quinta-feira, 26 de setembro de 2019

O QUE PODEMOS MELHORAR? - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT NITZAVIM 5779 E ROSH HASHANÁ 5780

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
   
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT

PARASHAT NITZAVIM 5779:

São Paulo: 17h44                 Rio de Janeiro: 17h31
Belo Horizonte: 17h32                Jerusalém: 17h54
ARQUIVO EM PDF
ARQUIVO EM PDF
BLOG
BLOG
INSCREVA-SE
INSCREVA-SE
VÍDEO DE ROSH HASHANÁ

O QUE PODEMOS MELHORAR? - PARASHAT NITZAVIM 5779 E ROSH HASHANÁ 5780

                         
Havia uma família de judeus não religiosos nos Estados Unidos. Um dos filhos começou a se aproximar do judaísmo aos poucos, até que acabou se tornando um judeu observante das Mitzvót. Justamente nesta época, o pai, que era encanador, foi despedido do trabalho e, como já tinha certa idade, não conseguia mais nenhum emprego. Certo dia, após passar a manhã inteira procurando emprego, o pai voltou para casa cansado e desanimado. Encontrou o filho sentado na mesa da sala, com um livro do Talmud aberto, estudando com vontade. Ele se inspirou e quis também estudar Talmud, então pediu para que seu filho lhe ensinasse. Em um primeiro momento, o filho não quis ensinar ao pai, explicando que era um estudo extremamente difícil. Porém, depois de muita insistência do pai, ele concordou em estudar diariamente com ele.

Como o filho esperava, o estudo foi realmente difícil. O pai nunca tinha estudado Talmud e teve muita dificuldade para entender a lógica do estudo. Os textos, escritos em aramaico, deixavam a tarefa ainda mais difícil. Porém, ele não desistia. Todos os dias estudavam um pouco, apesar quase não conseguirem avançar. Durante mais de um mês de estudo, tudo o que eles conseguiram foi terminar uma única página do Talmud. Apesar disso, o pai estava tão orgulhoso por ter terminado uma página que sugeriu que fizessem uma festa. O filho deu risada e explicou ao pai que algumas pessoas faziam uma festa quando terminam um Tratado inteiro do Talmud ou até mesmo um capítulo, mas que ninguém dava uma festa por ter terminado uma única página. Mas o pai insistiu que queria fazer uma festa e sugeriu ao filho que falasse com um dos vizinhos do prédio, que era rabino. Era o Rav Moshe Feinstein zt"l (Lituânia, 1895 - EUA, 1986), um dos maiores sábios da geração passada. O pai queria que o filho perguntasse ao rabino se realmente não era importante fazer uma festa por terem terminado uma página. O filho foi perguntar, envergonhado, achando que o rabino daria risada. Porém, para a sua surpresa, o Rav Moshe Feinstein aprovou a ideia. Além disso, apesar de ser uma pessoa extremamente ocupada, ele garantiu que também participaria da festa.

Durante a comemoração, o pai estava muito alegre, com um brilho especial no rosto. O Rav Moshe Feinstein falou algumas palavras de louvor ao pai, pelo seu imenso esforço. O pai foi dormir muito feliz e orgulhoso. Porém, na manhã seguinte, o pai não acordou. Infelizmente, ele havia falecido durante o sono. O Rav Moshe Feinsten foi ao enterro e pediu para falar algumas palavras. Muito emocionado, ele disse:

- Tem aqueles que adquirem o Mundo Vindouro com uma vida inteira de esforço, e tem aqueles que adquirem o Mundo Vindouro com apenas uma página de Talmud".
 
Desta história aprendemos dois ensinamentos muito importantes. Em primeiro lugar, o quão incrível é o impacto que nossos atos podem causar sobre as outras pessoas. E, em segundo lugar, como D'us nos julga de forma particular, cada um de acordo com suas ferramentas e seu objetivo de vida. Por isso, não devemos nos comparar com ninguém, e sim tentar fazer o melhor que podemos.

