quinta-feira, 8 de março de 2012

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ KI TISSÁ 5772

BS"D


NÃO CONDENE DE FORMA PRECIPITADA - PARASHÁ KI TISSÁ 5772 (09 de março de 2012)



Um pai desejava ensinar aos seus quatro filhos uma importante lição a respeito de julgamentos precipitados. Assim, enviou cada um deles, em uma estação diferente do ano, para observar uma determinada árvore que estava plantada em uma terra distante. O primeiro filho chegou no inverno, o segundo na primavera, o terceiro no verão e o quarto no outono. Quando voltaram, cada um tentou descrever a árvore que havia visto.



O primeiro informou que a árvore era feia, seca e retorcida. O segundo, indignado com o que havia escutado de seu irmão, disse que a árvore não tinha nada de seca, ao contrário, estava carregada de botões, cheia de promessas. O terceiro filho contestou a descrição dos dois irmãos e afirmou que viu uma árvore coberta de flores, com um cheiro doce e de incrível beleza. Finalmente, o quarto filho falou que ninguém soubera descrever a árvore de maneira correta, pois era uma árvore frutífera, carregada de frutas e de vida. Os quatro irmãos começaram então a discutir, cada um tentando provar que estava certo, mas não chegavam a nenhuma conclusão. O pai precisou intervir. Ponderado, explicou:



- Vocês todos estão certos. A diferença é que cada um julgou a árvore apenas de acordo com a época do ano em que a viram. Vocês viram a árvore de forma limitada e tomaram decisões precipitadas.



- Na vida - continuou o pai - também é assim. Quase sempre somos precipitados nos julgamentos. Para julgar com acerto, compete-nos observar com atenção e procurar, antes de decidir, informações detalhadas.

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Na Parashá esta semana, Ki Tissa, a Torá descreve uma das maiores transgressões cometidas pelo povo judeu: a construção do bezerro de ouro. Foi algo tão grave que D'us decidiu destruir todo o povo, fato que não aconteceu somente graças à intervenção de Moshé e à Teshuvá (arrependimento) de todo o povo.



Mas este episódio levanta muitos questionamentos, pois é difícil entender como os judeus puderam fazer um bezerro de ouro 40 dias depois da revelação de D'us no Monte Sinai. Será que eles realmente fizeram idolatria? Lendo a Torá de maneira superficial, parece que sim. Mas quando deixamos escapar importantes detalhes, comprometemos todo o entendimento do que foi transmitido por D'us. E um exemplo clássico disso é o episódio do bezerro de ouro.



Observando com cuidado os versículos, percebemos muitas dificuldades e contradições. Por um lado parece óbvio que o povo fez idolatria. Por exemplo, inicialmente a Torá diz explicitamente que foi isto o que o povo pediu para Aharon: "Nos faça um deus que ande na nossa frente" (Shemot 32:1). Há também adiante outro versículo explícito: "Eles disseram: este é o seu deus, Israel, que te tirou da terra do Egito" (Shemot 32:4).



Porém, por outro lado parece que não foi idolatria, pois logo depois está escrito "Um festival para D'us amanhã" (Shemot 32:5). Se estavam criando uma nova religião com um novo deus, a festa deveria ser para o bezerro de ouro, não para D'us! Além disso, as pessoas querem deuses da guerra, da fertilidade e até mesmo do amor. Não é muito pouco os judeus pedirem um novo deus cuja única função seria andar diante deles? E finalmente, se Moshé era apenas o líder do povo, será que sua morte justificava a criação de uma nova religião com um novo deus?



Há também algumas outras dificuldades nos versículos. Por exemplo, assim D'us avisou para Moshé que o povo havia pecado: "Seu povo, que você trouxe da terra do Egito, se corrompeu" (Shemot 32:7). O povo era de Moshé? Foi ele quem decidiu tirar o povo do Egito?



Finalmente, há algumas dificuldades em relação ao castigo aplicado ao povo. Primeiro está escrito que Moshé, ao ver o bezerro de ouro, ficou muito bravo. Ele moeu o bezerro até virar um pó fino, espalhou sobre a água e fez os judeus beberem (Shemot 32:19). Que tipo de castigo é esse? Além disso, mais adiante a Torá fala sobre 3 mil mortos, executados com espadas pelos homens da tribo de Levi (Shemot 32:26-28). E alguns versículos depois, a Torá fala da morte dos transgressores através de uma praga (Shemot 32:35). Por que tantos castigos diferentes para a mesma transgressão?



Ensina o Rav Dovid Gottlieb que a chave para começar a entender tantas contradições é saber que não houve um único pecado, mas diferentes pecados, cometidos por diferentes pessoas.



