quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

O QUE VOCÊ ESTÁ DISPOSTO A ABRIR MÃO? - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAIESHEV E CHANUKÁ 5781

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ASSUNTOS DA PARASHAT VAIESHEV
  • Yaacov se assentou em Eretz Knaan.
  • Yossef fala mal dos irmãos ao pai.
  • 2 sonhos de Yossef: trigos e estrelas.
  • Yossef sai para procurar seus irmãos, a pedido de Yaacov, e encontra homem no caminho.
  • Irmãos de Yossef querem matá-lo.
  • Por sugestão de Reuven, Yossef é jogado no poço.
  • Reuven se ausenta.
  • Por sugestão de Yehudá, Yossef é vendido como escravo e levado ao Egito em caravana de especiarias.
  • Yehudá e Tamar.
  • Yossef é vendido ao Potifar.
  • A esposa do Potifar e a tentação de Yossef.
  • Yossef é enviado para a prisão.
  • Yossef interpreta os sonhos dos dois prisioneiros.
  • A interpretação de Yossef se cumpre.
BS"D

O QUE VOCÊ ESTÁ DISPOSTO A ABRIR MÃO? - PARASHAT VAIESHEV E CHANUKÁ 5781 (11/dez/2020)


"Fábio, um jovem engenheiro civil, foi convidado para trabalhar em uma grande construtora, um enorme salto profissional. Quando foi para a entrevista, descobriu que não seria uma conversa com a equipe de recursos humanos, e sim diretamente com o presidente da empresa. Mas Fábio estava confiante. Ele era um profissional dedicado e com boa formação. A entrevista começou com uma conversa informal, muito agradável. O presidente foi explicando a filosofia da construtora e as exigências do cargo. Fábio seria o responsável por todos os novos lançamentos da construtora, um cargo de alta responsabilidade e uma excelente remuneração.

O presidente quis então saber alguns detalhes pessoais de Fábio. Percebendo que ele usava uma kipá na cabeça, começou a fazer perguntas sobre a religião judaica. Questionou sobre as implicações práticas da religião na vida profissional, isto é, se o fato de ele ser um judeu religioso traria restrições ao seu trabalho. Fábio começou a explicar que haveriam algumas restrições, mas todas contornáveis. Por exemplo, ele precisaria trazer a sua própria comida, por questões de Kashrut. Além disso, não poderia trabalhar aos sábados por causa do Shabat e na sexta-feira teria que sair um pouco mais cedo, mas poderia compensar nos outros dias da semana. O presidente escutava atentamente. Quando Fábio terminou de explicar, ele fez uma difícil pergunta:

- Deixe-me ver se entendi. Você gostaria de ser o responsável pelos novos lançamentos da construtora, mas você disse não trabalha no sábado. E se tivéssemos um empreendimento, com potencial de trazer milhões de reais de lucro para a construtora, e o lançamento fosse no sábado de manhã, o que você faria?

- Infelizmente, conforme expliquei ao senhor, eu não poderia vir - respondeu Fábio.

- Acho que você não entendeu a minha pergunta - repetiu o presidente, com mais firmeza - Não estou falando de um simples lançamento. Estou falando de um lançamento com um lucro de milhões. O que você faria?

Fábio gelou. O emprego, que já parecia garantido, agora estava em risco. O que ele poderia responder? Como sair daquela situação? Seus valores espirituais foram mais fortes. Com muita convicção, ele disse:

- Desculpe, senhor, mas o Shabat é muito importante para mim. Eu realmente não viria.

O presidente então abriu um enorme sorriso e disse:

- Na realidade nós nunca fizemos nenhum lançamento no sábado, e nem pretendemos fazer. Queria apenas checar suas convicções religiosas, se elas tinham algum preço. Mas percebi que você não vende seus valores por nenhum dinheiro. Você está contratado" (História real).

Através das nossas convicções podemos ensinar ao mundo como se comportar com moralidade. Dizem que "todos têm seu preço", mas aqueles que estão conectados de verdade aos valores morais não estão à venda.

Nesta semana lemos a Parashat Vaieshev (literalmente "e se assentou"), que conta a história de Yossef e seus irmãos, com muitos altos e baixos. Yossef foi vendido como escravo ao Egito, acabou tornando-se uma espécie de governante na casa de um dos ministros do Faraó, passou 12 anos na prisão por uma falsa denúncia e finalmente tornou-se o vice-rei do Egito. Mas algo chama a atenção nas atitudes de Yossef: tanto nos momentos de desespero quanto nos momentos de honra e poder, ele nunca se esqueceu de D'us.
 