Nesta semana lemos a Parashat Nitzavim (literalmente "Parados"), que traz o discurso final de Moshé antes do seu falecimento. Moshé menciona nesta Parashat sobre a Mitzvá de Teshuvá, o arrependimento pelos nossos erros, e ressalta que é algo que está ao nosso alcance. E este é um dos motivos pelo qual normalmente lemos esta Parashat na época de Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico, também conhecido como o "Dia do Julgamento", que começaremos a reviver no próximo domingo de noite (29 de setembro).

Durante o ano, infelizmente cometemos muitos erros. Mas não precisamos desistir e nem desanimar, pois D'us nos dá a chance de consertarmos os nossos atos através da Teshuvá, que consiste em nos arrependermos sinceramente pelos nossos erros, nos afastarmos da transgressão e nos comprometermos a não voltar a errar futuramente. Porém, sobre quais pontos devemos focar em nosso processo de Teshuvá nestes últimos dias do ano? Há uma dica em um importante ensinamento do Talmud (Rosh Hashaná 18a): "Em Rosh Hashaná, todos os seres humanos passam diante de D'us como 'Bnei Maron'". O Talmud traz três explicações sobre o que significa "Bnei Maron". De acordo com a primeira explicação, trata-se de "KiBnei Imrana", um lugar muito estreito, com espaço para que apenas um animal passe de cada vez, e era utilizado por aqueles que precisavam contar seus animais para a retirada do "Maasser" (dízimo). De acordo com a segunda opinião, trata-se de "KeMaalot Beit Meron", uma montanha alta, onde havia uma passagem estreita, com um abismo dos dois lados, na qual passava apenas uma pessoa de cada vez. E, finalmente, de acordo com a terceira opinião, trata-se de "KeCheilót Shel Beit David", os soldados da época de David Hamelech que, quando saíam para a guerra, não iam todos juntos, e sim um após o outro, em uma fila.

Percebemos que as três opiniões estão transmitindo exatamente a mesma ideia: o julgamento de Rosh Hashaná é individual. Poderíamos ficar mais tranquilos se o julgamento fosse coletivo, pois talvez desta maneira D'us prestaria menos atenção nos nossos erros e teríamos em quem colocar a culpa pelos nossos maus atos. Porém, o Talmud vem nos ensinar que o julgamento é feito de forma individual. Passamos um por um diante de D'us, sozinhos, e todos os nossos atos, até mesmo cada pequeno detalhe, cada intenção e cada pensamento, são levados em consideração. Além disso, também não há em quem colocar a culpa, já que estamos sozinhos diante de D'us. Desta maneira, é mais fácil refletir e assumir a responsabilidade pelos nossos atos.

Porém, por que o Talmud precisou trazer três opiniões diferentes, se elas transmitem a mesma ideia? De acordo com o Rav Chaim Vologziner zt"l (Lituânia, 1749 - 1821), não há discussão entre as três opiniões, elas trazem a ordem do julgamento de Rosh Hashaná.

De acordo com a primeira opinião, "Kibnei Imrana", aprendemos que a primeira coisa pela qual somos julgados em Rosh Hashaná é pela nossa fala, que em hebraico é "Amirá". Assim nos ensina o profeta: "Pois eis que Ele forma as montanhas e cria o vento, e declara ao homem qual é a sua fala" (Amós 4:13). No julgamento é mostrado ao ser humano "qual é a sua fala", isto é, o valor de cada palavra e a destruição que cada palavra pode causar, no mundo material e nos mundos espirituais. A pessoa muitas vezes fala Lashon Hará (maledicência) sobre seu companheiro, humilha pessoas e cria discussões, mas quando é advertido, responde: "Mas eu não fiz nada, só falei o que penso!". Não nos importamos com o que dizemos, pois achamos que são só palavras, que a fala é apenas um vento que sai da nossa boca.
 