O problema começou quando Moshé subiu no Monte Sinai e avisou que voltaria depois de 40 dias. Mas devido a um erro na contagem feita pelo povo, ele não desceu na data esperada. Acreditando que ele havia morrido, os judeus entraram em pânico, pois viam Moshé como o intermediário entre eles e D'us. Desde a saída do Egito, a interação de D'us com o povo sempre veio através de Moshé. As pragas começaram e terminam através dele, o Mar Vermelho abriu e fechou ao comando dele. Sem Moshé, o povo se sentiu desconectado de D'us. Era necessário urgentemente escolher um novo intermediário e criar uma nova conexão com D'us. Por que uma estátua? Pois acharam que se fosse novamente alguém de carne e osso, quando esta pessoa morresse, novamente teriam uma crise.



É por isso que o versículo ressalta que era um festival para D'us, pois eles não pretendiam criar uma nova religião, não faria sentido 40 dias depois da revelação de D'us. O que eles queriam era uma nova conexão com D'us, que eles acharam que havia sido interrompida. Esta foi a intenção da grande maioria do povo.



Então o que significa o versículo "Eles disseram: este é o seu deus, Israel, que te tirou da terra do Egito"? Dentro do povo havia um pequeno grupo que ultrapassou a "linha vermelha" e realmente fez idolatria. Quem fazia parte deste grupo? Na descrição da saída do Egito há um versículo que ajuda a responder: "E também uma grande multidão subiu com eles, e rebanho e gado, e uma posse de animais muito grande" (Shemot 12:38). Que grande multidão era esta? Eram egípcios que ficaram impressionados com os milagres das pragas e quiseram se juntar ao povo judeu. Moshé aceitou levá-los junto com o povo, mas D'us não deixou, pois sabia que a única motivação deles era o medo do castigo, não havia amor pelos caminhos corretos. Mesmo assim Moshé insistiu e finalmente D'us concordou, mas avisou que seria responsabilidade de Moshé caso ocorressem problemas. Foi por isso que D'us disse que o povo que pecou era "o seu povo", que Moshé, sob sua própria responsabilidade, havia decidido tirar do Egito.



Estes egípcios não haviam se arrependido de coração de todos os seus pecados e, portanto, ainda estavam conectados com suas idolatrias. Infelizmente eles conseguiram enganar também alguns judeus, que começaram com a idéia de uma nova conexão com D'us, mas acabaram também cruzando a linha vermelha da idolatria. Porém, nem todos os que cometeram idolatria pecaram da mesma maneira e, por isso, foram castigados de maneiras diferentes.



Para um Beit Din (Tribunal) aplicar a pena de morte em uma pessoa que cometeu transgressões puníveis com morte, como idolatria, há duas condições: é necessário que a transgressão tenha sido vista por pelo menos duas testemunhas e que o transgressor tenha sido advertido, antes da transgressão, de que seu ato seria punido com morte.



Uma parte daqueles que cometeram idolatria o fizeram diante de testemunhas e após terem sido advertidos. Foram os 3 mil que a Torá descreve que receberam como punição a morte com espadas. Outra parte transgrediu diante de testemunhas, mas sem ter recebido advertência. Portanto, este segundo grupo, que não podia ser morto através do Beit Din, morreu através de uma praga. Houve ainda um terceiro grupo que fez idolatria sem testemunhas, isto é, não demonstraram através de seus atos, apenas o fizeram em seus corações. Como saber quem havia se comportado desta maneira? A água com ouro era um "teste interno", para aqueles que fizeram a transgressão escondidos. Quem havia feito idolatria em seu coração morreu ao beber a água.



E como explicar o versículo que diz "Nos faça um deus que ande na nossa frente", já que este versículo, pelo contexto, certamente se refere a um pedido feito pela maioria do povo? A resposta é que o termo utilizado neste versículo, "elohim", significa tanto "deus" quanto "intermediário". O mesmo termo é utilizado, por exemplo, quando D'us mandou Aharon acompanhar Moshé no encontro com o Faraó, como está escrito: "Ele será para você uma boca e você será para ele elohim" (Shemot 4:16). Certamente Moshé não seria um deus para Aharon, e sim um intermediário entre ele e o faraó. Se fosse realmente um deus que o povo judeu estava construindo, iriam esperar muito mais dele. Como a intenção era apenas ter um intermediário, o único propósito do bezerro de ouro era andar na frente deles, isto é, guiá-los, da mesma forma que Moshé, um intermediário de D'us, fazia.



A conclusão é que a maioria do povo judeu cometeu, ao contrário do que parecia, apenas um crime "filosófico", isto é, tomou decisões que D'us não havia pedido e de maneira que Ele não havia ensinado. Eles quiseram inventar uma nova conexão. Mas D'us não nos pediu para criarmos nada novo, pois não decidimos nada aqui. D'us nos deu livre escolha, mas é Ele, e apenas Ele, Quem decide o que é certo ou errado e como as coisas devem ser feitas.



