sexta-feira, 21 de novembro de 2025

ESTAR CANSADO NÃO É UMA OPÇÃO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT TOLDOT 5786

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Sr. Nelson ben Luiza zt"l (Nissim ben Luna) 

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ASSUNTOS DA PARASHAT TOLDOT
  • Ytzchak e Rivka fazem Tefilá.
  • Rivka engravida.
  • Bebê se mexe.
  • Profecia.
  • Nascimento de Yaacov e Essav.
  • Venda da primogenitura.
  • Fome na terra.
  • Ytzchak e os Plishtim.
  • Disputa pelos poços.
  • O Casamento de Essav.
  • Ytzchak fica cego.
  • Ytzchak dá a Brachá de primogenitura para Yaacov.
  • Ytzchak dá Brachá para Essav.
  • Yaacov vai para a casa de seu tio Lavan procurar uma esposa.
  • Essav se casa com a filha de Ishmael.
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ESTAR CANSADO NÃO É UMA OPÇÃO - PARASHAT TOLDOT 5786 (21/nov/2025)

Um rei bondoso havia ordenado a construção de um palácio magnífico, feito com enormes blocos de pedra. Dois homens foram contratados para trabalhar na obra. O trabalho era árduo, pois consistia em carregar pedras pesadas e empurrar carrinhos ladeira acima, repetindo o mesmo esforço dezenas de vezes ao dia.
 
À distância, os dois trabalhadores pareciam estar se esforçando igualmente. Porém, de perto, a diferença entre eles era enorme. O primeiro carregador caminhava arrastando os pés. Seu rosto estava sempre tenso, suas sobrancelhas franzidas. Em poucos minutos de trabalho, ele já resmungava: "Por que tudo isso? Para que serve? Minha vida é só carregar pedras, nada muda!". A cada viagem, ele se sentia mais pesado. E mesmo antes do meio-dia, já estava completamente exausto. Não apenas cansado, mas derrotado. Ele vivia cansado, não apenas o corpo, mas a alma estava sem forças.
 
O segundo carregador, por outro lado, estava sempre feliz. Trabalhava no mesmo ritmo que o outro trabalhador, sob o mesmo sol, com as mesmas pedras, mas havia algo diferente no olhar dele, uma luz tranquila, uma espécie de alegria silenciosa. Ele assobiava enquanto empurrava o carrinho e carregava as pedras. Às vezes até cantava. Parecia que o cansaço não o alcançava.
 
Certo dia, alguém que observava a obra não resistiu e perguntou ao primeiro carregador por que ele parecia estar sempre tão esgotado. Ele respondeu, irritado:
 
- Você não vê? Carrego pedras o dia todo! Pedras inúteis! Pedras sem sentido! Odeio meu trabalho!
 
A mesma pessoa então procurou o segundo carregador e perguntou como ele conseguia fazer o mesmo esforço que o outro e não parecer tão cansado. O homem limpou o suor da testa e respondeu com um sorriso simples, mas profundo:
 
- Eu não estou carregando pedras. Eu estou ajudando a construir o palácio do rei."
 
Quando você sabe qual é o propósito do seu esforço, cada pedra se torna leve. O peso só machuca quando não faz sentido. E assim acontece conosco também. Dois caminhos podem ter o mesmo esforço, as mesmas dificuldades, o mesmo peso, mas quem vê um propósito maior encontra forças que outros não encontram. O cansaço físico existe para todos, mas o cansaço da alma nasce quando a vida está vazia de sentido.

Nesta semana lemos a Parashat Toldot (literalmente "Gerações"), que continua contando um pouco da vida do nosso segundo casal de patriarcas, Ytzchak e Rivka, e em especial o momento em que Rivka engravidou de gêmeos, após passar muitos anos sem conseguir ter filhos. A Parashat então descreve o nascimento e os "primeiros passos" do nosso terceiro patriarca, Yaacov, e a difícil convivência com seu irmão gêmeo, Essav. Eles escolheram caminhos opostos na vida. Enquanto Yaacov escolheu os caminhos de retidão, seguindo os passos de seu pai e seu avô, Essav escolheu o caminho das transgressões, tornando-se uma vergonha para a família.
 
Porém, nem sempre foi assim. Nossos sábios explicam que até os treze anos de idade os dois irmãos tinham comportamentos muito parecidos, não era possível perceber que eles seguiriam caminhos tão diferentes. E o auge da diferença entre os irmãos foi atingido aos quinze anos de idade, quando Essav chegou a um nível tão grande de maldade que D'us quis poupar Avraham de ver no que seu neto havia se transformado, levando-o embora do mundo cinco anos antes do que ele estava destinado a viver.
 