O Rav Yossef Chaim zt"l (Iraque, 1832 - 1909), mais conhecido como Ben Ish Chai, explica porque o versículo do profeta Amós conecta o conceito de que D'us criou montanhas e ventanias com o conceito do julgamento pela nossa fala. Se não fossem as montanhas, não haveria vida. No mar se formam ventos fortes, que causariam muita destruição caso viessem para a terra. As montanhas formam uma barreira natural e não permitem que os ventos fortes destruam o mundo. Se não fosse pela ação das montanhas, os tornados seriam arrasadores. Mas por que D'us criou os ventos fortes, que podem destruir o mundo? Para nos ensinar que o vento pode destruir. O mesmo vento que sai da nossa boca quando falamos pode matar. É por isso que a primeira coisa pela qual somos julgados em Rosh Hashaná é o uso da nossa fala. Usamos o dom da fala para construir, elogiar e consolar, ou para destruir, denegrir e humilhar?

De acordo com a segunda opinião, "Maalot Beit Meron", aprendemos que a segunda coisa pela qual somos julgados é o quanto aproveitamos do nosso potencial. A linguagem "Maalot" também significa "níveis". Mesmo quando duas pessoas fazem exatamente a mesma transgressão, o julgamento das duas não é igual. Cada pessoa tem seu nível e é julgada de acordo com o seu potencial. O mesmo vale para as Mitzvót que fizemos, o peso de cada uma delas depende do nível da pessoa. A pessoa não pode ficar tranquila, pensando "eu faço mais que os outros", pois cada um será julgado de acordo com o seu potencial e as suas ferramentas. A pessoa com mais possibilidades e mais aptidões está "devendo" mais para D'us. Não podemos nos acomodar e nos sentirmos satisfeitos com nossa espiritualidade atual, pois talvez podemos muito mais. Devemos refletir sempre se estamos fazemos tudo o que realmente poderíamos segundo o nosso potencial.

De acordo com a terceira opinião, Cheilót Shel Beit David, aprendemos qual é a terceira coisa pela qual somos julgados. Se no meio da guerra um simples soldado foge da frente de batalha, ele é julgado como desertor e pode ser condenado a alguns meses de prisão. Porém, se um general fugir e, por causa dele, os soldados se apavorarem e perderem a guerra, certamente ele receberá uma pena muito mais rigorosa. Como somos seres sociais, tudo o que fazemos influencia outras pessoas. Uma pessoa que fala Lashon Hará incentiva que outros também falem, e uma pessoa que senta e estuda Torá influencia outras pessoas a estudarem. Portanto, não somos julgados apenas pelos nossos atos, mas também pela maneira como influenciamos outras pessoas.

Portanto, são estes os três pontos nos quais devemos focar em nosso processo de Teshuvá nestes últimos dias do ano: o cuidado com a fala, pois nossa fala faz muita diferença, tanto no mundo material quanto nos mundos espirituais; lembrar que cada um é julgado de acordo com o seu potencial e, portanto, não devemos nos achar melhores do que ninguém, nem ficar nos comparando com os outros, pois não sabemos qual é o nosso verdadeiro potencial; e, finalmente, lembrar sempre que também somos julgados pela influência que nossos atos causam aos outros, para o bem ou para o mal.
 

SHABAT SHALOM E SHANÁ TOVÁ
 
QUE SEJAMOS INSCRITOS E SELADOS NO LIVRO DA VIDA

 

R' Efraim Birbojm

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma.
--------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
-------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l.
--------------------------------------------

Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
Copyright © 2016 All rights reserved.


E-mail para contato:

efraimbirbojm@gmail.com







This email was sent to efraimbirbojm.birbojm@blogger.com
why did I get this?    unsubscribe from this list    update subscription preferences
Shabat Shalom M@il · Rua Dr. Veiga Filho, 404 · Sao Paulo, MA 01229090 · Brazil

Email Marketing Powered by Mailchimp

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

ALEGRIA NAS MITZVÓT E NA VIDA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT KI TAVÔ 5779

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
   
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT

PARASHAT KI TAVÔ 5779:

São Paulo: 17h42                  Rio de Janeiro: 17h29 
Belo Horizonte: 17h31                  Jerusalém: 18h03
ARQUIVO EM PDF
ARQUIVO EM PDF
BLOG
BLOG
INSCREVA-SE
INSCREVA-SE
VÍDEO DA PARASHAT KI TAVÔ

