quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

DESPERTANDO NOSSOS IRMÃOS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAIESHEV E CHANUKA 5786

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PARASHAT VAIESHEV 5786



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ASSUNTOS DA PARASHAT VAIESHEV
  • Yaacov se assentou em Eretz Knaan.
  • Yossef fala mal dos irmãos.
  • 2 sonhos de Yossef: trigos e estrelas.
  • Yossef sai para procurar seus irmãos, a pedido de Yaacov, e encontra homem no caminho.
  • Irmãos de Yossef querem matá-lo.
  • Por sugestão de Reuven, Yossef é jogado no poço.
  • Reuven se ausenta.
  • Por sugestão de Yehudá, Yossef é vendido como escravo e levado ao Egito em caravana de especiarias.
  • Yehudá e Tamar.
  • Yossef é vendido ao Potifar.
  • A esposa do Potifar e a tentação de Yossef.
  • Yossef é enviado para a prisão.
  • Yossef interpreta os sonhos dos dois prisioneiros.
  • A interpretação de Yossef se cumpre.
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DESPERTANDO NOSSOS IRMÃOS - PARASHAT VAIESHEV E CHANUKA 5786 (12/dez/25)

O Rav Yitzchak Fanger shlita, famoso palestrante israelense, nasceu em uma família muito afastada da Torá. Ao acabar o serviço militar em Israel, decidiu estudar Reiki, uma técnica japonesa de cura. Viajou para a Índia, teve muito sucesso, ganhou muito dinheiro, mas um vazio existencial o fez voltar a Israel. Começou a estudar Torá até fazer Teshuvá completa, mas ficou desorientado quando descobriu que sua especialidade estava associada à idolatria. Foi se aconselhar com o Rav Yitzchak Zilberstein shlita, que lhe contou uma história triste, sobre um sobrevivente do Holocausto que o visitava todo ano em um dia específico, para chorar a perda de seus parentes. Quando perguntado sobre o motivo pelo qual ele sempre escolhia aquele dia específico, o homem contou:
 
- Perdi minha família no começo da guerra e só havia me restado meu irmão mais velho. Eu e ele fazíamos trabalhos forçados diariamente em um Campo de Concentração. Certa noite, tivemos que trabalhar até às 4h00. Estávamos exaustos, mas sabíamos que precisávamos estar de pé às 5h00 para a chamada ou seria o nosso fim. Achei muito arriscado ir dormir, mas meu irmão já não tinha mais forças e pediu que eu o acordasse em 45 minutos. Pouco depois, um nazista me forçou a fazer um trabalho. Fiquei tão concentrado que esqueci de acordar o meu irmão. Depois da chamada, fui para o barracão onde dormíamos e descobri que ele havia sido assassinado. Gritei angustiado: "Por que não acordei meu irmão?". Todo ano, no Yortzeit dele, essa lembrança me assombra.
 
- D'us te despertou e salvou sua vida - concluiu o Rav Zilberstein, olhando nos olhos do Rav Fanger - mas ainda há muitos irmãos adormecidos, que não sabem nada sobre o judaísmo. Você tem talento e carisma. Você quer que, depois de 120 anos, seus irmãos lhe perguntem por que você não os despertou? Você deve dedicar sua vida para disseminar a Torá e acordar seus irmãos adormecidos.
 
O Rav Fanger aceitou o conselho e, há anos, dedica-se a ensinar Torá pelo mundo. Dezenas de milhares de pessoas escutam suas aulas. Este foi o segundo despertar do Rav Fanger.

 
Nesta semana lemos a Parashat Vaieshev (literalmente "E se estabeleceu"), que começa a descrever com detalhes a descendência de Yaacov, em especial a história de seu filho preferido, Yossef. Justamente por ser o filho preferido, Yossef despertou a inveja de seus irmãos, que começaram a odiá-lo. Certa vez Yaacov pediu para que Yossef procurasse seus irmãos, que estavam pastoreando. Ao ver Yossef vindo, os irmãos tramaram matá-lo, por enxergá-lo como uma ameaça à estabilidade da família. Por sugestão de Reuven, eles mudaram de ideia e decidiram jogá-lo em um poço. Finalmente, o venderam como escravo para uma caravana que se dirigia ao Egito.

