quinta-feira, 13 de setembro de 2018

PARE DE FAZER MAL A VOCÊ MESMO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAYELECH E YOM KIPUR 5779

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Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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VÍDEO DA PARASHAT VAYELECH
MENSAGEM DE YOM KIPUR 5779
 
Yom Kipur é um dia de misericórdia, uma das maiores demonstrações do amor de D'us pelo povo judeu. Neste dia podemos abrir nossos corações e implorar para que D'us nos perdoe pelos nossos erros. Mas não podemos nos esquecer de que não é apenas contra D'us que transgredimos durante o ano. Erramos muito com as pessoas. Enganamos, não nos importamos com as dificuldades e sofrimentos dos outros, ofendemos, fizemos piadas de mau gosto. Nossos sábios ensinam que, apesar da enorme força de expiação das transgressões que existe em Yom Kipur, ela somente funciona para limpar os erros que cometemos contra D'us. Os erros que cometemos contra o próximo não são perdoados por D'us até que sejamos perdoados pela pessoa com quem erramos. Por isso, a Halachá (Lei Judaica) nos ensina que é necessário apaziguar a pessoa que machucamos, prejudicamos ou magoamos através de um sincero pedido de perdão.

Portanto, gostaria de aproveitar a oportunidade para pedir perdão a qualquer um de vocês, leitores do "Shabat Shalom M@il", tanto aqueles que eu conheço pessoalmente quanto aqueles cujo meu único contato é através dos e-mails semanais, por qualquer atitude que possa ter ofendido ou magoado, ou por ter causado qualquer tipo de tristeza. Tanto os erros intencionais quanto os não intencionais, tanto os erros que eu me lembro quanto aqueles que eu já me esqueci, de todos eles eu me arrependo profundamente e espero que vocês me perdoem. Se alguém tiver alguma mágoa, por favor me escreva para que eu possa pedir perdão pessoalmente.

Existe uma incrível fórmula para sermos perdoados em Yom Kipur: "Todo aquele que passa por cima da sua honra e perdoa a alguém que lhe fez mal, D'us passa por cima de todas as suas transgressões e o perdoa". Portanto, eu perdoo de todo o coração a qualquer um que possa ter feito algum mal para mim, intencionalmente ou não intencionalmente.

Que possamos ter um ano doce, com muita saúde, crescimento espiritual, paz e respeito ao próximo. Que possamos ter paz dentro do povo judeu, que possamos voltar a ser um povo unido, um povo que ama ao próximo como a si mesmo, para que tenhamos o mérito da vinda imediata do Mashiach e possamos receber todas as Brachót que D'us, há mais de 2 mil anos, aguarda para nos mandar.

Shaná Tová e Gmar Chatimá Tová

Com carinho,

R' Efraim Birbojm

PARE DE FAZER MAL A VOCÊ MESMO - PARASHAT VAYELECH E YOM KIPUR 5779 (14 de setembro de 2018)

"Rafael era um bom menino, com ótimos traços de caráter, mas o que estragava era a sua gula. Ele comia de forma compulsiva. Certo dia, quando passava por uma feirinha no parque, viu uma barraquinha cheia de comidas mexicanas. Seus olhos brilharam quando viram docinhos deliciosos. Mal sabia que, na verdade, eram pimenta pura.
 
Rafael comprou uma grande quantidade daqueles "doces". Muito contente, sentou-se tranquilamente em um banco do parque para saboreá-los. Porém, logo após a primeira mordida, percebeu que havia algo errado. Sentiu sua boca pegando fogo e lágrimas escorriam no seu rosto enquanto ele mastigava. Porém, apesar do sofrimento, ele continuou colocando os "doces" na boca. Espirrava, chorava, fazia caretas, mas continuava comendo. Uma pessoa que passava se assustou com a cena. Curioso, se aproximou e disse a Rafael:
 
- Amigo, desculpe me intrometer, mas você não sabe que pimenta deve ser comida em pequenas quantidades?
 
- Bem, senhor, agradeço pelo seu conselho - disse Rafael, com um sorriso envergonhado - A verdade é que eu não sabia que eram pimentas. Mas realmente eu tinha percebido que havia algo errado com meus doces.  
 
- Entendo - disse o homem - Mas agora que você já sabe que não são doces, por que continua comendo?
 
Entre tosses e soluços, Rafael ainda conseguiu responder:
 
- Investi meu dinheiro neles, por isso não quero jogá-los fora."

