sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

GOVERNANDO SOBRE SI MESMO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAIGASH 5786

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R' Moishe Eliezer ben David Mordechai zt"l 
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PARASHAT VAIGASH 5786



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ASSUNTOS DA PARASHAT VAIGASH
  • Yehudá enfrenta o "vice-rei".
  • Yossef manda todos saírem da sala.
  • Yossef se revela.
  • Irmãos de Yossef voltam para casa, para buscar famílias.
  • Yossef manda presentes a Yaacov.
  • A família de Yaacov prepara-se para ir ao Egito.
  • Genealogia dos filhos de Yaacov.
  • O reencontro de Yaacov e Yossef.
  • O encontro de Yaacov e o Faraó.
  • A fome no Egito fica cada vez mais dura.
  • Yossef compra todo o Egito.
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GOVERNANDO SOBRE SI MESMO - PARASHAT VAIGASH 5786 (26/dez/25)

"Dois capitães, Yaacov e Moshé, zarparam ao mesmo tempo, do mesmo porto. Ambos tinham o mesmo destino. Ambos enfrentavam o mesmo mar. Yaacov comandava um grande navio, com muitos marinheiros a bordo, cordas grossas, velas imponentes e bandeiras tremulando. Sua voz forte ecoava no convés e todos o obedeciam. Ele parecia ser muito poderoso. Já Moshé conduzia um barco pequeno, com poucos tripulantes, nada impressionante aos olhos de quem observava da costa. Parecia alguém sem nenhum poder ou controle.
 
Durante as primeiras horas, quando o mar estava calmo, o grande navio avançava com imponência, enquanto o pequeno barco passava quase despercebido. Mas, de repente, o vento mudou, as ondas se levantaram, o céu escureceu e o mar agora desafiava os capitães. No grande navio, Yaacov começou a perder o controle. Ele gritava ordens contraditórias, de modo que um marinheiro puxava o barco para um lado, enquanto outro puxava para o outro. Cada rajada de vento o fazia mudar de decisão. O navio era grande, mas já não tinha direção.
 
No pequeno barco, Moshé permanecia em silêncio. Ele segurava o leme com firmeza, não discutia com o vento nem lutava contra o mar. Com humildade, apenas ajustava, centímetro por centímetro, o rumo. O barco subia, descia, rangia, mas seguia firme adiante. Quem observava de longe poderia pensar: "Que poder tem esse homem? Não há mastros, não há gritos, não há multidão obedecendo". Mas quando a tempestade passou, algo ficou claro: o grande navio se afastou do destino, enquanto o pequeno barco chegou exatamente onde precisava chegar."
 
Há pessoas que governam outras. Elas impressionam, comandam, falam alto. Mas quando o vento da pressão sopra, a onda da raiva se levanta e a tempestade da tentação aparece, eles perdem o rumo. E há pessoas que talvez ninguém as aplauda nem as chame de líder, mas elas seguram o leme. O vento não decide por elas, a emoção não as arrasta, o ambiente não as controla. Esses são os verdadeiros governantes. Não porque mandam, mas porque não são mandadas pelos seus impulsos. O verdadeiro capitão não é aquele que comanda uma grande quantidade de marinheiros, mas aquele que, em plena tempestade, sabe exatamente para onde está indo.

Nesta semana lemos a Parashat Vaigash (literalmente "E se aproximou"), que descreve o emocionante reencontro de Yossef com seu pai, após 22 anos de separação. Entretanto, antes do final feliz, a Parashat traz momentos de tensão. Yossef estava determinado a continuar seu "papel" de vice-rei cruel, para testar se seus irmãos estavam realmente arrependidos por tê-lo vendido e se haviam superado o sentimento de inveja. No final da Parashat passada, Miketz, Yossef acusou falsamente Biniamin, que era naquele momento o filho mais querido de Yaacov, de ter roubado seu cálice de prata, e ameaçou mantê-lo como escravo.
 