Esta Parashat é lida sempre na semana em que cai nossa próxima Festa do Calendário Judaico, Chánuka, que se inicia nesta quinta de noite (10 de dezembro). Durante oito dias acendemos a Chanukiá, para reviver o milagre do óleo, que era suficiente para acender a Menorá por apenas um dia, mas que durou oito dias. Além disso, relembramos a vitória milagrosa na batalha contra os gregos, que queriam destruir a nossa espiritualidade.
 
Sabemos que as Festas Judaicas são oportunidades, épocas de crescimento. Em Yom Kipur podemos nos arrepender dos nossos erros e mudar. Em Shavuót podemos nos conectar mais com a Torá. Durante Pessach podemos nos sentir livres de todos os vícios do mundo material. Mas qual é a oportunidade de Chánuka?
 
Para responder esta pergunta, precisamos entender os eventos que ocorreram naquela época. O povo judeu foi para a guerra com a superpotência da época, o império grego. Demorou anos, mas finalmente conseguimos expulsá-los da nossa terra, um enorme milagre. Mas o que levou aquela geração a enfrentar o temível e poderoso império grego?

Explica o Rav Noach Weinberg zt"l que a ameaça do império grego foi única. Diferente de outros povos, eles não queriam nos expulsar da nossa terra, eles queriam nos afastar de D'us. Mas sabemos que os gregos eram muito tolerantes. Eles aceitavam todos os deuses e os incorporavam à sua cultura. Então por que não podiam aceitar também o D'us de Israel? O que os incomodou tanto?
 
Isto se compara a um homem muito forte e orgulhoso. Se dissermos que um menino de oito anos quer desafiá-lo, ele não se sentirá incomodado, pois sabe que aquela criança não pode vencê-lo. Mas se surgir outro homem forte com capacidade de derrotá-lo, seu ego será atingido e seu instinto de competição se aflorará. Os gregos se orgulhavam de serem filósofos e intelectuais. Todos os outros povos conquistados não apresentavam nenhuma ameaça, mas eles tropeçaram nos judeus. Então eles nos disseram: "Vocês não podem continuar fazendo Brit Milá, cumprindo o Shabat e estudando Torá. Se vocês aceitarem, seremos amigos". Eles estavam  incomodados, queriam que renegássemos nossa conexão com a Torá em favor da civilização grega, o orgulho deles. Muitos judeus arriscaram a vida para continuar cumprindo secretamente as Mitzvót, mas não tinham intenção de se rebelar abertamente. Eram simples camponeses, o que poderiam fazer contra o maior império?
 
Os gregos continuaram implantando gradativamente seu plano de destruir a conexão do povo judeu com D'us. De cidade em cidade, eles pegavam ídolos e diziam: "curvem-se ou matamos vocês". Alguns entregaram a vida para não transgredir, mas outros acabaram sucumbindo e, por medo de morrer, acabaram adorando as idolatrias. Até que os gregos chegaram a Matitiahu e seus filhos. Aquela família de Cohanim nunca havia sonhado em se rebelar contra o império grego, ao contrário, estavam prontos para morrer e não transgredir. Porém, uma das pessoas da aldeia deles se tornou um traidor. Ele pegou um porco, matou e ofereceu para as idolatrias gregas, o que fez Matitiahu aprender uma importante lição: se um de nós chegou a fazer isso, poderemos realmente ser completamente afastados de D'us. Naquele momento Matitiahu se levantou e matou um soldado grego, iniciando a rebelião. Ele e seus filhos não fugiram, eles lutaram. Matitiahu aprendeu que há momentos em que temos que fazer um esforço a mais. Não podemos esperar que D'us nos ajude quando o que Ele quer é justamente ver a nossa atitude. D'us queria ver nossa disposição de confiar Nele e, se necessário, morrer se esforçando. Matitiahu entendeu que poderia entregar sua vida para não transgredir, mas morrer não faria a assimilação ir embora.
 
