sexta-feira, 11 de maio de 2018

DIMINUINDO OS TESTES - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHIÓT BEHAR E BECHUKOTAI 5778

BS"D
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Parashiót Behar e Bechukotai 5778 - R' Efraim Birbojm
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DIMINUINDO OS TESTES - PARASHIÓT BEHAR E BECHUKOTAI 5778 (11 de maio de 2018)

Moishe Fridman (nome fictício), que morava em Jerusalém, decidiu passar Rosh Hashana em Bnei Brak, na casa dos seus pais. Na hora de voltar para Jerusalém, sabia das imensas filas que haveria nos pontos de ônibus, com pessoas irritadas se empurrando para conseguir um lugar no ônibus. Decidido a não pegar fila, ele resolveu ir embora no horário do último ônibus, à 1 da manhã. Porém, para sua surpresa, quando chegou ao ponto, ainda estava lotado. As pessoas estavam muito irritadas, pois o ônibus para Jerusalém estava mais de uma hora atrasado. Estavam todos revoltados, querendo agredir o motorista. Finalmente, após muita espera, um ônibus apareceu no final da avenida. Todos se levantaram, já preparando as ofensas que diriam ao motorista. Mas a alegria não durou muito tempo. Quando o ônibus chegou mais perto, todos viram que no destino não estava escrito "Jerusalém", e sim "Rechovot". O ônibus parou, abriu as portas, mas não havia nenhum passageiro interessado em ir para Rechovot. Todos aguardavam o ônibus para Jerusalém, que não chegava.
 
Quando o motorista ia fechar as portas, com o ônibus completamente vazio, um homem da fila teve uma ideia. Ele perguntou ao motorista se ele não poderia levá-los para Jerusalém, já que não havia passageiros para Rechovot. O motorista disse que não podia fazer isto, pois tinha que seguir as ordens de seus superiores. As pessoas então começaram a insistir muito com o motorista. Havia muitas crianças, algumas já estavam até dormindo, deitadas na rua, com as cabeças apoiadas nas malas. Começaram a apelar para que ele fizesse aquele ato de Chessed (bondade), que tivesse misericórdia das pessoas. O motorista ficou em dúvida e disse que, por um lado, estava com dó de todos aqueles passageiros, mas por outro lado tinha muito medo da reação de seu chefe quando descobrisse que ele havia ido para outro destino. As pessoas tentaram convencê-lo a ir para Jerusalém, garantindo que, caso ele fizesse aquela Mitzvá, certamente D'us o protegeria de qualquer dano. O motorista finalmente se dobrou diante da insistência de todos. Ele levantou, mudou a placa do ônibus para "Jerusalém" e permitiu que todos subissem. As pessoas agradeceram, todos que subiam no ônibus o abençoam pelo incrível ato de bondade. Apesar de tanta espera, todos viajavam felizes, com seus corações agradecidos. Porém, Moishe não estava tranquilo. Ele havia ficado preocupado com o motorista, que poderia estar com o emprego em risco. Provavelmente ele tinha uma família para sustentar e ficaria em uma situação muito difícil caso perdesse o emprego. Começou então a conversar com o motorista e perguntou como ele explicaria para o chefe a mudança de destino. O motorista pediu para Moishe se aproximar. Olhou para ele, deu um sorriso e disse em voz baixa:

- Como você está realmente preocupado comigo, vou te contar a verdade. O destino verdadeiro deste ônibus já era Jerusalém. Porém, houve uma falha na central de ônibus e acabaram me mandando vir bem mais tarde, com mais de uma hora de atraso. Não foi minha culpa, mas eu sabia que as pessoas não iriam passar no teste. Elas estariam muito bravas, talvez chegassem até mesmo a me agredir fisicamente. Por isso, antes de chegar ao ponto, decidi mudar a placa do ônibus para "Rechovot". Assim, quando novamente mudei a placa para "Jerusalém", as pessoas ficaram felizes. Ao invés de me agredirem, elas me deram Brachót. Não me arrependo do que fiz. Simplesmente ajudei as pessoas a passarem no teste, diminuído a dificuldade para elas.

