quinta-feira, 18 de junho de 2020

LEMBRETE DAS NOSSAS RESPONSABILIDADES - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT SHELACH LECHÁ 5780

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- Moshé reza por Yehoshua, seu Talmid.
- Calev vai para Hevron.
- 10 espiões voltam falando mal da Terra de Israel.
- Histeria e choro do povo.
- Ameaça de Destruição.
- O Decreto dos 40 Anos no deserto.
- Parte do povo tenta entrar "à força"
- Oblações para Sacrifícios.
- A Oferenda da Massa (Chalá).
- Oferendas de Pecado Comunal por Idolatria (não intencional).
- Oferendas de Pecado Individual por Idolatria (não intencional).
- Idolatria intencional.
- Mekoshesh: O homem juntando lenha no Shabat.
- A Penalidade por violação do Shabat.
- Shemá Israel.
- Tzitzit.
LEMBRETE DAS NOSSAS RESPONSABILIDADES - PARASHAT SHELACH LECHÁ 5780 (19/junho/2020)

"Havia um judeu que tinha um amor especial pela Mitzvá de Tsitsit. Certa vez ele sentiu o incontrolável desejo de cometer uma transgressão com uma mulher romana de moralidade duvidosa, e estava disposto a gastar quatrocentas moedas de ouro para saciar seu desejo. Porém, quando estava prestes a cometer a transgressão, os fios do Tsitsit que ele vestia o atingiram no rosto. O homem sentiu como se tivesse recebido um tapa na cara de D'us. Imediatamente ele arrependeu-se da transgressão que estava prestes a cometer e virou-se para ir embora. Porém, a mulher romana ficou inconformada. Nunca um homem havia resistido aos seus encantos. Ela disse:

- Não deixarei você em paz até que você me diga qual foi o defeito que você encontrou em mim!

- Não há nada de errado com você - respondeu o homem - Nunca vi uma mulher tão bonita quanto você em toda a minha vida. Porém, há um mandamento que D'us nos ordenou, chamado Tsitsit, e em relação a esta Mitzvá está escrito duas vezes a expressão "Eu sou Hashem, seu D'us", cujo significado é: "Eu sou Aquele que exigirá punição no futuro (para aqueles que transgredirem), e Eu sou Aquele que dará recompensa no futuro (para aqueles que cumprirem Minha vontade)". Eu estava prestes a cometer uma transgressão, mas o Tsitsit surgiu como se fossem quatro testemunhas protestando contra mim.

A mulher ficou surpresa. Ela precisava descobrir de onde vinha aquela força de vontade! Então ela disse:

- Não vou deixar você em paz até que você me diga seu nome, o nome da sua cidade, o nome do seu rabino e o nome do Beit Midrash (Centro de estudos) onde você estuda Torá!

O homem escreveu tudo em um papel e entregou a ela. Então ela levantou-se e dividiu sua fortuna em três partes: um terço foi doado ao governo romano, um terço foi destinado para ser distribuído entre os pobres e um terço ela levou consigo, junto com suas finas roupas de cama. Ela foi ao Beit Midrash do Rav Chiya, um dos maiores sábios da geração, e disse:

- Rabino, por favor, me instrua para que eu possa me converter.

- Minha filha - respondeu carinhosamente o Rav Chiya - Talvez suas intenções não são sinceras. Será que você gostou de um dos meus alunos? É este o motivo pelo qual você quer se converter?

Ela entregou a ele o papel que o homem havia escrito e contou o que havia ocorrido, mostrando que seu desejo de se converter era sincero e que tinha a intenção de receber sobre si o jugo das Mitzvót. O Rav Chiya então permitiu que ela se convertesse e se casasse com aquele homem. E aquelas roupas de cama, que antes seriam usadas com propósitos ilícitos, agora foram estendidas para cumprir a vontade de D'us" (Talmud Menachót 44a).