Na continuação, o versículo diz algo surpreendente: "E Reuven voltou ao poço, e eis que Yossef não estava no poço! Então ele rasgou suas roupas" (Bereshit 37:29). Mas se durante todo o episódio Reuven estava junto com seus irmãos, e inclusive foi dele a ideia de jogar Yossef no poço, com intenção de salvá-lo mais tarde, como ele não sabia que Yossef não estava mais no poço? Onde ele estava quando Yossef foi vendido aos comerciantes?
 
Rashi explica que realmente Reuven não estava presente naquele momento, e traz dois motivos. O primeiro é que os irmãos se revezavam para cuidar do pai. Naquele dia era a vez de Reuven e, por isso, ele havia voltado para casa. Já de acordo com a segunda explicação, Reuven não estava presente pois estava isolado dos irmãos, vestindo roupas de saco e jejuando, em arrependimento pelo episódio de ter mudado a cama de seu pai de tenda, que foi descrito na Parashá Vaishlach (Bereshit 35:22). A cama de Yaacov ficava fixa na tenda de Rachel. Quando Rachel faleceu, Reuven tinha certeza que Yaacov moveria sua cama para a tenda de sua mãe, Lea. Porém, Yaacov tinha outros planos e mudou sua cama para a tenda de Bilá, a serva de Rachel. Reuven considerou aquela atitude do pai humilhante demais para sua mãe suportar. Em um momento de zelo e ímpeto, ele moveu por conta própria a cama do pai para a tenda de Lea, algo grave, uma interferência nos assuntos íntimos dele.
 
Entretanto, se fizermos as contas, descobriremos que o erro de Reuven havia acontecido há muitos anos, pouco depois da morte de Rachel. Ela faleceu quando Yossef tinha aproximadamente oito anos. Se Yossef agora tinha dezessete anos, o erro de Reuven havia acontecido há quase dez anos! Por que Reuven decidiu que precisava fazer Teshuvá naquele momento, tanto tempo depois? O que o motivou?
 
Explica o Rav Yssocher Frand shlita que todos nós estamos sujeitos aos interesses pessoais, chamados "Neguiót". Não enxergamos as situações de forma reta e objetiva, pois estamos sempre influenciados pelos desejos e vontades. Os irmãos odiavam Yossef pensando que tinham motivos justificáveis, mas na prática o odiavam pois sentiam inveja. A inveja distorce a perspectiva de uma pessoa, como ensinam os nossos sábios "Rabi Elazar HaKapar dizia: a inveja, o desejo e a honra tiram a pessoa do mundo" (Avót 4:22). A pessoa deixa de enxergar a realidade, pois está tão obcecada com seu ciúme que perde a capacidade de ver os fatos claramente.
 
Porém, diferente dos seus irmãos, Reuven ficou com "um pé atrás" em relação à trama de matar Yossef. Justamente por ser o primogênito, ele pensou: "Se algo acontecer a Yossef, meu pai me responsabilizará". Esse medo acabou despertando-o e freando sua inveja. Assim, ele foi capaz de enxergar os fatos como realmente eram. Ele reconheceu que Yossef não era um perverso que estava tramando roubar a primogenitura. Yossef era um Tzadik, uma pessoa pura. Reuven percebeu como as Neguiót de seus irmãos, por causa da inveja, distorceram completamente a visão deles, impedindo-os de enxergar a verdade.
 