Podemos dar risada da atitude de Rafael, mas fazemos isto em nossas vidas. Precisamos aprender com as nossas experiências e jogar fora tudo o que nos faz mal, mesmo que tenhamos investido muito dinheiro ou tempo nelas. Isto é parte do processo de Teshuvá, quando "jogamos fora" tudo o que nos faz mal.

Nesta semana lemos a Parashat Vayelech (literalmente "E foi"), que traz o último discurso de Moshé antes de sua morte. E a partir da próxima 3ª feira (18/setembro) começamos a reviver uma das datas mais sagradas do ano: Yom Kipur, o Dia do Perdão. Neste mesmo dia o povo judeu foi finalmente perdoado pelo gravíssimo erro do bezerro de ouro, transgressão que quase custou a destruição de todo o povo. Através das rezas de Moshé e do arrependimento do povo, D'us foi misericordioso e revogou o mau decreto.
 
Portanto, a principal Mitzvá de Yom Kipur é a Teshuvá. Muitas vezes traduzimos "Teshuvá" como "arrependimento". Porém, esta não é uma tradução correta. Teshuvá significa "retornar". O ser humano foi criado correto, ele tem uma essência pura, mas se desvia do caminho. Teshuvá significa voltar ao caminho correto. Existem quatro passos fundamentais na Mitzvá de Teshuvá: Parar a transgressão, Arrependimento pelo que fizemos de errado, Compromisso de não voltar a errar e Vidui, a confissão verbal dos nossos erros.
 
De acordo com os nossos sábios do Talmud (Taanit 26b), Yom Kipur é um dos dias mais felizes do ano. Ensina o Rambam zt"l (Espanha, 1135 - Egito, 1204) que a Teshuvá é sempre algo bonito aos olhos de D'us. Porém, entre Rosh Hashaná e Yom Kipur, período conhecido como "Asseret Yemei Teshuvá" (os 10 dias do Retorno), a Teshuvá é ainda mais bonita e é aceita por D'us imediatamente, como está escrito: "Procure D'us quando Ele está disponível" (Yeshaiahu 55:6).
 
Porém, como Yom Kipur pode ser alegre? Se é um dia de Teshuvá, no qual passamos o dia confessando nossos erros, imersos em Tefilót e nos abstendo dos prazeres materiais, onde está a alegria? Ao entender com mais profundidade os quatro passos da Teshuvá, então entenderemos a alegria que existe no dia de Yom Kipur.
 
O primeiro passo é abandonar a transgressão. Isto inclui também começar a fazer o que deveríamos estar fazendo. Este primeiro passo da Teshuvá exige a consciência do que é certo e o que é errado. Isto envolve o estudo de Torá e o aconselhamento constante com os sábios. Além disso, devemos estar conscientes do que estamos fazendo, pois podemos saber que algo é errado e, ao mesmo tempo, não perceber que nós estamos cometendo este erro. É fácil encontrar as falhas nos outros, mas é difícil assumir os nossos próprios erros. Não precisamos nos cobrar de maneira que isto se torne algo pesado demais para ser carregado. Porém, é necessária uma introspecção sincera e honesta sobre as nossas atitudes e uma avaliação de como está o nosso comportamento, os nossos traços de caráter, o uso da nossa fala e até mesmo os nossos pensamentos.
 
O segundo passo é o arrependimento pelos nossos maus atos. Há uma enorme diferença entre sentir culpa e se arrepender. Sentir culpa normalmente nos leva a pensamentos negativos, tristeza e o abandono das nossas metas na vida. Um exemplo da diferença entre arrependimento e culpa é quando uma pessoa guarda dinheiro no bolso da calça, sem perceber que no bolso há um furo. Quando a pessoa percebe que perdeu o dinheiro, ela tem duas escolhas. Uma opção é ela se sentir culpada e se cobrar, pelo resto da vida, por seu erro. Outra opção é ela sentir a dor pela perda, mas esta dor causar com que ela conserte imediatamente o furo da calça e passe a ser mais cuidadosa daqui para frente com a forma como ela transporta dinheiro. Nos dois casos há a dor pela perda, mas no caso do arrependimento, esta dor pode ser utilizada com propósitos construtivos, em especial quando sabemos que esta dor levará a um processo de perdão e limpeza espiritual, salvando a pessoa das consequências do seu erro.
 