No próprio dia do falecimento de Avraham, a Torá descreve algo interessante sobre Essav: "E Essav voltou do campo e estava cansado (Ayef)" (Bereshit 25:29). Esta é a primeira vez na Torá que encontramos a utilização da palavra "Ayef", indicando que alguém estava cansado. Mas por que a Torá não utilizou esta expressão anteriormente? Por exemplo, em relação a Avraham, não houve nenhum momento em que ele se sentiu cansado? Se examinarmos a vida dele, certamente encontraremos muitos motivos para ele estar exausto e, mesmo assim, a Torá nunca afirma que ele estava "Ayef".
 
Quando Avraham já não era mais tão jovem, ele teve que deixar sua casa e sua família, abrir mão de tudo e viajar para Eretz Knaan. Lá, foi confrontado com uma época de fome e precisou descer para o Egito, onde sua esposa Sara foi sequestrada. Após retornar a Eretz Knaan, ele se envolveu no que foi literalmente a "Primeira Guerra Mundial" para salvar seu sobrinho Lót, que havia sido sequestrado. Na sequência, Sara foi novamente sequestrada na terra dos Plishtim, certamente mais um momento de muito estresse. Finalmente, Avraham teve filhos já em idade avançada, mas precisou expulsar seu filho Ishmael de casa e enfrentou o trauma de quase ter sacrificado seu filho Ytzchak. Em resumo, Avraham teve uma vida dura, longa e extremamente cansativa. Apesar disso, a Torá nunca descreve Avraham como "cansado". Já Essav, que não passou por tantos testes quanto Avraham, é a primeira pessoa sobre quem encontramos a palavra "Ayef" escrita. O que isso nos ensina?
 
O Rav Yssocher Frand shlita explica que "Ayef" não se trata apenas de um cansaço que podemos resolver com uma boa noite de sono. Ayef se trata de estar cansado das dificuldades da vida. Avraham, apesar dos testes e dificuldades, nunca quis se aposentar e nem desistir. O fato de "Ayef" aparecer pela primeira vez em relação a Essav nos ensina que estar cansado da vida não é um conceito judaico.
 
Mas por que Avraham nunca desistiu? Por que ele nunca ficou "Ayef"? Se a vida de uma pessoa está envolvida com espiritualidade, com Torá e Mitzvót, então há uma Brachá especial: "Mas os que depositam suas esperanças em D'us renovarão suas forças; subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão" (Yeshayahu 40:31). Isso significa que aqueles que fazem Avodat Hashem não ficam cansados. A Avodat Hashem, na verdade, revigora. Às vezes podemos ter frustrações na vida, e a pessoa pode pensar que está ficando sem forças, mas a Brachá é que, de fato, isso não acontecerá. Ela conseguirá, através da sua conexão com a espiritualidade, renovar suas energias. Foi isso o que aconteceu com Avraham.
 
Porém, o mesmo não se aplica quando se trata de alguém como Essav, cujo foco principal da vida era estar no campo, "caçando". Essav abandonou completamente a sua espiritualidade. Nossos sábios dizem que, no mesmo dia em que Essav voltou reclamando que estava cansado, ele havia acabado de cometer cinco crimes hediondos, incluindo as três piores transgressões: idolatria, assassinato e relações ilícitas. Portanto, não é surpresa que ele tenha voltado dizendo que estava cansado. Se a vida de uma pessoa está vazia de espiritualidade, se ela não tem propósito, é muito fácil se desgastar. Quando alguém fica o dia inteiro jogando cartas, rapidamente se cansa de jogar cartas. Mas aqueles que confiam em D'us não se cansarão nem se fatigarão.
 