Portanto, a pergunta "Como os judeus puderam fazer idolatria 40 dias depois do Sinai?" é um equívoco.  Eles erraram, um erro considerado por D'us como algo muito grave, mas não foi idolatria. Então por que D'us não ensinou explicitamente este conceito? Um dos motivos é para nos deixar um ensinamento muito importante: nunca devemos julgar pessoas ou situações apenas pelas aparências. Se lemos a Torá de forma superficial, parece que todo o povo cometeu idolatria. Mas quando nos aprofundamos e entendemos todas as dificuldades e contradições dos versículos, aprendemos que foi uma transgressão que, apesar de séria, era muito menor do que idolatria.



Da mesma forma erramos quando vemos alguém com atitudes que não concordamos e somos rápidos em julgar para o mal, sem antes verificar o que ocorreu. Sempre consideramos que foi muito mais grave do que realmente foi e não procuramos os motivos que podem ter levado a pessoa a cometer este erro. Julgamos de maneira precipitada e sem todos os dados em mãos.



O Pirkei Avót nos ensina o comportamento correto: "Julgue toda pessoa para o bem" (Pirkei Avót 1:6). Mas a tradução literal seria "Julgue toda a pessoa para o bem". O que significa julgar toda a pessoa? Que quando julgamos alguém, não podemos julgar de maneira superficial, temos que conhecer os detalhes. Se uma pessoa está mal-humorada, pode ser que acabou de perder o emprego, bater o carro ou perder dinheiro. Da mesma maneira que gostaríamos que os outros levassem em consideração nossas dificuldades quando fazemos algo errado, assim devemos nos esforçar para procurar sempre motivos de como julgar os outros para o bem.



SHABAT SHALOM



R' Efraim Birbojm



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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com



(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome da mãe, mas para Leilui Nishmat deve ser enviado o nome do pai).

sexta-feira, 2 de março de 2012

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ TETSAVÊ E PURIM 5772


BS"D



FUGINDO DA HONRA - PARASHÁ TETSAVÊ E PURIM 5772 (02 de março de 2012)



"Gabriel, rabino de uma pequena cidade nos Estados Unidos, certa vez abandonou sua congregação na véspera do dia mais sagrado do ano, Yom Kipur, deixando todos desesperados. Inventando um motivo urgente para viajar, ele pegou um vôo para Miami para mergulhar, de maneira incógnita, no seu maior vício: o golfe.



Sob um boné, óculos escuros e um falso nome, o rabino passou o dia sagrado de Yom Kipur jogando golfe, uma partida atrás da outra. Apesar do vício, ele mal sabia dar tacadas. Mas naquele dia algo inacreditável aconteceu. Não apenas ele deu boas tacadas, mas várias vezes acertou o buraco na primeira tacada, feito conseguido apenas por jogadores profissionais. Um verdadeiro milagre! Uma multidão se juntou em volta daquele homem para vê-lo jogar. Em pouco tempo ele se tornou o assunto da cidade.



Lá em cima os anjos se agitaram. Um rabino, fugindo de suas responsabilidades, desrespeitando o Yom Kipur, e D'us lhe dá de presente várias tacadas perfeitas? Onde está a justiça? Finalmente D'us se explicou:



- Não estou dando um presente para ele, ao contrário, estou dando um castigo para o resto de sua vida. Apesar de ter conseguido tantas boas tacadas, para quem ele vai contar?"



Apesar de ser apenas uma piada, na vida real estamos sempre em busca de honra. Grande parte da alegria que sentimos por um feito é o reconhecimento que recebemos dos outros. Mas assim ensinam os nossos sábios: "Todo aquele que persegue a honra, a honra foge dele. Mas aquele que foge da honra, um dia a honra o alcançará".



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Na Parashá desta semana, Tetsavê, a Torá se aprofunda na descrição das roupas utilizadas pelo Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) durante os serviços realizados no Mishkan (Templo Móvel). A Parashá também descreve a escolha e a consagração de Aharon e seus filhos como os primeiros Cohanim (sacerdotes) do povo judeu.



Mas há algo muito intrigante nesta Parashá, um detalhe que a torna diferente de todas as outras Parashiót da Torá. Desde o nascimento de Moshé, evento descrito na Parashá Shemot, seu nome aparece diversas vezes em todas as Parashiót. Porém, na Parashá desta semana, o nome de Moshé não é mencionado nenhuma vez. Por que?



