sexta-feira, 24 de outubro de 2025

O SEGREDO ESTÁ NA INTENÇÃO E NO ESFORÇO - SHABAT SHAOM M@IL - PARASHÁ NOACH 5786

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R' Moishe Eliezer ben David Mordechai zt"l 
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PARASHÁ NOACH 5786



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ASSUNTOS DA PARASHAT NOACH
  • Noach encontra graça aos olhos de D'us.
  • Construção da Arca.
  • O grande Dilúvio e um ano na Arca.
  • O corvo e a pomba.
  • Noach e a família saem da Arca.
  • Noach oferece um Korban.
  • O pacto: Arco-Íris.
  • Noach fica bêbado e é envergonhado por seu filho Ham.
  • Knaan, filho de Ham, é amaldiçoado.
  • Descendentes de Yafet, Ham, Knaan e Shem.
  • A Torre de Babel e a dispersão.
  • 10 Gerações de Noach a Avraham.
  • 1º teste de Avraham: 13 anos escondido de Nimrod.
  • 2º teste de Avraham: Ur Kassdim.
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O SEGREDO ESTÁ NA INTENÇÃO E NO ESFORÇO - PARASHAT NOACH 5786 (24/out/25)

"Já depois de sua fama ter se espalhado por todo o mundo, o Gaon MiVilna (Lituânia, 1720 - 1797) encontrou um amigo de sua juventude, alguém que estudara ao seu lado no Cheider. O amigo, surpreso com a grandeza alcançada pelo Gaon MiVilna, perguntou com sinceridade:
 
- Como você se tornou um Talmid Chacham tão extraordinário? Quando éramos jovens, estudávamos juntos e, naquela época, não parecia haver uma diferença tão grande entre nós. Como você alcançou tanto?
 
O Gaon MiVilna olhou para ele e respondeu com tranquilidade:
 
- Você já estudou certa vez a Guemará (Chaguigá 9b) que diz: "Não se compara quem revisa seu estudo cem vezes àquele que revisa cento e uma vezes"?
 
O amigo confirmou que conhecia o ensinamento.
 
- E você realmente acredita nisso? - perguntou novamente o Gaon MiVilna.
 
- Claro que acredito - disse o amigo, convicto.
 
O Gaon MiVilna, com serenidade, completou:
 
- Então, eu não apenas acreditei, eu coloquei isso na prática".
 
Muitas vezes a diferença não está no talento natural ou na inteligência, mas na perseverança, na disciplina e no esforço contínuo. Alguém que se dedica verdadeiramente à Torá e às Mitzvót pode chegar muito alto".

Nesta semana lemos a Parashat Noach, que descreve o que talvez seja a maior catástrofe que já se abateu sobre a humanidade. Poucas gerações após a criação do mundo, o ser humano já havia se corrompido e se desviado dos caminhos de D'us, a ponto de merecer que o mundo inteiro fosse destruído por meio de um Dilúvio. Apenas a família de Noach encontrou graça aos olhos de D'us para ser poupada e repovoar o mundo.
 
Porém, mesmo Noach não estava em um nível espiritual tão elevado. Apesar de Noach ter sido chamado pela Torá de "Tzadik", de acordo com uma das explicações de Rashi (França, 1040 - 1105) ele seria um nada comparado a Avraham Avinu. Também Rashi descreve que Noach era "pequeno em Emuná, que confiava e, ao mesmo tempo, não confiava em D'us", pois ele não conseguia demonstrar sua Emuná em seus atos.
 
Mas talvez o evento que mais represente a limitação espiritual de Noach aconteceu após o Dilúvio. Em vez de focar no que seria bom para a humanidade, Noach pensou em saciar seus desejos e plantou um vinhedo. Ele então se embebedou e ficou nu em sua tenda, sendo desonrado por seu filho Cham. Quando seus outros dois filhos, Shem e Yefet, escutaram o que havia ocorrido, eles imediatamente se importaram com a honra do pai e não quiseram deixá-lo exposto, conforme está escrito: "E pegou Shem e Yefet a vestimenta, colocaram-na sobre os ombros de ambos e caminharam de costas, cobrindo a nudez de seu pai" (Bereshit 9:23).
 
Mas, se prestarmos atenção nos detalhes deste versículo, perceberemos que há um aparente erro de concordância verbal. Deveria estar escrito "e pegaram", já que se refere a Shem e Yefet, mas está escrito "e pegou". O que este "erro" nos ensina?
 