Os nossos sábios são um grande exemplo de como isto é verdade na prática, não apenas na teoria. Por exemplo, o Rav Moshe Feinstein zt"l (Império Russo, 1895 - EUA, 1986) viveu até os noventa anos. Quando sua saúde enfraqueceu e ele foi levado ao hospital pouco antes de falecer, literalmente em seu leito de morte, ele comentou: "Não tenho mais forças". Logo depois ele faleceu. Naquele momento, seu propósito espiritual e sua missão haviam se cumprido. Quando a missão de vida de alguém está completa, não restam mais forças. Mas até aquele momento, embora tivesse 90 anos e estivesse doente, ele cumpriu as palavras "os que depositam suas esperanças em D'us renovam suas forças". Já o Rav Yossef Shalom Elyashiv zt"l (Lituânia, 1910 - Israel, 2012), que viveu até os 102 anos, era tão dedicado ao estudo que passava mais de 18 horas por dia aprendendo Torá, mesmo em idade avançada. Um visitante certa vez perguntou como ele conseguia estudar tantas horas sem parecer exausto, especialmente aos 100 anos. O Rav Elyashiv respondeu simplesmente: "Quando se ama algo, não se cansa". Seus filhos relatam que, já muito idoso, ele ainda acordava antes do amanhecer para estudar, e quase nunca tirava férias ou fazia pausas longas. Finalmente, o Rav Elazar Menachem Man Shach zt"l (Lituânia, 1899 - Israel, 2001) foi o Rosh Yeshivá de Ponivezh até mais de 100 anos de idade. Quando tinha quase 100 anos, alguns alunos sugeriram que talvez fosse hora de diminuir o ritmo e se aposentar. Ele respondeu: "A Torá não se aposenta. A minha vida é a Torá. Se eu parar, quem cuidará dela?". Mesmo com uma idade avançada, ele discursava durante horas na Yeshivá, com voz firme e clareza, e participava de reuniões decisivas para dirigir o mundo da Torá.
 
Muitas vezes, nossos grandes sábios, apesar da idade avançada, têm forças para permanecer de pé e falar por horas. Mesmo já bem idosos, encontram forças para cuidar das necessidades da comunidade. De onde vem essa resistência? A resposta é que estar cansado não é um conceito judaico. Essav pode ficar cansado e parar, mas não Avraham.
 
Obviamente que às vezes nos sentimos cansados com as dificuldades da vida. Sofremos constantemente com as aparentes injustiças, com a violência das grandes cidades, com as preocupações com os nossos filhos e com a volta cada vez mais forte do antissemitismo. Mas a história mostra que um judeu não desiste diante das dificuldades. Ele reforça a sua Emuná e continua nas suas lutas, com forças renovadas. Os judeus sobreviveram às perseguições, expulsões e massacres. Sobreviveram à inquisição, aos pogroms e ao Holocausto. Às vezes perderam batalhas dolorosas, mas nunca perderam a guerra. Pois nós herdamos a força dos nossos patriarcas, que nos ensinaram que quando estamos cansados nós descansamos, mas nunca desistimos.

SHABAT SHALOM 

R' Efraim Birbojm

 

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quinta-feira, 13 de novembro de 2025

COMO SER UMA PESSOA COMPLETA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT CHAIE SARA 5786

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ASSUNTOS DA PARASHAT CHAIE SARA
  • Falecimento de Sara.
  • Compra de um local para o enterro.
  • A busca de uma esposa para Itzchak.
  • Critérios de Eliezer.
  • Rivka atende os requisitos.
  • Eliezer reconta toda a história para a família de Rivka.
  • Ytzchak se casa com Rivka.
  • Avraham se casa com Keturá e tem filhos.
  • Falecimento de Avraham.
  • Descendentes de Ishmael.
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COMO SER UMA PESSOA COMPLETA - PARASHAT CHAIE SARA 5786 (14/nov/25) 

Em Vilna, vivia um homem conhecido por sua generosidade. Todos na cidade conheciam seu grande coração. Ele sustentava viúvas, pagava dotes para moças órfãs e não havia uma única Yeshivá que não recebia dele uma generosa contribuição. Seu nome era mencionado com respeito em cada casa e até os rabinos o elogiavam publicamente. Certa tarde, ele foi visitar o Rav Chaim Volozhiner zt"l (Lituânia, 1749 - 1821), o mais próximo aluno do Gaon MiVilna zt"l (Lituânia, 1720 - 1797). Com semblante satisfeito, o homem disse:
 
- Rav, não sou estudioso de Torá como o senhor, mas D'us me concedeu muitas posses, e eu as utilizo para o bem. Sustento muitas instituições e pessoas necessitadas. Este não é o verdadeiro Serviço Divino?
 
O Rav Chaim olhou-o com bondade. Ele via diante de si um homem reto e sincero, cuja intenção era pura, mas que, sem perceber, via o estudo da Torá como algo secundário. Depois de um breve silêncio, o rabino respondeu: 
 
- Gostaria de lhe fazer uma pergunta. Quando o corpo e a alma se separam, qual dos dois permanece vivo?
 
- Ora, a alma vive eternamente, mas o corpo sem ela é apenas pó - respondeu o homem com simplicidade.
 
- Assim também é o ser humano - disse o Rav Chaim - Suas boas ações são como o corpo. Elas são belas, nobres, necessárias. Mas a Torá é a alma que lhes dá vida. Sem Torá, as ações ficam como um corpo sem espírito, como movimentos belos sem luz interior.
 