Esta é a força das Mitzvót. O Tsitsit é um lembrete do nosso amor por D'us e por Suas Mitzvót. É um lembrete da nossa retidão e da nossa força de vontade.
Nesta semana lemos a Parashat Shelach Lechá (literalmente "Envie para você"), que descreve o trágico incidente dos 12 homens que foram enviados para espionar a Terra de Israel, um ato condenado por D'us, pois a motivação daquela missão era a falta de Emuná. A Parashat também fala sobre a proibição de idolatria, sobre um homem que transgrediu o Shabat e termina com versículos que fazem parte do Shemá Israel, nossa maior declaração de Emuná. Nestes versículos do Shemá Israel aparece a Mitzvá de Tsitsit, conforme está escrito "E façam para eles Tsitsit sobre os cantos de suas roupas, por todas as gerações, e colocarão sobre os Tsitsit do canto um fio azul celeste. E será para vocês por Tsitsit, e olharão para ele e lembrarão de todos os mandamentos de D'us, e os cumprirão, e não se desviarão indo atrás do seu coração e dos seus olhos, atrás dos quais você erra. Para que você se lembre e cumpra todos os Meus mandamentos e sejam sagrados com D'us" (Bamidbar 15:38-41).

O Tsitsit parece ser uma Mitzvá simples e fácil, sem muita importância. Devemos colocar fios, amarrados de uma maneira especial, nas roupas que contenham quatro cantos. Porém, nossos sábios ensinam que esta é uma Mitzvá fundamental para o povo judeu e, se nos aprofundarmos nos detalhes dela, perceberemos que ela desperta muitas reflexões e questionamentos.

Em primeiro lugar, a Torá está afirmando que o Tsitsit deve servir como um lembrete da nossa obrigação de cumprirmos todas as Mitzvót. Porém, como o Tsitsit nos lembra de toda a Torá? Rashi explica que a Guemátria (valor numérico) da palavra Tsitsit (ציצית) é 600 ("Tzadi" é 90, "Yud" é 10, "Tzadi" é 90, "Yud" é 10 e "Taf" é 400). Quando adicionamos os 8 fios e os 5 nós, que fazem parte de cada canto da roupa, alcançamos um total de 613, correspondente às 613 Mitzvót da Torá. Mas como Rashi chegou ao número seiscentos da palavra "Tzitzit", se na Torá a palavra está escrita com apenas uma letra "Yud" (ציצת), totalizando 590, não 600? Respondem os nossos sábios que a palavra "Tsitsit" está escrita na Torá três vezes e, em uma destas vezes, está escrito "Letsitsit", com uma letra "Lamed" a mais, cujo valor numérico é 30. Dividindo o número 30 por três, o número de vezes que a palavra "Tsitsit" aparece na Torá, resulta em 10, que somado à Guemátria da palavra "Tsitsit" totaliza 600.

Porém, esta é a forma do Tsitsit nos lembrar de todas as Mitzvót da Torá? Parece muito improvável que, ao ver o Tsitsit, uma pessoa fará todos estes cálculos e, através disto, se lembrará de todas as Mitzvót de D'us! Então por que lembrar das Mitzvót desta maneira tão fora do convencional?

Além disso, o Ramban zt"l (Nachmânides) (Espanha, 1194 - Israel, 1270) também questiona a explicação de Rashi, de que devemos incluir os 5 nós e os 8 fios para atingir um total de 613. O Talmud (Menachót 39a) ensina que a obrigação do Tsitsit exigida pela Torá envolve apenas o nó principal, sendo que os outros quatro nós são parte de um mandamento rabínico. Portanto, por que Rashi incluiu os quatro nós "rabínicos" no cálculo feito para que o Tsitsit possa cumprir a obrigação de nos lembrar de todas Mitzvót da Torá?

Rashi também questiona o motivo pelo qual a Torá juntou três assuntos que são aparentemente muito diferentes: a proibição de idolatria, a transgressão do Shabat e a Mitzvá de Tsitsit. Ele responde que estas três Mitzvót formam a base do nosso relacionamento com D'us e são equivalentes a todas as outras Mitzvót juntas, como está escrito em relação ao Tsitsit: "e cumpra todos os Meus mandamentos". Porém, é compreensível que fazer idolatria seja equivalente a violar toda a Torá, pois significa negar a supremacia de D'us, da mesma forma que aquele que desrespeita o Shabat está negando a afirmação de que D'us é o Criador do universo. Mas qual é a base para que o Tsitsit seja equivalente a todas as outras Mitzvót, comparável à idolatria e cumprir o Shabat?

Finalmente, a Torá não nos obriga a usarmos Tsitsit o tempo inteiro, apenas caso uma pessoa vista uma roupa de quatro cantos. A obrigação que temos atualmente de usarmos o Tsitsit o tempo todo é apenas uma Mitzvá rabínica. Como pode uma Mitzvá, que nem sequer é uma obrigação constante, ser tão importante?

