sexta-feira, 6 de agosto de 2010

SHABAT SHALOM MAIL - PARASHÁ REÊ 5770

BS"D 

OS CAMINHOS NA VIDA - PARASHÁ REÊ 5770 (06 de agosto de 2010)

"André e Rodrigo, cansados de morar na cidade grande, decidiram viajar para procurar um lugar melhor. Cada um comprou um cavalo e partiram juntos para procurar o lugar ideal para viver. Após viajarem muitas horas, depararam-se com uma bifurcação. Os dois ficaram confusos, não sabiam que caminho escolher. Um dos caminhos parecia agradável, tranquilo, sem muitas curvas nem dificuldades. O outro caminho já parecia um pouco mais tortuoso, com muitas curvas e trechos difíceis.

Os dois já tinham escolhido o caminho mais simples e iam recomeçar a viagem quando André viu uma pequena tabuleta no chão. Ao começar a ler, percebeu que tinha sido escrita pelo engenheiro que havia projetado as duas estradas. Na tabuleta estava escrito uma espécie de conselho: "Cuidado com as aparências. Nem sempre a estrada mais fácil é aquela que leva aos melhores destinos".

Rodrigo deu risada. Se achava inteligente demais para acreditar naquela placa tola. Ele achou, com arrogância, que o engenheiro não tinha nada para acrescentar na sua decisão. Imediatamente seguiu pela estrada fácil e direta.

Já André ficou em dúvida. Se o próprio engenheiro havia deixado aquela mensagem, o melhor seria seguir pela estrada mais difícil e longa, pois certamente chegaria a um lugar melhor. Mas por outro lado, a outra estrada parecia muito atrativa. A escolha era realmente difícil e ele sabia que a decisão influenciaria toda sua vida. Depois de muito tempo de reflexão, ele decidiu escutar o conselho do engenheiro que havia projetado a estrada. Afinal, quem poderia saber mais do que o próprio projetista daquelas duas estradas? Viajou segurando firme seu cavalo, contornando as difíceis curvas e vencendo os obstáculos no caminho. Cada vez mais o caminho ia ficando agradável e fácil. Após algumas horas de viagem ele chegou a um belíssimo jardim de rosas e foi saudado por pessoas muito amáveis e hospitaleiras.

Enquanto isso, Rodrigo seguia feliz pelo outro caminho. Mas aos poucos a estrada, que era agradável, começou a se tornar esburacada e perigosa. Após algumas horas de viagem, cada vez mais difícil e desagradável, ele chegou ao destino final: um espinheiro, por onde somente conseguiu passar machucando todo o seu corpo. E finalmente foi recebido por pessoas que o enganaram e roubaram todos os seus pertences"

Isto é o que o judaísmo nos ensina: nem sempre os caminhos mais curtos são os que nos levam aos melhores lugares. Ao contrário, sem esforço e sem vencer os desafios não crescemos e não chegamos a lugar nenhum na vida.

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Pesquisadores descobriram que os esquimós conseguem enxergar mais tons de branco do que outras pessoas. Em uma parede branca, onde nós conseguimos distinguir dois ou três tons de branco, eles conseguem distinguir mais de 20. Por que? Como eles vivem em regiões polares, constantemente com neve e gelo, imersos no branco, eles desenvolvem a sensibilidade e conseguem distinguir pequenas diferenças de tons brancos que nós não conseguimos.

O mesmo conceito podemos enxergar no Lashon Hakodesh (a língua sagrada, com a qual D'us criou o mundo e escreveu a Torá). Em todas as línguas do mundo, existem no máximo três ou quatro formas diferentes de descrever a alegria. Já no Lashon Hakodesh existem 10 expressões diferentes para a alegria. Por que? Pois fomos criados para ser felizes. O propósito da vida é viver imersos em tanta felicidade até poder distinguir entre os diferentes tipos de alegria.

Onde nossos sábios mencionam estas 10 expressões de alegria? Durante o casamento, na última das 7 Brachót (bênçãos) que os noivos recebem no dia do casamento, sob a "Chupá". Por que justamente em uma das Brachót do casamento? Pois somente quando uma pessoa encontra sua metade e se conecta espiritualmente com ela através do casamento é que se torna possível chegar aos 10 níveis de alegria.

Porém, há algo difícil de entender. Se deveríamos viver imersos em alegria, por que vemos no mundo tanta tristeza, tanta depressão, tanto sofrimento? E mais ainda, se a forma de chegar nos 10 níveis de alegria é somente através do casamento, por que vemos tantos casais brigando, se divorciando, destruindo suas vidas e as vidas de seus filhos? Pesquisas mostram que de cada 10 casais que se unem através do casamento, 6 estarão divorciados em até 10 anos. Onde está esta alegria que deveria preencher nossas vidas?

Quando uma pessoa compra um equipamento muito delicado, em geral não sabe manuseá-lo com segurança. Justamente para que o usuário possa ter o máximo benefício do produto é que o fabricante, que conhece cada pequeno detalhe do aparelho, desenvolve um manual de instruções. Imagine uma pessoa que, após ler atentamente as instruções, decide que sabe mais do que o próprio fabricante e utiliza o equipamento justamente ao contrário da forma como está escrito no manual. Não é óbvio que esta pessoa é um tolo que em pouco tempo estragará o equipamento?

O mesmo ocorre com as nossas vidas. Fomos criados para ser felizes. Mas somos como equipamentos frágeis e difíceis de serem manuseados. Por isso D'us nos deu um "manual de instruções" chamado Torá. Neste manual, D'us nos ensina, em todas as áreas da vida, como nos comportar para que as coisas funcionem com perfeição. Se desprezarmos este "manual" e fizermos o contrário do que está escrito nele, não é certeza de que as consequências serão negativas?

Este ensinamento está contido no primeiro versículo da Parashá desta semana, Reê: "Veja, eu coloco diante de vocês a Brachá (Benção) e a Klalá (Maldição). A Brachá, quando vocês escutem as Mitzvót de Hashem, teu D'us, que eu comando a vocês hoje. E a Klalá, se vocês não escutarem as Mitzvót de Hashem, teu D'us, e se desviarem dos caminhos que eu comando a vocês hoje" (Devarim 11:26-28). O ensinamento da Torá é claro e direto: ninguém nos conhece mais do que o nosso próprio Criador. As Mitzvót da Torá são para o nosso próprio bem. Portanto, temos diante de nós dois caminhos na vida. Um caminho é mais difícil e mais trabalhoso, é o caminho de cumprir as Mitzvót que D'us nos entregou, e a conseqüência é de termos Brachá em tudo o que fazemos na vida. O outro caminho é um caminho mais fácil e "gostoso", é viver de acordo com as nossas vontades e desejos, mas a consequência é uma vida sem Brachá.

Uma das áreas de nossas vidas onde isto mais se ressalta é no casamento. A Torá nos ensinou a escolhermos nossa metade de maneira objetiva. Por isso existe o "Shiduch", os encontros entre um rapaz e uma moça para que se conheçam. Nestes encontros não ocorre nenhum tipo de contato físico, pois o contato físico nos desvia da objetividade. A escolha deve ser baseada em uma decisão racional, aliada com os sentimentos que o rapaz e a moça desenvolvem um pelo outro durante os encontros. Se os encontros são interessantes, eles continuam por algumas semanas ou meses, até que ambos cheguem à certeza de que querem casar, de que suas metas de vida são compatíveis. Se em algum momento os encontros deixam de ser interessantes, eles são interrompidos e cada um começa a procurar outra pessoa. Apesar de parecer uma "loucura" casar antes de ter qualquer contato físico, os números mostram que menos de 5% dos casais formados através de "Shiduch" se divorciam. O casal também tem claridade de que se casam não para receber, mas sim para fazer Chessed (bondades) com o outro. Como o homem e a mulher são dois "mundos" completamente diferentes, tanto o noivo quanto a noiva passam por um curso para aprender a cuidar um do outro e a se entenderem. Durante toda a vida os casais se aconselham com pessoas mais sábias e experientes sobre como resolver problemas que naturalmente surgem durante o casamento.

Já no mundo sem os ensinamentos da Torá o método escolhido é o "namoro". O casal se encosta, "experimenta" todos os níveis de contato físico, muitas vezes até mesmo moram juntos. Este processo pode durar anos. Parece um sistema lógico, toda a convivência é testada, não há o que dar errado. Mas os números mostram que mais de 60% dos casais se divorciam, e muitos após poucos anos ou meses de casamento. Por que? Pois o contato físico nos tira a objetividade da escolha. O casamento acaba sendo baseado no contato físico e não em uma construção espiritual. A "despedida de solteiro" nos mostra que o casamento é visto como o fim da boa fase da vida, onde podíamos curtir sem preocupações. O fotógrafo nos diz, no dia do casamento, "sorriam, este é o dia mais feliz de suas vidas". Daí para frente a tendência é realmente tudo piorar. Sem preparação, sem esforço, sem construção, o casamento é um barco furado que cedo ou tarde pode afundar. O divórcio é cada vez mais banalizado, casais que poderiam se aconselhar e resolver pequenos problemas preferem "partir para outra", sem entender o grande desastre que significa desmanchar a santidade de um casamento. O casal sofre, os pais sofrem, os filhos sofrem.