Além disso, Rashi explica que por este ato de Chessed com seu pai, Shem recebeu como recompensa que seus descendentes, o povo judeu, receberiam a Mitzvá de Talit com Tsitsit, enquanto Yefet mereceu como recompensa a sepultura para seus descendentes, como está dito: "Eu darei a Gog um local de sepultura" (Yechezkel 39:11). Mas qual é a relação entre estas recompensas, o sepultamento dado aos descendentes de Yefet e o Tsitsit dado aos descendentes de Shem, e o ato de cobrir a nudez do pai?
 
De acordo com o Rav Zalman Sorotzkin zt"l (Lituânia, 1880 - Israel, 1966), normalmente D'us utiliza o atributo de "Midá Kenegued Midá" (medida por medida) quando nos recompensa por nossos atos. Mas em que sentido as recompensas neste caso foram Midá Kenegued Midá? Nossos sábios explicam que em várias Mitzvót nas quais D'us nos impõe uma obrigação, Ele também nos garante os meios para cumpri-la. Por exemplo, quando D'us nos ordenou a Mitzvá de colocar uma proteção no telhado ("Maake"), estava garantindo que nos daria um teto; quando Ele nos ordenou colocar Mezuzá nas portas, estava garantindo que nos daria um lar; quando Ele nos ordenou fazer Brit-Milá, estava garantindo que nos daria filhos homens; e quando Ele nos ordenou colocar Tsitsit, estava garantindo que nos daria roupas. Assim, quando foi prometido a Mitzvá de Tsitsit aos descendentes de Shem, isso também incluía uma garantia de roupas para cobrir a nudez de seus descendentes, Midá Kenegued Midá por ele ter se preocupado com a nudez do seu pai. E também Yefet recebeu sua recompensa Midá Kenegued Midá, pois na guerra de Gog Magog os descendentes de Yefet merecerão sepulturas, o que também é uma forma de cobrir a nudez e não permitir que o corpo do falecido fique exposto.
 
Porém, por que esta diferença entre as recompensas de Shem e de Yefet? Por que um receberia a recompensa para descendentes vivos, através de roupas, enquanto o outro receberia a recompensa para seus descendentes mortos, através do enterro do corpo deles? Se o ato foi exatamente o mesmo, já que ambos o fizeram juntos, conforme está explícito no versículo, então por que a recompensa não foi a mesma?
 
Há uma lição incrível nesta diferença entre as duas recompensas. Mesmo que duas pessoas cumpram exatamente a mesma Mitzvá, as recompensas que elas receberão podem ser completamente diferentes. Shem e Yefet fizeram exatamente o mesmo ato, mas como Shem fez com Kavaná e entusiasmo, com vitalidade e alegria, sua recompensa veio Midá Kenegued Midá: uma roupa usada por uma pessoa viva que está obrigada a cumprir a Mitzvá de Tsitsit. Yefet também cumpriu a Mitzvá, mas não por sua iniciativa. Ele a cumpriu apenas seguindo seu irmão, e sem entusiasmo, fazendo como um hábito, sem o mesmo fervor. Como ele fez o ato, receberá também sua recompensa. Porém, ela será Midá Kenegued Midá: não uma roupa de um vivo, mas a cobertura da terra sobre os mortos. Há também mais um ponto de Midá Kenegued Midá: como Shem se apressou no cumprimento da Mitzvá, também recebeu sua recompensa com rapidez, pois já no momento da entrega da Torá seus descendentes receberam a Mitzvá de Tsitsit. Mas Yefet, que foi lento, só receberá sua recompensa muito mais tarde, na guerra de Gog e Magog, que ocorrerá no final dos tempos.
 
Sobre a grandeza do esforço no cumprimento das Mitzvót, o Rav Meir Rubman zt"l (Israel, século 20) acrescenta algo incrível. A Guemará (Chaguigá 9b) registra uma discussão entre dois sábios. Bar Hei Hei perguntou o significado do versículo "Então novamente vocês discernirão entre o justo e o perverso, entre aquele que serve a D'us e aquele que não O serve" (Malachi 3:18). O questionamento de Bar Hei Hei é que neste versículo existem aparentemente duas redundâncias: "o justo" aparentemente é o mesmo que "aquele que serve a D'us", enquanto "o perverso" é aparentemente o mesmo que "aquele que não O serve". Por que esta redundância? Hilel explicou que "Aquele que serve a D'us" e "aquele que não O serve" referem-se ambos a Tzadikim, mas o versículo está sugerindo que há uma distinção entre eles, semelhante à diferença entre aquele que revisa seu estudo cem vezes e aquele que o revisa cento e uma vezes. Mas Bar Hei Hei questionou a resposta de Hilel: uma pessoa é chamada de "aquele que não serve a D'us" apenas por não ter revisado mais uma vez seu estudo? Hilel respondeu que sim, e que podemos aprender isso observando o comportamento dos condutores de jumentos. Um condutor pode ser contratado para viajar até dez quilômetros por uma moeda. Porém, se a pessoa quiser que ele viaje onze quilômetros, fará isso somente por duas moedas. Por que? Pois o normal é viajar dez quilômetros. Fazer mais do que isso já exige muito mais esforço. A Guemará está nos ensinando que fazer qualquer coisa além do que é o normal, o que estamos acostumados, é considerado uma diferença significativa.
 