Para encontrar a resposta, precisamos voltar um pouco no tempo. Quarenta dias depois da entrega da Torá, o povo judeu errou as contas de quantos dias Moshé permaneceria no Monte Sinai. Imaginando que o grande líder Moshé havia morrido, os judeus se desesperaram e construíram um bezerro de ouro como novo intermediário entre eles e D'us. O erro foi considerado tão grave que D'us quis destruir o povo inteiro. Moshé implorou para que fossem perdoados e fez para D'us um pedido aparentemente estranho: "E agora, se Você puder ao menos perdoar o pecado deles! Mas se não, por favor me apague do Seu livro que Você escreveu" (Shemot 32:32). Em outras palavras, Moshé estava pedindo para que D'us perdoasse o povo judeu, mas se isto não fosse possível, que o apagasse da Sua Torá.



É muito louvável toda a preocupação de Moshé com os judeus e tudo o que ele fez para salvá-los. Porém, como entender este pedido de Moshé? O que apagá-lo da Torá mudaria no decreto de destruição do povo, consequência do grave pecado do bezerro de ouro?



Explicam os nossos sábios que cada um é julgado de acordo com seu nível espiritual. Quanto maior o nível de uma pessoa ou povo, maior é a rigorosidade do seu julgamento. Por que? Pois quanto maior o nível de uma pessoa, mais ela influencia o mundo inteiro e, portanto, seus erros atingem de forma mais intensa as pessoas. Comparando com uma empresa, se o faxineiro comete um erro, a empresa fica um pouco mais suja, mas não deixa de funcionar. Porém, se o presidente comete um erro, a empresa pode falir.



Portanto, este foi o pedido de Moshé. Ele sabia que estava em um nível espiritual muito alto, o que elevava o nível do povo como um todo, fazendo com que o julgamento deles fosse mais rigoroso. O amor de Moshé pelo povo judeu era tão grande que ele pediu a D'us, caso o povo não tivesse méritos para ser perdoado naquele nível alto, que Ele o apagasse da Torá, automaticamente abaixando o nível do povo, fazendo com que o julgamento fosse mais leniente e dando a eles a chance de serem perdoados.



Daqui aprendemos a força das nossas palavras. Mesmo que o pedido foi condicional e D'us perdoou o povo, as palavras de Moshé foram cumpridas e seu nome foi apagado, não de toda a Torá, mas de uma Parashá inteira.



Porém, desta explicação fica um grande questionamento. O fato do nome de Moshé ter sido retirado de uma Parashá inteira da Torá parece ter sido um castigo para ele. Mas é difícil entender por que Moisés deveria ter sido punido por exibir um nível tão alto de auto-sacrifício pelo povo judeu. E, além disso, por que D'us escolheu justamente a Parashá Tetsavê?



Moshé é o modelo da Torá de humildade, de auto-anulação. De todas as boas características de Moshé, a única que a Torá ressalta, diversas vezes, é a sua humildade. Apesar de ter sido o escolhido de D'us para salvar e liderar o povo judeu, mesmo sabendo do seu elevado nível espiritual, ao qual nenhum homem jamais chegou e jamais chegará, ele fugia de qualquer reconhecimento ou honra. Todos os seus atos eram com as intenções mais puras e elevadas. Para alcançar a paz, ele abaixava a cabeça diante das pessoas que zombavam dele e o menosprezavam, como ocorreu no episódio da rebelião de Korach. Se ele cometia alguma falha, aceitava humildemente seu erro, sem nenhuma vergonha. Quando não sabia algo, assumia diante de todos e procurava a resposta com D'us. 



Uma das maiores demonstrações de humildade de Moshé foi quando D'us se revelou para ele, através do arbusto que queimava e não se consumia, e o escolheu como o salvador do povo judeu. A Torá descreve que por sete dias D'us insistiu, mas Moshé recusou o cargo, como está escrito: "Moshé respondeu para D'us: Quem sou eu para ir ao faraó e para tirar o meu povo, os Filhos de Israel, do Egito?" (Shemot 3:11). Por que? Pois achava que Aharon, seu irmão, era mais qualificado para ser o líder, considerava que ele tinha um nível espiritual ainda maior que o seu. D'us ficou furioso com Moshé após tantas recusas. Qual foi a consequência desta fúria de D'us? Explica Rashi, comentarista da Torá, que Moshé originalmente estava destinado a ser, além do líder do povo, o Cohen Gadol. Mas após insistir tanto para que Aharon fosse o escolhido, D'us então escolheu Aharon no lugar de Moshé para ser o Cohen Gadol.



A Parashá Tetsavê foi escolhida para que o nome de Moshé não aparecesse por ser justamente a Parashá do Cohen Gadol. O que ocorreria se o nome de Moshé estivesse escrito nesta Parashá? As pessoas pensariam: "era Moshé quem deveria ter sido o Cohen Gadol, não Aharon". Por isso Moshé, na sua humildade gigantesca, pediu para que seu nome não fosse nem mesmo mencionado nesta Parashá. Hashem escutou seu pedido e aceitou. Portanto, o nome de Moshé não ter aparecido não foi um castigo, foi um prêmio à sua humildade.