O casamento é apenas um exemplo de quanto a Torá pode trazer Brachá para nossas vidas. As sociedades de pessoas que vivem de acordo com os ensinamentos da Torá são muito mais harmoniosas. Neste meio, a violência e a enganação praticamente não existem. São pessoas que também cometem erros, mas que estão comprometidas a constantemente tentar melhorar. A Parashá ressalta: "Veja", pois as consequências são visíveis. As diferenças entre os dois tipos de vida são gritantes. A Brachá não é uma promessa para o futuro, não é uma profecia para o Mundo Vindouro. É uma promessa para o nosso dia-a-dia.

Fomos criados para ser felizes. Temos em nossas mãos um "Manual de Instruções" de como ser feliz. É uma pena tentarmos ser mais "espertos" do que o próprio Criador do mundo. Pois em geral, os caminhos mais curtos e "fáceis" nos levam a um jardim de espinhos, não a um jardim de rosas.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Frade (Fanny) bat Chava, Chana bat Rachel, Léa bat Chana; Pessach ben Sima, Eliashiv ben Tzivia; Chedva Rina bat Brenda; Israel Itzchak ben Sima; Eliahu ben Sara Chava; Avraham David ben Reizel; Yechezkel ben Sarit Sara Chaya; Sara Beila bat Tzvia; Estela bat Arlete; Ester bat Feige; Moshe Yehuda ben Sheva Ruchel; Esther Damaris bat Sara Maria; Yair Chaim ben Chana; Dalia bat Ester; Ghita Leia Bat Miriam; Chaim David ben Messodi; David ben Beila; Léia bat Shandla; Dobe Elke bat Rivka Lie; Avraham ben Linda; Tzvi ben Liba; Chaim Verahamin ben Margarete; Rivka bat Brucha; Esther bat Miriam, Sara Adel bat Miriam, Mordechai Ghershon Ben Malia Rachel, Pinchas Ben Chaia, Yitzchak Yoel Hacohen Ben Rivka, Yitzchak Yaacov Ben Chaia Devora, Avraham Ben Dinah, Avraham David Hacohen Ben Rivka, Chaya Perl Bat Ethel, Bracha Chaya Ides Bat Sarah Rivka, Tzipora Bat Shoshana, Levona Bat Yona e Havivah Bat Basia, Daniel Chaim ben Tzofia Bracha, Chana Miriam bat Chana, Yael Melilla bat Ginete, Bela bat Sima; Israel ben Zahava; Nissim ben Elis Shoshana; Avraham ben Margarita; Sharon Bat Chana; Rachel bat Nechama, Yehuda ben Ita, Latife bat Renee, Avraham bem Sime, Clarisse Chaia bat Nasha Blima, Tzvi Mendel ben Ester, Marcos Mordechai Itschak ben Habibe, Yacov Eliezer ben Sara Masha, Yossef Gershon ben Taube.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
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sexta-feira, 30 de julho de 2010

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ EKEV 5770

BS"D
 
O MOMENTO MAIS IMPORTANTE É AGORA – PARASHÁ EKEV 5770 (30 de julho de 2010)
 
Esta declaração, feita por um paciente terminal de 70 anos que estava internado na UTI, foi publicada em um jornal americano:
 
"Meu primeiro sonho foi terminar a escola. Eu imaginava que somente quando as pessoas entravam na faculdade e começavam as festas e os namoros é que a vida realmente começava. Meu segundo sonho foi terminar a faculdade, pois eu já me imaginava trabalhando, comprando meu primeiro carro. Meu próximo sonho foi estar casado, pois eu via as pessoas mais velhas casando e me imaginava casado com uma bela esposa e sabia que somente assim eu realmente seria feliz. Depois do casamento eu comecei a sonhar com a alegria verdadeira que seria quando eu tivesse filhos. Então eu comecei a sonhar como seria bom quando eles crescessem e se casassem, quando eu poderia relaxar um pouco. Finalmente meu sonho foi a felicidade que viria com a tão esperada aposentadoria. Só agora, que eu estou morrendo, percebo que  nunca vivi de verdade. Eu vivi uma ilusão"
 
Para realmente aproveitarmos cada segundo de nossas vidas neste mundo, há uma lição muito importante que devemos aprender: devemos estimar o momento em que estamos vivendo agora, ao invés de viver olhando sempre para algo no futuro.
 
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Há milênios o ser humano se questiona: qual o nosso papel neste mundo? O que exatamente o Criador do mundo quer de cada um de nós? Na Parashá desta semana, Ekev, a Torá nos responde este questionamento em um único versículo: "E agora, Israel, o que Hashem, teu D'us, pede de você? Somente que tema a Hashem, teu D'us, ande nos Seus caminhos e O ame" (Devarim 10:12).
 
Mas este versículo levanta muitos questionamentos profundos. É fácil temer o guarda de trânsito, que pode nos dar uma multa por alta velocidade. É fácil amar nossos pais, que fazem tanto por nós. São coisas palpáveis, podemos vê-los, fazem parte da nossa realidade cotidiana. Mas como podemos sentir temor ou amor pelo Criador do mundo, com Quem não mantemos uma comunicação direta e Quem não podemos nem mesmo enxergar? E sendo tão difícil, por que a Torá diz "somente", como se fosse algo fácil de ser conseguido? Além disso, podemos entender que D'us nos comande Mitzvót que envolvam atos físicos, como colocar Tefilin ou acender as velas de Shabat. Mas como é possível D'us nos comandar um sentimento? Como podemos forçar uma emoção?
 
O Rambam (Maimônides) escreve que existe um caminho para amar e temer a D'us. Quando o ser humano reflete sobre Suas maravilhosas e impressionantes criações, onde podemos enxergar Sua infinita sabedoria, inevitavelmente ele chega a amar o Criador. E quando o ser humano percebe quanto D'us é grande e, ao contrário, o quanto nós somos pequenos e insignificantes diante do Criador do universo, inevitavelmente ele chegará ao temor pelo Criador.
 
É interessante observar que quando o Rambam fala sobre outras leis como, por exemplo, as leis de Tefilá (reza), ele não menciona sobre um "caminho". Por que? Pois em mandamentos que envolvem ações não é necessário um caminho e sim atos. Para fazer Tefilá é simples, basta abrir um livro de rezas e começar a rezar. Porém, quando se tratam de sentimentos, como amar e temer, o Rambam ressalta que a única maneira de cumprir a Mitzvá é através de um caminho, pois não há como obrigar uma emoção a não ser através de um processo que garanta alcançar este sentimento. Não se pode acordar um dia sentindo amor e temor por D'us. Mas quando o ser humano constantemente reflete sobre o Criador e Seus atos, com o tempo ele chegará inevitavelmente ao temor e ao amor. Pois apesar de D'us não poder ser enxergado ou tocado, Ele pode ser claramente sentido através de Seus atos.
 
E do conceito de que existe um "caminho" para atingir o temor e o amor por D'us aprendemos outro ponto importante. Nossa preocupação não pode ser em apenas atingir o objetivo final, pois o futuro está apenas nas mãos de D'us. O que está em nossas mãos é o caminho diário e contínuo de reflexão. É nisso que temos que concentrar o nosso foco, no nosso serviço diário. Com muita dedicação e perseverança os objetivos finais – amar e temer a D'us – certamente virão. Para alcançar os objetivos devemos apreciar os nossos esforços diários. Os resultados somente chegarão se sentirmos a alegria de estar construindo, passo a passo, o nosso objetivo. Por que está escrito "somente"? Pois adquirir o temor e o amor a D'us verdadeiro leva muito tempo, mas o que D'us espera de nós é o trabalho diário, nas coisas mais simples do cotidiano, que nos levarão ao nosso objetivo. Isto está ao alcance de todos nós.
 
Este conceito pode ser comparado à dois trabalhadores contratados para construir uma casa. Um deles somente enxerga a casa pronta e, portanto, cada tijolo que ele coloca é um peso, pois parece um ato pequeno. Já o outro enxerga que cada tijolo é parte do todo e, por isso, se alegra com cada pequeno pedaço de parede que aumenta. Para aquele que se alegra com cada tijolo, cada dia de empreitada é uma grande emoção e certamente a casa inteira chegará um dia a ser construída. Já para o outro, o trabalho diário é tão insuportável que dificilmente ele chegará até o fim da construção.
 
Existe um fenômeno estudado pela psicologia chamado "A depressão do Domingo à noite". Por que a maioria das pessoas sente esta angústia quando o final de semana chega ao fim? Pois ao invés de viver cada momento e crescer com cada oportunidade, nós vivemos para o próximo final de semana, para as próximas férias, para a aposentadoria. Vivemos pensando no futuro sem aproveitar o dia de hoje. O judaísmo nos ensina a dar valor para cada pequeno ato, para cada pequeno momento. Não vivemos para o fim de semana, vivemos para o agora. É preciso planejar nosso futuro, é preciso ter a vontade de chegar ao objetivo, mas sem esquecer-se de valorizar cada passo dado.
 
Um exemplo clássico é a educação dos filhos. Todos querem ser bons pais. Queremos educar nossos filhos para que eles nos amem e nos respeitem no futuro. Mas para conseguir isso é necessário gostar do que fazemos. Nos pequenos atos do cotidiano o relacionamento é criado. Uma boa conversa, escutar o filho lendo suas primeiras palavras, ensiná-lo a jogar futebol, levando-o para um passeio de Domingo. Se o pai não gosta de cada passo do "caminho", se para ele é um peso a educação do filho, é algo que ele quer se livrar logo, certamente nunca transmitirá amor ao filho e nunca se tornará o pai que gostaria de ter sido.
 