Esta Guemará, mencionada pelo Gaon MiVilna ao seu amigo de juventude, está nos revelando algo maravilhoso: mesmo que uma pessoa tenha se esforçado muito e revisado cem vezes, e seja considerado um Tzadik, ainda assim ele está muito distante daquele que estudou cento e uma vezes. Estudar cem vezes é considerado pela Guemará como o normal. Cento e uma vezes já necessitou de um esforço adicional. Comparado ao segundo, o primeiro é chamado de "aquele que não serve a D'us". Vemos o quanto é precioso o esforço adicional. Assim como será muito perceptível a diferença entre um justo e um perverso, também será igualmente perceptível a diferença entre dois justos. Aquele que se esforçou a mais do que o normal é chamado de "aquele que serve a D'us", enquanto aquele que não fez nenhum esforço extra é chamado de "aquele que não serve a D'us".
 
Essa diferença é justamente o que separa a grandeza da Mitzvá de Shem daquela de seu irmão Yefet, apesar de ambos terem realizado o mesmo ato. Como Shem se esforçou na Mitzvá e estava no nível de "aquele que serve a D'us", a Torá enfatiza sua grandeza ao dizer: "E pegou Shem e Yefet". Mesmo que ambos tenham pego, apenas Shem é mencionado em destaque. Pois a grandeza não vem de talento nato, mas do esforço além do normal. A diferença entre uma pessoa comum e uma extraordinária pode ser apenas "uma vez a mais". O hábito cria o comum, mas a superação cria o excepcional. Na vida, dê mais um passo. Pode fazer toda a diferença do mundo. 

SHABAT SHALOM 

R' Efraim Birbojm

 

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quinta-feira, 16 de outubro de 2025

CADA SEGUNDO CONTA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ BERESHIT 5786

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  • Primeira Criação: o tempo.
  • Dia um: Luz e Escuridão.
  • Segundo dia: Separação das águas de baixo e as águas de cima. 
  • Terceiro dia: Terra firme e Vegetais.
  • Quarto dia: Sol, Lua e Estrelas.
  • Quinto dia: Animais aquáticos.
  • Sexto dia: Animais da terra e Adam Harishon.
  • Shabat.
  • Adam e Chavá no Gan Éden.
  • A cobra engana Chavá.
  • A transgressão de Adam e Chavá.
  • D'us aparece no Gan Éden.
  • A maldição da cobra.
  • A maldição de Chavá.
  • A maldição de Adam.
  • A expulsão do Gan Éden.
  • Cain e Hevel: Oferendas e assassinato.
  • Julgamento e castigo de Cain.
  • 10 gerações de Adam a Noach.
  • Os filhos de Noach: Shem, Ham e Yefet.
  • Os gigantes e as transgressões.
  • O Decreto de destruição do mundo.
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CADA SEGUNDO CONTA - PARASHÁ BERESHIT 5786 (17/out/25)

 "Nos seus últimos anos de vida, o Rav Elazar Menachem Man Shach zt"l (Lituânia, 1899 - Israel, 2001) já estava muito fraco. Andava com dificuldade, falava com esforço e sua visão estava bastante comprometida. Mas, mesmo assim, ele mantinha o mesmo rigor de sempre: levantava-se cedo, estudava e dava Shiurim para os alunos da Yeshivat Ponevezh. Porém, seus médicos, muito preocupados com sua saúde, pediram para que ele reduzisse o ritmo e lhe disseram:
 
- Rav, o senhor precisa descansar. Cada Shiur o esgota. Seu corpo precisa de energia para viver.
 
O Rav Shach olhou para eles com seus olhos calmos e cansados, mas firmes. Respondeu em voz baixa, mas com uma clareza que marcou todos os presentes:
 
- Vocês falam de vida? Para mim, vida é estudar Torá. Se eu estiver sentado sem Torá, isso não seria vida, seria apenas estar respirando. Eu quero viver, não quero apenas respirar.
 