Nesta semana lemos duas Parashiót juntas, Behar (literalmente "Na montanha") e Bechukotai (literalmente "Nas Minhas leis"), terminando o terceiro livro da Torá, Vayikrá. Um dos assuntos trazidos na Parashat Behar é sobre as leis de "Shemitá", o ano Sabático, quando os campos em Israel devem passar por um descanso forçado. Após seis anos de trabalho, quando chega o sétimo ano, as pessoas não podem arar, semear nem irrigar seus campos. Além disso, a Parashat também traz outra importante Mitzvá, chamada de "Yovel" (Jubileu). Após 7 ciclos de Shemitá, totalizando 49 anos, vinha o ano 50, o ano do Yovel, que trazia consigo algumas Mitzvót especiais. Entre elas estava a Mitzvá de devolver todos os campos em Israel, inclusive os que haviam sido vendidos, aos seus verdadeiros donos. Mas o que significa esta "devolução da terra"?
 
Quando o povo judeu entrou em Israel, liderado por Yoshua bin Nun, cada uma das tribos foi alocada em um local específico de Israel. A terra foi toda dividida em pequenas porções, que foram entregues às famílias como parte de sua herança pessoal e foram sendo passadas de geração em geração. Portanto, mesmo que a pessoa vendesse sua terra, isto não se tratava de uma venda permanente, e sim um "aluguel", que durava até o ano do Yovel. Neste ano, as terras voltavam aos seus verdadeiros donos, conforme está escrito: "E a terra não será vendida de maneira permanente, pois toda a terra é Minha" (Vayikra 25:23).
 
De acordo com Rashi (França, 1040 - 1105), este versículo não é apenas uma narrativa, ele traz uma proibição que se aplica ao comprador de um campo. A Torá está ordenando ao comprador que ele não se recuse a devolver a terra ao seu verdadeiro dono quando o ano do Yovel chegar. Caso o fizesse, estaria cometendo uma transgressão da Torá. Porém, o Ramban (Nachmânides) (Espanha, 1194 - Israel, 1270) discorda de Rashi, já que o enfoque do versículo está na proibição da venda de forma permanente, não da compra. Por isso, a proibição parece recair sobre o vendedor, não sobre o comprador. Portanto, de acordo com o Ramban, uma pessoa que vende uma terra em Israel e sugere ao comprador que, apesar das leis do Yovel, a venda será para sempre, está violando esta proibição da Torá. Mesmo que o Beit Din (Tribunal Rabínico) force a volta da terra ao seu legítimo dono no ano do Yovel, o vendedor já cometeu uma transgressão no momento da venda, por ter sugerido ao comprador que a venda seria permanente.
 
É fácil entender a proibição de acordo com o entendimento de Rashi, que a proibição se aplica ao comprador. Se um comprador não quer devolver a terra ao seu dono, isto é roubo, uma apropriação indevida. Porém, como entender qual é a transgressão de acordo com o entendimento do Ramban, de que a Mitzvá está relacionada com o vendedor?
 
Explica o Ramban que qualquer pessoa que já precisou vender uma casa na qual viveu por muitos anos sabe o quanto isto é doloroso. As casas têm valores sentimentais, pois há muitas memórias associadas a elas. Se alguém tivesse comprado, por exemplo, uma casa no 5º ano da contagem do Yovel, ele teria vivido nesta casa por 45 anos. Neste período, ele provavelmente teria se casado e criado seus filhos e netos ali. As pessoas se conectam ao lugar onde vivem, elas amam suas casas. Após 45 anos vivendo ali, seria muito difícil simplesmente a pessoa se levantar e dizer ao dono da terra: "Você tem razão, a casa é sua, não minha". A Torá quer diminuir a dificuldade e o sofrimento do comprador, quer ajudá-lo a devolver a propriedade no momento certo. Por isso o vendedor deve lembrar ao comprador, logo no primeiro dia, que aquela terra para onde ele está se mudando, e onde ele viverá por muitos e muitos anos, não é dele. O vendedor não deve dar nenhuma sugestão ao comprador de que a venda é permanente. Ao contrário, ele deve ressaltar, logo no início do acordo, de que não se trata de uma venda permanente, e sim apenas um aluguel por um período limitado de tempo.
 
