quinta-feira, 13 de junho de 2019

A INTENÇÃO CONTA MUITO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT NASSÓ 5779

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A INTENÇÃO CONTA MUITO - PARASHAT NASSÓ 5779 (14 de junho de 2019)

Uma das Mitzvót que cumprimos durante todos os dias da Festa de Sucót é a Brachá que fazemos sobre os Arba Minim (as 4 espécies: Etrog, Lulav, Adass e Aravá). Seguramos as quatro espécies juntas e recitamos "Asher Kideshanu BeMitzvotav VeTzivanu Al Netilat Lulav". Com exceção do primeiro dia de Sucót, a pessoa pode cumprir esta Mitzvá inclusive pedindo emprestado os Arba Minim de outra pessoa.

Era Chol HaMoed de Sucót e, em Jerusalém, o clima era de festa. Havia várias Sucót (cabanas) montadas nas varandas e nas ruas, cheias de enfeites. As famílias passeavam e as crianças corriam e brincavam pelas ruas. Algumas pessoas traziam nas mãos, voltando da Tefilá, seus Arba Minim. Um senhor religioso, que estava voltando para casa, entrou em um ônibus. Ele viu um homem, que não parecia ser religioso, de pé em um canto do ônibus. Gentilmente este senhor religioso se dirigiu a ele e disse:

- Desculpe incomodar, mas você gostaria de dizer a Brachá e cumprir a Mitzvá dos Arba Minim?

- Não, obrigado - respondeu o homem - não tenho interesse.

O senhor religioso ficou um pouco incomodado com a resposta que recebeu e achou melhor não insistir. Passados alguns minutos, entrou no ônibus o Rav Noach Wainberg zt"l (EUA, 1930 - Israel, 2009). Ao ver aquele homem não religioso de pé, no canto do ônibus, abriu um enorme sorriso, foi até ele e ofereceu:

- Bom dia. O senhor gostaria de cumprir uma Mitzvá? O senhor pode usar os meus Arba Minim para ganhar esta Mitzvá. O senhor tem interesse?

Para a surpresa daquele senhor religioso, que observava toda a cena, o homem aceitou a oferta do Rav Noach Wainberg, pegou os Arba Minim e fez a Brachá. O senhor religioso ficou ainda mais incomodado. Por que ele havia recusado seus Arba Minim, mas agora havia aceitado os que o rabino havia oferecido? Imediatamente foi tirar satisfações, questionando o porquê de ele não ter aceitado fazer a Brachá quando ele tinha oferecido seus Arba Minim. O homem respondeu com sinceridade:

- Você quer saber qual foi a diferença? Quando você me ofereceu seus Arba Minim, eu senti que sua intenção era ganhar mais uma Mitzvá para você, e não uma preocupação comigo. Você queria que seus Arba Minim "rendessem" mais uma Mitzvá. Já este rabino veio oferecer uma Mitzvá para mim. Senti que sua única preocupação era comigo, com os meus méritos, e não com os méritos dele. Por isso eu aceitei.

Nesta semana lemos a Parashat Nassó (literalmente "Faça o levantamento"). A Parashá traz vários assuntos importantes, como a cerimônia feita no caso de uma suspeita de adultério, o voto de Nazir e a Brachá dos Cohanim.  Esta é a Parashat mais longa de toda a Torá, e um dos motivos é o último assunto trazido: a doação que cada um dos "Nessiim" (líderes das tribos) ofereceu durante a inauguração do Mishkan (Templo Móvel). O Mishkan foi inaugurado no primeiro dia do mês judaico de Nissan, e a cada dia um dos líderes trazia sua oferenda, que era voluntária, como está escrito "Um líder cada dia, um líder cada dia, apresentará sua oferenda para a inauguração do altar" (Bamidbar 7:11).
 
Este assunto das doações parece não ter implicações práticas em nossas vidas. Porém, sabemos que cada detalhe da Torá foi escrito como ensinamento para todas as gerações. Na verdade, há algo muito interessante em relação às doações dos Nessiim que é certamente um ensinamento muito atual. Como as doações eram voluntárias e não tinham nenhum limite, nem mínimo nem máximo, o que esperaríamos que acontecesse? Que cada líder traria uma doação maior do que as doações anteriores, de forma que cada um pudesse mostrar que era mais poderoso que os outros. Isto causaria uma "inflação" das doações e uma disputa, motivada pela honra, para ver quem ofereceria os melhores presentes.
 