De repente, Reuven teve uma claridade súbita e pensou: "Assim como a inveja afeta a perspectiva deles e não os deixa ver a situação da forma correta, também quando eu protestei contra meu pai, aquilo veio de um sentimento de ciúme pela minha mãe. Agora percebo que meu ciúme e minha preocupação com a honra da minha mãe distorceram minha perspectiva e me levaram a agir de forma imprópria e a fazer algo que não era correto". Naquele momento, Reuven compreendeu profundamente o quanto a inveja e as emoções associadas afetam a visão que a pessoa tem da realidade. Assim como seus irmãos estavam completamente errados em relação à Yossef, ele entendeu que também estava completamente errado em relação à atitude do pai. Essa percepção levou Reuven à Teshuvá completa naquele momento, pois foi quando ele realmente percebeu que havia errado.
 
Esse despertar, que nos permite enxergar nossos erros e corrigi-los, se conecta com a nossa próxima parada no Calendário judaico: a Festa de Chanuka, que começaremos a reviver na noite do próximo domingo (14/dez/25). Em Chanuka revivemos dois grandes milagres que aconteceram aos nossos antepassados. Um milagre foi a improvável vitória militar contra os gregos, o maior império da época. O outro milagre foi o único pote de azeite puro encontrado no Beit Hamikdash, suficiente para manter a Menorá acesa por apenas um único dia, ter durado milagrosamente oito dias.
 
Porém, se havia azeite para um dia, e ele durou oito dias, significa que foram apenas sete dias de milagre. Então por que comemoramos oito dias? Explicam os nossos sábios que após tantos anos de dominação dos gregos e decretos cada vez mais pesados, proibindo o estudo de Torá e a prática das Mitzvót, foi um grande milagre os judeus não terem desistido. Este é o milagre que comemoramos no primeiro dia de Chanuka.
 
O que os fez os judeus despertarem e se rebelarem contra os gregos, não aceitando mais suas imposições e decretos? Tudo começou em Modiin, a cidade onde vivia Matityahu, o Cohen Gadol. O rei dos gregos, Antiochos, decretou que todas as cidades judaicas deveriam montar altares gregos para que os judeus sacrificassem porcos. Um oficial do rei percorria cidade por cidade, exigindo o cumprimento da lei. Quando chegou a Modiin, Matityahu, o líder espiritual da cidade, foi intimado, por ser um homem respeitado. Foi prometido a ele ouro, uma posição de autoridade e o título de "amigo do rei" caso obedecesse. Matityahu respondeu com firmeza: "Eu e meus filhos jamais abandonaremos a Torá nem ofereceremos sacrifícios aos seus ídolos!".
 
Na cidade havia um judeu helenista, rico, influente e ambicioso, que queria ganhar o favor dos gregos. Ele correu para o altar montado pelos gregos e, diante de toda a cidade, agarrou o porco para oferecê-lo como sacrifício. Ele disse: "Se Matityahu não quer cumprir a ordem do rei, eu o farei". Para os que estavam presentes foi um grande choque ver um judeu subir ao altar com um porco. Matityahu foi tomado por um zelo ardente. Ele gritou: "Assim, não!  Não em nossa cidade!". Ele correu para o altar e ali mesmo matou o judeu helenista e o oficial grego. Além disso, ele também destruiu o altar idólatra. Matityahu então se voltou para o povo e proclamou: "Quem for zeloso por D'us e quer proteger a sagrada Torá, venho comigo!". Foi um chamado que ecoou por toda a Terra de Israel. Ele fugiu imediatamente para as montanhas, levando consigo seus cinco filhos: Yehuda, Shimon, Yonatan, Elazar e Yochanan. Eles formaram o primeiro grupo de guerrilha, que iniciaria a revolta dos Macabim.
 
Por que tudo começou? Não foi o decreto dos gregos, nem a proibição das Mitzvót e nem o ataque ao Templo Sagrado. Foi o momento em que um judeu se dispôs a sacrificar um porco para agradar os inimigos. Foi a sensação de responsabilidade, a obrigação de despertar seus irmãos, que os fez levantar e lutar.
 