As pessoas que correm atrás da honra, se a alcançam, não desfrutam mais do que poucos instantes e depois são esquecidos para sempre. Com Moshé, que conseguiu combinar sua grandeza com a característica da humildade, aconteceu exatamente o contrário. Moshé, durante toda sua vida, tentou fugir da honra. Mas no final, ela o alcançou. Até hoje Moshé é lembrado, não apenas pelos judeus, mas como um exemplo para o mundo, uma referência, um modelo almejado por todos.



Qual a fórmula para alcançar a humildade verdadeira? Colocar no coração a certeza que tudo vem de D'us. Nossas aptidões, nossa inteligência, nossa força. Moshé sabia do seu valor, mas ao mesmo tempo sabia que tudo dependia de D'us, ele não podia nem mesmo levantar um dedo sem o consentimento do Criador.



É interessante perceber que a Parashá Tetsavê quase sempre antecede a festa de Purim, que começa na noite da próxima quarta-feira (em Jerusalém, na noite de quinta-feira). Umas das principais Mitzvót de Purim é a leitura da Meguilat Ester, que conta a história da milagrosa salvação do povo judeu nos dias de Mordechai e Ester, durante o exílio babilônico. A história conta que Haman, um homem que odiava o povo judeu, subiu ao poder e decretou a "solução final" dos judeus. Uma série de eventos, aparentemente desconectados, mudou os rumos da história e o povo judeu, além de ser salvo, destruiu todos os seus inimigos, começando pelo próprio Haman.



Uma aparente "coincidência" conecta a Meguilat Ester com a Parashá Tetsavê. Na Meguilat Ester também há algo que a torna diferente de todos os outros livros do Tanach (Torá, Profetas e Escrituras): o nome de D'us não é mencionado nenhuma vez. Por que?



Quando coisas acontecem em nossas vidas, muitas vezes associamos ao acaso. Não conseguimos conectar os acontecimentos, não conseguimos enxergar que há um plano por trás de tudo. Porém, temos que saber que existe um "Maestro" no mundo, que orquestra todos os acontecimentos com maestria e perfeição.  Este é o mais profundo ensinamento da Meguilat Ester: apesar do nome de D'us não ser mencionado nenhuma vez, ao refletirmos sobre toda a história de Purim, percebemos que Ele controla tudo. Todos os eventos estavam conectados, como notas isoladas que, quando tocadas juntas, formaram uma bela sinfonia. E assim também é nossa vida, uma série de notas que, tocadas juntas, formarão uma bela sinfonia. Quanto mais colocarmos no coração esta certeza, mais tranquilidade e mais humildade teremos em nossas vidas.



SHABAT SHALOM



R' Efraim Birbojm



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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ TERUMÁ 5772

BS"D



OURO PURO POR DENTRO E POR FORA - PARASHÁ TERUMÁ 5772 (24 de fevereiro de 2012)



"O Rav Menachem Mendel Morgensztern, mais conhecido como Kotzke Rebe, viveu há cerca de 200 anos e foi um grande líder Chassídico. Além de tudo o que ele ensinou durante sua vida, um dos ensinamentos mais importantes foi justamente perto de sua morte.



Quando o Kotzke Rebe estava já no final de sua vida, no leito de morte, ele estava cercado por muitas pessoas queridas, entre familiares, amigos e alunos. Certo dia ele se sentiu tão fraco que, em determinado momento, pensou que iria morrer. Cobrindo os olhos com a mão, ele pronunciou o "Shemá Israel" com grande fervor, achando que aquelas seriam suas últimas palavras no mundo.



Ao ver aquela cena, todos os presentes entenderam que o pior estava para acontecer. Mas nada aconteceu, o Kotzke Rebe não faleceu naquele momento e até mesmo voltou a recuperar um pouco de suas forças. Os alunos, curiosos, perguntaram quais foram os pensamentos que passaram pela sua cabeça no momento em que recitava o que seria o último "Shemá Israel" de sua vida. O Kotzke Rebe respondeu:



- Quando senti que o fim estava chegando, o primeiro pensamento que passou em minha cabeça foi: "O que todos pensarão e dirão sobre mim quando virem que minhas últimas palavras foram o Shemá Israel?".



Obviamente que o Kotzke Rebe teve intenções muito elevadas e puras no momento em que pronunciou o Shemá Israel. Provavelmente ele se referiu a algum sentimento sutil de contentamento que sentiu ao imaginar o que as pessoas diriam sobre ele. Este foi um grande ensinamento que o Kotzke Rebe nos deixou: mesmo sendo uma pessoa tão elevada, e nos prováveis últimos instantes de vida, ele não estava livre da necessidade de buscar louvores. Muito mais nós, que não estamos em níveis tão elevados, devemos nos cuidar desta necessidade de buscar reconhecimento público por nossos bons atos.