Por que pensamos assim? Pois infelizmente isto é muito comum atualmente, nas festas de casamento, Bar-Mitzvá e Brit-Milá, quando é travada uma "guerra silenciosa" para ver quem pode dar a festa mais chique. Esta "guerra silenciosa" acaba causando um sentimento de inferioridade nas pessoas que não podem oferecer festas tão "caprichadas". Muitos acabam até mesmo se endividando para não passar vergonha. Com tantas famílias necessitadas, precisando de dinheiro para familiares doentes ou até mesmo para os gastos básicos do dia-a-dia, é um grande desperdício que tanto dinheiro seja gasto apenas para demonstrações de poder e honra.
 
Porém, a Torá traz um incrível louvor para os líderes do povo judeu: todos eles decidiram oferecer exatamente as mesmas coisas. Em um gesto de respeito e união, eles decidiram não "inflacionar" as doações. Este lindo gesto não passou despercebido aos olhos de D'us, que fez questão de escrever na Torá cada doação de cada um dos líderes, apesar delas serem idênticas. Foram doações acompanhadas de humildade e respeito ao próximo.
 
Porém, isto desperta um questionamento. Esta "demonstração de apreço" de D'us "custou" para a Torá 72 versículos. Sabemos que a Torá é extremamente compacta, sendo que muitos ensinamentos são transmitidos até mesmo por derivação de outros assuntos. O mesmo elogio aos líderes também teria sido transmitido com sucesso mesmo que a doação de todos tivesse sido escrita apenas uma única vez e a Torá ressaltasse que todos trouxeram os mesmos presentes. Então, por que foi necessário escrever 12 vezes as mesmas doações?
 
Poderíamos tentar responder através de um interessante Midrash (parte da Torá Oral) que se alonga muito ao explicar que, apesar das doações terem sido iguais, a motivação de cada um dos líderes refletia suas próprias habilidades únicas. Porém, mesmo que cada líder tinha sua própria motivação individual para as suas oferendas, ainda assim não teríamos chegado à mesma conclusão se a Torá tivesse registrado as oferendas apenas uma vez? O importante, neste caso, não seria apenas saber quem eram os líderes e o que eles haviam oferecido? Então por que repetir a mesma doação 12 vezes?
 
Explica o Rav Yohanan Zweig que a Torá escolheu se alongar e "gastar" 72 versículos para nos trazer um ensinamento espetacular. Às vezes vemos duas pessoas fazendo o mesmo ato e pensamos que os dois atos foram idênticos. Porém, mesmo que de forma externa os atos pareceram iguais, espiritualmente eles podem ter sido completamente diferentes. Por exemplo, quando dois indivíduos dão Tzedaká ou fazem um ato de Chessed (bondade), isto pode ter sido feito com motivações completamente diferentes. Uma pessoa pode dar Tzedaká a um pobre porque encontra preenchimento pessoal na realização de um ato benevolente, enquanto a outra pode dar Tzedaká por sua enorme preocupação com o pobre.  Nesse caso, não se trata do mesmo ato feito com duas motivações diferentes. Espiritualmente, trata-se de dois atos completamente diferentes de Tzedaká. A Kavaná (intenção) de uma pessoa dá uma nova definição ao ato. As diferentes intenções acabam também ficando evidentes no próprio ato em si.  Por exemplo, esta diferença de intenções pode envolver uma mudança no tom de voz daquele que dá a Tzedaká ou nas suas feições. Enquanto um faz a doação de uma maneira mais "fria", o outro faz o ato com mais "calor humano".
 
Portanto, as diferenças nas Kavanót também podem ser percebidas por aquele que é beneficiado pelo ato de Chessed. Isto significa que o necessitado pode sentir uma diferença no ato de Tzedaká dependendo da motivação envolvida. É esta mensagem que a Torá veio transmitir nestes 72 versículos que descrevem a doação dos líderes. A razão para a repetição da oferenda de cada líder é para nós ensinar que, como eles tiveram Kavanót diferentes, cada oferenda se tornou única a quem estava "recebendo", isto é, D'us. Como cada doação foi única aos olhos de D'us, então Ele fez questão de que todas elas fossem registradas. Apesar do ato ser repetitivo, a intenção de cada um deles foi única e especial.
 
Apesar da Kavaná ser muito importante no cumprimento de qualquer Mitzvá, sendo considerada como se fosse a "alma" do ato, no caso da Mitzvá de Chessed a Kavaná tem uma importância ainda maior. Por um lado, o ato de Chessed é algo grandioso, através do qual nos assemelhamos a D'us, a Fonte de toda a bondade. Porém, por outro lado, o Chessed pode envolver vergonha por parte daquele que recebe a bondade. Por isso, é fundamental fazermos as bondades com alegria e de coração, pois quem recebe percebe a diferença. Uma bondade acompanhada de calor humano entra no coração daquele que recebe e o alegra de verdade. Por isso, sempre que formos dar uma Tzedaká, devemos dar com um grande sorriso. Pois, afinal de contas, isto é de graça.
 
SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm       

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quinta-feira, 6 de junho de 2019

DIFICULDADES SÃO PÉROLAS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT BAMIDBAR E SHAVUÓT 5779

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DIFICULDADES SÃO PÉROLAS - PARASHAT BAMIDBAR E SHAVUÓT 5779 (07 de junho de 2019)

 
As pérolas, gemas orgânicas que se formam dentro de ostras, são itens apreciados pelos joalheiros e objetos de desejo das mulheres. Jóias adornadas com estas pequenas gemas redondas e brilhantes podem valer muito dinheiro. O que poucas pessoas sabem é que as pérolas são produtos do desconforto das ostras. Uma pérola é, na realidade, resultado da entrada de uma substância estranha e indesejável no interior de uma ostra, como um parasita ou um grão de areia. Na parte interna da ostra há uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um corpo estranho entra na ostra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola vai se formando. Portanto, uma ostra que não foi ferida não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.
 
O mesmo pode acontecer conosco. Você já passou por dificuldades? Já foi ferido pelas palavras rudes de alguém? Suas idéias já foram rejeitadas ou mal interpretadas? Então, produza uma pérola! Cubra suas mágoas com várias camadas de compreensão. Utilize as dificuldades como oportunidades na vida.
 
A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos e mágoas, deixando feridas abertas. Eles as alimentam com vários tipos de sentimentos negativos, não permitindo que elas cicatrizem. Muitos desistem diante das dificuldades e se entregam. Assim, na prática, o que vemos são muitas "ostras vazias". Não porque não tenham sido feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender, superar e transformar a dor em oportunidade.

Nesta semana lemos a Parashat Bamidbar (literalmente "No deserto"), que começa descrevendo a contagem do povo judeu, uma demonstração do imenso amor de D'us pelo Seu povo. Esta Parashat sempre coincide com a Festa de Shavuót, também conhecida como "Chag Matan Torá" (Festa da Entrega da Torá), que comemoramos a partir do próximo sábado de noite (08 de junho). Não apenas relembramos algo que ocorreu no passado, mas revivemos este momento especial, no qual D'us nos entregou Seu presente mais valioso: a Torá.
 
Na Festa de Shavuót temos alguns costumes interessantes, como passar a noite inteira estudando Torá, comer refeições de leite e enfeitar a sinagoga com flores e plantas. Porém, um dos mais importantes costumes é a leitura da Meguilat Ruth, que descreve a história de uma mulher do povo de Moav, chamada Ruth, que se converteu ao judaísmo e posteriormente se casou com um Tzadik chamado Boaz. O bisneto de Ruth foi David Hamelech, um dos maiores símbolos do amor do povo judeu pelo estudo da Torá. Além disso, há outro motivo para lermos a Meguilat Ruth. Se analisarmos alguns aspectos da sua história, poderemos entender de uma maneira mais profunda a importância em nossas vidas da Festa de Shavuót.
 
Certamente uma das características mais marcantes da Meguilat Ruth é o auto sacrifício que Ruth demonstrou na sua decisão de se unir ao povo judeu. O Talmud (Brachot 5a) nos ensina que D'us deu ao povo judeu 3 bons presentes, mas todos eles só podem ser adquiridos através de muitas dificuldades e esforços. Os três presentes são: a Torá, a Terra de Israel e o Olam Habá (Mundo Vindouro). A Meguilat Ruth vem justamente nos ensinar as dificuldades e desafios enfrentados por Ruth para conquistar a Terra de Israel e o Olam Habá.
 
A Meguilat Ruth começa com a ida de um judeu chamado Elimelech, sua esposa Naomi e seus dois filhos para a terra de Moav. O processo de saída de Israel é descrito em um único e simples versículo: "Um homem e sua família saíram de Beit Lechem para viver nos campos de Moav" (Ruth 1:1). Em contraste, quando Naomi decidiu retornar com suas duas noras, Ruth e Orpá, para a Terra de Israel, este processo é descrito de uma maneira muito mais extensa e dramática: "Ela e suas noras se levantaram e voltaram dos campos de Moav... e ela saiu do lugar onde estava, e suas duas noras estavam com ela, e elas foram ao caminho para voltar à terra de Yehudá" (Ruth 1:6,7). É interessante perceber quantos verbos diferentes foram utilizados para descrever o processo de volta para a Terra de Israel. O forte contraste entre um único versículo descrevendo a saída de Israel com o extenso e dramático relato da volta nos ensina que é muito mais fácil abandonar a Terra de Israel do que voltar para ela. Além disso, depois da volta de Naomi e Ruth para Israel, a Meguilat descreve a enorme dificuldade que elas tiveram para conseguir sustento. Desta maneira, a Meguilat Ruth se torna um exemplo impressionante de como a Terra de Israel é adquirida somente com muitas dificuldades.
 