O terceiro passo é o compromisso de nunca mais voltar a fazer o que é errado, isto é, uma real decisão de mudar. Nós sabemos o quanto é difícil mudar. Porém, há diversos níveis de mudança. Não é necessariamente "tudo ou nada" na vida. As mudanças podem começar com uma decisão de querer que as coisas sejam diferentes, com mudanças em pequenas atitudes, com um trabalho específico sobre certo traço de caráter ou hábito negativo. Devemos tentar ser práticos, tentar reconhecer quais são os "gatilhos" que despertam as nossas tentações para as transgressões e fazer de tudo para evitá-los. Por exemplo, devemos evitar nos colocar em situações de teste, nas quais sabemos que dificilmente conseguiremos superar nossa tentação. Muitas vezes nosso compromisso de não tropeçar novamente em uma transgressão significa planejar formas de como não se colocar em situações de teste. A força para conseguirmos manter nosso compromisso é acreditar no nosso próprio potencial de mudança e acreditar que D'us pode nos ajudar a fazer desta mudança algo real em nossas vidas.
 
O último passo, um dos pontos centrais de Yom Kipur, é o Vidui. Apagar transgressões e consertar erros do passado é algo que apenas D'us pode fazer. Além disso, quando fazemos algo errado, não estamos causando danos apenas a nós mesmos e ao próximo, mas, de certa maneira, também estamos atingindo D'us. Ele nos ama e espera muito de nós. Ele nos criou com um imenso potencial. Quando nos desviamos, impedimos D'us de nos mandar a verdadeira chuva de Brachót que Ele, como um Pai misericordioso, gostaria. Toda vez que transgredimos estamos, de certa maneira, atrapalhando os planos de D'us. É como um pai que se sente frustrado após ver seu filho cometendo maus atos, apesar de todo o esforço em educá-lo. Ao fazer uma transgressão, estamos indo contra a vontade Daquele que construiu e governa o mundo todo. Por isso, se queremos consertar o que erramos, o primeiro passo é "fazermos as pazes" com D'us. Isto é o Vidui, quando nos voltamos para Aquele contra quem transgredimos e nos rebelamos e, em um ato de respeito, pedimos a Ele perdão de forma sincera.
 
Qualquer mau ato que cometemos causa imediatamente uma mudança na realidade física, mas também causa uma mudança na realidade espiritual. Por exemplo, quando fazemos mal a alguém, mais do que o mal que infligimos ao outro é o mal que infligimos à nossa própria alma. Há consequências neste mundo e no Mundo Vindouro. Há um "estrago" na nossa conexão com D'us. Precisamos da misericórdia de D'us para consertar as consequências dos nossos maus atos, em especial o impacto espiritual negativo. De acordo com a Justiça estrita de D'us, deveríamos ser punidos imediatamente. Quando nos rebelamos contra D'us, deveríamos ser eliminados do mundo. Além disso, não deveria haver conserto dos nossos erros, pois fomos avisados sobre as "regras do jogo". Porém, a misericórdia Divina decretou que, ao arrancarmos a vontade de rebeldia e os desejos que nos induziram ao erro, o próprio erro também é arrancado. O prazer que veio com a transgressão é "trocado" pela tristeza e o sofrimento do arrependimento. Os Asseret Yemei Teshuvá são dias nos quais a misericórdia de D'us é elevada a níveis máximos. É uma oportunidade que não podemos desperdiçar.
 
Há duas diferentes motivações que podem nos levar à Teshuvá. Uma delas é o medo. O medo do castigo ou da perda é uma boa motivação, pois funciona. Quando fazemos Teshuvá sincera por temor, somos perdoados, purificados e elevados a um status de como se nunca tivéssemos transgredido. Porém, há uma motivação ainda maior para a Teshuvá: o amor por D'us. Se nós fizermos Teshuvá não apenas pelo medo da espada que paira sobre nossas cabeças, mas por percebermos que estamos deixando D'us "triste" e por querermos ser pessoas melhores, então isto é considerado uma Teshuvá por amor. Não apenas as transgressões são apagadas, mas elas são transformadas em Mitzvót. Isto ocorre pois, ao nos sentirmos mal por termos feito algo errado, implorarmos para que D'us nos perdoe e nos comprometermos a melhorar, estamos nos aproximando de D'us. A transgressão se torna o veículo que nos trouxe mais próximos de D'us e, portanto, se transforma em uma Mitzvá. Isto pode ser visto de uma maneira impressionante na Teshuvá após o grave erro do bezerro de ouro no deserto. O ápice desta Teshuvá foi o dia de Yom Kipur. No dia seguinte, o povo judeu recebeu a Mitzvá de construir o Mishkan, o Templo Móvel, para que D'us pudesse estar mais próximo de nós. A diferença entre a Teshuvá por temor e a Teshuvá por amor é que a Teshuvá feita por temor é apenas para "salvar a nossa pele", isto é, algo egoísta, enquanto a Teshuvá por amor é feita pensando em consertar o nosso relacionamento com D'us.
 