Em cada ato que fazemos na vida precisamos apreciar os processos e não apenas focar no objetivo final. Cada dia deve ser significativo, cada momento deve ser único e importante. É o que nos ensina Shlomo Hamelech (Rei Salomão): "A sabedoria está diante da pessoa com entendimento, mas os olhos do tolo estão direcionados ao fim da Terra" (Mishlei - Provérbios 17:24). A pessoa que valoriza cada instante é um sábio, enquanto aquela que foca apenas no objetivo final é um tolo, pois nunca conseguirá alcançá-lo. O tolo vê o tamanho de um livro e nem começa a ler, pois pensa que nunca conseguirá terminar. O sábio foca apenas na página que ele estuda hoje, e com perseverança e determinação ele conseguirá terminar o livro todo.
 
O dia de hoje é o mais importante de nossas vidas. Cada dia é valioso, cada pequeno ato é mais um tijolo que colocamos na nossa construção espiritual. Se fizermos com alegria e vontade, chegar ao amor e temor a D'us será algo fácil, como Moshé nos ensinou na Torá.
 
SHABAT SHALOM
 
Rav Efraim Birbojm
 
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sexta-feira, 23 de julho de 2010

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ VEETCHANAN 5770

BS"D
 
PACOTE SOB MEDIDA – PARASHÁ VEETCHANAN 5770 (23 de julho de 2009)
 
"Um marceneiro muito competente decidiu contratar um aprendiz. O rapaz era muito esforçado e aprendia rapidamente a nova profissão. O que mais lhe encantava era a serra que o marceneiro utilizava para cortar as grandes tábuas de madeira em pequenos pedaços, com os quais fazia lindos móveis. Era uma serra simples e barata, mas que realizava com perfeição os cortes necessários.
 
Certo dia, o aprendiz estava passando pela rua e, diante de uma joalheria, viu um homem lapidando com perfeição um lindo diamante utilizando uma pequena serra. Encantado, ele entrou e começou a perguntar sobre aquela maravilhosa serra. Descobriu que era um instrumento de precisão, muito valioso. A partir desse dia seu sonho era comprar uma serra daquelas. Ele estava muito agradecido pelos ensinamentos que recebia do marceneiro e por isso desejava retribuir de alguma maneira. Desejou com todas as suas forças contribuir para que o marceneiro pudesse ter uma serra daquelas na sua oficina.
 
Todos os meses o aprendiz separava uma parte do seu salário e guardava em uma caixinha embaixo da cama. Até que finalmente conseguiu, depois de muitos meses, juntar o dinheiro necessário para comprar uma serra igual à do joalheiro.
 
Quando o marceneiro chegou para trabalhar no dia seguinte, imediatamente notou que sua serra havia desaparecido. Desesperado, ele perguntou ao aprendiz se ele sabia algo sobre a serra. O aprendiz, abrindo um grande sorriso, contou que havia vendido a serra. O marceneiro quase desmaiou ao escutar estas palavras. Com o rosto vermelho de raiva, pediu explicações imediatas ao rapaz. O aprendiz não perdeu a calma, mostrou a serra que havia comprado e explicou:
 
- Não fique bravo, você vai se orgulhar de mim. Você não vai mais precisar usar aquela serra simples e barata. Por muitos meses eu juntei dinheiro e finalmente consegui trocar aquela serra simples e grosseira por esta serra de precisão, igual à dos joalheiros. Seu trabalho, que já era maravilhoso, agora vai ficar melhor ainda.
 
O marceneiro não conseguia acreditar no que seus ouvidos escutaram. Irritado, ele falou:
 
- Seu tolo, você não entende que existe uma serra específica para cada profissão? De que me adianta esta serra de precisão, que é caríssima, se ela corta apenas diamantes? Ao contrário, a minha serra, apesar de ser simples e barata, faz o trabalho que eu necessito com perfeição. Você não me fez um favor, você acabou me causando um grande prejuízo!"
 
Este é o erro que cometemos quando desejamos que nossa vida fosse diferente. Gostaríamos de ter mais dinheiro, um carro como o do vizinho, uma casa como daquele ator de cinema. Mas precisamos saber que cada um recebe um "pacote" específico e, se fosse diferente, não apenas não seria bom, mas na realidade nos atrapalharia no nosso trabalho espiritual.
 
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Na Parashá desta semana, Veetchanan, a Torá traz um dos versículos que nunca abandonou a boca do povo judeu, mesmo nos momentos de maior dificuldade: o "Shemá Israel" ("Escute, Israel. Hashem é o nosso D'us, Hashem é um"), que contém a afirmação da nossa crença em um D'us único que nunca nos abandonará. E assim diz a continuação do versículo: "E amarás a Hashem, teu D'us, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas posses" (Devarim 6:5).
 
Nos ensina o Midrash (parte da Torá Oral) que deste versículo aprendemos que amar a D'us é um ato incondicional, isto é, se refere tanto aos momentos bons quanto aos momentos ruins e, portanto, mesmo quando nos acontece algo ruim devemos receber isto com alegria. Mas como pode alguém que passa dificuldades receber isto com alegria? Como pode alguém cujo sustento vem com tremendas dificuldades ou quem passa por duros sofrimentos amar incondicionalmente D'us? Além disso, por que está escrito "teu coração" e "tua alma" e não apenas "E amarás a Hashem, teu D'us, com todo coração e toda alma"?
 
Nos ensina o rabino Israel Meir HaCohen, mais conhecido como Chafetz Chaim, que passamos a vida pensando "Não seria mal se eu tivesse um pouco mais". Mas quem nos garante que não seria mal? Nos últimos anos tivemos alguns exemplos de que ter mais do que temos atualmente pode ser catastrófico. Vários acertadores de sorteios milionários tiveram fins trágicos. Um deles, que era paraplégico, foi assassinado pela própria esposa, que estava mais interessada na herança milionária do que na felicidade matrimonial. Outro ganhador também foi assassinado pouco depois de ter se tornado milionário. E um recente ganhador quase foi assassinado pelo próprio pai. Vemos que junto com os milhões de reais eles receberam também várias maldições. Se eles pudessem ver o filme de suas vidas no futuro, não estariam mais contentes com o que tinham antes?
 
Por que questionamos tanto a bondade de D'us? Pois temos uma visão muito limitada. Esquecemos que nossas vidas estão nas mãos de um Criador bondoso que tem controle sobre tudo o que acontece. Ele poderia mandar para cada um de nós alguns milhões a mais, mas Ele sabe o que cada um realmente necessita. Nossa passagem neste mundo não é um passeio. Não viemos para o "Carpe Diem", o conceito grego de aproveitar os prazeres físicos a qualquer custo, filosofia atualmente adotada por muitas na nossa sociedade ocidental. Viemos para um trabalho espiritual. Cada um de nós tem um "conserto" espiritual específico e D'us é o único que conhece a alma de cada uma de suas criaturas e, portanto, sabe exatamente o que cada um precisa. Cada um necessita passar por testes diferentes para conseguir, ao vencer as dificuldades, completar seu trabalho espiritual neste mundo. Por exemplo, enquanto alguns precisam passar pelo teste da pobreza, outros precisam passar pelo teste da riqueza.
 
Com certeza qualquer um diria que o teste mais difícil é o da pobreza. Mas Shlomo Hamelech (Rei Salomão), o mais sábio de todos os homens, nos ensina exatamente o contrário. O teste da pobreza é muito difícil, mas as dificuldades aproximam a pessoa de D'us, pois nos momentos de desespero clamamos por Sua ajuda e nos voltamos a Ele. Já o teste da riqueza é muito mais difícil, pois a pessoa sente que não precisa mais de D'us em sua vida e se afasta cada vez mais Dele. A riqueza pode afastar muito mais a pessoa de seu propósito espiritual do que a pobreza.
 
Nos ensina o Pirkei Avót (Ética dos Patriarcas): "Quem é o rico? Aquele que está contente com sua porção". Por que está escrito "contente com sua porção" e não está escrito "contente com o que tem"?
Pois cada pequeno detalhe da vida da pessoa é minuciosamente escolhido por D'us, esta é a sua "porção", a ferramenta que ele, e somente ele, necessita para o seu trabalho de conserto espiritual. O que o vizinho tem não serve para ele. É por isso que, segundo o judaísmo, a inveja é uma tolice tão grande, pois de que adianta desejar algo que não serve para o nosso trabalho espiritual? Rico é aquele que está contente com sua porção, com seu "pacote", que contém coisas boas e coisas "ruins". Quando as dificuldades surgem, ele não se desespera nem desanima, ele sabe que faz parte do seu "pacote" e que é para o seu próprio bem, que é parte de suas ferramentas de trabalho. Se ele não tem algo é porque não precisa. Com isso ele consegue até mesmo se alegrar com as dificuldades da vida e enxergar tudo como uma grande bondade e oportunidade que D'us nos manda.
 