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Na Parashá desta semana, Terumá, a Torá começa a descrever todos os detalhes da construção do Mishkan, o Templo Móvel que acompanhou os judeus durante todos os anos em que permaneceram no deserto. O Templo Móvel ainda foi utilizado durante muitos anos na Terra de Israel, mas depois foi substituído, durante o reinado de Shlomo Hamelech (Rei Salomão), pelo Beit Hamikdash de Jerusalém. No total, a Torá dedica quase cinco Parashiót inteiras para descrever os detalhes do Mishkan. Por que estes detalhes são tão importantes, se o Mishkan permaneceu por apenas algum tempo e depois foi definitivamente substituído?



Ensinam nossos sábios que cada detalhe do Mishkan traz consigo preciosos ensinamentos para nossas vidas. Por exemplo, ao prestar atenção na estrutura do Aron Hakodesh (Arca Sagrada), aprendemos algo interessante. O Aron Hakodesh foi construído com madeira de acácia, mas D'us instruiu que ele fosse revestido de ouro, tanto por dentro quanto por fora, como está dito: "E você o revestirá de ouro puro por dentro, e por fora o revestirá" (Shemot 25:11). É interessante perceber que, quando a Torá descreve o revestimento interno, fala explicitamente que deve ser de ouro puro, mas não menciona o ouro puro quando descreve o revestimento externo. Será que havia alguma diferença entre os revestimentos interno e externo do Aron Hakodesh?



Explica o Kli Yakar, famoso comentarista da Torá, que certamente o revestimento externo também foi feito com o ouro mais puro, pois em todos os detalhes do Mishkan foram utilizados apenas os melhores materiais. Então por que a Torá diferenciou a parte interna da parte externa, se as duas foram feitas exatamente da mesma maneira?



Quando um artesão faz uma peça, a tendência é que ele capriche muito mais no acabamento externo, a parte que todos vêem, do que no acabamento interno. Por isso a Torá não precisou ressaltar que o revestimento externo também deveria ser de ouro puro, pois se o artesão sabia que deveria fazer o revestimento interno de ouro puro, certamente que faria o revestimento externo também.



Mas há uma explicação ainda mais profunda, relacionada com a grande dificuldade que o ser humano tem de vencer seu orgulho e sua necessidade de buscar honra. Estamos sempre procurando elogios e reconhecimento. Grande parte das coisas boas que fazemos na vida recebe um "empurrãozinho" quando sabemos que há alguém olhando. Queremos parecer boas pessoas aos olhos dos outros e, por isso, muitas vezes fazemos bons atos em público que nunca faríamos se estivéssemos sozinhos. Pode parecer algo normal e até aceitável, mas nossos sábios ensinam que o orgulho é uma das piores características do ser humano, da qual devemos fugir com todas as nossas forças.



Sentir orgulho pelos nossos atos é tão grave que, durante o Vidui (confissão) que pronunciamos 10 vezes durante Yom Kipur, mencionamos muitas transgressões relacionadas com o nosso orgulho. Por exemplo, uma das confissões é "pelos pecados que pecamos diante de Você com mesquinharia". Explicam nossos sábios que mesquinharia inclui também todas as vezes em que deixamos de fazer favores aos outros por saber que não se tornariam públicos e, portanto, não receberíamos louvores por eles.



O oposto do orgulho é a humildade em nossos atos cotidianos. A humildade é uma característica tão importante que a Torá abre exceções para que possamos atingi-la. Por exemplo, a Torá nos adverte duramente sobre a gravidade de falarmos mentira. Porém, o Talmud (Baba Metzia 23b) ensina que há 3 coisas pelas quais temos permissão de mentir, sendo uma delas a humildade. Existe a permissão de esconder nosso verdadeiro nível espiritual, mesmo que para isso seja necessário ocultar a verdade. Por exemplo, se alguém pergunta para um grande estudioso de Torá se ele já estudou todos os tratados do Talmud, mesmo se já tiver estudado ele pode dizer que não.



O grande valor da humildade nos atos também pode ser enxergado na Mitzvá de Tzedaká (caridade). Por mais que seja muito louvável qualquer ato de doação, quando ele é feito de maneira oculta, sem que a pessoa que recebeu ou outras pessoas em volta saibam quem está doando, ele adquire muito mais santidade e pureza.



Por isso nossos sábios ensinam que a pessoa é julgada pela bondade que faz em casa, com sua família, e não pelas bondades que faz na rua. Mesmo que alguém seja presidente de uma associação beneficente que ajuda milhares de carentes, se ele não ajuda também sua esposa e seus filhos, sua bondade não tem valor. Pois na rua as pessoas fazem bondades para mostrar aos outros o quanto são caridosas, mas o verdadeiro teste do ser humano é o quanto ele faz bondades dentro de casa, mesmo quando ninguém está olhando.