Ao refletirmos sobre quantas bondades e misericórdia de D'us há no nosso processo de Teshuvá, então entenderemos que Yom Kipur é realmente um dos dias mais felizes do ano. O dia em que podemos reconstruir a nossa conexão com D'us. Devemos preparar para Yom Kipur uma lista de tudo o que vamos nos esforçar de verdade para mudar. Não será uma tarefa fácil, mas trará para nossas vidas a alegria verdadeira.

 "QUE SEJAMOS SELADOS NO LIVRO DA VIDA"

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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sexta-feira, 7 de setembro de 2018

COMO SER UM VENCEDOR - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT NITZAVIM 5778 E ROSH HASHANÁ 5779

BS"D
Este E-mail foi carinhosamente oferecido por Shlomo e Hannah Benmuyal, desejando a todo Am Israel um Shaná Tová Umetuká, e que este seja o ano da nossa Gueulá.


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VÍDEO DA PARASHAT NITZAVIM E ROSH HASHANÁ

(07 de setembro de 2018) COMO SER UM VENCEDOR - PARASHAT NITZAVIM 5778 E ROSH HASHANÁ 5779

"O Rav Mordechai Shwab zt"l (Alemanha, 1911 - EUA, 1994) tinha um aluno que, mesmo depois de casado, fazia questão de visitar seu rabino em todos os Chaguim. Certo ano, quando se aproximava a Festa de Sucót, o aluno recebeu um telefonema da família do Rav Shwab. Eles achavam que talvez fosse melhor ele não visitar o rabino naquele ano, pois o Rav Shwab estava muito doente. O rabino estava com a aparência tão deformada que a família ficou com medo que o aluno iria se assustar de vê-lo naquele estado. Porém, o aluno achou que era exagero e insistiu em não cancelar aquele costume tão precioso de visitar seu rabino. Como conhecia o Rav Mordechai há muitos anos, estava seguro de que não se assustaria.
 
Quando chegou o Chol HaMoed de Sucót, o aluno foi visitar o Rav Shwab. Porém, a situação de saúde do rabino era realmente tão ruim que, quando o aluno viu seu rosto, ficou completamente fora de si e quase desmaiou. O aluno ficou aflito e extremamente triste de ver seu rabino, uma pessoa sempre com tanta energia e entusiasmo, naquele estado lastimável. Quando o Rav Shwab percebeu a preocupação estampada no rosto de seu aluno, ele deu um sorriso e disse:
 
- Não se preocupe, eu estou vivendo com alegria. Infelizmente eu não tive forças para ir à sinagoga em Yom Kipur. Na verdade, eu quase nem consegui rezar em Yom Kipur, pois estava me sentindo muito fraco. Mal consigo estudar Torá por causa das minhas fortes dores de cabeça. Mas eu não estou triste. Sabe por que? Pois não fui eu que me fiz doente, foi D'us. Esta é a vontade Dele. E se Ele fez com que eu estivesse assim, "Chaim Birtsono" (eu quero viver de acordo com a Vontade Dele)".


Naquele dia o Rav Mordechai Shwab provavelmente deu sua aula mais tocante e profunda de Emuná (fé). Emuná não é acreditar que tudo vai ficar bem de acordo com os nossos parâmetros. Emuná é saber que o bem verdadeiro está sempre ocorrendo, mesmo quando, de acordo com a nossa lógica limitada, parece o contrário

.

Nesta semana lemos a Parashat Nitzavim, que traz o último discurso de Moshé antes de seu falecimento. Como um líder responsável e que amava seu povo, sua preocupação final na vida era despertar o povo judeu e prepará-los para a entrada na Terra de Israel. Isto se conecta muito com a próxima parada do nosso calendário, a Festa de Rosh Hashaná, o ano novo judaico, que começa no próximo domingo de noite (09 de setembro). Rosh Hashaná é também conhecida como "Yom HaDin" (Dia do Julgamento), pois neste dia todos os nossos atos passam diante de D'us e somos julgados por tudo o que fizemos e pelas coisas boas que deixamos de fazer.
 