Explica o Rav Yohanan Zweig que, além dos elementos básicos que outras Mitzvót também contêm e seus efeitos espirituais, a Mitzvá de Tsitsit contém outro conceito fundamental. O Tsitsit é semelhante a um uniforme que identifica um escravo como pertencente ao seu dono. Por isso, não é coincidência que a Mitzvá de Tsitsit esteja incluída na leitura do Shemá Israel, pois usar Tsitsit indica uma reafirmação constante e contínua da aceitação do jugo das Mitzvót, sendo uma extensão do que declaramos no Shemá Israel.

Para aumentar a eficácia e potencial do Tsitsit como a ferramenta através da qual uma pessoa se lembra e reafirma seu compromisso de cumprir as 613 Mitzvót, ou seja, a expressão da sua aceitação do jugo das Mitzvót, a Torá declara "E faça para vocês Tsitsit". Isto significa que o lembrete não deriva de olharmos para os Tsitsit quando os estamos usando, e sim que os nossos sábios deveriam criar um lembrete utilizando os próprios Tsitsit, como uma pessoa que amarra um barbante no dedo para lembrar-se de algo importante.

Quando a pessoa amarra um barbante no dedo para lembrar-se de algo de grande significado, não é o barbante que tem uma importância primária, e sim o que ele deve recordar. Da mesma forma, a Torá comandou nossos sábios a encontrarem referências simbólicas dentro do Tsitsit, de modo que vesti-los se tornasse um lembrete da nossa aceitação do jugo de D'us. Portanto, fazer cálculos elaborados, incluindo até mesmo as leis rabínicas associadas ao Tsitsit, representam simbolicamente a aceitação de todas as Mitzvót. É muito mais eficaz um lembrete se fomos nós que criamos o simbolismo dele. O Tsitsit representa a demonstração do povo judeu de procurar maneiras, mesmo as mais complexas, de sempre nos recordarmos das Mitzvót de D'us.

É por essa razão que a Torá não nos obrigou o uso constante do Tzitzit. Se estivéssemos obrigados, a eficácia do Tsitsit como um lembrete teria sido diminuída, pois o motivo de usá-los teria se transformado em um ato que é feito apenas para cumprir um comando da Torá. Quando os rabinos criaram a obrigação de vestir constantemente o Tsitsit, esta Mitzvá tornou-se um lembrete muito mais eficaz, pois demonstra acima de tudo o amor pelas Mitzvót. Como o Tsitsit contém o princípio fundamental da aceitação do jugo das Mitzvót por amor, ele pode ser agrupado, junto com o Shabat e a proibição de idolatria, como um dos fundamentos de Emuná do povo judeu.
 
SHABAT SHALOM
 
R' Efraim Birbojm

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quinta-feira, 11 de junho de 2020

VOCÊ É UM SAPATO OU UM JUDEU? - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT BEHAALOTECHÁ 5780

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- Acendendo a Menorá.
- Inauguração dos Leviim.
- Responsabilidade dos Leviim.
- O primeiro Pessach no deserto (2º ano).
- Pessach Sheni.
- Sinais Divinos para iniciar as viagens.
- As Trombetas.
- Moshé convida Itró (Chovev) a se juntar ao povo judeu.
- A Viagem do Sinai.
- A Arca Parte (Nun invertido).
- Queixas e o fogo Celestial.
- Reclamação do Man e desejo por carne.
- Moshé reclama com D'us do peso do povo e D'us escolhe 70 anciãos.
- A Codorniz e a praga.
- Lashon Hará de Miriam e Aharon sobre Moshé.
VOCÊ É UM SAPATO OU UM JUDEU? - PARASHAT BEHAALOTECHÁ 5780 (12 de junho de 2020)

O Sr. Simon Wiesenthal z"l, o famoso caçador de nazistas, estava certa vez em uma conferência de rabinos europeus em Bratislava, na Eslováquia. Os rabinos deram a Wiesenthal, na época já com 91 anos, um prêmio. Quando ele foi agradecer, contou a seguinte história:

- Isto aconteceu em Mauthausen - começou o Sr. Wiesenthal, emocionado - Logo após a libertação do Campo de Concentração onde eu estava, o acampamento para onde os sobreviventes foram levados foi visitado pelo rabino Eliezer Silver zt"l, chefe da Agudat Harabanim (União dos Rabinos Ortodoxos da América do Norte), em uma missão para oferecer ajuda e conforto aos sobreviventes. O Rav Silver organizou um culto especial e me convidou para que eu me juntasse aos outros sobreviventes em uma Tefilá. Me recusei e expliquei a ele o motivo.