ALEGRIA NAS MITZVÓT E NA VIDA - PARASHAT KI TAVÔ 5779 (20 de setembro de 2019)


"Em meados do mês de Av de 1929, sessenta e sete judeus foram cruelmente massacrados e muitos foram feridos em um massacre comandado por árabes na cidade de Chevron. Muitos mortos eram estudantes da Yeshivá de Slobodka. Um mês e meio depois, em Rosh Hashaná, os sobreviventes e suas famílias se reuniram para as rezas em um salão de Jerusalém. A atmosfera era pesada, e o salão tinha um ar de angústia e desânimo que beiravam o desespero. O Mashgiach da Yeshivá, Rav Yehuda Leib Chasman zt"l (Lituânia,1869 - Israel, 1935), levantou-se, foi até um dos seus alunos, chamado Betzalel Shikovitzky, e pediu para que ele conduzisse as rezas. Betzalel era um aluno sensível e tinha uma voz doce. Porém, ele não aceitou o pedido e disse:

- Rav, me desculpe, mas eu não posso fazer a Tefilá de Rosh Hashaná. Eu ainda não sou casado, nem tenho barba! Certamente há pessoas muito mais aptas a fazerem esta reza tão importante...

O Mashgiach balançou a cabeça, demonstrando que havia entendido bem o que Betzalel havia dito. Porém, ele colocou a mão sobre o ombro de Betzalel e repetiu seu pedido para que ele conduzisse a Tefilá. Desta vez, sem questionar, Betzalel se aproximou do púlpito para iniciar o serviço. Quando ele chegou ao trecho da Tefilá que diz "Veahavatechá al tassir mimenu leolamim" (D'us, jamais remova Seu amor de nós), lágrimas sufocaram sua garganta, enquanto ele lamentava repetidamente: "Veahavatechá al tassir mimenu leolamim". Aquela era uma declaração, do fundo do seu coração, de que tudo o que havia acontecido, toda a perda e a dor, também era parte do amor de D'us. Como uma barragem que rompe, toda a dor acumulada transbordou nas pessoas presentes. Eles levantaram suas vozes e choraram junto com Betzalel, aceitando o amor de D'us, apesar da dor. A Tefilá continuou, emocionante e cheia de lágrimas. No final, o Rav Chasman foi até Betzalel e disse:

- Quando eu pedi para que você fizesse a Tefilá, era justamente isso o que eu queria que acontecesse".
 
Infelizmente muitos sofrimentos deste mundo são difíceis de serem entendidos, por nosso intelecto ser limitado. Porém, se queremos ter uma vida de serenidade e tranquilidade, precisamos colocar no coração que tudo o que ocorre, por mais duro que possa parecer, emana do mais puro amor e bondade de D'us.

Na Parashat desta semana, Ki Tavô (literalmente "Quando vocês vierem"), Moshé dá uma advertência pesada ao povo judeu, descrevendo todas as duras punições que recairão sobre o povo, em todas as gerações, caso os judeus abandonem o cumprimento da Torá e suas Mitzvót. Por que esta rigorosidade? Pois a Torá é o nosso "Manual de Instruções" da vida e, quando a abandonamos, a vida acaba perdendo seu sentido verdadeiro.
 
Porém, a Torá nos revela que não apenas seremos punidos se não cumprirmos as Mitzvót, mas também se não as cumprirmos com alegria, como está escrito "Porque você não serviu a D'us com felicidade e com alegria de coração, mesmo quando você teve fartura de tudo" (Devarim 28:47). Assim também o Rambam (Maimônides) (Espanha, 1135 - Egito, 1204) nos ensina nas Halachót (Leis) referentes à Mitzvá de Lulav: "A felicidade com a qual uma pessoa deve se alegrar no cumprimento das Mitzvót e no amor a D'us, Quem as ordenou, é parte do serviço. Quem se detém desta alegria merece ser castigado".