Deveríamos estar preocupados nestes últimos dias do ano. Será que nosso ano foi realmente bom? Será que fizemos tudo o que deveríamos ter feito? Nos ensina o profeta: "Quando um leão ruge, quem não fica com medo?" (Amos 3:8). Se uma pessoa estivesse andando na rua e escutasse o rugido de um leão, certamente tremeria de medo. Em hebraico, a palavra "leão" é "Ariê" (אריה), que é formada com as iniciais de Elul (אלול), Rosh Hashaná (ראש השנה), Yom Kipur (יום כיפור) e Hoshana Raba (הושענא רבה). O profeta estava nos ensinando que quando estes dias de julgamento "rugem", é possível não sentir medo? Portanto, estes devem ser dias de introspecção, reflexão sobre o passado e decisões sobre o futuro, em uma preparação rigorosa para nos apresentarmos diante de D'us da forma correta no Dia do Julgamento.
 
Infelizmente não estamos preocupados como deveríamos. Mas por que? Voltando à alegoria do leão, há situações nas quais as pessoas não sentem medo do seu rugido. Por exemplo, quando uma pessoa vai ao zoológico, ela senta-se tranquilamente e faz um piquenique com a família. Mesmo se escuta o rugido do leão, ela não se assusta e continua sentada tranquilamente. Como ela sabe que o leão está em uma jaula, preso por grossas barras de ferro, ela não sente medo. Nossos sábios explicam que desde a destruição do nosso Beit Hamikdash (Templo Sagrado), há uma divisória de ferro que interrompe entre D'us e nós. Por isso não sentimos medo, pois esta "divisória" nos deixa insensíveis aos assuntos espirituais. Temos que tirar esta divisória de ferro que nos afasta de D'us.
 
Porém, sabemos que isto é algo difícil de ser alcançado. Nossa memória não nos deixa esquecer o que aconteceu nos anos anteriores. Nós sempre tentávamos melhorar. Quando chegava Rosh Hashaná, nós sempre estávamos decididos a crescer e mudar, mas não conseguimos. Como fazer para não desistirmos novamente?
 
A solução para este desânimo é entender que há duas formas de abordarmos Rosh Hashaná. Podemos olhar Rosh Hashaná com uma visão pessimista e dizer: "No ano passado eu decidi estudar mais e não estudei. Decidi dar mais Tzedaká e não dei. Portanto, nem vou tentar neste ano", ou podemos olhar Rosh Hashaná com um olhar de vencedores e dizer "Quero continuar crescendo, quero continuar melhorando. Mesmo as coisas que tentei no ano passado e não consegui, neste ano vou tentar de novo. Vou aprender com meus erros passados e fazer dar certo desta vez".
 
Explica o Rav Paysach Khron que os dias entre o Rosh Chodesh Elul e Yom Kipur são uma época de "Ratson" ("boa vontade" Divina), isto é, são dias propícios para o nosso crescimento espiritual. Não é o momento de nos lamentarmos pelas falhas do passado e desistirmos. O profeta Bilaam tentou nos amaldiçoar, mas de sua boca saiu uma grande Brachá ao povo judeu: "Eles são um povo que se levanta como um leão" (Bamidbar 23:24). Precisamos ter autoconfiança, sabermos que temos um incrível potencial aguardando para ser explorado.
 
O Talmud (Menachot 29b) nos ensina que o mundo foi criado com a letra "ה" (Hei), que é completamente aberta embaixo, significando que com qualquer tropeço a pessoa pode "sair do mundo" e se perder de seu caminho espiritual. Mas há também uma pequena abertura em cima, sempre aberta para a Teshuvá. Não importa o quanto erramos, D'us criou o mundo sempre aberto para Teshuvá, como nos ensinou Shlomo HaMelech, o mais sábio de todos os homens: "O Tzadik (Justo) cai sete vezes e se levanta" (Mishlê 24:16). Shlomo Hamelech não veio nos ensinar apenas que o Tzadik, por ser apenas um humano, está suscetível a erros e, por isso, às vezes tropeça e cai. Shlomo HaMelech está nos ensinando que para chegar ao nível de Tzadik, é necessário aprender com os erros e nunca desistir.
 