O homem ficou em silêncio. A comparação penetrou fundo em seu coração. O rabino então continuou:
 
- A Torá ensina não apenas o que fazer, mas como e por que fazer. Ela transforma o ato externo em um Serviço Divino. Um homem pode dar pão a mil famintos, mas se o fizer sem a luz da Torá, seu gesto termina quando o pão termina. Quando o faz com a consciência de que está cumprindo a vontade do Criador, o mesmo gesto ecoa pela eternidade.
 
O homem abaixou a cabeça. As palavras do Rav Chaim traziam um peso enorme. Ele entendeu que havia vivido sua vida pela metade. Naquela mesma noite ele foi até a casa do Gaon MiVilna, pedindo orientação sobre como começar a estudar Torá mesmo em uma idade avançada. O Gaon o recebeu com carinho e disse apenas uma frase: "Cada palavra de Torá que um homem aprende com sinceridade dá vida a todas as suas Mitzvót passadas".
 
Desde então, aquele homem generoso passou a dividir seus dias, parte em atos de bondade, parte no estudo da Torá. E sobre ele o Gaon MiVilna costumava dizer: "Este é um homem cujo corpo e alma vivem em paz, pois suas boas ações têm alma, e sua Torá tem mãos".

 

Nesta semana lemos a Parashat Chaie Sara (literalmente "A vida de Sara"), que começa contando sobre o falecimento de Sara, nossa primeira matriarca, e o enterro dela na Mearat HaMachpela. Mas o assunto central da Parashat é a busca de uma esposa para Ytzchak, nosso segundo patriarca, que já estava com 40 anos.
 
Avraham não queria uma mulher que fosse dos povos que habitavam Eretz Knaan, pois eram pessoas amaldiçoadas desde a época de Noach. Porém, ele já estava velho demais para empreender uma viagem longa em busca de uma esposa na região de Aram, onde vivia sua família. Já Ytzchak, por ter sido elevado sobre o altar como um sacrifício para D'us, ganhou um status de santidade que o impedia de sair de Eretz Israel. Então Avraham decidiu enviar seu fiel servo Eliezer nesta importante missão de encontrar uma esposa adequada para Ytzchak, pois Eliezer era um homem extremamente sábio e honesto. Guiado por D'us, Eliezer encontrou Rivka, neta de Nachor, o irmão de Avraham, em um poço de água. Primeiro Eliezer testou a bondade dela e, após perceber que seria a esposa perfeita para Ytzchak, deu a ela os presentes que havia trazido, como está escrito: "E aconteceu que, quando os camelos terminaram de beber, o homem (Eliezer) tomou um pendente de ouro, pesando meio shekel, e dois braceletes para suas mãos, pesando dez shekels de ouro" (Bereshit 24:22).
 

Rashi (França, 1040 - 1105) explica que estes presentes não eram aleatórios e continham um simbolismo especial. "Meio Shekel" é uma alusão ao "Machatzit HaShekel" que cada judeu doava anualmente para manter os Serviços dos Korbanot. "Dois braceletes" é uma alusão às duas Tábuas unidas entre si, enquanto "Pesando dez shekels de ouro" é uma alusão aos Dez Mandamentos, que estariam escritas nas duas Tábuas. Mas qual era a necessidade destes simbolismos nos presentes que Eliezer estava dando para Rivka? Entendemos que ao fazer uma alusão às Tábuas, Eliezer estava indicando a Rivka que ela seria parte da construção do povo judeu, que futuramente receberia as Tábuas contendo toda a Torá. Mas o que ele quis transmitir com o fato de as duas Tábuas serem unidas? E qual é a conexão entre o Machatzit HaShekel e o pendente, uma joia que era colocada no nariz?
 
Explica o Rav Yitzchak Zeev Soloveitchik zt"l (Bielorússia, 1886 - Israel, 1959), mais conhecido como Brisker Rav, que os Dez Mandamentos foram escritos em duas Tábuas: cinco em uma e cinco na outra. A primeira Tábua continha as Mitzvót "Bein Adam LaMakom" (entre o homem e D'us), enquanto a segunda continha as Mitzvót "Bein Adam LeChaveiro" (entre o homem e seu semelhante). Embora as Tábuas fossem distintas em seu conteúdo, assim está escrito sobre elas quando Moshé desceu do Monte Sinai: "E Ele deu a Moshé as duas Tábuas do Testemunho" (Shemot 31:18). A palavra "Luchot" está escrita sem o "Vav" (לחת, ao invés de לוחת), como se estivesse no singular. Rashi explica que isso vem nos ensinar que ambas as Tábuas eram iguais em importância.
 