- No Campo de Concentração - continuou o Sr. Wiesenthal - havia um homem religioso que, de alguma maneira, havia conseguido contrabandear para lá um Sidur. No começo, eu admirei muito este homem por sua coragem. Ele havia arriscado sua vida para trazer um Sidur para o Campo de Concentração. Que incrível devoção a D'us! Que homem espiritualizado! Porém, no dia seguinte, para o meu horror, entendi as verdadeiras intenções daquele homem. Ele estava "alugando" seu Sidur para as pessoas em troca de comida. As pessoas estavam dando a ele seu último pedaço de pão em troca de alguns minutos com o Sidur. O dono do Sidur, que era muito magro quando tudo começou, logo comeu tanto que morreu antes de todos. Seu corpo não aguentou tanta comida.

- Se era assim que os judeus religiosos se comportavam - finalizou o Sr. Wiesenthal - eu não queria participar de nada que tinha a ver com o Sidur, com Tefilá ou com D'us. Porém, quando me virei para ir embora, o rabino Silver tocou no meu ombro e disse em ídiche, de maneira carinhosa: "Du dummer (seu tolo), por que você olha para o judeu que usou seu Sidur para tirar comida da boca das pessoas famintas? Por que você não olha para os muitos judeus que desistiram de seu último pedaço de pão para poder usar um Sidur? Isso é Emuná (fé). Esse é o verdadeiro poder do Sidur. Esta é a verdadeira força de um judeu". E, após dizer estas palavras, o rabino Silver me abraçou.

O Sr. Wiesenthal, muito emocionado, terminou seu agradecimento dizendo: "No dia seguinte, obviamente eu participei dos serviços religiosos, e tive orgulho de voltar a usar um Sidur".
Nesta semana lemos a Parashat Behaalotechá, que inicia uma nova "fase" da Torá. A partir desta Parashat são descritas muitas transgressões que o povo judeu cometeu durante os 40 anos em que permaneceu vagando no deserto. Nesta Parashat, por exemplo, são registradas diversas rebeliões do povo judeu contra D'us, com reclamações pelos mais diversos motivos, como pelo cansaço da caminhada e por causa de comida. As constantes reclamações resultaram em tragédias, como uma epidemia e um fogo Celestial. Mas por que o povo reclamava tanto? Por tantas rebeliões contra D'us, se Ele nos faz apenas bondades?

A resposta está em uma "doença" chamada "A Síndrome do Sapato". Imagine como deve ser dura a vida de um sapato. No estágio inicial da sua vida, ele fica fechado em uma caixa escura. Então, ele passa sua vida sendo pisado pelas pessoas. Ao longo da vida, o sapato vai se desgastando lentamente e então, no final, ele é jogado fora, velho e esfarrapado, para ser enterrado em algum lixão. Não deve ser fácil ser um sapato. Infelizmente, há muitos judeus que se sentem como sapatos. Costumava haver um ditado amargo nos "shtetles", pequenos vilarejos judaicos da Europa: "Sis shver tzu zein a yid" (Não é fácil ser um judeu). Os judeus viviam isolados do resto do mundo. Muitas vezes eram tratados com desprezo pelos habitantes dos locais onde decidiam viver. Eram perseguidos, expulsos e obrigados a escolher entre a vida ou a fé. Esta sensação infelizmente afastou muitos judeus do cumprimento da Torá e suas Mitzvót, pois ser judeu tornou-se algo pesado.

Quando os Estados Unidos abriram suas portas para permitir a imigração dos judeus europeus, no início do século passado, um grande número dos judeus que foram aceitos imediatamente se assimilou, abandonando sua identidade judaica. Se tornaram mais americanos do que os próprios americanos. E mesmo entre aqueles que permaneceram judeus observantes da Torá, havia dois grupos: havia aqueles que abraçaram os desafios diários que enfrentavam. Estes judeus conseguiram criar famílias fortes, determinadas e orgulhosas de serem judias. Em vez de lamentar o esforço de seus desafios diários, eles se concentraram no que tinham de único e especial, e no prazer de enfrentar e superar os desafios. No entanto, também houveram aqueles que continuaram a viver sob o ditado europeu "Não é fácil ser judeu". A "Síndrome do sapato" havia voltado.