Mas por onde começamos? Um dos momentos mais marcante de Rosh Hashaná é a Tefilá "Unetane Tokef", que diz, entre outras palavras: "Quem vai viver e quem vai morrer? Quem viverá com tranquilidade e quem viverá com dificuldade. Quem vai enriquecer e quem vai empobrecer?". Esta Tefilá termina com as seguintes palavras: "Porém, a Teshuvá (Arrependimento), a Tefilá (Reza) e a Tzedaká (Caridade) removem o mau decreto". Por que justamente estas 3 ações? Pois elas representam as nossas 3 áreas de relacionamentos. Teshuvá é "Bein Adam Leatzmo" (a pessoa com ela mesma), Tefilá é "Bein Adam Lamakom" (a pessoa com D'us) e Tzedaká é "Bein Adam Lechaveiro" (a pessoa com seu companheiro). São três dimensões de conexão espiritual nas quais precisamos nos esforçar para melhorar, nem que seja em apenas uma pequena parte.
 
O primeiro passo é a Teshuvá. Uma das principais mudanças que precisamos almejar é na forma como "julgamos" D'us. Ele tem um plano para o mundo, desde a Criação. Coisas difíceis acontecem, mas somente no "Fim dos Tempos" poderemos entender Seus cálculos perfeitos. Emuná significa não perder nosso amor por D'us mesmo quando acontecem coisas difíceis, que nós não entendemos. Esta é uma parte importante da nossa Teshuvá, ter claridade que, quando passamos por dificuldades, é D'us nos testando. Não devemos ficar quebrados, pois D'us nos ama e Ele tem um plano para cada um de nós. Nunca podemos perder a esperança e a Emuná nos momentos difíceis. E, acima de tudo, não podemos julgar os atos de D'us.
 
O segundo passo é a Tefilá. Pensamos sempre na Tefilá como um momento de pedir, pedir e pedir. Mas isto não é correto. Precisamos aprender a agradecer mais, a saber reconhecer mais o que temos de bom. Precisamos melhorar em dizer "obrigado" para D'us, pois temos muito pelo que sermos agradecidos a Ele. Uma pessoa que tem filhos, que é casada, que tem saúde e trabalho é milionária e deveria sair dançando na rua de alegria. Quando vamos a um médico e preenchemos a ficha de cadastro, precisamos agradecer por cada doença da lista que nós não temos. Temos que melhorar a concentração durante as nossas Tefilót, mas em especial precisamos nos conscientizar de que fazer Tefilá não é só pedir. Parte importante é a nossa demonstração de agradecimento. Uma maneira prática de fazermos isto é escrevendo em um cartão todas as coisas boas que temos na vida. Certamente nos surpreenderemos ao perceber como somos abençoados em nossas vidas.
 
O terceiro passo é a Tzedaká. Melhorar na área de Tzedaká não significa apenas doar mais dinheiro aos necessitados. Significa vencer o nosso lado egoísta e parar de pensar somente em nós mesmos. Não é errado pensar em si mesmo, mas precisamos pensar também nos outros. Ensinam os nossos sábios que isto é especialmente importante em Rosh Hashaná, pois quando nos preocupamos com os outros, então D'us também se preocupa conosco.
 
Quando D'us criou o conceito do julgamento de Rosh Hashaná, Ele não queria que chegássemos quebrados e fracassados. Ao contrário, D'us quer nos estimular a crescer, Ele quer extrair o melhor do que temos dentro de nós. Com esta atitude vencedora e autoconfiante, com crescimentos pequenos e constantes nas três áreas da vida, poderemos alcançar o que buscamos há tantos anos.

                   "QUE SEJAMOS INSCRITOS E SELADOS NO LIVRO DA VIDA"

Shabat Shalom e Shaná Tová

R' Efraim Birbojm

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quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Mensagem de Shaná Tová 5779

BS"D

MENSAGEM SHANÁ TOVÁ 5779 

Estamos chegando a mais um Rosh Hashaná. Baruch Hashem é mais um ciclo de vida que estamos completando. "Shehecheianu Vekiemanu Vehiguianu Lazman Hazé". Temos que agradecer pelo ano que tivemos. Apesar das dificuldades, recebemos muitas coisas boas de D'us, entre elas o dom da vida. Além disso, mesmo as dificuldades podem ser vistas com uma ótica positiva. Os problemas nos deixaram mais fortes, mais sábios e mais experientes.
 