Aquela batalha contra os gregos foi vencida, mas a guerra contra o comodismo, a assimilação e o abandono da Torá continua. Devemos fazer como Reuven, isto é, despertar através da reflexão, para que D'us não tenha que nos despertar através dos sofrimentos, como aconteceu através da dominação grega. Que Chanuka possa nos ajudar a despertar, primeiro a nós mesmos, e nos inspire a despertarmos também os nossos irmãos. 

SHABAT SHALOM E CHANUKA SAMEACH

R' Efraim Birbojm

 

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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

O QUE TE FALTA NA VIDA? - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAISHLACH 5786

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ASSUNTOS DA PARASHAT VAISHLACH
  • Yaacov envia mensageiros.
  • Yaacov teve medo e se prepara para o reencontro com Essav.
  • Yaacov fica sozinho.
  • A luta com o anjo.
  • Yaacov encontra Essav.
  • Chegada a Shechem, Diná é sequestrada e desonrada.
  • Shimon e Levi vingam a honra da irmã, Yaacov fica furioso.
  • Yaacov viaja para Beth El.
  • A morte de Rivka e Dvora.
  • D'us muda o nome de Yaacov para Israel.
  • Rachel tem mais um filho: Biniamin.
  • A morte de Rachel e o enterro no caminho, em Beth Lechem.
  • Reuven mexe na cama de seu pai.
  • A morte de Itzchak.
  • A Linhagem de Essav, de Seir e reis de Edom.
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O QUE TE FALTA NA VIDA? - PARASHAT VAISHLACH 5786 (05/dez/25)

"Certa vez, o Rav Levi Ytzchak MiBerditchev zt"l (Ucrânia, 1740 - 1809) visitou uma pequena aldeia judaica. As casas eram simples e a maioria das famílias vivia com muito pouco. Ele entrou na casa de um judeu pobre, que trabalhava duro o dia inteiro e mal tinha o que comer. Quando o Rav Levi Ytzchak perguntou como ele estava, o homem respondeu com um grande sorriso:
 
- Rav, só tenho a agradecer a D'us, pois tenho tudo o que preciso.
 
- Conte-me, meu filho, como você consegue estar feliz com tão pouco? - perguntou o rabino, impressionado com a serenidade daquele judeu.
 
- Rav, quando servimos a D'us com alegria, até a água fica doce - respondeu o homem com um sorriso - Mas quando a pessoa é amarga por dentro, nem todo o mel do mundo a satisfaz.
 
O Rav Levi Ytzchak ficou emocionado. Ao deixar a casa, encontrou um judeu rico que vivia na mesma aldeia, um homem que estava sempre insatisfeito, reclamando dos negócios e cheio de preocupações. O rico perguntou:
 
- Rav, você esteve na casa daquele pobre? Me diga, como ele consegue viver com tão pouco?
 
- Ele vive bem porque tem o que você não tem - respondeu o Rav Levi Yitzchak.
 
- Mas Rav, há algo errado aqui! - reagiu o rico, surpreso - Como pode ser? Eu tenho dinheiro, propriedades e empregados. Posso comprar o que eu quiser. O que ele tem que eu não tenho?
 
- Sabe qual é a diferença entre vocês dois? - respondeu o Rav Levi Ytzchak - Você tem dinheiro, enquanto ele tem riqueza. Pois a verdadeira riqueza é quando o coração sente que não falta nada."
 
Se a pessoa não sabe apreciar o que tem, mesmo que coma mel todos os dias, ainda assim seu coração continuará amargo. Mas aquele que confia em D'us, mesmo bebendo apenas água, sentirá um sabor doce.

Nesta semana lemos a Parashat Vaishlach (literalmente "E enviou"), que descreve o tão esperado reencontro entre os irmãos Essav e Yaacov, depois de mais de 34 anos de separação. E este reencontro, que caminhava para se transformar em uma luta sangrenta, no final terminou em um abraço e uma conversa cordial, e cada um seguiu seu caminho.
 