Não cabe a nós julgar estas pessoas. Não sabemos os testes e as dificuldades pelos quais cada um passou e, portanto, não devemos julgar uma pessoa até estar no seu lugar. Porém, certamente podemos aprender com o que aconteceu. Essa atitude amarga e autodestrutiva se concentrou tão fortemente na dor e no esforço de uma vida judaica que limitou sua capacidade de obter a plena apreciação dos prazeres que esta vida continha. Sem surpresa, esta atitude levou a uma elevada taxa de assimilação e casamentos mistos.

Isto também explica as constantes reclamações do povo no deserto. Muitos judeus começaram a sentir que a Torá era um grande peso. Não conseguiam enxergar a beleza das Mitzvót, a possibilidade delas nos libertarem da escravidão dos desejos e seus ensinamentos de como viver com mais harmonia e sentido. Eles focaram apenas no trabalho, nas dificuldades, no peso das Mitzvót. Fugiram do Monte Sinai, como crianças fogem da escola, pelo medo de receberem mais Mitzvót. As reclamações não tinham motivos justificáveis, eram apenas uma maneira de expressar sua rebeldia, sua vontade de tirar das costas o jugo da Torá e das Mitzvót. Aquela foi a primeira vez na história em que o povo judeu sentiu a "Síndrome do sapato", e as consequências foram trágicas.

E qual é a cura para a "Síndrome do sapato"? A inspiração encontra-se em outro assunto que, não por coincidência, também aparece nesta Parashat. O povo judeu estava entrando em seu segundo ano no deserto. Portanto, aproximava-se novamente a Festa de Pessach e, com ela, a Mitzvá de oferecer o Korban Pessach. Porém, havia um pequeno grupo de pessoas que estava envolvido com a importante Mitzvá de carregar o caixão de Yossef, para cumprir a promessa de seus antepassados, que haviam prometido a Yossef que levariam seus restos mortais, junto com os restos mortais dos seus irmãos, para serem enterrados em Israel. Por causa do contato com os corpos, eles estavam espiritualmente impuros e, portanto, impedidos de trazer a oferenda do Korban Pessach. Eles poderiam ter reagido a isso dizendo: "Ser judeu é difícil, mas desta vez nos demos bem. Estamos fazendo uma tarefa bem mais simples, escapamos da Mitzvá do Korban Pessach!".

Mas não foi assim que eles reagiram. Eles não se alegraram por estarem "economizando" esforços. Ao invés disso, eles ficaram arrasados pelo fato de estarem perdendo uma incrível oportunidade. Eles ficaram tão chateados que foram a Moshé e Aharon e questionaram: "É justo que percamos esta oportunidade? Afinal, não foi descaso ou preguiça, estávamos simplesmente envolvidos em outra Mitzvá!". Quando D'us viu a vontade deles de cumprir a Mitzvá, respondeu que eles poderiam oferecer o Korban Pessach um mês depois, o que daria a eles tempo suficiente para estarem espiritualmente puros novamente. Esta Mitzvá, conhecida como "Pessach Sheni", simboliza o amor pelas Mitzvót, o sentimento de felicidade e preenchimento com o Serviço Divino. Aqueles judeus se alegraram com a notícia de D'us, que possibilitou o cumprimento da Mitzvá que eles haviam perdido.

Conclui o Rav  
Chaim Willis que realmente não é fácil ser um sapato. É uma vida horrível, fechada, cansativa, sendo pisado e desprezado. Mas não devemos confundir a vida de um sapato com a vida de um judeu. A vida de um sapato tem dificuldades, e são dificuldades que não trazem nenhum benefício e nem recompensa. Por outro lado, a vida de um judeu é desafiadora. Testes diários, leis que regulamentam nossos atos e, muitas vezes, o desprezo dos outros povos, o que fica aparente nos constantes ataques antissemitas que sofremos. Porém, a grande diferença são os enormes benefícios e recompensas, que fazem valer o investimento.