É isso que a Torá está nos ensinando através dos detalhes da construção do Aron Hakodesh. Quando alguém faz um ato "interno", isto é, sem que os outros estejam olhando, então este ato é como o ouro puro, pois é certamente movido por boas intenções verdadeiras. Já os atos "externos" nem sempre são puros, pois podem ter outras motivações menos nobres envolvidas, como a vontade de que outras pessoas testemunhem estes bons atos e o elogiem. Na realidade, é muito difícil manter motivos completamente puros quando fazemos uma Mitzvá em público.



Nos ensina a Torá: "Em todo lugar que encontramos a grandeza de D'us, lá encontramos também a Sua humildade". Não há grandeza verdadeira sem humildade. Temos que nos assemelhar ao Criador, buscar a humildade em nossos atos, fugir das honras e elogios. A pessoa espiritualmente elevada, que conhece seu valor verdadeiro, não precisa fazer propaganda de seus bons atos, pois para ela é suficiente que o Criador esteja vendo suas bondades. Por isso temos que nos esforçar para fazer nossos bons atos de maneira oculta, onde não há chances da pureza de nossas intenções ser manchada pelo desejo de reconhecimento.



Como vencer o nosso orgulho? Ensina o livro "Orchót Tzadikim" (Psicologia dos Justos) que todas as vezes em que fizermos um bom ato, temos que nos questionar: "Se ninguém estivesse olhando o que vou fazer agora, eu faria do mesmo jeito ou não?". Somente assim poderemos ter a certeza de que nosso revestimento é de ouro puro, tanto por dentro quanto por fora.



SHABAT SHALOM



R' Efraim Birbojm



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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ MISHPATIM 5772

BS"D


DESTRUINDO O INIMIGO - PARASHÁ MISHPATIM 5772 (17 de fevereiro de 2012)



"Um dos mais famosos presidentes dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, certa vez foi duramente criticado por seus opositores. O motivo das críticas era a política de boa vizinhança que ele utilizava no tratamento com seus inimigos. Durante um discurso público, ele foi duramente questionado por um jornalista:



- Senhor presidente, por que você tenta ser amigo de seus inimigos?



- O que você acha que eu deveria fazer com eles? – perguntou o presidente.



- Você deveria destruí-los – respondeu o jornalista.



- Mas não é exatamente isto o que eu estou fazendo? - respondeu o presidente, sorrindo - Toda vez que eu fico amigo de alguém que não gostava de mim, eu estou destruindo um inimigo..."



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A Parashá desta semana, Mishpatim, traz muitas Mitzvót "Bein Adam Lehaveiró" (entre o homem e seu semelhante), que nos ensinam o quanto D'us se importa com o nosso comportamento em relação aos outros seres humanos. Na realidade, um dos maiores indicadores da grandeza de um ser humano é a maneira como ele se comporta com as outras pessoas.



Sabemos que não é fácil ser uma boa pessoa. Passar por cima de ressentimentos, saber abrir mão do que gostamos para evitar uma briga, saber perdoar quando somos ofendidos, ser extremamente cuidadosos com a honra e a propriedade dos outros. É necessário um trabalho constante para conseguir controlar nossas más características, como a raiva e o orgulho, e desenvolver nossas boas características, como a humildade e a bondade.



Será que somos realmente boas pessoas? Por exemplo, imagine uma situação em que você é ofendido em público por outra pessoa. Você fica extremamente magoado, envergonhado pelo constrangimento público que passou. Alguns dias depois, ainda com o ego machucado, você está passando pela rua e vê seu desafeto em uma situação difícil. Você conseguiria não sentir alegria ao vê-lo na pior? Você venceria seu ressentimento e iria ajudá-lo?



Há uma Mitzvá na Parashá que nos ensina o quanto estamos distante do nosso verdadeiro potencial, o quanto estamos afastados do nível que D'us espera que possamos alcançar: "E se você vir o burro de uma pessoa que você odeia caído sob sua carga, você vai deixar de ajudá-lo? Você deve ajudar com ele" (Shemot 23:5).



Mas se prestarmos atenção nos detalhes desta Mitzvá, surgem vários questionamentos. Em primeiro lugar, a Torá nos proíbe veementemente de odiar outra pessoa, como está escrito: "Não odeie seu irmão em seu coração" (Vayikrá 19:17). Então por que a Torá traz justamente o exemplo de alguém que odeia seu companheiro? Além disso, quando a Torá nos comanda a ajudar nosso inimigo, por que utiliza a linguagem "Azov", que também significa "abandone", ao invés de "Azor, que significa "ajude"? E finalmente, por que Torá utiliza uma linguagem repetida, "Azov Taazov"?