Antes do reencontro, Yaacov fez algumas preparações, entre elas mandar de presente para Essav uma enorme quantidade de animais como uma forma de apaziguá-lo. Essav, em um primeiro momento, não quis aceitar, como está escrito: "E Essav disse: 'Tenho muito, meu irmão. Fique com o que é seu'" (Bereshit 33:9). Yaacov então insistiu, dizendo que não precisava daqueles animais todos, como está escrito: "Agora aceite o meu presente, que foi trazido para você, pois D'us me favoreceu, e eu tenho tudo" (Bereshit 33:11). Porém, esta parece ser uma conversa trivial. Por que D'us quis que ela ficasse registrada para toda a eternidade na Torá?
 
O Chafetz Chaim zt"l (Bielorússia, 1838 - Polônia, 1933) explica que tanto nas palavras que Essav dirigiu a Yaacov, "Tenho muito", quanto na resposta de Yaacov, "Tenho tudo", expressam-se as visões opostas que cada um deles tinha sobre o mundo material. Essav falou: "Tenho muito", querendo dizer que realmente tinha bastante, mas que nada para ele era suficiente, pois "quem tem cem deseja duzentos".  Já Yaacov disse: "Tenho tudo", ou seja, não me falta nada na vida. Enquanto Essav colocava seus olhos na busca constante de acumular riquezas e aproveitar os prazeres materiais e, por isso, nunca estava satisfeito, Yaacov estava contente com o que tinha.
 
Mas por que Yaacov disse "Tenho tudo"? Alguém pode ter tudo na vida? A mesma pergunta se aplica às incríveis palavras de David Hamelech: "Os que buscam D'us não carecem de bem algum" (Tehilim 34:10). O que David HaMelech estava nos transmitindo? Os Tzadikim não têm necessidades?
 
O Rav Elyahu Lopian zt"l (Polônia, 1876 - Israel, 1970), costumava explicar o versículo de Tehilim com a seguinte parábola: Um homem visitou seu amigo. O anfitrião então disse: "Venha, vou lhe mostrar algo de grande valor que adquiri, um verdadeiro tesouro". Ele abriu um armário cheio de remédios, e explicou que seu médico havia ordenado que ele tomasse todos aqueles medicamentos. Eram remédios muito caros, muitos deles importados, e na cidade inteira não havia ninguém que possuísse um "tesouro" tão valioso, por isso ele se orgulhava daquele armário. Mas enquanto o dono dos remédios se gabava de sua "riqueza", o amigo pensava consigo mesmo: "Feliz sou eu, que tenho saúde e não preciso de nenhum destes medicamentos".
 
Embora seja natural que uma pessoa sinta inveja da riqueza do seu companheiro, neste caso isso certamente não se aplica. Pelo contrário, a pessoa sentiria alegria e satisfação por não precisar daquele "tesouro". O Rav Elyahu Lopian explicava que assim também ocorre com aqueles que buscam D'us, isto é, que procuram uma vida de espiritualidade. A Torá não diz que eles possuem todo o bem, pois sabemos, pela própria realidade, que a maioria dos grandes Tzadikim vive de maneira bem modesta e certamente não possuem "todo o bem" material. Mas, por outro lado, esse "todo o bem" que o mundo deseja não lhes faz falta alguma, pois eles se alegram com sua porção.
 
E assim está escrito: "O Tzadik come para saciar sua alma, e a barriga dos perversos sente falta" (Mishlei 13:25).  "Come para saciar sua alma" nos ensina que o Tzadik está satisfeito com o que tem. Em contraste, "A barriga dos perversos sente falta" é como se lhes faltasse um segundo estômago para preencher seus desejos infinitos. E infelizmente vemos isso na prática. Há pessoas tão desequilibradas, sem controle sobre os seus desejos, que comem tudo o que têm vontade. Então, quando já estão com o estômago cheio e não conseguem comer mais, enfiam o dedo na garganta para esvaziar o estômago e poder comer novamente. Este é o sentido de "A barriga dos perversos sente falta", isto é, sempre falta espaço para suas vontades.
 