De acordo com o Rav Yssocher Frand, as pessoas não ficam psicologicamente conectadas às propriedades alugadas. As pessoas não se conectam emocionalmente aos quartos de hotéis onde se hospedam, pois têm total claridade que aquela propriedade não pertence a elas. A Torá quer fazer com que o teste de cumprir a Mitzvá de devolver as terras aos seus verdadeiros donos venha com o mínimo de sofrimento e dificuldade. É por isso que a Torá nos ensina que é proibido ao vendedor dar a impressão de que a venda é definitiva, o que poderia causar com que o comprador se conectasse com algo que não é verdadeiramente seu, é apenas alugado. Passar esta falsa impressão ao comprador acabaria aumentando a dificuldade no teste de devolver esta terra no momento em que o Yovel chegasse.
 
Explica o Rav Israel Salanter zt"l (Lituânia, 1810 - Prússia, 1883) que a vida é cheia de testes e dificuldades. Muitas vezes é difícil cumprir as Mitzvót ou deixar de fazer transgressões. Por isso, temos que tentar transformar o cumprimento da Torá em algo que seja o mais fácil possível para nós. Não devemos tentar bater de frente com o nosso Yetser Hará (má inclinação). Precisamos sempre fugir das tentações e evitar nos colocarmos em cenários que possam aumentar as dificuldades no cumprimento das leis da Torá. Da mesma maneira que uma pessoa que está de dieta não deve frequentar uma padaria, assumindo que terá o autocontrole necessário para ignorar o aroma delicioso daqueles doces que poderiam destruir seu plano de dieta, assim também uma pessoa não deve assumir que poderá resistir ao seu Yetser Hará quando surgirem tentações que podem levar a transgressões da Torá. A pessoa deve sempre procurar um caminho de vida no qual ela evita as tentações, ao invés de desafiar seu Yetser Hará e, muitas vezes, sucumbir a ele.
 
Este conceito pode ser observado no comportamento de Yaacov quando ele se preparava para ir embora da casa de seu sogro Lavan. Após 20 anos trabalhando para Lavan, D'us apareceu para Yaacov em uma noite e o comandou a voltar para sua casa em Israel. Yaacov então se encontrou na manhã seguinte com suas duas esposas, Rachel e Lea, para informá-las da mensagem de D'us. Como seria a reação esperada de Yaacov? Que ele simplesmente anunciasse para as esposas que D'us havia aparecido para ele e que havia ordenado que arrumassem as malas e fossem embora. Porém, não foi o que Yaacov fez. Ele começou a apresentar uma série de motivos lógicos para justificar o quanto estava sendo difícil permanecer na casa de Lavan e o quanto seria vantajoso ir embora. Somente como uma reflexão final foi que Yaacov acrescentou a ideia de que D'us os havia ordenado a ir embora. Por que Yaacov não foi direto ao ponto, de que D'us havia ordenado que voltassem? Pois Yaacov sabia o quanto era difícil para uma filha abandonar a casa de seu pai. Ele sabia que seria um difícil desafio para suas esposas. Então Yaacov tentou diminuir o teste delas, demonstrando que, também por motivos lógicos, ir embora era o melhor a se fazer. Yaacov primeiro deu às suas esposas a motivação psicológica para abandonar a casa de seu pai e, somente depois, jogou a ideia de que isto era o que D'us queria delas.
 
De acordo com o Ramban, o vendedor da terra deveria ter sensibilidade com o comprador. Ele deveria se esforçar para facilitar ao comprador cumprir a Mitzvá de devolução da terra. Ele deveria desde o princípio avisar: "Isto não é uma venda. Não crie falsas esperanças, não se engane". Quando uma pessoa tem claridade desde o princípio de que é uma casa alugada, ela evita a sensação ruim de abandonar a "sua casa". Ela sabe que está abandonando apenas uma casa onde morou e viveu, mas que nunca foi verdadeiramente sua.
 