De acordo com o Rambam, isto exige muito trabalho. Porém, por outro lado, ele afirma que aquele que cumpre a Torá com alegria, então D'us facilitará para ele o cumprimento das Mitzvót, removendo obstáculos como doenças, guerras e fome, e dará a ele o suporte necessário para cumprir a Torá. Portanto, a importância da alegria dentro do nosso Serviço Divino é indiscutível. Porém, o que significa cumprir as Mitzvót com alegria?

Ensinam os nossos sábios que não é necessário fazer as Mitzvót cantando e dançando para cumpri-las com alegria. Cumprir as Mitzvót com alegria significa não cumpri-las com um sentimento de que estamos sendo coagidos e forçados. Ao contrário, devemos cumprir as Mitzvót com o sentimento de que estamos fazendo a coisa certa. Quando alguém se conecta com a Torá por ser a verdade e porque a reconhece como o estilo de vida ideal, então ele está cumprindo as Mitzvót com alegria, pois ela não é sentida mais como um peso. Quando a pessoa chega neste nível, ela pode cumprir as Mitzvót de maneira calma e serena. Esta é a alegria nas Mitzvót. Portanto, a alegria não vem de "forçar um sentimento", ela deriva do entendimento de que estamos fazendo a coisa certa. As letras da palavra "Bessimchá", "com alegria", rearranjadas, formam a palavra "Machshavá", que significa "pensamento". Estar alegre não é apenas um sentimento, é uma escolha intelectual.
 
Na realidade, isto não ser aplica apenas ao cumprimento das Mitzvót, e sim a todos os aspectos da vida. Ao reconhecermos que tudo o que ocorre neste mundo é a vontade de D'us e que, portanto, é o melhor para nós, este entendimento nos possibilita viver com mais tranquilidade diante das dificuldades. É isto o que nos transmite o Talmud (Brachót 54a), ao afirmar que "A pessoa deve fazer uma Brachá para algo ruim da mesma maneira que faz Brachá para algo bom". Da mesma forma que nos alegramos quando ocorre algo que consideramos ser bom, também devemos nos alegrar quando ocorre algo que consideramos ser ruim. Isto não quer dizer que devemos dar uma festa e pulos de alegria quando escutamos uma má notícia, como faríamos se tivéssemos ganhado um milhão. Porém, devemos aceitar com serenidade e coração completo a vontade de D'us. Devemos ter o entendimento, sem que paire qualquer tipo de dúvida, de que o que D'us nos trouxe é a coisa certa e é o melhor para nós. Esta calma e tranquilidade é a alegria verdadeira.
 
Quando D'us se revelou a Moshé e pediu para que ele ordenasse ao Faraó que libertasse os judeus, Moshé encheu seu coração de esperança de que finalmente o sofrimento dos seus irmãos terminaria. Porém, o resultado foi o contrário do que Moshé esperava. Não apenas o Faraó não libertou o povo judeu como também aumentou ainda mais o trabalho e os castigos. Moshé então questionou a conduta de D'us: "Por que Você fez mal a este povo? Por que Você me enviou?" (Shemot 5:22). A resposta de D'us veio logo em seguida: "E D'us (Elokim) falou com Moshé e disse: "Eu sou Hashem" (Shemot 6:2). Se prestarmos atenção, o versículo começa com um Nome de D'us, "Elokim", que representa Seu atributo de justiça, mas na continuação aparece o Nome Divino de 4 letras (Iud - He - Vav - He), que representa Seu atributo de compaixão e bondade. Explica o Gaon Mi Vilna (Lituânia, 1720 - 1797) que D'us estava transmitindo a Moshé que aparentemente aquele sofrimento maior que havia recaído sobre o povo judeu parecia ter vindo de um atributo de justiça, mas que o correto era justamente o contrário, ele vinha de um atributo de bondade e misericórdia. Tudo o que estava acontecendo era para o bem do povo judeu, mesmo que, naquele momento, os olhos enganavam Moshé.  
 