Em diversos lugares vemos que Yaacov Avinu estava completamente desconectado do desejo por riquezas materiais. O Rav Shlomo ben Aderet zt"l (Espanha, 1235 - 1310), mais conhecido como Rashbá, explica o versículo "E amarás Hashem, teu D'us, com todo o teu coração, com toda a sua alma e com todas as suas posses" de uma maneira surpreendente. Ele ensina que estas palavras se aplicam aos nossos três patriarcas: "Com todo o teu coração" se refere a Avraham, que foi testado na velhice e suportou a dificuldade dos testes por amor ao Criador. "Com toda a tua alma" se refere a Ytzchak, pois abrange suportar todo tipo de sofrimento, até mesmo estar disposto a entregar a própria vida, para cumprir as Mitzvót. "Com todas as suas posses" se refere a Yaacov, que estava pronto a abrir mão de todo o seu dinheiro, se isso fosse necessário, para servir a D'us. E foi justamente isso que Yaacov fez. Ele desprezou as riquezas da casa de seu pai e preferiu ser um "habitante das tendas", isto é, se sentar nas casas de estudo de Torá. Ele também disse a D'us: "Tudo o que Você me der, darei o Maasser (10%) a Você" (Bereshit 28:22). E Yaacov disse: "O túmulo que cavei para mim em Eretz Knaan, lá serei enterrado" (Bereshit 50:5). O Midrash nos ensina que a linguagem "o túmulo que cavei" se refere a Yaacov ter dado a Essav todos os bens que trouxe da casa de Lavan em troca do direito de ser enterrado na Mearat HaMachpelá.
 
E, justamente por Yaacov ter rejeitado as riquezas e não atribuir importância alguma ao dinheiro, ele pôde dizer a Essav de boca cheia: "Tenho tudo", personificando as palavras "Os que buscam D'us não carecem de bem algum". Este é o verdadeiro conceito de riqueza, como ensinam nossos sábios: "Quem é rico? Aquele que se alegra com sua porção" (Pirkei Avot 4:1).
 
Este conceito não é algo teórico, e sim uma forma de vivermos nossa vida, com mais significado, que traz leveza e nos ajuda a não afundarmos nas dificuldades e testes da vida. Certa vez o Rabi Shmelke de Nikolsburg zt"l perguntou ao seu mestre, o Maguid MiMezeritch zt"l, como entender o ensinamento do Talmud (Brachot 60b) "A pessoa deve abençoar pelo mal da mesma forma que abençoa pelo bem". O Maguid indicou que ele fosse ao Beit Midrash e perguntasse ao seu discípulo, o Rebe Zushia de Anipoli, pois ele ensinaria como cumprir essa Mishná, já que viveu toda a vida na pobreza extrema, com sofrimentos e dificuldades enormes. Mas o Rebe Zushia, após ser questionado, apenas respondeu: "É uma grande surpresa que o Maguid o tenha mandado perguntar justamente a mim. Esta pergunta deveria ser feita a alguém que passou por dificuldades, mesmo que por apenas um instante. Eu, porém, sempre tive apenas coisas boas, desde o dia em que nasci até hoje. Então como posso saber o que significa aceitar o mal com alegria?". Naquele momento o Rabi Shmelke entendeu o verdadeiro significado da obrigação de abençoar pelo mal da mesma forma que abençoamos pelo bem: a pessoa deve estar tão plena de alegria e aceitação que sequer percebe o mal em sua vida.
 
A Torá não exige que vivamos na miséria, com a mesa vazia, vivendo em uma casa mofada e dirigindo um carro caindo aos pedaços. O que a Parashá está nos ensinando é que não devemos ser dependentes do mundo material, pois o materialismo vira uma doença e, como medicamentos, pode causas dependência. A felicidade verdadeira está em justamente usar de maneira equilibrada o mundo material, lembrando sempre do nosso foco espiritual e nos alegrando com o que temos. A meta na vida é controlar as nossas riquezas, e não ser controlado por elas.

SHABAT SHALOM 

R' Efraim Birbojm

 

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