A característica principal de Ruth é sua força de vontade e disposição de se submeter a um grande desconforto para se unir ao povo judeu e, consequentemente, ter méritos para receber uma porção maior no Olam Habá, proporcional ao aumento de Mitzvót que ela escolheu para sua vida. Ruth e Orpá eram filhas de Eglon, rei de Moav. Portanto, elas teriam uma vida de luxos e status social. Seriam mulheres ricas e cobiçadas. Ao se juntar ao povo judeu, Ruth teve que se defrontar com uma vida de pobreza e a possibilidade de ser socialmente rejeitada. Existe na Torá uma proibição de um Moabita entrar na "Congregação de D'us". Isto significa que uma pessoa de Moav pode se converter ao judaísmo, mas não pode se casar com um judeu. Apesar disto se aplicar apenas aos homens de Moav, na época de Ruth havia uma grande discussão entre os sábios se também se aplicava às mulheres. Foi por isso que Ruth sofreu uma repulsa social. A própria Meguilat Ruth descreve que um parente de Elimelech se recusou a casar-se com Ruth por ela ser de origem moabita.
 
Além de todos os obstáculos "externos", Ruth também precisou vencer um difícil obstáculo "interno" e superar uma das maiores dificuldades de um convertido: receber sobre si as numerosas obrigações que envolvem uma vida de Torá. Naomi fez questão de deixar isto bem claro para Ruth e Orpá, ao mencionar muitas Mitzvót que restringem a nossa forma de viver. Este tipo de argumento, de que uma vida de Torá é cercada de regras, foi suficiente para convencer Orpá a voltar para sua casa, para seus luxos e sua vida "sem limites". Mas Ruth afirmou para Naomi que estava disposta a passar pelas dificuldades e privações envolvidas na conversão. Por sua disposição em se submeter a estas dificuldades, Ruth conquistou um lugar especial no Olam Habá.
 
O mesmo aprendemos do fato desta Parashat, Bamidbar, ser lida sempre na época de Shavuót. A Parashat é o início de muitas narrativas durante os 40 anos em que os judeus permaneceram no deserto, antes de entrarem na Terra de Israel. O deserto é um local inóspito. Não há comida, água e nem mesmo sombra. Para sobreviver no deserto é preciso lutar. D'us nos entregou a Torá no deserto, para nos ensinar que o mais importante em nossa vida não são os luxos, o conforto e o comodismo, mas as conquistas verdadeiras, que só acontecem com a superação das dificuldades. Ninguém conquista os conhecimentos de Torá deitado no sofá e assistindo televisão. É preciso esforço e constância para adquirir este presente.
 
Os "bons presentes" de D'us, que são a Torá, a Terra de Israel e o Olam Habá, só podem ser adquiridos com dificuldades. De acordo com o Rav Noach Weinberg zt"l (EUA, 1930 - Israel, 2009), normalmente queremos fugir dos esforços e das dificuldades. Porém, prazeres realmente significativos somente podem ser adquiridos através de desafios. Por exemplo, se olharmos para trás e procurarmos quais foram os momentos mais satisfatórios de nossas vidas, perceberemos que foram justamente as conquistas que envolveram grandes esforços, como se formar na faculdade, ou ocasiões muito alegres, como o dia do casamento e o nascimento dos filhos. Porém, qualquer um que já passou por estas alegrias sabe o quanto o casamento e a criação dos filhos envolve uma enorme quantidade de dificuldades e desafios. Apesar disso, eles se tornaram causas de grandes alegrias para aqueles que se esforçaram e conseguiram vencer as dificuldades.
 
A Torá, a Terra de Israel e o Olam Habá são as coisas mais significativas que a pessoa pode adquirir. E, justamente pelo seu gigantesco valor, eles só podem ser adquiridos com dificuldades. Ruth reconheceu este fato e fez a incrível decisão de renunciar os prazeres que a vida tem a oferecer, em troca de viver uma experiência muito mais profunda e significativa, de se unir ao povo judeu na Terra de Israel.
 
Este ensinamento é extremamente importante para aproveitarmos bem a Festa de Shavuót. D'us ofereceu a Torá para todos os povos do mundo, porém eles recusaram quando viram as dificuldades que teriam para cumprir suas leis. Já o povo judeu entendeu que, apesar das responsabilidades que recairiam sobre eles ao aceitar a Torá, este seria o maior dos presentes. Esta decisão do povo judeu, de escolher o caminho que é mais significativo, apesar de ser mais trabalhoso, é a escolha que todos nós devemos almejar em Shavuót. É o momento de entendermos que cumprir as Mitzvót da Torá é a única forma de alcançar o verdadeiro preenchimento na vida.
 
SHABAT SHALOM E CHAG SAMEACH

R' Efraim Birbojm       

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