A chave para estarmos felizes por sermos judeus é nos concentrarmos no prazer de viver uma vida verdadeira e com significado. Temos que nos orgulhar pelo poder de nos elevar acima dos animais e viver de acordo com os padrões morais adequados. Temos que focar na alegria de sermos pessoas misericordiosas, doadoras e benevolentes graças à Torá. Podemos viver uma vida emocionante, direcionando e elevando toda a nossa criatividade, talentos, habilidades e energias para o objetivo de viver como judeu. Quando a pessoa está feliz e preenchida com o que faz e com o que é, o que os outros pensam de nós já não importa. Nossos inimigos podem nos perseguir, podem nos expulsar, podem nos ameaçar, mas não podem tirar de nós o orgulho de sermos judeus.

Uma das formas de nos alegrarmos com as Mitzvót é entendendo o verdadeiro benefício que elas nos trazem. Nossos sábios, ao se referirem às dificuldades no cumprimento das Mitzvót, utilizam a expressão "jugo das Mitzvót". O jugo é uma peça de madeira que é utilizada para atrelar os bois ao arado. Por um lado, o jugo é um peso sobre as costas dos bois, mas por outro lado o jugo potencializa a força dos animais e permite que eles trabalhem em linha reta, sem se desviar do seu caminho. Esta é a verdadeira alegria das Mitzvót. Por um lado, as Mitzvót envolvem esforço e compromisso. Porém, é justamente isto que nos dá força, que nos possibilita caminharmos sempre em linha reta, focados no nosso objetivo. Este entendimento nos ajuda a termos a certeza de que queremos viver nossas vidas como judeus, não como sapatos.
 
SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

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quinta-feira, 4 de junho de 2020

VENCENDO A SI MESMO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT NASSÓ 5780

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ASSUNTOS DA PARASHAT
- Funções de Guershon: carregar as coberturas e cortinas.
- Funções de Merari: carregar os pilares, tábuas e bases.
- Contagem de Kehat, Guershon e Merari.
- Purificando o Acampamento.
- Oferendas por transgressões que envolvem falsos juramentos.
- Matanót Kehuná.
- A Suspeita de Adultério (Sotá).
- O Nazir.
- A Brachá dos Cohanim.
- A Oferenda dos Nessiim (Líderes).
- As Oferendas de cada Tribo.
- A Inauguração do Altar.
VENCENDO A SI MESMO - PARASHAT NASSÓ 5780 (05 de maio de 2020)

"Em um reino distante vivia um rei sábio e corajoso. Todos os cavaleiros no reino possuíam um escudo sagrado e, de acordo com suas atitudes e seu heroísmo, o escudo poderia brilhar. O rei era tão bondoso e corajoso que seu escudo brilhava tão forte quanto a luz do sol.

Havia também no reino um jovem impetuoso, que esperava ansiosamente uma oportunidade para mostrar que era corajoso e, assim, fazer seu escudo brilhar. Quando os guerreiros do povoado vizinho atacaram aquele reino, o rei convocou todos os homens para irem à batalha. O jovem se empolgou, pois seria a esperada oportunidade de mostrar sua valentia. O rei determinava a função de cada um dos combatentes e, finalmente, quando chegou a vez do jovem, ele falou:

- Sua missão será muito importante. Você deverá ficar aqui no castelo para protegê-lo.

O jovem não podia acreditar. Queria ir para a frente de batalha, mostrar o quanto era corajoso! Que decepção! Porém, ele se conteve e permaneceu em silêncio. Seu coração doeu quando soaram as trombetas e a majestosa tropa, conduzida pelo rei, saiu em direção aos campos de batalha. Ele ficou sozinho, guardando o castelo.

Chegou então um ancião no portão do castelo e descreveu os difíceis combates no campo de batalha. Aflito, o jovem vestiu seus aparatos de guerra para ajudar seus companheiros. Mas, ao lembrar-se das palavras do rei, retirou os aparatos de guerra e disse para si mesmo: "Devo obedecer às ordens do meu rei. Devo ficar no castelo".

Depois de algum tempo apareceu na porta do castelo uma senhora idosa e admirou-se de encontrá-lo lá, enquanto os soldados estavam no campo de batalha. Ela disse que sua obrigação era proteger o rei, pois a batalha estava difícil. Ao escutar isto, o jovem desembainhou sua espada, pegou seu escudo e preparou-se para sair. Porém, novamente as palavras do rei voltaram em sua cabeça e ele decidiu, mais uma vez, permanecer no castelo.