Chánuka é uma incrível época de reflexão. Pelo que estamos dispostos a morrer? No Shemá Israel nós dizemos todos os dias "E amarás a Hashem, teu D'us, com todo o teu coração, com toda a sua alma e com todas as tuas posses" (Devarim 6:5). O que significa amar D'us com toda a nossa alma? Estarmos disposto a morrer pela santificação do Nome Dele. Nossos antepassados ​​fizeram isso. Podemos fazer isso de novo? Estamos dispostos a morrer pelo judaísmo, por D'us? Mas "Messirut Nefesh" ("entregar a vida") não significa apenas arriscar a vida para fazer o que é certo. Há muitas outras coisas que devemos abrir mão quando é necessário fazer o que é correto, como a carreira e os interesses pessoais. Chanuká é o momento de decisões, de definir o que é o principal e o que é secundário em nossas vidas. Existe uma Mitzvá de "Kidush Hashem", santificar o Nome de D'us. Há pessoas que lutam por causas absurdas e morrem por elas. Nossa causa é a conexão com D'us. Levou tempo até Matitiahu entender isso. Ele não sabia se D'us faria um milagre na luta contra uma superpotência. As probabilidades eram ínfimas. Mesmo assim ele estava disposto a morrer. Ele suportou os decretos gregos até ver seus irmãos se perderem. Então ele entendeu que teria que fazer o impossível. Ao menos tentar.
 
Estamos em uma difícil época de Kidush Hashem. Não de morrer por D'us, e sim de viver por Ele. A Mitzvá de Kidush Hashem atualmente é lutar pela continuidade do povo judeu e nossa conexão verdadeira com D'us. É ensinar ao mundo que fazer a vontade de D'us é o mais importante e está acima de qualquer outra coisa. Todos os dias terminamos nossas três rezas diárias com o "Aleinu Leshabech", onde dizemos "Naquele dia Hashem será um e Seu Nome será um". Por que terminamos assim as rezas? Pois esse é o objetivo de tudo.
 
Cada Mitzvá feita com a intenção correta é o início de uma conexão verdadeira. Assim transferimos algo que era apenas uma compreensão da mente para uma apreciação do coração. Quando acendemos a Chanukiá, não é apenas as velas que estamos acendendo, mas também o nosso coração. É um momento de harmonia com o Criador, cada pequeno detalhe conta. Faça uma Mitzvá com as intenções corretas para transferir o entendimento racional para uma realidade. Chánuka é um momento de apreciação. Ao acender sua Chanukiá, agradeça por fazer parte dessa causa do Criador. Por alguns instantes, esqueça a promessa de eternidade e o reconhecimento dos outros, foque apenas na harmonia com D'us. Esta é a oportunidade de Chánuka.
 

CHANUKÁ SAMEACH E SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm

 

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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

PLANTANDO SEMENTES PELA VIDA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAISHLACH 5781

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ASSUNTOS DA PARASHAT VAISHLACH
  • Yaacov envia mensageiros.
  • Yaacov teve medo e se prepara para o reencontro com Essav.
  • Yaacov fica sozinho.
  • A luta com o anjo.
  • Yaacov encontra Essav.
  • Chegada a Shechem, Diná é sequestrada e desonrada.
  • Shimon e Levi vingam a honra da irmã, Yaacov fica furioso.
  • Yaacov viaja para Beth El.
  • A morte de Rivka e Dvora.
  • D'us muda o nome de Yaacov para Israel.
  • Rachel tem mais um filho: Biniamin.
  • A morte de Rachel e o enterro no caminho, em Beth Lechem.
  • A morte de Itzchak.
  • A Linhagem de Essav, de Seir e reis de Edom.
BS"D

PLANTANDO SEMENTES PELA VIDA - PARASHAT VAISHLACH 5781 (04 de dezembro de 2020)


"Reuven trabalhava em uma fábrica que ficava na cidade vizinha. Todos os dias ele pegava o ônibus e viajava por cerca de cinquenta minutos até o trabalho. No fim da tarde, ele fazia o mesmo trajeto de volta para a casa. A viagem era muito tranquila e Reuven aproveitava para relaxar um pouco. Mas havia no ônibus algo curioso que acontecia todos os dias e que começou a incomodá-lo. No ponto seguinte ao que ele subia, entrava sempre uma velhinha. Assim que subia no ônibus, ela procurava sempre sentar em uma das janelas. E todos os dias ela repetia a mesma atitude estranha: ela abria a bolsa, tirava um pacotinho e passava a viagem inteira atirando alguma coisa para fora do ônibus através da janela. Certo dia, Reuven fez questão de sentar-se ao lado da velhinha. Assim que ela começou o seu "ritual", ele não resistiu e disse:

- Boa tarde. Desculpe a curiosidade, mas o que a senhora está jogando pela janela?