Muitas pessoas conseguem viver com este conceito na prática. Como o Rav Aharon Kotler zt"l (Bielorússia, 1891 - EUA 1962) que, poucos dias antes do seu falecimento, estava sentindo dores terríveis. Sua esposa, tentando trazer-lhe algum conforto, disse: Não se preocupe, vai ficar tudo bem". O Rav Aharon Kotler, apesar das dores, deu um sorriso e disse: "Já está tudo bem agora. Tudo o que D'us faz é para o bem".
 
Às vezes é difícil enxergar que tudo o que ocorre em nossas vidas é bom. É difícil sentir alegria e serenidade mesmo diante de testes difíceis. Há algumas coisas que se esclarecem com o tempo, como atrasos em viagens que acabaram salvando a vida de pessoas de acidentes fatais. Porém, muitas revelações serão feitas por D'us apenas quando partirmos deste mundo, quando poderemos enxergar o quadro completo de nossas vidas.
 
O Talmud (Pessachim 50a) afirma que este mundo é diferente do Mundo Vindouro, pois neste mundo, ao escutar uma boa notícia, nós recitamos a Brachá "Baruch HaTov VeHametiv" (Abençoado Aquele que faz o bem), mas quando escutamos uma má notícia nós recitamos a Brachá "Baruch Dayan HaEmet" (Abençoado o Juiz da verdade). Já no Mundo Vindouro todas as Brachót serão "Baruch HaTov VeHametiv". Porém, este ensinamento do Talmud é um pouco difícil de ser entendido, pois parece que a diferença entre este mundo e o Mundo Vindouro é apenas em relação às Brachót que são recitadas. Porém, sabemos que esta não é a diferença verdadeira. A diferença está em que não haverá nenhum mal no Mundo Vindouro e, portanto, tecnicamente não haverá a necessidade da Brachá de "Dayan HaEmet". Então por que o Talmud não diz que a diferença é que no Mundo Vindouro não haverá maldade e, portanto, não haverá necessidade de recitar uma Brachá para isto?
 
Responde o Rav Yechezkel Landau zt"l (Polônia, 1713 - Praga, 1793) que não há nada ruim que vem de D'us também neste mundo. Até mesmo as dificuldades que surgem têm o propósito de purificar a nossa alma e prepará-la para o Mundo Vindouro. Além disso, as dificuldades e sofrimentos também vêm para preparar o cenário para a Redenção Final. Porém, estando neste mundo, limitado pela percepção dos nossos 5 sentidos, o homem não pode enxergar isto. Portanto, quando nos parece que as coisas são ruins, fazemos a Brachá de Dayan HaEmet. No entanto, no Mundo Vindouro, quando nossa percepção não terá mais os limites do corpo físico, então agradeceremos até mesmo pelo "mal" que aconteceu conosco neste mundo, pois enxergaremos com total claridade que tudo foi para o bem. No Mundo Vindouro recitaremos a Brachá "HaTov VeHameitiv" até mesmo sobre as coisas "ruins" que ocorreram. Portanto, a diferença está realmente nas Brachót recitadas, já que não existe diferença entre este mundo e o Mundo Vindouro em relação à existência de coisas ruins. Da mesma forma que é claro que no Mundo Vindouro não haverá nada ruim, precisamos ter Emuná completa de que também neste mundo não há nada ruim, tudo é parte da bondade infinita de D'us.
 
Que tenhamos o mérito de internalizar a mensagem de que tudo o que acontece neste mundo é para um propósito e que, de maneira intelectual, possamos chegar à alegria verdadeira, nas Mitzvót e na vida.

 

"QUE SEJAMOS INSCRITOS E SELADOS NO LIVRO DA VIDA"
 
SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm     

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma.
--------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
-------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l.
--------------------------------------------

Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
Copyright © 2016 All rights reserved.


E-mail para contato:

efraimbirbojm@gmail.com







This email was sent to efraimbirbojm.birbojm@blogger.com
why did I get this?    unsubscribe from this list    update subscription preferences
Shabat Shalom M@il · Rua Dr. Veiga Filho, 404 · Sao Paulo, MA 01229090 · Brazil

Email Marketing Powered by Mailchimp