Diz o Chafetz Chaim que D'us não nos manda um teste que não podemos vencê-lo. D'us exige de cada um de acordo com suas forças. Por isto está escrito "teu coração e tua alma", pois os testes são de acordo com a capacidade de cada um. Se nossos testes estão difíceis, é sinal de que D'us sabe que temos um grande potencial adormecido dentro de nós.
 
Quando sabemos que um piloto é realmente é bom, em momentos de paz ou momentos de guerra? É durante as batalhas que ele pode mostrar sua destreza, sua bravura, suas habilidades. É durante as dificuldades da vida que, ao vencermos, mostramos para D'us e para nós mesmo o quanto nós podemos de verdade. Os grandes méritos de nossa estadia neste mundo são recebidos justamente nos momentos de superação.
 
Que possamos nos alegrar com a oportunidade de estarmos vivos, aprendendo e crescendo com cada erro e com cada dificuldade que surgem no nosso caminho.
 
SHABAT SHALOM
 
Rav Efraim Birbojm
 
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sexta-feira, 16 de julho de 2010

SHABAT SHALOM MAIL - PARASHÁ DEVARIM E TISHÁ BE AV 5770

BS"D
 
ENCARANDO O PROBLEMA DE FRENTE – PARASHÁ DEVARIM E TISHÁ BE AV 5770 (16 de julho de 2009)
 
No Oeste americano, às vezes caem tempestades muito pesadas. Elas começam de repente com chuvas congelantes e a temperatura despenca abaixo de zero. Então, terríveis ventos frios começam a trazer enormes pedras de gelo. A maioria dos bois que estão no campo aberto vira de costas para as rajadas de vento e gelo. Com a força do vento, eles não conseguem resistir e começam a ser empurrados, até que inevitavelmente são jogados contra a cerca de arame farpado e não conseguem mais sair de lá. Em grandes tempestades, muitos bois acabam morrendo por causa dos ferimentos.
 
Mas uma raça de bois sempre sobrevive. É conhecida como "Hereford". O que eles fazem durante as tempestades? Eles não se viram de costas para as rajadas. Instintivamente eles enfrentam o vento forte. Vários bois se juntam, ombro a ombro e, com as cabeças abaixadas, ficam de frente para a tempestade. Assim, juntos, conseguem suportar por horas. Segundo os criadores de gado, nas tempestades em que a maioria dos bois morre, os Herefords são quase sempre encontrados vivos e saudáveis.
 
Aprendemos duas lições dos bois Hereford: que a união pode nos ajudar nos momentos mais difíceis e que a única forma de vencer as dificuldades é encará-las de frente quando elas surgem em nossas vidas"
 
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Com a Parashá desta semana, Devarim, começamos o último livro da Torá, também chamado Devarim. Este último livro é composto principalmente pelo discurso de despedida de Moshé Rabeinu antes de sua morte. O que faríamos nos nossos últimos momentos de vida? Tentaríamos aproveitar ao máximo o tempo, passeando e ficando junto com nossas famílias e amigos. Mas Moshé não estava preocupado com seu próprio bem estar. Quando soube que sua vida chegava ao fim, sua única preocupação era com o povo judeu. Por isto ele utilizou seus últimos momentos para falar com o povo e recordar muitos acontecimentos dos 40 anos no deserto, aproveitando para chamar a atenção do povo por alguns dos graves erros cometidos.
 
Assim começa a Parashá: "Estas são as palavras que falou Moshé a todo o povo de Israel ao lado do rio Jordão, no deserto, na planície frente ao Sul, entre Paran e entre Tofel, e Lavan e Hatzarot e Dizahav" (Devarim 1:1). Rashi, comentarista da Torá, explica que nestas palavras iniciais já estão contidas algumas broncas de Moshé. Os lugares mencionados são indicações das transgressões que eles haviam cometido. Por exemplo, "Planície" é referência à idolatria de Baal Peor, cometida nas planícies de Moav, e "Dizahav" é uma referência ao bezerro de ouro, pois a palavra ouro, em hebraico, é "Zahav". Mas por que Moshé não havia dado esta bronca antes? Por que deixou justamente para os últimos momentos antes de morrer?
 
Há outra dúvida sobre a bronca de Moshé no povo judeu. Aparentemente aprendemos que as broncas devem ser leves, feitas de forma indireta, apenas com indicações do erro cometido. Porém, a Haftará (pequeno trecho do livro dos "Profetas e Escrituras" lido no Shabat, após a leitura da Torá) desta semana nos traz a bronca que o profeta Yeshaiahu deu no povo judeu na época do Primeiro Templo. A bronca é muito dura, como está escrito: "O boi conhece seu dono e o jumento a tigela de seu possuidor, mas Israel não tem conhecimento, Meu povo não reflete" (Yeshaia 1:3). Por que esta diferença tão grande entre as duas broncas?
 
Explica o Rav Leib Chassman que existem dois grupos distintos de pessoas no mundo. O primeiro grupo são aqueles que constantemente refletem na vida e prestam atenção para onde seus atos estão o levando. O segundo grupo são aqueles que não param na vida para refletir para onde estão indo, como se estivessem dormindo de pé.
 
A geração do deserto estava no grupo daqueles que refletiam sobre seus atos. Por causa disso o nível espiritual deles era tão alto que Moshé não precisou nem mesmo mencionar as transgressões cometidas, apenas a citação dos lugares foi suficiente. Por que Moshé somente deu a bronca perto de sua morte? Pois esta é mais uma qualidade das pessoas que refletem na vida. Moshé sabia que eles reconheceriam os erros cometidos de uma maneira tão intensa que teriam vergonha de olhar novamente para ele depois da bronca. Por isso deixou para os últimos momentos, para que eles não passassem esta vergonha de ter que olhá-lo no dia seguinte.
 
Já a geração do profeta Yeshaiahu havia caído muito em seu nível espiritual. O profeta entendeu que simples indicações das transgressões não seriam suficientes para despertar o povo, por isso utilizou palavras duras. Por que comparou o povo com o cavalo e o jumento? Estes animais reconhecem seu dono por natureza e, portanto, isto ocorre constantemente. Mas para o ser humano não é tão simples assim, seu nível espiritual de conexão com o Criador do mundo depende de suas escolhas e do grau de reflexão na vida. Se o ser humano reflete e com isso endireita seus caminhos na vida, ele se eleva acima de todas as criaturas. Mas se ele não reflete e deixa a vida acontecer sem nenhum planejamento ou investimento, ele fica abaixo até mesmo dos animais. Quando D'us criou o mundo, antes criou toda a natureza e os animais e somente no último dia criou o ser humano. Por que? Pois se o ser humano se eleva espiritualmente e cumpre seu papel no mundo, D'us diz para ele: "Eu criei todo o universo para você, e queria que estivesse tudo pronto quando você chegasse". Porém, se a pessoa se desvia do seu caminho e se fasta do Criador, Ele diz: "Até mesmo o mosquito foi criado antes de você".
 
As broncas de Moshé e de Yeshaiahu podem ser associadas a um pai que vê seu filho dormindo e sabe que se ele não despertar atrasará para a escola. Se o sono do filho é leve, um simples chamado pode despertá-lo, mas se o sono é pesado, o tom do chamado vai aumentando cada vez mais. Se for necessário, o pai chega a chacoalhar o filho. Assim também é a forma como D'us se comporta conosco. Quando Ele nos vê "dormindo" espiritualmente, Ele sofre com o que estamos perdendo e tenta nos acordar. Quanto mais pesado o sono, mais forte precisa ser o "despertador".
 
Na próxima 2ª feira de noite (19/07), começa Tishá Be Av, um dos dias mais tristes do ano judaico. É um dia em que grandes tragédias se abateram sobre o nosso povo. Neste dia nossos dois Templos Sagrados foram destruídos, fomos expulsos da Espanha e Portugal e muitas outras desgraças ocorreram. Por que? Pois quando não refletimos, não percebemos que nossos caminhos estão errados e não os consertamos. A geração de Yeshaiahu foi advertida, mas não se arrependeu dos seus atos e o Primeiro Templo foi destruído. A geração do Segundo Templo também não enxergou seus erros e até hoje continuamos sem nosso Templo. Qual foi o erro dos nossos antepassados que até hoje não conseguimos ainda consertar? O ódio gratuito dentro do povo judeu. D'us nos chacoalhou várias vezes na história, mas mesmo assim insistimos em permanecer dormindo.
 
O que acontece quando os próprios judeus se agridem e não se respeitam? D'us nos manda um sinal. E tivemos um grande sinal há pouco tempo. Segundo o judaísmo, nada acontece por acaso. O incidente dos navios de "ajuda humanitária" que se dirigiam para Gaza nos ensinaram que o anti-semitismo não morreu na Segunda Guerra Mundial. Ele continua presente, nas manchetes dos principais jornais do mundo, nos comentários nas escolas e faculdades, na proporção que o caso tomou. Em qualquer país do mundo navios que invadissem águas territoriais seriam imediatamente afundados. Mas Israel, antes de qualquer chance de esclarecimentos, foi apedrejado pelo mundo inteiro. Somente assim os judeus do mundo inteiro se juntaram e se mobilizaram contra a opinião pública. Somente assim voltamos a nos sentir parte de um povo só.
 
