reais. Além disso, o nome do rei deveria ser gravado na entrada de cada palácio. Um engenheiro se apresentou e, após uma entrevista, o rei aprovou que ele assumisse a importante missão. Ele trouxe seus construtores e começaram a edificar os palácios. Por causa de seus muitos afazeres, o rei não se envolveu no dia a dia da construção. Ele não foi ver quantos edifícios já haviam sido erguidos e nem qual era sua aparência. Muitos anos depois, quando finalmente foi verificar se a obra já estava pronta, quase desmaiou com o que viu: apenas metade dos edifícios havia sido construída até então, e mesmo entre aqueles que estavam de pé, muitos se apresentavam sujos, abandonados e incompletos, e não tinham de forma alguma o aspecto de um palácio real. Apenas uma pequena parte parecia estar de acordo com todas as condições impostas pelo rei. Mas mesmo em alguns destes, o rei descobriu algo terrível: durante os anos em que o rei não havia visitado a obra, houve uma rebelião contra ele, e o líder dos rebeldes, um inimigo declarado do rei, gravou o seu próprio nome nas entradas dos palácios. Assim, a aparência externa dos palácios refletia o nome do grande inimigo, e não o nome do rei. No final, após anos de trabalho, poucos palácios realmente haviam sido construídos conforme as normas e condições estabelecidas. Obviamente o rei ficou muito aborrecido com o engenheiro, que não cumpriu as instruções claras, que foram explicitadas no momento em que lhe foi confiada a tarefa de construção. Qual é o significado desta parábola? Recebemos com a Torá a obrigação de cumprirmos 248 Mitzvót positivas. D'us estabeleceu três condições essenciais para o cumprimento dessas Mitzvót para que, através delas, possamos merecer a vida eterna no Mundo Vindouro. A primeira é que cumpramos todas as Mitzvót, pois a partir de cada Mitzvá é construído um "palácio sagrado" em nome do Criador. A segunda é que cada Mitzvá seja cumprida com todos os seus detalhes e especificidades, conforme explicado no Talmud e no Shulchan Aruch (Código de Leis). A terceira é que cada Mitzvá deve ser realizada pela honra de D'us e segundo Sua vontade. A pessoa é colocada neste mundo para que possa, no tempo em que está aqui, aproveitar a oportunidade de cumprir as Mitzvót. Quando finalmente chegar ao Mundo Vindouro para prestar contas, ela será questionada se cumpriu todas as 248 Mitzvót positivas. Infelizmente, muitas pessoas descobrirão que cerca de metade das Mitzvót não foram cumpridas de forma alguma, pois a pessoa sequer estudou ou soube delas. Das Mitzvót que foram cumpridas, muitas não foram feitas conforme a lei, com todos os seus detalhes e exigências. E, ainda, muitas não foram feitas "Leshem Shamaim", pela honra de D'us e com intenções puras, pois havia motivações de orgulho ou outras intenções estranhas ao espírito da Mitzvá, deixando gravada a marca do Yetser Hará. Resumindo, das 248 Mitzvót positivas que temos na Torá, a pessoa que não se esforçou ou que perdeu o foco e dedicou sua vida a reunir riquezas e buscar prazeres descobrirá que não conseguiu cumprir com perfeição e pureza, pela honra de D'us, com beleza e dedicação, a não ser apenas algumas poucas Mitzvót. Quanta vergonha essa pessoa sentirá naquele momento, por ter desperdiçado uma oportunidade tão valiosa. Esses requisitos das Mitzvót estão indicados no versículo "E será para nós justiça, se tivermos o cuidado de cumprir todos estes mandamentos perante Hashem, nosso D'us, como Ele nos ordenou". Unkelos traduziu "E será para nós justiça" como "Será um mérito para o Mundo Vindouro". "Se tivermos o cuidado de cumprir todos estes mandamentos" significa guardar todas as Mitzvót, sem faltar nenhuma. "Perante Hashem, nosso D'us" significa que a intenção deve ser somente para D'us, sem interesses pessoais e sem buscar honra e reconhecimento. "Como Ele nos ordenou" significa cumprir as Mitzvót exatamente como Ele nos ordenou em Sua Torá, com todos os detalhes e exigências, conforme explicado pelos nossos sábios. O homem sábio e sensato deve refletir constantemente: será que estou cumprindo as Mitzvót da Torá? Quantas Mitzvót estou deixando de cumprir, como se jamais tivesse sido ordenado a cumpri-las? E dentre as Mitzvót que eu cumpro, será que a maneira como eu as cumpro é completa? Será que as Mitzvót que eu faço em público eu também faria se ninguém estivesse olhando? Tudo isso deve ser considerado, para que não nos faltem Mitzvót no Mundo Vindouro. Após chegarmos no Mundo Vindouro, nem todas as riquezas do mundo serão suficientes para adquirir sequer uma pequena Mitzvá. O momento de cumprir Mitzvót é somente neste mundo, aproveite. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. --------------------------------------------  Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. -------------------------------------------  Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |
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