Algum tempo depois, o corpo do Rav Shach já estava tão fraco que precisaram ajudá-lo a se levantar e a caminhar até o local do Shiur. Os alunos então imploraram:
 
- Rav, por favor, descanse. O Shiur pode esperar. O senhor precisa se preservar!
 
Porém, o Rav Shach abriu um sorriso e respondeu aos alunos:
 
- A Torá não espera. Quem sabe se amanhã eu ainda estarei aqui? Se ainda tenho forças para dar mais um Shiur, então isso significa que o Céu me deu mais um momento de vida verdadeira, e quero usá-lo como tal.
 
E assim foi. Ele deu o Shiur, com voz fraca, mas com a mesma profundidade de sempre. Os alunos sabiam que cada palavra custava um esforço enorme para ele. Ao terminar, o Rav Shach fechou o livro e disse:
 
- Agora, posso descansar um pouco. Cumpri o que D'us ainda esperava de mim hoje."
 
O Rav Shach queria aproveitar cada momento da vida para acumular mais méritos. Os alunos contam que o Rav Shach dizia com frequência: "O maior presente que D'us pode dar a uma pessoa é um pouco mais de tempo para estudar Torá. Cada hora de vida é um presente que não voltará, e será cobrado. Se eu tivesse desperdiçado uma hora na juventude, hoje choraria por ela mais do que por todas as dores do meu corpo".

Nesta semana recomeçamos a leitura da Torá com o Sefer Bereshit. E a Parashá desta semana, Bereshit (literalmente "No princípio), fala sobre a criação do mundo e do primeiro ser humano, Adam Harishon. Ele foi criado em um nível imortal, de quase perfeição, à imagem e semelhança de D'us. Porém, infelizmente, logo após ter sido criado, ele transgrediu a vontade de D'us e trouxe, para si mesmo e para o mundo, a morte.
 
O Midrash ensina que D'us mostrou a Adam a história da humanidade, com cada geração e seus líderes. Adam viu a alma de David Hamelech e percebeu que ele estava destinado a viver por apenas três horas. Adam ficou profundamente entristecido por esse potencial perdido. Ele perguntou a D'us se seria permitido doar alguns de seus próprios anos a David Hamelech. D'us respondeu que Adam estava destinado a viver mil anos, mas que teria permissão para ceder parte desses anos a David Hamelech. Então, Adam doou setenta anos a David Hamelech, de modo que ele viveria novecentos e trinta anos e David Hamelech viveria setenta anos.
 
Entretanto, apesar da generosidade inicial, nossos sábios ensinam que, quando Adam estava prestes a completar novecentos e trinta anos, ele se arrependeu de sua atitude anterior e quis desfazer o acordo de doação de anos de vida. D'us, por outro lado, exigiu que ele mantivesse sua palavra. Para convencê-lo, D'us mostrou a Adam que ele teria um descendente, Yaakov Avinu, que faria uma promessa e a cumpriria. No final, Adam concordou em manter sua promessa original.
 
O Rav Elazar Rokeach zt"l (Alemanha, 1176 - 1238) cita uma versão ainda mais surpreendente desse Midrash. Quando Adam concordou inicialmente em ceder 70 anos de sua vida ao futuro David Hamelech, ele assinou um documento formalizando isso. O documento foi assinado conjuntamente por D'us e por um anjo. Quando Adam chegou aos novecentos e trinta anos, ele tentou negar ter feito tal acordo. Naquele momento, D'us apresentou o documento assinado, provando que o trato havia sido firmado.
 
Outro Midrash comenta que quando David Hamelech disse: "Não confiem em nobres, nem no filho do homem (ben Adam), que não traz salvação" (Tehilim 146:3), ele estava se referindo à Adam Harishon e sua tentativa de cancelar a doação dos setenta anos. Mas o que os sábios estão nos ensinando com esses enigmáticos Midrashim? Por que Adam teria doado com tanto gosto anos de sua vida e, depois, tentado voltar atrás?
 
Explica o Rav Yssocher Frand shlita que Adam Harishon, como todos os Tzadikim, valorizava tanto a vida que, ao se aproximar da morte, não suportava abrir mão da oportunidade de realizar mais com aqueles anos extras. Um Tzadik sabe que pode fazer muito em um ano, em um mês ou em um único dia. Cada instante de um Tzadik é bem utilizado. A vida é tão preciosa que, ao perceber que seu tempo havia chegado ao fim, Adam ficou tão angustiado e perturbado que ou esqueceu sua promessa, ou se dispôs a tentar cancelá-la. Esse desejo de voltar atrás, portanto, não deriva de maldade, falhas de caráter ou falta de compromisso. Pelo contrário, decorre de sua grandeza e de sua profunda compreensão do valor da vida.
 