Por que precisamos do anti-semitismo para nos unir? Por que não podemos despertar do nosso sono espiritual antes de receber "pedradas" celestiais? Até quando vamos culpar os palestinos e os terroristas quando os culpados somos nós mesmos? Enquanto colocarmos a culpa nos outros e não encararmos o problema de frente, nunca conseguiremos vencê-lo.
 
Ensinam nossos sábios que Tishá Be Av é um dia triste, mas que futuramente se tornará o dia da redenção final. Que cada um possa trabalhar para apagar seu ódio gratuito para que neste Tishá Be Av possamos estar todos juntos em Jerusalém. Não chorando de tristeza pela destruição do nosso Templo, mas chorando de alegria pela sua reconstrução.
 
SHABAT SHALOM
 
Rav Efraim Birbojm
 
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sexta-feira, 9 de julho de 2010

SHABAT SHALOM MAIL - PARASHIOT MATOT E MASSEI 5770

BS"D
 
ESCREVENDO NA PEDRA OU NA AREIA – PARASHIOT MATOT E MASSEI 5770 (9 de julho de 2009)
 
"Dois amigos, Jacó e José, viajavam juntos, acompanhados de seus ajudantes. Chegaram certa manhã às margens de um rio de forte correnteza e precisavam atravessá-lo. Quando o jovem José tentou saltar em uma pedra, escorregou e caiu na água. Jacó, sem um instante de hesitação, atirou-se à correnteza e, lutando furiosamente, conseguiu trazer a salvo o companheiro de jornada. O que fez José? Chamou, no mesmo instante, os seus mais hábeis ajudantes e ordenou-lhes que gravassem em uma grande pedra a seguinte frase: "Neste lugar, durante uma jornada, Jacó salvou heroicamente o seu amigo José". Isto feito, prosseguiram a viagem.
 
Alguns meses depois, quando regressavam, novamente se viram forçados a atravessar o mesmo rio, naquele mesmo lugar perigoso e trágico. Como se sentiam muito cansados, resolveram repousar algumas horas à sombra acolhedora da pedra que ostentava bem no alto a honrosa inscrição. Sentados na areia clara, puseram-se a conversar. Eis que, por um motivo fútil, surgiu de repente uma grave desavença entre os dois companheiros. Da discórdia passaram para uma acalorada discussão e Jacó, num ímpeto de raiva, deu um tapa na cara de seu amigo.
 
O que fez José? O que você faria no lugar dele? José não revidou a ofensa. Ergueu-se tranquilamente, pegou um galho seco e escreveu na areia clara: "Neste lugar, durante uma jornada, Jacó, por um motivo fútil, deu um tapa na cara do seu amigo José".
 
Surpreendido com o estranho comportamento, um dos ajudantes de José comentou:
 
- Senhor, para exaltar um bom ato de Jacó você nos mandou gravar para sempre na pedra o feito heróico. Mas agora, que ele acaba de te ofender gravemente, você se limita a apenas escrever na areia? A primeira escrita ficará para sempre, mas esta outra, riscada na areia, antes do cair da tarde já terá desaparecido!
 
Respondeu então José:
 
- O benefício que recebi de Jacó permanecerá para sempre em meu coração, como a frase escrita na pedra. Mas a ofensa, escrevo-a na areia para que se apague logo, pois desejo apagá-la da minha lembrança tão rapidamente quanto ela será apagada da areia"
 
Devemos aprender a gravar na pedra os favores e benefícios que recebemos, as palavras de carinho, simpatia e estímulo que ouvimos. Devemos aprender, porém, a escrever na areia as ofensas, as ingratidões, as enganações e as agressões que nos ferem pela estrada da vida.
 
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Nesta semana lemos duas Parashiot juntas, Matót e Massei. Na Parashá Matót, D'us ordena que o povo judeu guerreie contra o povo de Midian como um ato de vingança. Vingança do que? O povo de Midian havia tramado um plano para derrubar espiritualmente o povo judeu. Usando as próprias filhas como "iscas", eles conseguiram fazer com que muitos judeus cometessem relações ilícitas e idolatria, o que causou uma consequência desastrosa para o povo judeu: a morte de 24 mil homens em uma terrível praga. E assim a Torá descreve a ordem de D'us para Moshé: "Tome vingança dos Filhos de Israel contra os midianitas; depois você se reunirá aos teus antepassados" (Bamidbar 31:2). Segundo o Midrash (parte da Torá Oral), se Moshé quisesse cumprir a ordem de D'us somente depois de 20 ou 30 anos, ele teria permanecido vivo todo este tempo, pois D'us havia decretado que ele morreria apenas depois da vingança contra Midian.
 
Se soubéssemos o dia da nossa morte e tivéssemos a possibilidade de ganhar mais alguns anos, meses ou até mesmo dias, não faríamos de tudo para prolongar nossas vidas? Certamente que sim. Mas para nossa surpresa, a Torá nos ensina que Moshé cumpriu a ordem de D'us imediatamente. Por que ele não adiou a guerra para "ganhar um tempo"?
 
Explica o Rabino Leib Chassman que a resposta está na forma como Moshé convocou o povo para a guerra: "E falou Moshé com o povo: armem homens dentre vocês... para tomar a vingança de D'us contra Midian" (Bamidbar 31:3). Moshé chamou a guerra de "vingança de D'us", isto é, ele entendeu a importância desta guerra como uma forma de santificar o nome de D'us que havia sido denegrido com a promiscuidade e a idolatria do povo judeu. Moshé então prontamente cumpriu a Mitzvá, pois para ele a honra de D'us estava acima de sua própria vida.
 
Porém, surge uma grande pergunta. A Torá diz que Moshé não foi pessoalmente para a guerra, ele enviou Pinchás como líder, como está escrito "E Moshé enviou os 1.000 homens de cada tribo para o exército, eles e Pinchás..." (Bamidbar 31:6). Se era uma Mitzvá tão importante, por que Moshé não liderou pessoalmente o exército? Explicam os nossos sábios que Moshé, quando matou um egípcio para salvar o judeu que estava sendo covardemente espancado por ele, precisou fugir da fúria do faraó e refugiou-se em Midian. Portanto ele sabia que tinha uma obrigação de "Acarat Hatóv" (reconhecer a bondade recebida). Como ele poderia atirar uma pedra no poço onde havia bebido água, isto é, como ele poderia infligir sofrimentos a quem havia feito coisas boas para ele?
 
Mas Moshé estava realmente obrigado a ter "Acarat Hatóv" com o povo de Midian? Apesar de realmente ter recebido coisas boas, eles haviam causado muitos sofrimentos ao povo judeu! Até onde vai nossa obrigação de agradecer por uma bondade recebida?
 
Muitas vezes recebemos muitas bondades de pessoas que, em algum momento, "pisam na bola" conosco. Imediatamente esquecemos todo o bem que recebemos destas pessoas e guardamos para sempre o rancor. Esta é a natureza do ser humano, esquecer as coisas boas e guardar no coração as coisas ruins que recebemos dos outros, mesmo que as bondades tenham sido muitas e as coisas negativas tenham sido poucas. Mas de Moshé aprendemos o contrário, quanto é grande a obrigação que o ser humano tem de "Acarat Hatóv" com o próximo. Mesmo que os midianitas tinham feito algo tremendamente ruim, isso não apagou as coisas boas que eles fizeram no passado, e Moshé sentiu a obrigação de se lembrar delas. Moshé nos ensinou que, mesmo quando alguém nos faz algo ruim, isto não nos isenta da obrigação de reconhecermos as coisas boas que recebemos dele.
 
Com quem Moshé aprendeu a se comportar assim? Com o próprio Criador do mundo. O judaísmo nos ensina que a nossa meta na vida é se assemelhar ao Criador. Da mesma forma que Ele é bondoso com todas as criaturas, assim nós também devemos ser bondosos. Da mesma forma que Ele é misericordioso, assim também devemos ser misericordiosos. Ensina o Rabino Moshé Cordovero, em seu livro "Tomer Dvora", que quando um ser humano cumpre uma Mitzvá ou faz um bom ato, D'us as guarda nos mundos espirituais mais elevados, diante de Seus olhos. Mas quando um ser humano faz uma transgressão, D'us não deixa que ela fique guardada no mesmo nível espiritual elevado, ele a "esconde" para que não fique diante de Seus olhos. Por que? Por misericórdia, para que uma Mitzvá não seja anulada com uma transgressão. Pois por cada Mitzvá que fazemos teremos uma recompensa eterna, e D'us não quer nos fazer perder nossa eternidade por causa de momentos de fraqueza, quando cometemos erros. D'us "cobra" pelos nossos erros, através de sofrimentos que passamos no mundo físico ou no mundo espiritual (após a morte), para depois poder nos pagar, no Mundo Vindouro, a recompensa de cada Mitzvá que fizemos. Nenhuma Mitzvá é "descontada" pelos nossos maus atos. Moshé aprendeu, com esta característica de misericórdia de D'us, a guardar as coisas boas recebidas e a "ignorar" as coisas ruins.
 
Assim devemos nos comportar com os outros, nos esforçando para esquecer e perdoar as pessoas pelas coisas ruins que nos fizeram e, por outro lado, nos esforçando para guardar para sempre cada pequena bondade que recebemos dos outros. Devemos escrever em pedras as coisas boas e na areia as coisas ruins. Esse é o verdadeiro "Acarat Hatóv". Assim nos comportamos de verdade como D'us.
 
