quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

DEMONSTRAÇÃO DE AMOR - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ KI TISSÁ 5778






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O E-mail desta semana foi carinhosamente oferecido pela Família Lerner em Leilui Nishmat de:
Miriam Iocheved bat Mordechai Tzvi z"l


Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.

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DEMONSTRAÇÃO DE AMOR - PARASHÁ KI TISSÁ 5778 (02 de março de 2018)
"Yossef e Rivka já estavam casados há mais de cinquenta anos e, mesmo após tanto tempo, continuavam participando de um jogo que haviam iniciado quando se casaram. A regra do jogo era que um tinha que escrever a palavra "Neoqeav" em algum lugar inesperado para o outro encontrar e, assim que o outro encontrasse, deveria escrevê-la em outro lugar, e assim sucessivamente. Eles se revezavam deixando "Neoqeav" escrita por toda a casa. Escreviam com os dedos na farinha, para que o próximo que fosse cozinhar a achasse. Escreviam no vapor deixado no espelho, onde a palavra iria reaparecer depois do próximo banho. Uma vez Rivka chegou a desenrolar um rolo de papel higiênico para deixar "Neoqeav" na última folha. Não havia limites para onde "Neoqeav" poderia surgir. Esta misteriosa palavra fazia parte da casa de Yossef e Rivka tanto quanto a própria mobília.

Yaacov, o neto deles, não entendia por que eles faziam aquele jogo e o que significava aquela misteriosa palavra. Ele era um pouco cético em relação ao verdadeiro amor, não acreditava que pudesse existir um amor realmente duradouro. Por isso ele não conseguia entender um jogo que se estendia por cinquenta anos, quase como um modo de vida. Mas percebia que havia entre os avós algo realmente especial.

Porém, uma nuvem cinza pairou sobre a família: Rivka ficou muito doente. Como sempre, Yossef estava ao seu lado a cada momento. Eles iam à sinagoga toda manhã rezar. Rivka foi ficando cada vez mais fraca, até que, finalmente, ela não mais podia sair de casa. E, então, o que todos temiam aconteceu: Rivka faleceu. A palavra "Neoqeav" foi escrita, pela última vez, em um pequeno papel, e colado em seu caixão.

Certo dia, quando a tristeza do avô já havia diminuído um pouco, Yaacov tomou coragem e perguntou o que a misteriosa palavra "Neoqeav" significava. Yossef, com um sorriso permeado pela tristeza das saudades, explicou:

- Na verdade, não é uma palavra. São as iniciais da frase "Nunca Esqueça O Quanto Eu Amo Você". Fazíamos questão de sempre um lembrar ao outro o quanto nosso amor era forte, o suficiente para juntos vencermos as dificuldades da vida. Mas, acima de tudo, queríamos lembrar constantemente que o nosso amor é para sempre."

Assim é o amor de D'us pelo povo judeu. Um amor eterno, construído com bases sólidas. E D'us faz questão de nos relembrar o tempo inteiro do enorme amor que Ele sente por nós.

Nesta semana lemos a Parashat Ki Tissá (literalmente "Quando fizer o levantamento"), que descreve um dos maiores erros cometidos pelo povo judeu. Apenas 40 dias após a entrega da Torá, o povo judeu ficou desesperado com a demora de Moshé, que não desceu do Monte Sinai na data esperada, e construiu um bezerro de ouro para que fosse seu novo líder no lugar de Moshé. O erro foi considerado tão grave que D'us quis destruir todo o povo. Quando Moshé desceu do Monte Sinai e viu o povo judeu servindo o bezerro de ouro com alegria, ele quebrou as Tábuas que continham os 10 Mandamentos. Moshé rezou por 40 dias pelo perdão do povo e conseguiu despertar a Misericórdia Divina. D'us concordou em entregar ao povo judeu novas Tábuas e Moshé subiu novamente no Monte Sinai para recebê-las. D'us então ensinou a Moshé os "Treze Atributos de Misericórdia", uma Tefilá (reza) com a força de evocar a Misericórdia Divina, que nos ensina que o arrependimento sempre é possível, não importando o quanto a pessoa possa ter se desviado.

O Talmud (Rosh Hashaná 17b) afirma que esta é uma Tefilá tão poderosa que sempre será atendida. Porém, isto desperta um grande questionamento, pois o conceito de que D'us nos entregou uma "fórmula mágica" para recebermos expiação pelos nossos erros não parece estar de acordo com os ensinamentos judaicos de que a expiação somente pode ser conseguida através da demonstração de arrependimento e um comprometimento de mudar os nossos atos, não apenas com expressões "da boca para fora". Então como o Talmud pode garantir com tanta certeza que pronunciar os "Treze Atributos de Misericórdia" certamente terá um efeito positivo de expiação?

Além disso, quando Moshé estava implorando pela salvação do povo judeu, ele evocou o mérito dos nossos antepassados, como está escrito: "Lembre-se de Avraham, Ytzchak e Israel, Seus servos, a quem Você jurou pelo Seu próprio Nome" (Shemot 32:13). Porém, o Talmud (Sanhedrin 104a) afirma que o mérito dos filhos beneficia os pais, pois os filhos são um "produto" de seus pais, mas os méritos dos pais não beneficiam os seus filhos. Então de que adiantou Moshé evocar os méritos dos nossos patriarcas?