Cumprir Mitzvót já é suficientemente difícil sem precisarmos nos expor a outros tipos de testes. Devemos ser sábios e tentar diminuir os testes no cumprimento das Mitzvót. Devemos evitar ao máximo nos colocar em situações difíceis, nas quais fica mais difícil não transgredir. O Chafetz Chaim (Bieloríssia, 1838 - Polônia, 1933), por exemplo, nos ensina que uma pessoa não deve nem mesmo ir a um lugar no qual ela sabe que há pessoas reunidas falando Lashon Hará (maledicência), pois se ela for, acabará ficando, e se ela ficar, acabará também falando Lashon Hará. A dica então é cortar o mal pela raiz, não se expor ao teste, para conseguirmos vencer o nosso Yetser Hará. Com sabedoria, e com a ajuda de D'us, assim conseguiremos cumprir as Mitzvót e evitar as transgressões que possam surgir no nosso caminho.

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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sexta-feira, 4 de maio de 2018

A PRECISÃO NO JULGAMENTO DE D’US - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT EMOR 5778






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O E-mail desta semana foi carinhosamente oferecido pela Família Lerner em Leilui Nishmat de:

Miriam Iocheved bat Mordechai Tzvi z"l

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VÍDEO DA PARASHAT EMOR

A PRECISÃO NO JULGAMENTO DE D'US - PARASHAT EMOR 5778 (04 de maio de 2018)
Diana chegou em casa mal humorada. Sua mãe, que estava na cozinha preparando um bolo, logo percebeu que ela não estava bem e perguntou o que havia acontecido. Diana respondeu que nada estava dando certo em sua vida. Não tinha ido bem na prova de matemática, sua melhor amiga estava de mudança para outra cidade, estava com o rosto cheio de espinhas, parecia que D'us estava se divertindo com os seus sofrimentos!

A mãe escutou em silêncio. Como se não tivesse prestado atenção ao desabafo da filha, ela continuou preparando o bolo. Então ela perguntou para a filha se ela queria um pedaço. Imediatamente a cara fechada desapareceu, pois Diana adorava os bolos de sua mãe. Mas, para sua surpresa, ao invés de uma fatia deliciosa de um bolo quentinho, sua mãe estendeu a ela um copo de óleo de cozinha para que bebesse. Diana virou o rosto, horrorizada. A mãe então ofereceu alguns ovos crus para ela comer, mas Diana ficou com nojo. A mãe então ofereceu uma colherada de farinha de trigo com bicarbonato de sódio, mas novamente Diana recusou, sem entender porque sua mãe oferecia tantas coisas nojentas para ela comer. A mãe então explicou:

- Você está certa, minha filha. Todos estes ingredientes parecem ruins sozinhos. Porém, quando os colocamos juntos, na medida certa, e deixamos um tempo no fogo, eles produzem um bolo delicioso! D'us trabalha do mesmo jeito. Às vezes nos perguntamos por que Ele nos faz passar por momentos difíceis. A resposta é que Ele, em Sua perfeição, coloca todas as coisas nas quantidades exatas que precisamos na vida. Somente com o tempo conseguimos ver que tudo aquilo que parecia ruim se transformou em coisas boas, que nos permitem crescer e sermos pessoas melhores. Só precisamos confiar Nele e ter paciência para esperar "o bolo assar".

Nesta semana lemos a Parashat Emor (literalmente "diga"), que começa com detalhes da santidade exigida pela Torá em relação aos Cohanim (sacerdotes) e ao Cohen Gadol (Sumo Sacerdote). Após trazer outros assuntos, como as leis referentes aos Korbanót (sacrifícios) e às Festividades judaicas, a Parashat termina nos descrevendo um incidente no qual um homem blasfemou publicamente contra D'us. Moshé não sabia qual punição aplicar a ele, já que D'us ainda não havia ensinado o que fazer neste caso específico. Por isso, Moshé prendeu o homem em uma cela até que pudesse esclarecer qual seria seu castigo.