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sexta-feira, 2 de julho de 2010

SHABAT SHALOM MAIL - PARASHÁ PINCHÁS 5770

BS"D

 

SUBORNANDO O JUIZ - PARASHÁ PINCHÁS 5770 (02 de julho de 2010)

 

"Um homem muito sábio tinha quatro filhos muito inteligentes, porém muito teimosos. Quando eles colocavam uma idéia na cabeça, não havia quem conseguisse tirar. Não estavam abertos a escutar o que os outros diziam quando eram contrariados. Mas o pior de tudo é que eles não conseguiam enxergar que eram teimosos. O pai então bolou uma maneira engenhosa de ensinar uma lição para eles. Enviou os quatro para uma viagem, cada um em uma estação diferente do ano, para observar uma determinada árvore que havia em um lugar distante. O primeiro filho foi no inverno, o segundo foi na primavera, o terceiro foi no verão e o quarto foi no outono.

 

Depois de um ano o pai juntou os quatro filhos e pediu para que cada um deles descrevesse o que viu. O primeiro informou que havia visto uma árvore feia, seca e sem vida. O segundo filho deu risada e disse que devia ser outra árvore, pois a que ele tinha vista era justamente o contrário, uma árvore bem viva, carregada de botões. O terceiro filho contestou a informação dos dois irmãos e afirmou que havia visto uma árvore coberta de lindas flores e exalando um perfume delicioso. Finalmente, o quarto filho afirmou que os irmãos estavam todos enganados, pois a árvore não era algo seco e sem vida e também não tinha flores, e sim muitas frutas saborosas.

 

O pai, então, ensinou uma grande lição aos filhos: explicou que todos haviam visto exatamente a mesma árvore, mas em épocas do ano diferentes. Por que nenhum deles havia conseguido chegar à simples conclusão de que era uma única árvore em estações diferentes? Pois cada um estava tão focado em suas próprias idéias que não conseguia expandir sua visão para enxergar algo maior"

 

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O povo judeu cometeu muitas transgressões durante os anos em que permaneceu no deserto: o bezerro de ouro, o choro por causa do relato dos espiões, as constantes reclamações por comida e água e a promiscuidade com as mulheres de Midian, entre outras. Os judeus estavam muito desanimados por causa das severas punições que receberam de D'us. Mas enquanto muitos do povo pensavam em voltar ao Egito, a Parashá desta semana, Pinchás, louva cinco mulheres que demonstraram em público o seu amor incondicional pela terra de Israel. As cinco mulheres, filhas de um homem chamado Tzlofchad, vieram publicamente reivindicar de Moshé uma porção na terra de Israel. A divisão da porção de cada família havia sido feita de acordo com a quantidade de homens em cada casa, mas como Tzlofchad havia morrido sem deixar filhos homens, as cinco mulheres haviam ficado sem nenhuma porção. E assim elas argumentaram com Moshé: "Nosso pai morreu no deserto. Ele não estava entre os membros do partido de Korach que protestou contra D'us, mas ele morreu por causa de seu próprio pecado, sem deixar filhos... Dá-nos uma porção da terra junto com os irmãos do nosso pai" (Bamidbar 27:3,4).

 

Moshé era o grande juiz do povo judeu e todos os casos difíceis eram levados para ele julgar. Mas neste caso Moshé teve uma conduta diferente, como está escrito: "Moshé trouxe o caso delas diante de D'us" (Bamidbar 27:5). D'us falou para Moshé que a reclamação era realmente justa e que elas também tinham direito de receber uma porção na terra de Israel. O ato delas foi tão louvável que, por este mérito, a Torá logo em seguida nos ensina todas as leis sobre herança. 

 

Mas surgem duas perguntas sobre este caso. Primeiro, por que as filhas de Tzlofchad não disseram apenas que seu pai havia morrido sem deixar filhos homens? Por que foi importante mencionar que ele não havia participado da rebelião de Korach? E, além disso, Moshé encaminhava para D'us apenas as perguntas que eram muito difíceis, mas esta era aparentemente uma pergunta simples. Por que ele não respondeu sozinho?

 

Nos nossos dias infelizmente estamos acostumados com a corrupção. Somos bombardeados por todos os meios de comunicação com a realidade de que os nossos representantes, eleitos para protegerem nossos direitos, se aproveitam dos cargos públicos para se beneficiarem. Nisso se inclui nosso sistema judicial, onde não faltam escândalos de suborno e corrupção. Pessoas que deveriam estar aplicando a lei e fazendo justiça se vendem e mudam o rumo de julgamentos. E ao assistirmos a tudo isso, acabamos achando que é normal. Porém, segundo o judaísmo, nós não devemos nos conformar. Suborno é muito grave, pois o único que pode nos julgar de verdade é D'us, mas Ele deu aos juízes o poder de representá-Lo no mundo para que a justiça seja feita. Portanto não há nada pior do que um juiz que aceita subornos para desviar um julgamento.

 

Explica o rabino Isroel Meir HaCohen, mais conhecido como Chafetz Chaim, que na verdade Moshé sabia qual era a resposta ao pedido das filhas de Tzlofchad. Porém, ele teve dúvidas se seu julgamento estava correto. Por que? Pois ele se sentiu subornado pelas filhas de Tzlofchad e por isso preferiu encaminhar o julgamento diretamente para D'us. Mas se procurarmos em toda a Parashá, não encontraremos nenhum versículo descrevendo que elas deram um "presentinho" para incentivar Moshé a julgar favoravelmente o caso. Afinal, de que suborno estamos falando?

 

Quando as filhas de Tzlofchad foram reivindicar a terra, elas fizeram questão de mencionaram o motivo da morte do pai para que Moshé soubesse que ele não havia morrido por ter se rebelado contra D'us, o que poderia ter causado a perda do direito de uma porção na terra em Israel. Ao contrário, elas ressaltaram que ele havia morrido por outro pecado que ele havia cometido, onde não houve nenhuma rebeldia pública contra D'us. Porém, Moshé logo percebeu que as filhas de Tzlofchad eram mulheres muito sábias e, quando escutou elas explicando que a morte do pai não estava conectada com a rebelião de Korach, achou que elas estavam mencionando este fato para bajulá-lo. Ele pensou que elas queriam que ele, indiretamente, entendesse que elas sempre estiveram ao seu favor, mesmo durante a disputa com Korach, conseguindo assim um julgamento mais favorável. E Moshé era tão reto e tão justo que sentiu que aquilo já era um suborno, pois esta simples informação "a mais" já seria suficiente para que ele não fosse completamente imparcial. Apesar dele saber, de acordo com a lei judaica, que elas estavam corretas em seu argumento e mereciam uma porção em Israel, ele teve medo de que sua decisão tivesse sido influenciada pelo "suborno" delas e por isso decidiu se afastar do caso, encaminhando-o diretamente para D'us.

 

É interessante refletir que este conceito não se aplica apenas a juízes que atuam no tribunal. Em nossas decisões do cotidiano, quando decidimos o que é certo e o que é errado, também somos juízes dos nossos atos e por isso também temos que tomar cuidado com os nossos subornos. Quais são os nossos subornos? As nossas vontades, a nossa honra, a busca por prazeres imediatos. Quando queremos muito fazer algo, encontramos brechas até mesmo nas nossas maiores convicções. Por exemplo, ninguém tem dúvida de que uma das coisas mais importantes é a nossa saúde. Também ninguém tem dúvida de que comer muitos doces faz mal à saúde e pode causar muitas doenças. Mas quantos conseguem se controlar diante de uma mesa repleta de doces? Apesar do prazer de comer um doce durar apenas alguns segundos e os malefícios durarem uma vida inteira, mesmo assim não resistimos. Mas e a nossa convicção de que a saúde é tão importante? A vontade de sentir o prazer imediato de comer o doce vence a batalha. E na grande maioria das vezes, vence facilmente.

 

Algo muito semelhante acontece quando nos deparamos com as leis da Torá. Começamos a ver que tudo faz sentido, que as Mitzvót nos levam a uma vida mais regrada e equilibrada, que podemos viver com mais sentido e aproveitando melhor cada instante da vida. Mas quando vamos dar mais um passo, travamos. Por que? Apesar de racionalmente fazer sentido, ficamos com medo de perder nossos prazeres.

 

O que precisamos entender é que o judaísmo não nos tira prazeres, ao contrário, nos ajuda a aproveitá-los melhor. Não podemos ir ao barzinho na Sexta de noite, mas podemos construir uma família com pessoas unidas, que se sentam à mesa durante o Shabat para conversar e cantar juntas. Não podemos comer tudo o que temos vontade, mas aprendemos a ter autocontrole, a saber dizer "não" para as nossas vontades. Não saímos para namorar e "ficar", mas construímos casamentos felizes e estáveis, que duram a vida inteira. Abrimos mão de prazeres pequenos para conseguir prazeres muito maiores.

 

Desta Parashá aprendemos de Moshé o quanto temos que tomar cuidado com o suborno. Principalmente se o que está em jogo é o resto da nossa eternidade.