- Boa tarde - respondeu a velhinha, de forma muito simpática - Jogo sementes de flores. É que eu viajo neste ônibus todos os dias e, quando olho para fora, acho a estrada tão cinzenta e vazia. Gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho. Imagine como seria bom...

- Mas a senhora não acha que é um desperdício? - interrompeu Reuven - A maioria das sementes deve cair no asfalto, sendo esmagadas pelos carros ou devoradas pelos passarinhos!

- O senhor tem razão - disse a velhinha, com muita paciência - Mas acredito que mesmo muitas sendo perdidas, algumas acabam caindo na terra e, com o tempo, vão brotar. Mesmo que demorem para crescer e precisem de água, serão irrigadas pelas chuvas e crescerão no momento certo.

Dizendo isso, a velhinha virou-se para a janela aberta e recomeçou seu "trabalho". Reuven desceu do ônibus pouco tempo depois, achando que a velhinha já estava meio "caduca" e que não valia a pena discutir com ela.

O tempo passou. Certo dia, sentado à janela, Reuven olhou para fora e reparou nas belas margaridas, hortênsias e rosas na beira da estrada. A paisagem estava colorida, linda. O homem lembrou-se da velhinha, mas procurou-a no ônibus e não a encontrou. Perguntou ao cobrador, que conhecia todos os passageiros, mas foi informado que ela havia falecido de pneumonia no mês anterior. Chocado com aquela notícia, Reuven voltou ao seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela. Pensou consigo mesmo: "Quem diria, as flores brotaram mesmo! Mas de que adiantou o trabalho da velhinha, se ela faleceu sem ver o resultado?".

Naquele instante, Reuven escutou uma risada de criança. No banco da frente, um garotinho apontava pela janela, entusiasmado, e dizia: "Olha, mãe, que lindo, quantas flores pela estrada!". Reuven então entendeu o que a velhinha tinha feito. Mesmo não estando ali para contemplar as flores que havia plantado, a velhinha havia feito a sua parte, ela tinha deixado um presente maravilhoso para as outras pessoas.
 
No dia seguinte, Reuven entrou no ônibus de manhã e fez questão de sentar-se ao lado de uma janela. Ele tirou um pacotinho de sementes do bolso e começou, com um enorme sorriso no rosto, a atirá-las pela janela..."
 
Precisamos parar de pensar somente em nós mesmos, no nosso próprio benefício, e começar a pensar em plantar no mundo coisas que os outros também poderão colher.

Nesta semana lemos a Parashat Vaishlach (literalmente "E enviou"). A Parashat começa com a volta de Yaacov para casa, depois de 20 anos trabalhando na casa de seu tio Lavan. Ele havia ido para Padan Aram sozinho, sem bens, e voltava agora com um verdadeiro acampamento, com 4 esposa e 12 filhos, além de muitos animais, empregados e dinheiro. Mas havia algo que preocupava muito Yaacov: como seria o reencontro com seu irmão Essav? Seria um momento feliz, ou uma batalha de vida ou morte? Ele confiava plenamente em D'us, mas também fez todos os preparativos necessários. Yaacov rezou muito, pedindo para que D'us o protegesse e evitasse uma luta sangrenta; dividiu o acampamento em dois, para garantir a continuidade do povo judeu, pois caso Essav atacasse um acampamento, o outro se salvaria; e mandou presentes, centenas de animais, para apaziguar seu irmão, pois sabia o quanto ele sentia desejo por bens materiais.
 
Felizmente os dois irmãos se abraçaram e choraram, e o reencontro terminou em paz. Essav convidou Yaacov para que viajassem juntos, mas Yaacov não aceitou, argumentando que tinha muitas crianças e animais pequenos, cujo passo lento atrasaria o grupo, e por isso sugeriu que Essav fosse na frente. No final, cada um seguiu o seu caminho, pois enquanto Essav voltou para a Terra de Seir, Yaacov foi viver na cidade de Shechem, como diz o versículo: "E Yaacov chegou intacto à cidade de Shechem, que está na Terra de Knaan, quando veio de Padan Aram. E acampou diante da cidade" (Bereshit 33:18)

Este versículo desperta um grande questionamento, pois descreve muitos detalhes que são aparentemente desnecessários. Em primeiro lugar, o que significa que Yaacov chegou intacto à cidade de Shechem? Além disso, por que a Torá precisou relembrar, justamente neste momento, que Yaacov estava vindo de Padan Aram? E, finalmente, por que a Torá precisou ensinar que Yaacov acampou diante da cidade de Shechem?