Em relação a este incidente, Rashi (França, 1040 - 1105) nos ensina algo surpreendente. No mesmo período em que o blasfemador estava preso, havia outro judeu também na prisão, aguardando seu julgamento. Era um homem que havia desrespeitado publicamente as leis do Shabat, incorrendo na pena de morte. Porém, Moshé não sabia exatamente qual tipo de pena de morte aplicar e, por isso, o homem ficou aguardando na prisão até Moshé esclarecer com D'us o que fazer. Porém, Rashi acrescenta um detalhe importante: os dois homens não foram colocados na mesma cela, para não causar a eles sofrimentos desnecessários. Mas que sofrimentos foram evitados ao separá-los? E por que se preocupar com o sofrimento de pessoas que haviam cometido erros tão graves?

Explica o Rav Yehonasan Gefen que havia uma diferença fundamental entre os dois transgressores. Já era sabido que aquele que havia desrespeitado o Shabat seria punido com a morte, somente faltava definir qual pena de morte seria aplicada. Em contraste, em relação àquele que blasfemou contra D'us, ainda não era sabido qual seria sua pena. Portanto, caso os dois fossem colocados juntos, o blasfemador sofreria antes da hora, pensando que já havia sido decretada a pena de morte para ele. Também aquele que havia quebrado as leis do Shabat sofreria de forma desnecessária caso estivesse na mesma cela que o outro transgressor, pois uma pessoa se consola quando vê que não está sozinho em um sofrimento. Portanto, se o outro transgressor fosse inocentado da pena de morte, isto doeria ainda mais no transgressor que já havia recebido a pena de morte. Portanto, ambos foram colocados em celas separadas, pois assim seriam evitados sofrimentos desnecessários. Porém, sabemos que no final os dois foram condenados à morte. Será que esta pequena diminuição de sofrimentos foi realmente importante?

Deste ensinamento aprendemos o grau de sensibilidade que D'us exige de nós. Apesar de se tratar de dois graves transgressores, mesmo assim eles foram tratados com o máximo de cuidado e respeito. Mesmo que mereciam a pena de morte, a Torá não desejava que eles passassem por qualquer outro tipo de sofrimento fora o que havia sido decretado, mesmo se fosse um sofrimento pequeno e momentâneo.

Há dezenas de casos na Torá nos quais este conceito pode ser observado. Por exemplo, há algumas transgressões cujo castigo é a aplicação de 40 chicotadas. Porém, a Torá proíbe de maneira muito severa a aplicação de uma única chicotada a mais do que o número prescrito, como está escrito: "Ele o golpeará com 40 chicotadas. Ele não excederá, para que não lhe dê uma chicotada mais severa do que estas 40 chicotadas, e seu irmão será degradado diante dos seus olhos" (Devarim 25:3). Na prática, somente 39 chicotadas eram aplicadas, pois caso aquele que aplicava a pena das chicotadas tivesse errado as contas, assim ele não daria uma chicotada a mais do que era exigido pela Torá. Além disso, se estava claro que a pessoa era fraca ou muito idosa e não poderia suporta tantas chicotadas, neste caso era aplicada somente a quantidade que ela podia suportar.

Outro exemplo do cuidado que devemos tomar para não causar um dano indevido pode ser encontrado na proibição de falar Lashon Hará (algo que pode denegrir outra pessoa). Apesar de o Lashon Hará ser algo muito grave, com consequências trágicas para todos os envolvidos, há algumas poucas exceções na Halachá (Lei judaica) nas quais podemos falar de forma negativa sobre outra pessoa e, se necessário, até mesmo causar a ela danos, para proteger outras pessoas. Porém, uma das condições que nos permitiria falar algo negativo sobre outra pessoa é que os danos que causaríamos a ela não sejam maiores do que uma punição que um Beit Din (Tribunal Rabínico) aplicaria. Por exemplo, se sabemos que uma pessoa roubou seu sócio, é permitido revelar esta informação para que o ladrão devolva o seu roubo. Porém, se sabemos que o sócio que foi roubado é alguém extremamente violento e que, ao saber do roubo, agrediria o ladrão de forma extremamente violenta, uma pena que nenhum Beit Din aplicaria, neste caso seria totalmente proibido revelar esta informação, pois estaríamos causando ao transgressor um castigo indevido, maior do que ele merece.