David Hamelech nos ensinou: "É preciosa aos olhos de D'us a morte dos Seus justos" (Tehilim 116:15). O que essas palavras significam? Rashi interpreta a palavra "Yakar", que significa "preciosa", como equivalente a "difícil". O versículo, então, quer dizer que é difícil para D'us trazer a morte aos Seus justos. Outros comentaristas, no entanto, entendem que "Yakar" realmente significa "preciosa". Mas o que significa que é preciosa para D'us a morte dos justos? David Hamelech estava nos ensinando que, quando D'us vê como os Tzadikim agem diante da proximidade da morte, isso é algo precioso aos Seus olhos. Ele se agrada com o fato de que os Tzadikim reconhecem o imenso valor da vida.
 
Há na Torá um versículo importante para os nossos dias, uma geração que carece tanto em reconhecer a hierarquia e em saber respeitar o próximo: "Você se levantará diante da "Seivá" (pessoa idosa) e respeitará a face do "Zaken" (idoso)" (Vayikrá 19:32). Aparentemente o versículo está trazendo uma única Mitzvá, de respeitar os idosos. Entretanto, segundo o Rav Avraham ben Meir zt"l (Espanha, 1092 - 1167), mais conhecido como Ibn Ezra, trata-se de duas Mitzvót diferentes. O termo "Zaken" refere-se especificamente a um sábio da Torá, pois "Zaken" é um acrônimo de "Ze Shekana Chachma", que significa "aquele que adquiriu sabedoria". Já o termo "Seivá" refere-se a qualquer pessoa idosa.
 
De acordo com a explicação do Ibn Ezra, a Mitzvá de se levantar, demonstrando respeito, se aplica a qualquer pessoa idosa. Entendemos a importância de honrar os sábios de Torá, que iluminam o mundo com a sua sabedoria e nos ensinam os caminhos corretos. Mas por que se levantar para todas as pessoas idosas, mesmo aquelas que não são sábias? Pois essas pessoas aprenderam a valorizar a vida. Elas merecem ser honradas por essa consciência. Uma pessoa age de forma diferente, pensa de forma diferente e possui uma perspectiva distinta da vida quando está com sessenta ou setenta anos, em comparação com quando tinha vinte ou trinta. Trata-se de outro tipo de ser humano. Devemos honrar essa nova perspectiva e atitude, nos levantando perante tais pessoas.
 
Quando Adam foi criado e lhe foi dito que ele teria mil anos de vida pela frente, era como se alguém se aproximasse de um milionário pedindo uma doação de mil dólares. O milionário estaria disposto a entregar os mil dólares sem nenhuma dificuldade, pois isso significaria muito pouco para ele. Porém, se em algum momento esse mesmo milionário perdesse toda a sua fortuna, ele ficaria profundamente incomodado com o fato de ter se comprometido a doar mil dólares. Ao fim de sua vida, Adam era como esse milionário que perdeu toda a sua riqueza. A grande maioria daqueles mil anos, que antes estavam diante dele, agora já era parte do passado. Naquele momento Adam tinha uma perspectiva diferente sobre a vida. Adam sabia dar o valor verdadeiro a cada dia, a cada minuto e a cada instante. É por causa dessa perspectiva correta que nos erguemos perante os idosos. E também é por causa dessa perspectiva que dizemos: "Preciosa aos olhos de D'us é a morte de Seus justos".
 
Precisamos saber dar valor para o tempo. Há pessoas que medem a vida em anos, mas os grandes sábios a medem pelos momentos de Torá e Mitzvót. Para o Rav Shach, a diferença entre "viver" e "existir" estava em como se usa o tempo. Por isso ele sempre dizia: "As pessoas falam que 'tempo é dinheiro', mas isso não é verdade. Tempo não é apenas dinheiro. O tempo é a nossa própria alma".
 
Estamos começando mais um ano, após passarmos muitos dias conectados com D'us. E todo recomeço vem com uma força nova, com uma energia positiva. Que possamos fazer deste recomeço algo ainda mais especial, com ainda mais valores, vivendo cada instante da forma correta, dedicando o que temos de mais precioso, o nosso tempo, para podermos acumular méritos. Pois tempo não é dinheiro, tempo é eternidade. 

SHABAT SHALOM 

R' Efraim Birbojm

 

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