Pouco tempo depois, um moço surgiu na porta do palácio, gritando que o rei havia sido capturado. A batalha estava difícil e, sem o rei liderando as tropas, provavelmente o exército seria derrotado. A única chance seria algum cavaleiro destemido assumir o comando das tropas. Os olhos do rapaz brilharam, era a chance de sua vida. Ele montou em seu belo cavalo e cavalgou velozmente em direção à saída do castelo. Porém, quando os portões estavam começando a ser baixados, ele deu um forte grito: "Fechem as portas e levantem a ponte levadiça". E pensou consigo mesmo: "Vou cumprir até o fim a palavra que eu dei ao meu rei".

O jovem não percebeu, mas o moço que havia lhe trazido as más notícias, assim que se afastou, tirou seu disfarce e voltou à sua aparência original. As três pessoas que haviam trazido notícias sobre a guerra eram, na verdade, guerreiros inimigos disfarçados, que tentavam entrar no castelo convencendo o jovem a abrir os portões. As notícias das dificuldades na guerra eram falsas e, em pouco tempo, as trombetas anunciavam a volta triunfal dos guerreiros vitoriosos, liderados pelo rei. Se o jovem tivesse saído, o castelo teria caído nas mãos dos inimigos.

O jovem posicionou-se para recepcionar os guerreiros. Segurava seu escudo e sua espada enquanto os cavaleiros entravam. Porém, começou a perceber que todos olhavam fixamente para o seu escudo. Ele não podia imaginar que os guerreiros estavam admirando a beleza daquele escudo que, naquele momento, brilhava como o sol..."

Vencer a si mesmo é a batalha mais difícil de nossas vidas, conforme ensinam os nossos sábios: "Quem é o valente? Aquele que conquista suas más inclinações" (Pirkei Avót 3:1).
Nesta semana lemos a Parashat Nassó (literalmente "Faça o levantamento"), que continua falando sobre a contagem da tribo de Levi e descrevendo os trabalhos sagrados que eles faziam, em especial o transporte das partes do Mishkan (Templo Móvel) quando o povo judeu viajava no deserto. A Parashat também conta sobre outro assunto que envolve santidade e elevação espiritual: o Nazir, pessoa que voluntariamente recebia sobre si um voto de se abster de alguns prazeres do mundo material, como beber vinho ou consumir qualquer derivado de uva, cortar o cabelo e se impurificar através do contato com os mortos pelo menos por 30 dias.

Quando lemos na Torá sobre o Nazir, não é algo que nos chama muito a atenção. Afinal, o que há de tão especial em se abster de alguns poucos prazeres mundanos? Porém, há um Midrash impressionante que mostra que a santidade de um Nazir se equiparava à santidade do Cohen Gadol, a pessoa espiritualmente mais elevada do povo judeu, alguém que no dia de Yom Kipur tinha a permissão de entrar no Kodesh HaKodashim, o local mais sagrado do Templo. Por exemplo, da mesma maneira que o Cohen Gadol não podia se impurificar com os mortos, o Nazir também estava obrigado a cuidar da sua pureza espiritual. E da mesma forma que o Cohen Gadol era chamado de Kadosh (Sagrado), o Nazir também é chamado de Kadosh, como está escrito: "Todos os dias do seu voto de Nazir ele é sagrado diante de D'us" (Bamidbar 6:8). Mas qual é a relação entre a pessoa mais elevada espiritualmente do povo judeu e alguém que se abstém momentaneamente de alguns prazeres materiais?

A pergunta fica ainda mais forte quando percebemos a linguagem utilizada pela Torá para se referir ao Nazir: "Um homem ou uma mulher que fizer um voto de Nazir, para se tornar um Nazir de D'us" (Bamidbar 6:2). A linguagem "fazer um voto" é "Iafli Neder". O Rav Avraham ben Meir zt"l (Espanha, 1092 - 1167), mais conhecido como Ibn Ezra, explica que a linguagem "Iafli" tem dois significados. O primeiro significado é "se separar", pois o voto do Nazir implica em um afastamento momentâneo dos prazeres materiais. Porém, há outro significado, pois "Iafli" (יפליא) vem da mesma raiz da palavra "Pele" (פלא), que significa "algo incrível, magnífico". Isto significa que, de acordo com o Ibn Ezra, o voto feito pelo Nazir é algo incrível e magnífico. Porém, o que há de tão especial? Por que se abster de alguns prazeres elevava o Nazir a um nível tão sublime?