Explica o Talmud (Pessachim 113b) que o versículo está falando sobre um ódio permitido pela Torá. Que ódio permitido é este? Segundo a Torá, uma pessoa só pode ser condenada por um tribunal através do testemunho de duas pessoas. Mas se uma transgressão foi testemunhada por apenas uma pessoa, de nada adianta esta pessoa ir ao tribunal para relatar o que viu. Esta pessoa, que testemunhou sozinha uma transgressão e não pode fazer a justiça se cumprir, desperta em seu coração um ódio pelo transgressor. É este o ódio ao qual o versículo se refere, um ódio permitido, que vem da vontade de fazer justiça e de zelar pelo nome de D'us, como está escrito: "O temor a D'us é odiar o mal" (Mishlei – Provérbios 8:13). Mas se foi a Torá mesma que nos permitiu odiar esta pessoa pelo grave erro que cometeu, então por que agora a Torá nos obriga a ajudá-la?



Para aumentar ainda mais a pergunta, o Talmud (Baba Metzia 32b) explica que se há, no mesmo momento, uma pessoa necessitando de ajuda para carregar seu burro e outra necessitando de ajuda para descarregar seu burro, a prioridade é ajudar aquele que precisa descarregar seu burro, para evitar causar um sofrimento desnecessário ao animal que já terminou seu trabalho. Mas o Talmud diz que, se no mesmo momento há um burro de um inimigo necessitando de ajuda para ser carregado e um burro de um amigo necessitando ser descarregado, a Mitzvá é ajudar primeiro o inimigo a carregar seu burro, indo contra a lógica apresentada anteriormente de que o ato de descarregar um animal tem prioridade sobre o ato de carregar . O que há de tão especial na Mitzvá de ajudar um inimigo que justifica inclusive passar por cima de outras Mitzvót?



Explica o livro "Lekach Tov" que as Mitzvót foram entregues para refinar o caráter do ser humano e ajudá-lo a vencer sua má-inclinação. No caso em que existe um ódio entre duas pessoas, mesmo que é um ódio permitido pela Torá, D'us quer ensinar o ser humano a vencer as suas tendências naturais e a desenvolver seu autocontrole, mesmo em situações extremas, para assim chegar à perfeição. O propósito das Mitzvót é arrancar do coração do ser humano qualquer resquício de maldade e ajudá-lo a se purificar completamente. Portanto, neste caso a Torá isentou a pessoa de outras Mitzvót para que ela pudesse refinar seu caráter e tirar do coração o ódio que sente pelo seu inimigo.



Mesmo nos casos em que a Torá nos deu permissão de sentir ódio, a permissão é apenas de odiar o ato, mas nunca de odiar a pessoa. Porém, quando deixamos o sentimento de ódio entrar em nosso coração, abrimos a possibilidade de que este ódio se espalhe e acabe se tornando um ódio pessoal, que é proibido e muito grave. É por isso que a Torá utilizou a linguagem "Azov", pois apesar de ser um ódio permitido, apesar de termos inclusive a possibilidade de corrigir a pessoa que errou com uma bronca ou até um castigo, é melhor para nós mesmos abandonar este sentimento e tirar completamente o ódio do nosso coração. Pois da mesma forma que D'us poderia constantemente nos corrigir através de castigos, mas muitas vezes Ele aguarda com paciência e amor o nosso arrependimento, assim temos que fazer com o próximo, tentar trazê-lo de volta aos caminhos corretos com amor e não com gritos.



E por que a repetição "Azov Taazov"? A explicação mais simples é que devemos repetidamente ajudar o nosso inimigo, quantas vezes for necessário, até que seu burro readquira a firmeza para continuar sua caminhada. Mas há uma explicação um pouco mais profunda. No momento em que a pessoa tira do seu coração o ódio que sentia pelo transgressor, no Tribunal Celestial também as suas próprias transgressões são canceladas, como ensinam os nossos sábios: "Aquele que passa por cima de suas características, passam por cima de todas as suas transgressões". A linguagem repetitiva ressalta que, se tratamos com misericórdia aqueles que transgridem, assim também seremos tratados com misericórdia por D'us quando transgredirmos. Mas se formos sempre rigorosos com todos, também nosso julgamento celestial será muito rigoroso e detalhado.



Portanto, mais ódio que sentimos dos nossos inimigos de carne e osso devemos sentir do nosso verdadeiro inimigo, o Yetzer Hará (má inclinação), que tenta desviar nosso coração do trabalho espiritual de purificação que viemos fazer neste mundo. E uma das principais maneiras de derrotar o Yetzer Hará é deixando de fora qualquer sentimento negativo, como raiva e ressentimento, mesmo quando forem permitidos.



SHABAT SHALOM



R' Efraim Birbojm



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