O sentido disso é mostrar que, embora sejam duas Tábuas, e cada uma contenha uma parte diferente, na verdade elas são como uma única Tábua e não podem ser separadas. O povo judeu não deve pensar que pode escolher o que está em uma Tábua e deixar de lado o que está na outra. Está escrito no singular para ensinar que elas formam uma unidade indivisível, uma não se sustenta sem a outra. E a própria experiência humana confirma isso, pois todos aqueles que não têm o temor a D'us acabam também perdendo o senso de retidão em relação ao próximo, e aqueles que não se comportam adequadamente com o próximo no final também acabam desrespeitando D'us.
 
Quando Rivka tirou água do poço para servir Eliezer e seus camelos, revelou-se nela uma grande medida de generosidade e bondade. Mas Eliezer quis chamar a atenção dela para o fato de que tudo isso, por mais belo que fosse, ainda assim não representava a perfeição. A verdadeira plenitude só seria alcançada quando essa bondade se unisse à Emuná e à prática do que é bom e justo aos olhos de D'us. O que ele fez então? Deu-lhe dois braceletes. Com isso, quis mostrar a ela que a verdadeira perfeição está guardada apenas nas duas Tábuas unidas, que correspondem às duas dimensões da vida: a relação entre o homem e D'us e a relação entre o homem e seu semelhante. Portanto, mesmo que Rivka já fosse exemplar em bondade e generosidade com as pessoas, Eliezer entendeu que ela precisava saber que existia também a outra metade, a dimensão entre o homem e D'us, que ela aprenderia e adquiriria na casa de Avraham e Ytzchak.
 
Seguindo essa mesma linha, podemos entender também o sentido do pendente colocado no nariz de Rivka. Em relação aos Arba Minim de Sucót, o Midrash diz que o Etrog é o fruto mais completo, pois tem sabor e cheiro. O sabor simboliza a Torá, enquanto o aroma simboliza as boas ações. Por isso o Midrash ressalta que o povo judeu se compara ao Etrog, que tem sabor e cheiro, pois também o povo judeu tem aqueles que possuem Torá e boas ações. É por isso que Eliezer deu a Rivka um pendente de ouro para o nariz, o órgão responsável pelo olfato, símbolo das boas ações. Quis assim indicar que, embora ela fosse notável por suas boas ações e, portanto, seu nariz era digno de um enfeite de ouro, ainda assim o pendente pesava apenas meio shekel, sendo que por um lado "meio" era uma alusão à doação de Machatzit HaShekel que cada judeu doava, isto é, atos de bondade, mas por outro lado simbolizava que isso era "meio", isto é, apenas uma parte. Essa joia tinha o propósito de ensinar a Rivka que as boas ações representavam apenas metade da nossa perfeição. Para completar a outra metade, ela precisava adquirir a Torá, que corresponde ao "sabor", e isso somente ocorreria na casa de Avraham e Ytzchak.
 
Entendemos que este ensinamento se aplica aos homens, que tem a obrigação de estudar Torá. Porém, como isso se aplica às mulheres? Explica o Talmud (Brachot 17a): "Com que méritos as mulheres recebem recompensa pelo estudo da Torá? Quando levam seus filhos à sinagoga para ler a Torá e quando apoiam seus maridos para que estudem Torá no Beit Midrash e os aguardam até que voltem". E sobre isso ensinam os nossos sábios: "Rabi Yehoshua ben Levi disse: 'Todos os dias, uma Voz Celestial sai do Monte Horev (Monte Sinai) e proclama: "Ai da humanidade pelo desprezo à Torá", pois quem não se ocupa com o estudo da Torá é chamado de "repreendido", como está dito: "Como um anel de ouro no focinho de um porco é uma mulher bela, mas sem sabor" (Pirkei Avot 6:2). Rivka já era uma bela mulher, por seus incríveis atos de Chessed. Mas apenas na casa de Avraham ela se tornaria uma mulher completa, repleta do sabor da Torá.
 
A bondade é um dos pilares que sustenta o mundo, mas para que a bondade seja completa, deve seguir as diretrizes da Torá. Sem as diretrizes da Torá, a bondade pode ser apenas uma busca de honra e autopreenchimento. A Torá define os parâmetros corretos. Por exemplo, a forma como devemos ajudar, as leis de prioridade de Chessed e as quantidades que devem ser doadas. Sem a Torá, o ato de Chessed pode se tornar algo vazio e sem brilho. Mas com a Torá, o Chessed ganha alma, sentido e brilho, tornando-se um ato que dura para sempre. 

SHABAT SHALOM 

R' Efraim Birbojm

 

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