Explica Rashi (França, 1040 - 1105) que a Torá está ressaltando que Yaacov, apesar de ter passado por muitos testes e perigos, havia sido protegido por D'us e estava intacto em três aspectos. Ele estava intacto em seu corpo, pois D'us o havia curado do ferimento causado durante a luta com o anjo de Essav. Ele também estava intacto em relação ao seu dinheiro, pois apesar de ter mandado muitos presentes para apaziguar Essav, seus animais haviam dado à luz muitos filhotes, repondo tudo o que ele havia perdido. E, finalmente, ele também estava completo com sua Torá, pois apesar de ter passado 20 anos na casa de Lavan, um homem trapaceiro e idólatra, e da viagem cansativa, ele não tinha esquecido nenhum dos seus conhecimentos de Torá.

Por que a Torá relembrou justamente neste momento que Yaacov tinha vindo de Padan Aram? Rashi explica que é como uma pessoa que diz ao seu companheiro: "Aquela pessoa estava no meio dos dentes do leão, mas voltou em segurança". Yaacov, apesar de tantos anos vivendo em um lugar espiritualmente e fisicamente tão nocivos e prejudiciais, comparado aos dentes de um leão, recebeu uma proteção especial de D'us e voltou intacto, um grande milagre.

Finalmente, o Talmud (Shabat 33b) afirma que quando Yaakov acampou diante de Shechem, ele decidiu que precisava fazer algo pelo bem estar da cidade. O Talmud traz três opiniões sobre qual foi o benefício que ele trouxe para Shechem: de acordo com uma opinião, ele cunhou moedas, facilitando o comércio. Segundo outra opinião, ele estabeleceu mercados, facilitando a compra e venda de mercadorias. E de acordo uma terceira opinião, ele montou casas de banho, dando aos moradores mais qualidade de vida. O ponto em comum entre as três opiniões é que Yaacov se importou com os habitantes de Shechem e quis contribuir de alguma maneira. Mas por que Yaacov se preocupou tanto em dar alguma contribuição para a cidade de Shechem?

O Midrash ensina que sempre que recebemos algum benefício de uma cidade, devemos mostrar nossa gratidão fazendo algo pelo bem estar de seus habitantes. Como Yaacov e sua família haviam sido bem recebidos pelos habitantes de Shechem, então ele quis contribuir de maneira que trouxesse melhorias para a cidade.

O Rav Chaim Shmulevitz zt"l (Bielorrússia, 1853 - Polônia, 1918) explica que este princípio também se aplica a outras áreas da vida, pois sempre devemos fazer algo de bom para retribuir as bondades recebidas. Ele cita como exemplo um rapaz que vai estudar em uma Yeshivá, um local de muito crescimento espiritual e amadurecimento. Embora os alunos normalmente não são capazes de ajudar na manutenção e nos altos gastos de uma Yeshivá, eles podem ajudar no aprimoramento espiritual do lugar. Como? Principalmente servindo de exemplo para os outros alunos. Eles devem vir para as Tefilót e para os Shiurim na hora certa, para que os outros se inspirem e façam o mesmo. Eles devem se cuidar de não falar Lashon Hará, para que os outros alunos sigam sua conduta. Eles devem ser extremamente respeitosos com seus colegas de quarto, para que os outros alunos aprendam com eles. Assim, eles estarão contribuindo para que a Yeshivá possa crescer.
 
Também podemos usar este conceito para as nossas vidas. Devemos sempre estar muito agradecidos por estarmos vivos e, portanto, devemos nos esforçar para deixarmos a nossa contribuição ao mundo. Viemos ao mundo para fazer a diferença, para deixar a nossa marca. Mas se engana aquele que pensa que, para deixar a nossa marca, precisamos ser artistas famosos, presidentes de uma grande empresa ou grandes rabinos da geração. Na maioria das vezes, podemos deixar a nossa marca através de pequenas atitudes do cotidiano, as pequenas "sementes" que plantamos pelos caminhos da vida. Mesmo que aparente que não estamos fazendo diferença para ninguém, se formos perseverantes e não permitirmos que a falta de resultados imediatos nos desmotive, certamente chegaremos lá.
 

SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm

 

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