Quando alguém é cuidadoso em não causar ao outro um dano indevido, então ele cumpre a Mitzvá de "Andar em todos os Seus caminhos" (Devarim 11:22), pois é assim que D'us se comporta, Ele nunca pune uma pessoa de forma desmedida, sempre o castigo aplicado é exatamente o que a pessoa precisa receber. Um exemplo impressionante é o episódio da venda de Yossef. Em seu nível espiritual gigantesco, Yossef havia cometido certos erros cujo castigo seria sua venda como escravo. No momento em que Yossef foi transportado ao Egito, a Torá ressalta que ele foi levado junto com uma caravana de especiarias. Este detalhe foi importante para nos ensinar o quanto D'us é rigoroso em não causar um sofrimento desnecessário a uma pessoa. Normalmente as caravanas que passavam por aquela região transportavam derivados de petróleo, que têm um cheiro muito forte. Yossef merecia ser vendido como escravo, mas não merecia viajar por muitos dias com um cheiro ruim. Por isso, D'us fez com que naquele dia caravanas com especiarias passassem por lá. Apesar de Yossef estar passando por terríveis sofrimentos físicos e emocionais, D'us foi rigoroso para que este pequeno acréscimo de sofrimento, que seria viajar com um cheiro ruim, fosse evitado, mesmo que para isso fosse necessário que acontecessem pequenos milagres ocultos.

A sensibilidade de aplicar o castigo ou a repreensão apropriada para cada situação também pode ser encontrada nos nossos sábios. Certa vez o Rav Elazar Man Shach zt"l (Lituânia, 1899 - Israel, 2001) estava muito descontente com certas atitudes de um Rosh Yeshivá (Diretor espiritual). Ele viajou uma considerável distância com o único propósito de repreendê-lo. Porém, quando o Rav Shach chegou ao local onde estava o Rosh Yeshivá, ele permaneceu por algum tempo e foi embora sem dizer nada. Quando questionaram sua atitude, ele explicou que a esposa do Rosh Yeshivá estava presente durante toda a visita e ele não queria repreendê-lo na frente da esposa. Da mesma forma que o Rav Shach tinha claridade que era uma Mitzvá repreender aquele Rosh Yeshivá, a ponto dele fazer uma longa viagem somente para cumpri-la, ele também tinha claridade que fazê-lo na frente de sua esposa certamente causaria um sofrimento maior do que ele merecia, algo que seria injustificado. Por isso, ele desistiu da repreensão e preferiu ir embora sem falar nada.

Este ensinamento da Parashat pode ser aplicado em duas áreas de nossas vidas. Em primeiro lugar, mesmo quando é necessário repreender ou castigar alguém, em especial nossos filhos ou alunos, é importante tomar cuidado para evitar puni-los de maneira excessivamente dura. É muito mais seguro e aconselhável evitar repreender caso haja qualquer probabilidade de que causaremos mais dor do que a pessoa merece. Se esta lição foi ensinada através de dois graves transgressores, que tinham pena de morte, certamente muito mais devemos aplicar para as pessoas que merecem repreensões apenas por pequenos erros.

Além disso, outro ensinamento importante é que D'us não manda sofrimentos desnecessários. Precisamos ter Emuná (fé) de que tudo o que D'us faz é para o nosso bem, para o nosso crescimento. Por isso, mesmo quando passamos por alguma dificuldade, devemos ter a certeza de que isto foi mandado "sob medida" por D'us. O momento pelo qual estamos passando por uma dificuldade e a intensidade dos sofrimentos fazem parte dos Planos Divinos. Mesmo quando não conseguimos entender os Seus cálculos, mesmo que não podemos enxergar os motivos pelos quais Ele nos mandou certa dificuldade, devemos procurar qual é a mensagem que D'us está nos transmitindo. Pois da mesma maneira que um pai somente castiga seu filho por amor, para ajudá-lo a corrigir seus erros e tornar-se uma pessoa melhor, D'us quer somente o nosso bem. E isto Ele demonstra constantemente, nas milhares de bondades que nos faz a cada instante e nos "puxões de orelha" de amor que Ele nos dá. O importante é sabermos que, com cada "ingrediente", com o "calor do fogo" das dificuldades pelas quais passamos, D'us transforma a nossa vida em algo mais especial e significativo.

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm
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