É uma grande alegria semanalmente nos encontrarmos através do Shabat Shalom M@il. Sei que é pouco, comparado com a infinidade de sabedoria contida na Torá. Mas sinto que posso, desta maneira, devolver um pouco da enorme bondade que uma vez eu recebi na vida.

                                                                          

Era um fim de tarde ensolarado. Na saída de um churrasco com amigos, Ana se distraiu, pegou a saída errada na estrada e se perdeu. Na época não havia GPS nem Waze para ajudá-la a voltar para o caminho correto. Desesperada, ela parou no acostamento e ligou para a seguradora. A atendente tentou colocá-la em contato com a polícia rodoviária, mas não conseguiu. Ana entrou em pânico, pois o sol começou a se pôr e, em poucos minutos, ela ficaria sozinha, no escuro, sem saber onde estava e nem como voltar para a estrada correta. Ao perceber o pânico na voz de Ana, a atendente da seguradora disse:
 
- Fique calma. Você está perto do escritório onde eu trabalho. Meu turno termina em 5 minutos. Fique dentro do carro, em poucos minutos eu a encontro.
 
Dez minutos depois, uma mulher apareceu de carro, buzinou e guiou Ana de volta até a estrada principal. Além disso, acompanhou-a por alguns quilômetros, para ter certeza que ela pegaria desta vez a saída certa. Então, com uma buzinada e um aceno de adeus, aquele "anjo bom" sumiu no meio da noite.
                                                                         

Além de agradecer imensamente a D'us por todas as oportunidades, eu gostaria também de agradecer a você, leitor do Shabat Shalom M@il. Sinto o quanto este e-mail já virou parte central da minha vida. Uma incrível oportunidade de aprender novos ensinamentos da Torá e poder transmiti-los. Me alegra muito poder dividir com os outros a sabedoria da Torá, que nos preenche e ilumina o nosso caminho em um mundo com uma escuridão espiritual cada vez maior.
 
É uma alegria muito grande ter a oportunidade de passar para frente a ajuda e a bondade que um dia eu recebi. A cada semana, quando escrevo o Shabat Shalom M@il, apesar de ser um investimento grande de tempo, o nosso bem mais preciso, eu tenho a certeza de estar iluminando um pouco mais o caminho de outras pessoas, para que elas também possam continuar seu crescimento espiritual, cada vez mais conectadas com a Torá e as Mitzvót.

Aproveito a oportunidade para agradecer por todo o apoio, elogios, incentivos e sugestões que recebi durante o ano. É gratificante escutar pessoas me dizendo o quanto os e-mails iluminam suas mesas de Shabat. Espero que os ensinamentos que eu compartilhei possam ter ajudado todos a melhorarem e crescerem espiritualmente da mesma maneira que me ajudaram.
 
Agradeço a você, por ter sido a minha fonte de inspiração e motivação para continuar este trabalho. Agradeço à minha esposa e meus filhos, pela alegria que me trazem, por preencherem minha vida e por abrirem mão do tempo que eu dedico para escrever o Shabat Shalom M@il. Agradeço aos meus pais, por toda a dedicação, pelo amor que recebi e recebo, pela excelente educação que me deram e pelos valores que me transmitiram. E, acima de tudo, agradeço a D'us, pela bondade infinita de ter me colocado, através de Seus emissários, em um caminho de Torá e Mitzvót.
 
Que possamos aproveitar estes últimos dias do ano para aumentar ainda mais os nossos méritos. Como estamos todos de coração mais aberto, é hora de reconstruir relacionamentos abalados e pedir perdão àqueles que possamos ter magoado. Nestes últimos dias do ano abrem-se os portões da Misericórdia de D'us e recebemos uma ajuda especial para o nosso crescimento espiritual.
 
Aproveito a oportunidade para pedir perdão a qualquer um que possa ter se sentido ofendido pelas mensagens que eu enviei ou por alguma atitude que eu tenha tomado. Se alguém tiver alguma mágoa ou reclamação, por favor, me avise para que eu possa pedir perdão pessoalmente. Também perdoo de coração a qualquer um que possa ter me causado sofrimentos.
 
Que possamos ser inscritos no Livro da Vida, com muita saúde, sustento, alegrias, paz e espiritualidade. E que neste ano de 5779 possamos continuar nos encontrando, semanalmente, neste incrível mundo dos conhecimentos da Torá.
 
SHANÁ TOVÁ
 
Com muito carinho,
 
R' Efraim Birbojm

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