A Parashat desta semana começa justamente com Yehudá confrontando Yossef de forma corajosa, conforme está escrito: "E Yehudá aproximou-se dele" (Bereshit 44:18). Depois de falar palavras duras a Yossef, ele se ofereceu para ficar como escravo no lugar de Biniamin, demonstrando que haviam superado a inveja. Yossef, ao ver o comportamento dos irmãos, não aguentou mais e se revelou para eles.
 
Sobre este confronto, há um questionamento interessante. Por que os outros irmãos não entraram na discussão? Shimon e Levi, por exemplo, mataram sozinhos a cidade inteira de Shechem, após sua irmã Dina ter sido sequestrada e desonrada. Então, por que não fizeram nada naquele momento?
 
O Midrash responde citando as palavras de David HaMelech: "Pois eis que os reis se reuniram; eles passaram juntos. Eles viram, e ficaram maravilhados; tremeram, sim, ficaram confusos. Um tremor os atingiu ali" (Tehilim 48:5-7). "Pois eis que os reis se reuniram" se refere a Yehudá e Yossef; "eles passaram juntos" significa que um se encheu de ira contra o outro. "Um tremor os atingiu ali" se refere às Tribos, isto é, os irmãos de Yossef, que quando viram a discussão de Yossef e Yehudá, disseram: "Quando reis estão discutindo entre si, o que nós temos a ver com isso? É apropriado que um rei discuta com outro rei".
 
Mas as palavras do Midrash despertam um grande questionamento. Por que os irmãos ficaram tão impressionados com o fato de Yehudá e Yossef serem reis? Em primeiro lugar, Yehudá não era rei, pelo contrário, seus irmãos o haviam rebaixado de sua posição de liderança após a venda de Yossef, como está escrito: "E aconteceu, no mesmo tempo em que Yehudá desceu de entre seus irmãos" (Bereshit 38:1). Rashi (França 1040 - 1105) explica que a linguagem "Yehudá desceu" nos ensina que seus irmãos o rebaixaram quando viram a angústia de seu pai e disseram: "Você nos disse para vender Yossef. Se tivesse dito para devolvê-lo, nós teríamos obedecido". Também em relação a Yossef, é surpreendente que seus irmãos atribuíssem tamanha importância a ele, que ele era apenas o vice-rei do Egito, não o chefe supremo. Então por que os irmãos foram tomados por tamanho temor?
 
Explica o Rav Yossef Yehuda Leib Bloch zt"l (Lituânia, 1860 - 1929) que, para responder esta pergunta, antes devemos fazer uma importante reflexão: o que é realeza? Estamos acostumados a chamar de rei aquele que governa um país e que tem uma grande população sob seu controle. Ele governa com o auxílio de oficiais, bem como soldados e policiais, que mantêm a ordem e o protegem. Dessa forma, ele impõe o seu temor sobre as pessoas e, assim, consegue conduzir a nação. A verdade é que um rei desse tipo não é rei por sua própria personalidade ou grandeza, mas apenas por causa daqueles que o servem. Sobre um rei assim se diz: "não há rei sem povo", pois se o país se rebelar contra ele, sua realeza termina. Já que são seus súditos que lhe conferem a realeza, então ele acaba se tornando, na prática, servo deles.
 
Há um interessante sinal que se cumprirá na época que antecede a vinda do Mashiach: "A face da geração será como a face de um cachorro". Mas o que significa ter a face de um cachorro? O Rav Israel Salanter zt"l (Lituânia, 1810 - Prússia, 1883) explica que quando vemos uma carroça em movimento e um cachorro correndo à sua frente, não é possível saber quem lidera e quem é liderado. O observador pode pensar que o cachorro é o líder, pois ele corre à frente da carroça. Contudo, quando chegam a uma encruzilhada, o cachorro para e vira o rosto para trás, para ver para onde a carroça irá. Assim se entende que não é o cachorro quem lidera, e sim aquele que está sentado na carroça, pois é ele quem decide o caminho, e o cachorro apenas o segue. Assim será nos tempos que precedem a vinda do Mashiach: a face da geração, isto é, os líderes da nação, não conduzirão sua geração segundo sua própria opinião e entendimento, mas estarão constantemente voltados para ver para onde se inclina a opinião pública. De fato, assim são as coisas em nossos dias, e este é um dos sinais mais característicos do regime democrático, considerado por muitos como símbolo de progresso e cultura.
 