A resposta está na continuação da explicação do Ibn Ezra: "Pois a maioria das pessoas vai atrás dos seus desejos". A natureza do ser humano faz com que ele sempre caminhe de acordo com os seus costumes e os costumes de seus companheiros. Mesmo a elevação espiritual que buscamos na vida são nas áreas em que as outras pessoas também se esforçam para crescer. Porém, nos assuntos nos quais as pessoas negligenciam, para nós estas áreas também são difíceis. Um exemplo é o autocontrole em relação aos desejos por comida. As pessoas se preocupam com a Kashrut, porém não se preocupam com a santidade da alimentação. A santidade envolve as intenções pelas quais comemos, as quantidades, a forma como nos sentamos para comer, as palavras que dizemos diante da comida e a intenção das Brachót que pronunciamos. Comemos pois estamos com fome, não para mantermos nosso corpo saudável e cumprir as Mitzvót da melhor maneira. Comemos caminhando, como fazem os animais. Sentamos na mesa e falamos vanidades, ao invés de falar palavras de Torá e assuntos mais elevados. Fazemos as Brachót sem a intenção verdadeira de agradecer a D'us pelo nosso alimento. Comemos sem limites, apenas porque está gostoso, mesmo sabendo que estamos fazendo mal ao nosso corpo. Certamente isto não é santidade.

O mesmo ocorre em muitas outras áreas na nossa vida. Portanto, a maior dificuldade no nosso Serviço espiritual é nos fortalecemos nas áreas nas quais as pessoas normalmente são negligentes. É por isso que a Torá chamou a atitude do Nazir como "incrível", pois a natureza das pessoas é sempre estar correndo atrás dos seus desejos, sempre querendo realizar todas as suas vontades, sem nenhuma tentativa de se controlar, enquanto o Nazir está indo contra o fluxo natural, controlando suas vontades e freando seus desejos. De acordo com o Rav Yechezkel Levinstein zt"l (Polônia, 1895 - Israel, 1974), do Nazir aprendemos que todos aqueles que se afastam de seus desejos e andam contra o fluxo natural adquirem o mérito para receber uma "Siata Dishmaia" (Ajuda Celestial) especial e um novo nível espiritual que, aos olhos de D'us, tem o mesmo valor do Cohen Gadol.

Há algo ainda mais especial que aprendemos do Nazir. Este nível espiritual elevado, comparado ao do Cohen Gadol, não é atingido quando o Nazir completa o seu voto, e sim no momento em que ele recebe sobre si o voto. Esta vontade de quebrar a natureza, de ir contra o fluxo, que ocorre no momento em que a pessoa faz o seu voto, é o que faz de seu ato algo incrível. Neste momento ela já se tornou uma pessoa com Kedushá, a ponto de até mesmo suas transgressões serem completamente expiadas.

Nos ensina o Gaon MiVilna (Lituânia, 1720 - 1797) que até o último dia de vida devemos trabalhar nosso autocontrole. Não através de jejuns ou atos de autoflagelação, mas sim através de fechar a boca diante dos nossos desejos. Este é o fruto do Olam Habá, como nos ensina Shlomo HaMelech: "O caminho para a Vida são as repreensões que nos disciplinam" (Mishlei 6:23). A cada momento que a pessoa consegue fechar a sua boca, recebe o mérito de uma luz oculta que nem os anjos podem suportar. E através desta atitude a pessoa também pode expiar suas transgressões e se salvar dos sofrimentos espirituais que atingem o ser humano depois da morte, como está escrito: "Aquele que guarda a sua boca e sua língua salva sua alma de sofrimentos (Mishlei 21:23), isto é, aquele que guarda sua boca dos excessos de comida e bebida, e que guardar a sua língua de dizer vanidades.

Do Nazir aprendemos que o ponto central do Serviço espiritual que D'us exige do ser humano neste mundo é que ele consiga superar seus desejos e possa se fortalecer nas áreas nas quais a maioria das pessoas não se cuidam, aprimorando seu autocontrole. Assim, poderemos nos tornar verdadeiros heróis, conforme nos ensinou Shlomo HaMelech: "Aquele que controla seu espírito é maior do que aquele que conquista uma cidade" (Mishlei 16:32).
 
SHABAT SHALOM
 
R' Efraim Birbojm

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