 

SHABAT SHALOM

 

Rav Efraim Birbojm

 

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT:
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quinta-feira, 24 de junho de 2010

SHABAT SHALOM MAIL - PARASHÁ BALAK 5770

BS"D
 
ABRINDOS AS PORTAS TRANCADAS - PARASHÁ BALAK 5770 (25 de junho de 2010)
 
"Harry Houdini, um dos maiores mágicos de todos os tempos, tinha uma habilidade especial: ele conseguia escapar de qualquer cela trancada em, no máximo, 60 minutos, com as condições de que o deixassem entrar na cela com suas roupas normais e que ninguém ficasse observando seu trabalho para escapar.
 
Os moradores de uma pequena cidade britânica decidiram então desafiar o grande Houdini. Eles anunciaram que tinham acabado de desenvolver uma cela à prova de fuga e convidaram Houdini para testá-la. O desafio foi imediatamente aceito. No dia marcado, deixaram-no entrar na cela com suas roupas normais. Uma pessoa fechou a porta da cela, girou a chave de uma maneira estranha e todos se afastaram para deixar Houdini trabalhar sozinho.
 
O segredo de Houdini é que ele escondia uma barra de aço longa e flexível no seu cinto e utilizava-a para abrir as trancas das celas de onde escapava. Assim que as pessoas se afastaram, ele retirou a barra e trabalhou por 30 minutos, com seu ouvido muito próximo da tranca, mas nada acontecia. 45 minutos se passaram, depois uma hora, ele transpirava muito mas não conseguia abrir a tranca. Parecia realmente à prova de fuga, era impossível abrir aquela cela! Depois de duas horas trabalhando incessantemente ele caiu, exausto, apoiado na porta da cela. Para sua surpresa, a porta se abriu. Eles não haviam trancado a porta! Este era o truque para enganar o mais famoso artista das grandes fugas.
 
Houdini aprendeu naquele dia uma das lições mais importantes de sua vida: ele podia escapar de qualquer cela e abrir qualquer porta. A única porta que ele não conseguia abrir era a que estava trancada na sua mente"
 
Muitas vezes pensamos que somos incapazes de vencer nossos problemas e superar nossas limitações. Mas o único lugar onde as coisas são impossíveis é na nossa mente. É a única coisa que está realmente "trancada".
 
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A Parashá desta semana, Balak, nos conta sobre um dos personagens mais contraditórios da Torá: Bilaam. Por um lado ele tinha um gigantesco potencial espiritual, ao ponto de conseguir ver anjos e falar diretamente com D'us. Por outro lado, ele se corrompeu completamente por causa de seus desejos insaciáveis e desceu aos níveis mais baixos. Justamente por causa dos seus "dons" espirituais é que ele foi procurado por Balak, rei do povo de Moav. As histórias das milagrosas e devastadoras vitórias militares do povo judeu contra inimigos poderosos causavam temor em todos os povos, e a aproximação dos judeus causou inquietação em Balak. Mas ele era sábio e entendeu que as vitórias do povo judeu não eram por causa de sua força militar e sim por causa de sua força espiritual. Enquanto o povo judeu tivesse as Brachót (bênçãos) de D'us, ninguém conseguiria vencê-los. Portanto Balak contratou Bilaam, por uma enorme quantia de ouro, para que ele utilizasse seus "dons" espirituais para amaldiçoar o povo judeu, o que talvez possibilitasse uma vitória na guerra.
 
Mas a idéia de Balak, apesar de ter sido genial, não funcionou, pois ele esqueceu que ninguém pode levantar nem mesmo um dedo se D'us assim não o permitir. Apesar de Bilaam ter feito três tentativas de amaldiçoar os judeus, D'us os protegeu e, ao invés de maldições, da boca de Bilaam só saíram Brachót. Balak então se irritou muito com Bilaam, como está escrito "E Balak se enfureceu com Bilaam e bateu as palmas. E disse Balak a Bilaam: 'Eu te trouxe para amaldiçoar meus inimigos e você os abençoou três vezes!' " (Bamidbar 24:10).
 
Mas se voltarmos ao início da Parashá, surge uma pergunta. Desde o momento da contratação, Bilaam já havia avisado a Balak que talvez não conseguisse amaldiçoar o povo judeu, como está escrito "Você pensa que eu consigo dizer qualquer coisa? Eu somente consigo dizer as palavras que D'us coloca na minha boca" (Bamidbar 22:38). Então por que Balak ficou tão bravo com Bilaam? Se houvesse a expectativa de que o sucesso estava garantido, a frustração seria entendida, mas depois de Bilaam ter deixado clara a possibilidade de fracasso, por que foi tão grande a insatisfação de Balak?
 
Explica o Rav Yossef Dov Solovetchik, mais conhecido como Beit Halevi, que existem dois tipos de "não consigo". Por exemplo, se uma pessoa pedisse para um amigo dar um tapa na cara de alguém importante e oferecesse dinheiro para isso, a pessoa responderia "não consigo". Se a pessoa oferecesse dinheiro para o mesmo amigo escalar um prédio de 40 andares, ele também responderia "não consigo". Apesar das duas respostas serem iguais nas palavras, elas são completamente diferentes no seu conteúdo. Não conseguir dar um tapa em outra pessoa não é uma incapacidade física, está relacionado com valores intelectuais e morais. Uma pessoa normal não conseguiria dar um tapa em outra pessoa por dinheiro, pois sua consciência o impediria. Já em relação a escalar um prédio de 40 andares, a pessoa não conseguiria por uma real impossibilidade física.
 
Qual a diferença prática entre os dois "não consigo"? No primeiro "não consigo", se o valor oferecido fosse gradualmente aumentado, chegaria um momento em que os valores monetários falariam mais alto do que os valores morais e a pessoa conseguiria dar o tapa. Mas o ato de escalar o edifício continuaria sendo impossível, independente de quanto dinheiro fosse oferecido.
 
Estas duas formas de entender a expressão "não consigo" explicam a grande irritação de Balak. Bilaam, ao ser contratado, realmente disse que talvez não conseguisse amaldiçoar o povo judeu. Mas como Balak conhecia o desejo incontrolável de Bilaam por dinheiro e honra, imaginou que a resposta significava "por este valor talvez eu não consiga fazer este ato moralmente feio, mas se você oferecer mais, quem sabe eu consiga superar este bloqueio". Como Balak estava disposto a pagar o que fosse pela maldição, ele ficou confiante que o acerto econômico ocorreria facilmente. O que ele não esperava é que Bilaam estava realmente se referindo à impossibilidade de amaldiçoar o povo judeu se D'us não permitisse, independente de quanto dinheiro recebesse.
 
Apesar da Torá ter sido escrita há mais de 3.000 anos, ela continua atual como nunca. Da mesma forma que Balak se confundiu sobre qual era o sentido verdadeiro da expressão "não consigo" dita por Bilaam, muitas vezes nós cometemos o mesmo erro. Às vezes dizemos para nós mesmos "gostaria de ser uma pessoa melhor, ajudar mais aos outros, fazer mais Mitzvót no meu dia a dia, mas eu não consigo". O que significa este "não consigo", que é realmente impossível, que tentamos de tudo para alcançar nossos objetivos espirituais e descobrimos que não temos como fazer mais nada? Certamente que não. Mas mesmo assim desistimos sem nem mesmo tentar.
 
A grande maioria das nossas limitações é imposta por nós mesmos. A depressão, uma das piores doenças da atualidade, que atinge uma elevada parcela da população mundial, é muitas vezes consequência da nossa falta de auto-estima. Achamos que somos pequenos, que não conseguiremos nunca chegar a níveis mais elevados, que é realmente impossível. Mas vemos que na prática isto é um grande erro. Se alguém nos perguntasse se conseguiríamos jogar uma partida de tênis por 11 horas seguidas, qualquer um responderia imediatamente que não, pois é impossível. Mas nesta semana dois tenistas passaram mais de 11 horas jogando uma única partida, em um dos torneios mais tradicionais do mundo, o de Wimbledon. De onde surgiu esta força? Na verdade ela sempre existiu dentro de cada um deles, apenas estava adormecida, esperando o momento de aflorar. E o que despertou esta força? Os milionários prêmios e a honra de ser o melhor tenista do mundo. Isto quer dizer que, em geral, o "não consigo" é consequência da falta de motivação adequada.
 
Se pararmos para refletir, chegaremos a uma conclusão lógica: se uma pessoa se esforça neste nível para ganhar um prêmio em dinheiro e fama, coisas passageiras que vem e podem ir embora de um instante para o outro, quanto mais temos que nos esforçar por nossa eternidade, algo que é garantido e para sempre. Por que não nos esforçamos assim espiritualmente? Pois não colocamos no coração a idéia de que cada ato neste mundo vale nossa eternidade. Investimos todo o nosso esforço nas coisas passageiras e não sobra tempo para as aquisições verdadeiras. Portanto, da próxima vez que quisermos crescer espiritualmente e a expressão "não consigo" vier à nossa cabeça, é bom verificar se realmente é impossível ou se estamos apenas enganando a nós mesmos.
 