Enquanto o homem vive uma vida apenas material, é realmente difícil para ele libertar-se de considerar a opinião pública. Por natureza, ele é conduzido por ela. Somente quando uma pessoa se eleva acima da sociedade e age com firmeza, sem se deixar levar pela opinião alheia, então ela pode se tornar um verdadeiro rei. Quanto menor for a influência das massas sobre ele, tanto maior e mais elevada será a sua realeza. Para chegar a esse estado, a pessoa deve, antes de tudo, ser rei sobre si mesma, isto é, quando governar adequadamente as centenas de forças e emoções que possui, utilizando seu intelecto refinado. E quando não conduzir seus atos e ações de acordo com seus desejos e paixões, então se tornará um rei ao qual o povo se submeterá em obediência.
 
Assim entendemos as palavras do Talmud (Guitin 62b), que afirma que os sábios de Torá são chamados de reis, conforme diz o versículo: "Por Mim reinam os reis" (Mishlei 8:15), pois eles são os valentes que dominam seu instinto, os verdadeiros reis. Yossef e Yehudá eram reis sobre si mesmos. Por isso eles mereceram a realeza. E assim diz o Midrash: "Por que Yehudá mereceu a realeza? Pois confessou o episódio de Tamar". Ou seja, a coragem e a força de caráter que ele teve para admitir, sem vergonha, o ocorrido com Tamar, no momento em que poderia ter ocultado sua participação no fato, é bravura de realeza. Ele mereceu que de sua descendência saíssem reis, e que o Mashiach ben David viesse de sua linhagem.
 
Também em relação a Yossef, quando os servos do Faraó perguntaram como poderia ser colocada uma coroa de realeza sobre um escravo recém-saído da prisão, o Faraó respondeu: "Vejo nele traços de realeza". Nossos sábios explicam quais eram esses traços de realeza: a boca de Yossef, que não beijou para o pecado, "por tua boca será alimentado todo o meu povo" (Bereshit 41:40); seu corpo, que não tocou no pecado, "e vestiram-no com roupas de linho" (Bereshit 41:42); seu pescoço, que não se inclinou ao pecado, "e puseram um colar de ouro em seu pescoço" (ibid); suas mãos, que não tatearam no pecado, "e o rei tirou seu anel da mão e o colocou na mão de Yossef" (ibid); seus pés, que não caminharam para o pecado, "e fizeram-no montar na carruagem secundária que lhe pertencia" (Bereshit 41:43); seu pensamento, que não pensou no pecado, "e proclamaram diante dele: Avrech" (ibid), isto é, pai na sabedoria. A força de caráter e a firmeza de espírito com as quais Yossef governou seus membros são os traços de realeza visíveis nele. Também de Yossef está destinado a sair o Mashiach ben Yossef.
 
Agora entendemos o temor que tomou conta dos irmãos de Yossef ao verem Yehudá e Yossef discutindo. Não foi o título formal de realeza que causou uma forte impressão neles, mas a grandeza de personalidade de pessoas que governavam a si mesmos. O Rav Bloch ensinava aos seus alunos: "Dominem as forças que atrapalham no Serviço a D'us. Somente então vocês se desenvolverão e se aperfeiçoarão para se tornarem governantes de si mesmos, elevados acima das massas, líderes da geração". Portanto, para ser um rei de verdade, não é necessário ter milhares de súditos, e sim apenas ter autocontrole.

SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

 

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

CONFIAR DÁ MENOS TRABALHO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT MIKETZ 5786

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PARASHAT MIKETZ 5786



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ASSUNTOS DA PARASHAT MIKETZ
  • Os dois sonhos do Faraó.
  • Yossef é chamado para interpretar os sonhos.
  • Yossef se torna o vice rei.
  • Yossef se casa com Osnat.
  • A estratégia de Yossef é implantada no Egito.
  • Yossef tem dois filhos: Efraim e Menashé.
  • Começam os anos de fome no Egito.
  • Yaacov manda seus filhos aos Egito.
  • Yossef reconhece seus irmãos, mas eles não o reconhecem.
  • Yossef acusa os irmãos de serem espiões.
  • Os irmãos de Yossef se arrependem.
  • Yossef prende Shimon e exige a vinda de Biniamin.
  • Yaacov se recusa a enviar Biniamin.
  • A fome continua e Yaacov é obrigado a enviar Biniamin.
  • Yossef testa seus irmãos e esconde cálice de prata na sacola de Biniamin.
  • Biniamin é acusado de roubo e condenado a virar escravo.
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CONFIAR DÁ MENOS TRABALHO - PARASHAT MIKETZ E CHANUKA 5786 (19/dez/25)

O Rav Yossef Yuzel Horowitz zt"l (Bielorrússia, 1847 - Ucrânia, 1919), mais conhecido como "Saba MiNovardok", era famoso por seu nível extraordinário de "Bitachon" (confiança em D'us). Durante toda a sua vida, ele não investiu muito tempo nem grandes esforços para resolver problemas que surgiam, confiando sempre na bondade de D'us de que tudo correria bem. Costumava assinar, antes do seu nome, as letras "Beit Beit", iniciais de "Baal Bitachon" (homem dono da confiança).
 
Como prova do seu Bitachon, o Rav Yossef Yuzel guardou por décadas um resto de vela, despertando curiosidade nas pessoas. Então ele contava que quando vivia na cidade de Zushen, certa noite terminaram todas as suas velas e ele ficou no escuro, não tendo mais como continuar seu estudo de Torá. Porém, ele não se desesperou. Apesar da hora tardia, saiu na rua em busca de luz. Subitamente, viu um homem vindo em sua direção. Ele trazia uma vela na mão e prontamente entregou-a, como se estivesse trazendo uma encomenda. Esse episódio serviu ao Rav Yossef Yuzel como um sinal de até onde deve chegar a confiança de uma pessoa.
 
Desde muito cedo, começou a exercitar-se na característica de "Bitachon". Quando estava em Kovno, uniu-se a um grupo de estudiosos de Mussar que trabalhavam essa virtude e decidiram não dar nenhum passo na vida sem o consenso do grupo de que aquele esforço era realmente necessário. Mas um dos membros do grupo não quis aceitar esse compromisso, alegando que tinha filhas em idade de casamento e que precisava se preocupar com o futuro delas. Qual foi o final da história? Todos os membros do grupo conseguiram se estabelecer na vida e casar seus filhos com sucesso, exceto aquele homem.

Na Parashá desta semana, Miketz (literalmente "Ao fim de"), a Torá continua contando sobre a saga de Yossef, em seus altos e baixos. No fim da Parashá da semana passada, após dez anos na cadeia, preso injustamente por uma falsa acusação de assédio, Yossef teve uma oportunidade para ser libertado ao interpretar corretamente os sonhos do copeiro-chefe. Ao interpretar que o copeiro-chefe seria restituído ao seu cargo e voltaria a servir bebidas ao Faraó, Yossef pediu que fosse mencionado ao Faraó que ele havia sido preso injustamente. A Parashá então terminou dizendo que no aniversário do Faraó, o copeiro-chefe foi julgado e inocentado, voltando ao seu cargo original, exatamente como Yossef havia interpretado. Porém, o copeiro-chefe se esqueceu de Yossef.
 
A nossa Parashá começa exatamente dois anos depois destes eventos, como está escrito: "E aconteceu que, ao fim de dois anos completos, o Faraó teve um sonho" (Bereshit 41:1). Desse sonho do Faraó veio finalmente a salvação de Yossef, que foi chamado para interpretá-lo e depois elevado a vice-rei do Egito. Mas por que a Torá conectou os dois assuntos? Para nos ensinar que tudo ocorre de acordo com a vontade de D'us. Yossef recebeu um castigo Divino de passar 10 anos na cadeia por ter falado ao pai Lashon Hará sobre os seus 10 irmãos, apesar de ter feito isso com boas intenções. O evento com o copeiro-chefe ocorreu justamente ao fim dos 10 anos. Isso significa que o sonho do Faraó deveria ter acontecido imediatamente e Yossef deveria ter sido tirado naquele momento da prisão. Então por que a nossa Parashá começa nos ensinando que se passaram mais dois anos até que Yossef fosse libertado, se espiritualmente o castigo havia terminado?
 
A resposta está no entendimento mais profundo das palavras de David Hamelech: "Bem-aventurado é o homem que coloca em D'us a sua confiança e não se volta para os arrogantes" (Tehilim 40:5). De acordo com o Midrash, "o homem que coloca em D'us a sua confiança" se refere a Yossef, que tinha uma confiança em D'us inabalável. A maioria das pessoas teria desabado com os testes de Yossef, mas ele se manteve firme justamente porque confiava plenamente em D'us e via a Mão Dele em tudo o que ocorria, até mesmo nas dificuldades. Porém, de acordo com o Midrash a continuação do versículo "e não se volta para os arrogantes" se refere a Yossef ter pedido ajuda ao copeiro-chefe e falado "Mas lembre-se de mim quando as coisas correrem bem para você, e por favor, faça-me um favor e mencione meu nome ao Faraó, e você me tirará desta casa" (Bereshit 40:14). Por ter se apoiado em um humano e não em D'us, e utilizado duas expressões, foram-lhe acrescentados dois anos na prisão.
 
Porém, há aqui uma aparente contradição. Inicialmente o Midrash descreve Yossef como o exemplo de alguém sobre quem se aplica o versículo "Bem-aventurado é o homem que coloca em D'us a sua confiança", mas logo em seguida afirma que ele foi punido por falta de confiança em D'us! Afinal, ele confiava em D'us ou não? Além disso, por que Yossef foi punido por ter pedido ajuda ao copeiro-chefe? Afinal, a Hishtadlut (esforço humano) é permitida, e até desejável. Que falha ele cometeu ao dizer "lembre-se de mim... mencione meu nome", a ponto de ser punido com um ano de prisão por cada expressão?
 
Explica o Rav Yossef Dov Soloveitchik zt"l (Bielorrússia, 1820 - 1892), mais conhecido como Beit HaLevi, que de fato a Torá permite ao ser humano empenhar-se em suas necessidades materiais, como está escrito: "para que o Eterno, teu D'us, te abençoe em toda a obra das tuas mãos" (Devarim 24:19), isto é, a Brachá vem através do esforço. Também está escrito: "E recolherá o teu trigo, o teu vinho e o teu azeite" (Devarim 11:14). Sobre isso, diz o Talmud (Brachot 35b) em nome do Rabi Ishmael: "Se comporte de acordo com o costume do mundo", isto é, faça o esforço necessário. Mas e o Bitachon? Não devemos confiar que tudo vem de D'us?
 
A resposta é que o ideal seria somente confiar em D'us, a ponto de não necessitar fazer nenhum tipo de esforço. Porém, nem todos conseguem alcançar este nível de confiança plena em D'us. A Hishtadlut serve, neste caso, como um auxílio para que a pessoa chegue ao nível de confiança verdadeira. E esse não é um conceito que se aplica apenas à Emuná. Encontramos em toda a Torá que, às vezes, certas condutas são permitidas como meio para ajudar o ser humano a alcançar um nível maior desejado. Assim ensinam os nossos sábios: "Sempre a pessoa deve se ocupar com a Torá e com as Mitzvót, mesmo sem as intenções mais puras ('Sheló Lishmá'), pois do 'Sheló Lishmá' se chega ao 'Lishmá' (intenções mais puras)".
 