SHABAT SHALOM
 
Rav Efraim Birbojm
 
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sexta-feira, 18 de junho de 2010

SHABAT SHALOM MAIL - PARASHÁ CHUKAT 5770

BS"D
 
QUESTIONAMENTOS NA VIDA - PARASHÁ CHUKAT 5770 (18 de junho de 2010)
 
"Havia um rei que tinha um ajudante que, além de ser muito sábio, tinha uma característica especial: sempre que ele se encontrava em uma situação adversa, dizia: "Tudo é para o bem". Certa vez o rei e seu ajudante saíram juntos para caçar. De repente, passou um grande animal perto deles e o rei rapidamente apontou seu rifle e disparou. Mas algo deu errado no mecanismo da arma e o rifle explodiu na mão do rei, arrancando um de seus dedos. O rei caiu no chão e começou a se contorcer de tanta dor. O ajudante correu para ajudá-lo e, enquanto cuidava do ferimento, disse: "Não fique triste, rei. Tudo é para o bem". O rei perdeu a cabeça com a falta de sensibilidade daquele ajudante. Ele estava ali, se contorcendo de dor após ter perdido um dedo, e o sujeito vinha lhe dizer que tudo é para o bem! Quando voltaram ao palácio o rei chamou seus guardas e mandou jogar aquele ajudante insolente na prisão.
 
Alguns dias se passaram e o rei, sentindo que já estava recuperado, decidiu sair novamente para caçar. Mas desta vez ele foi sozinho, pois seu ajudante estava na prisão e ainda não havia sido perdoado. No meio da selva, o rei escutou alguns ruídos estranhos e, com muito medo, começou a voltar. Mas foi capturado por índios que estavam em busca de um sacrifício humano para os seus deuses. Já amarrado no altar, o rei esperava pela morte certa. Quando a lâmina já se aproximava do seu pescoço, um dos índios percebeu que o rei tinha um dedo faltando. Como eles poderiam oferecer aos deuses uma pessoa com um defeito? Imediatamente o rei foi libertado e pôde voltar para casa são e salvo.
 
No caminho de volta, o rei começou a refletir e lembrou-se das palavras de seu ajudante: "Tudo é para o bem". Ele estava certo, pois se não tivesse perdido o dedo no acidente com a arma, agora estaria morto. Com um profundo sentimento de gratidão, o rei imediatamente libertou seu fiel e sábio ajudante. Mas uma pergunta ainda lhe incomodava:
 
- Meu amigo, entendo que eu ter perdido o dedo tenha sido algo bom, pois isto salvou minha vida. Mas se tudo é para o bem, por que foi bom você ter ficado preso?
 
- Meu querido rei - respondeu o ajudante - Se eu não tivesse sido preso, estaria com você no momento em que foi capturado pelos índios. Quando eles percebessem que o rei não tinha um dedo e por isso não poderia ser sacrificado, certamente o escolhido para o sacrifício teria sido eu. Ter ficado na prisão salvou minha vida. Como eu sempre digo, tudo é para o bem"
 
Mesmo quando não conseguimos enxergar, temos que saber que existe uma Supervisão particular para tudo o que ocorre em nossas vidas. Tudo o que D'us faz, para o nosso bem Ele faz.
 
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A Parashá desta semana, Chukat, nos ensina sobre uma das mais enigmáticas Mitzvót da Torá: a purificação espiritual através das cinzas da vaca vermelha. Quando uma pessoa tinha contato com um morto, ela se tornava espiritualmente impura e precisa passar por um processo de purificação. Em uma das etapas do processo, as cinzas de uma vaca completamente vermelha (um animal muito raro, em toda a história do povo judeu apenas 9 destas existiram), misturadas com água e outros ingredientes, eram aspergidas sobre a pessoa impura.
 
Existem dois tipos de Mitzvót, os "Mishpatim" e os "Chukim". Os "Mishpatim" são as Mitzvót que conseguimos entender seus motivos de forma lógica e racional. Por exemplo, honrar os pais, não matar e não roubar. Já os "Chukim" são as Mitzvót que não conseguimos, segundo a nossa lógica, entender seus motivos. A Mitzvá da purificação espiritual através das cinzas da vaca vermelha é um exemplo clássico de um dos "Chukim" da Torá.
 
O que há de tão enigmático nesta Mitzvá? Quando as cinzas eram atiradas sobre uma pessoa impura, esta se purificava. Porém, a pessoa que havia atirado as cinzas se tornava espiritualmente impura. Como pode ser que a mesma substância purificava uma pessoa e impurificava outra no mesmo ato? Esta Mitzvá contraria tanto a nossa lógica que nem mesmo Shlomo Hamelech (Rei Salomão), o mais sábio e todos os homens, conseguiu entendê-la.
 
Porém, há um Midrash (parte da Torá Oral) que nos ensina que sim existe uma explicação lógica para esta Mitzvá, mas ela não nos foi revelada intencionalmente. O Midrash conta que quando D'us ensinou esta Mitzvá para Moshé, Ele falou: "Para você Eu revelarei o motivo desta Mitzvá, mas para os outros será um Chok". Há outro Midrash que diz que D'us nos revelará o motivo desta Mitzvá depois da vinda do Mashiach. Destes dois Midrashim surge uma grande pergunta: se existe um motivo, e futuramente ele será revelado para todos nós, por que por enquanto D'us o está ocultando?
 
Explica o Rav Yossef Salant que, com a Mitzvá das cinzas da vaca vermelha, D'us quis acostumar o ser humano a cumprir as Mitzvót mesmo quando elas pareçam ilógicas e sem sentido aos nossos olhos. E através do cumprimento destas Mitzvót ilógicas, o ser humano pode aprender a não questionar D'us quando confrontado com acontecimentos que são estranhos e ilógicos aos nossos olhos. Pois quando as pessoas começam a questionar a bondade de D'us, este é o primeiro passo para o afastamento espiritual. Portanto, o ocultamento do motivo desta Mitzvá teve como principal propósito enraizar em nossos corações a idéia de que, da mesma forma que logicamente não conseguimos entender todas as Mitzvót, assim também não temos capacidade de entender logicamente os caminhos e o comportamento de D'us no mundo. Quando o Mashiach chegar, começará uma época em que não teremos mais notícias "ruins" no mundo e, portanto, não mais haverá questionamentos sobre a bondade de D'us. Então o motivo desta Mitzvá poderá ser finalmente revelado a todos.
 
Todas as vezes que questionamos sobre os caminhos de D'us, estamos cometendo um grave erro. Nossa falta de entendimento vem do fato de tentarmos aplicar a lógica humana a D'us. Se algum acontecimento não está correto segundo a nossa lógica, então chegamos à conclusão que D'us errou ou que D'us não é bom. Isto é, antes de tudo, falta de humildade do ser humano, ao querer igualar-se a D'us. A sabedoria de D'us é infinita, enquanto nós somos seres limitados. A ciência nos ensina que mesmo Einstein, uma das cabeças mais brilhantes em toda a história da humanidade, não utilizou mais do que 10% de sua capacidade cerebral. Como então queremos entender a lógica Divina?
 
É por isso que uma das bases do judaísmo é a Tefilá (reza). Quando um judeu reza, ele se coloca em seu devido lugar. Na Tefilá pedimos todas as nossas necessidades para D'us, enraizando em nossos corações a certeza de que tudo vem Dele. Ensinam os nossos sábios que precisamos nos concentrar durante a Tefilá com 3 Kavanót (intenções) especiais: lembrar que estamos diante de D'us, o Rei dos Reis; lembrar que D'us é infinito e pode tudo; e lembrar que nós somos pequenos e limitados. Isso nos ajuda a ser humildes e a reconhecer a grandeza do nosso Criador.  
 
Mas se questionar os caminhos de D'us é algo negativo, então é difícil entender a passagem da Torá na qual Moshé falou para D'us "Me mostre Teus caminhos..." (Shemot 33:13), pois segundo o Talmud (Torá Oral) ele estava pedindo a D'us para entender porque há Tzadikim (Justos) que sofrem e Reshaim (malvados) que vivem tranqüilamente. E o mais interessante é que em nenhum momento a Torá relata que Moshé foi criticado ou castigado por D'us pelo questionamento. Qual é a diferença?
 
A resposta é que existem dois tipos de questionamento. O primeiro é um questionamento com desconfiança, com falta de humildade, querendo se colocar no mesmo nível de D'us. É querer questionar D'us sem nunca ter se esforçado para encontrar respostas. O outro tipo é um questionamento com humildade, querendo encontrar respostas para poder entender e aprender com os atos de D'us. Essa foi a intenção de Moshé, e este tipo de questionamento é muito incentivado pelo judaísmo.
 
Fazemos parte da geração "fast-food". Quando desejamos algo, queremos tudo pronto imediatamente. Não temos paciência para esperar nem vontade de investir para aumentar nossos conhecimentos. Queremos entender tudo sem muito esforço. Cada vez mais pessoas frequentam "Centros de Kabalá" buscando conhecimentos "profundos" sobre D'us sem nunca terem aberto nem mesmo um livro de Torá, sem nem mesmo conhecerem as Mitzvót mais básicas. Será que é possível entender os planos de D'us sem esforço? Será que é justo questionar e criticar D'us sem conhecer Suas regras? Quem somos nós para colocar em dúvida a bondade de D'us, que criou um universo inteiro com a única intenção de nos fazer o bem, apenas porque não entendemos alguns de Seus atos?
 
Para entender sobre construções, abrimos livros de engenharia. Para entender sobre o corpo humano, abrimos livros de medicina. Mas se queremos de verdade entender D'us, precisamos abrir e estudar a Torá, o nosso "Manual de Instruções" espiritual.
 
SHABAT SHALOM
 
Rav Efraim Birbojm
 
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