Conclui-se, portanto, que a medida do esforço permitido não é igual para todos, cada pessoa é avaliada segundo o seu nível. Se uma pessoa é capaz de confiar em D'us através de poucos esforços, todo acréscimo além do necessário será considerado uma falha no seu Bitachon. Por outro lado, quem ainda possui uma confiança limitada pode se dedicar mais ao esforço material, até conseguir tranquilizar o coração e confiar plenamente em D'us, e para ele o esforço adicional não será considerado uma falha.
 
O que acontece quando a pessoa excede e faz um esforço além do que lhe é necessário de acordo como o seu nível? A punição vinda do Céu é que aumentam as circunstâncias que o obrigam a depender desse esforço, e seu sustento só chegará através de um enorme esforço, exatamente pelo caminho que a pessoa escolheu para si. Portanto, a pessoa que se apoiou no mundo material agora dependerá mais do seu esforço no mundo material.
 
Com estes entendimentos podemos agora analisar a situação de Yossef. O esforço dele ao dizer ao copeiro-chefe "Lembre-se de mim" parece, à primeira vista, algo mínimo, pois trata-se apenas de algumas poucas palavras. Além disso, Yossef viu claramente que do Céu lhe foi concedida essa oportunidade, pois a prisão do copeiro-chefe e seu sonho pareciam ter ocorrido unicamente para possibilitar sua salvação. Mais ainda, as palavras de Yossef ao copeiro-chefe não parecem ser propriamente um pedido. Primeiro Yossef disse: "Dentro de três dias o Faraó levantará a tua cabeça e te restituirá ao teu cargo" (Bereshit 40:13), e depois acrescentou "Mas lembre-se de mim quando as coisas correrem bem para você, e por favor, faça-me um favor e mencione meu nome ao Faraó, e você me tirará desta casa". O Beit HaLevi explica que tudo fazia parte de uma previsão. Yossef estava revelando ao copeiro-chefe que o fato de seu destino ter se transformado, de morte para vida, era unicamente para que ele pudesse tirá-lo da prisão. Em seguida, explicou que assim aconteceria: o copeiro-chefe o mencionaria e o faria sair daquele lugar. Portanto, a Hishtadlut de Yossef foi algo ínfimo. Então por que ele foi castigado?
 
Se mesmo por um esforço tão pequeno ainda assim Yossef foi punido, isso prova que o seu nível de confiança em D`us era extremamente elevado, pois somente para alguém em um grau tão alto de confiança esta Hishtadlut tão pequena seria considerada uma falha. É isso que o Midrash está nos ensinando: "Bem-aventurado é o homem que coloca em D'us a sua confiança" se refere a Yossef, que estava em um grau muito alto de confiança em  D'us. "E não se volta para os arrogantes", ou seja, ele realmente confiava em D'us e não se voltava sequer com uma leve inclinação do coração às pessoas. Neste nível tão elevado de confiança em D'us, até duas curtas expressões, que apenas soam como Hishtadlut, foram passíveis de punição. Pela severidade da punição, aprendemos a grandeza do Bitachon de Yossef. Por isso foi dito: "Bem-aventurado é o homem".
 
Foi isso também que aconteceu na história do Saba MiNovardok. Os membros do seu grupo estavam em um nível no qual não necessitavam de esforço excessivo para alcançar tranquilidade. Também aquele que se afastou deles estava, aparentemente, em um nível o qual se poderia exigir dele a "tranquilidade daquele que confia". Como ele não aceitou confiar e se voltou ao esforço humano, foi punido com a necessidade de muito esforço. Já seus companheiros, que confiaram, foram bem-sucedidos sem grandes esforços.
 
Ser um Baal Bitachon como o Saba MiNovardok não cai do Céu, é necessário se esforçar, principalmente através do estudo e da reflexão, procurando enxergar a Mão de D'us em tudo o que acontece em nossas vidas. Quanto mais esforço fizemos para ter mais Bitachón, menos esforços precisaremos fazer no mundo material.

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