Outra dificuldade é que o versículo descreve que D'us passou diante de Moshé e proclamou os "Treze Atributos de Misericórdia". Destas palavras o Talmud (Rosh Hashaná 17b) ensina que D'us se envolveu com um Talit, como alguém que lidera a congregação durante as rezas, e mostrou para Moshé a ordem das Tefilót. Mas por que foi necessário que D'us mostrasse esta visão para Moshé, se os mistérios mais profundos da Torá já haviam sido ensinados a ele sem o auxílio de elementos visuais?

Finalmente, os "Treze Atributos de Misericórdia" terminam com as palavras "Absolverá, não absolverá". Rashi (França, 1040 - 1105) traz uma explicação mais profunda, na qual a palavra "Absolverá" faz parte dos "Treze Atributos de Misericórdia", enquanto a expressão "Não absolverá" não faz parte e refere-se à pessoa que não se arrepende de seus erros. Mas Rashi ensina que, de acordo com a explicação mais simples e literal, a expressão "Não absolverá" também faz parte dos "Treze Atributos de Misericórdia" e se refere ao fato de D'us não absolver uma pessoa completamente sem que sua "dívida espiritual" esteja paga, isto é, Ele vai cobrando em pequenas parcelas até que a punição esteja completa. Porém, de acordo com esta segunda explicação de Rashi, por que uma referência à forma de D'us castigar faz parte dos "Treze Atributos de Misericórdia"?

Explica o Rav Yohanan Zweig que a resposta está em um importante ensinamento dos nossos sábios: "Todo amor que depende de uma causa, quando termina a causa, termina o amor. Porém, um amor que não depende de uma causa dura para sempre" (Pirkei Avót 5:16). Mas existe algum relacionamento que não está ligado a uma causa? Se não há nenhuma causa, então por que um relacionamento seria criado?

A resposta é que no início, a formação de todo relacionamento é dependente de algum tipo de causa. Pode ser algo físico ou emocional, e é justamente esta causa que permite que o relacionamento floresça. Nossos sábios estão ensinando que o relacionamento que não depende de uma causa é aquele que evoluiu continuamente até transcender a um tipo de união que não depende mais daquela causa original. Por exemplo, um homem pode sentir atração por uma mulher por causa de sua beleza, mas caso este relacionamento consiga transcender, mesmo quando aquela mulher deixar de ser bonita, o amor não diminuirá. Uma vez que o casal se transformou em uma nova entidade, o marido e a esposa estão conectados de forma tão intensa que nenhuma força pode separá-los.

Nossos patriarcas, que foram escolhidos por D'us por suas qualidades exemplares, foram capazes de transcender o seu relacionamento com D'us e transformá-lo em um relacionamento que duraria mesmo quando eles não exibissem mais aquelas qualidades. Isto permitiu com que o pacto feito no Monte Sinai fosse moldado como um relacionamento que duraria para sempre, mesmo nas épocas em que o povo judeu não cumprisse as Mitzvót da Torá.

As obrigações que um pai e um filho têm um com o outro não são a base para o seu relacionamento. O que conecta um pai ao seu filho é o fato dele ser seu filho. De forma similar, o que conecta o povo judeu a D'us é que, através do esforço dos nossos patriarcas, fomos elevados ao status de "filhos de D'us". Isto se tornou evidente após o pecado do Bezerro de Ouro, quando Moshé recorreu aos méritos dos patriarcas para convencer D'us a não destruir o povo judeu, pois os esforços deles foram justamente as fundações do relacionamento eterno e transcendental do povo judeu com D'us, o que inclui as épocas em que o povo judeu se desvia da Torá e das Mitzvót.

É por isso que o Talmud afirma que pronunciar os "Treze Atributos de Misericórdia" é uma Tefilá que nunca ficará sem resposta. Esta Tefilá recorda o amor e o compromisso de D'us com o povo judeu. D'us se conectou com o povo judeu de maneira que esta conexão nunca poderá ser revogada. Isto está indicado no valor numérico da palavra "Echad" (Um), que é 13, o mesmo número dos Atributos de Misericórdia de D'us.

D'us apareceu diante de Moshé envolto em um Talit para enfatizar Seu amor pelo povo judeu. Da mesma maneira que muitas vezes a preocupação de um pai com o bem-estar de seu filho supera a preocupação do próprio filho com o seu bem-estar, D'us também estava revelando a Moshé que Sua preocupação com Seus filhos, o povo judeu, supera a preocupação deles mesmos. D'us, de forma figurativa, quis mostrar para Moshé que Ele também estava rezando pelo bem-estar do povo judeu.

A prestação de contas e a culpabilidade são componentes integrais de qualquer relacionamento. Se o amor de D'us pelo povo judeu fosse atribuído apenas à Sua benevolência e não tivesse nenhuma relação com nossa reciprocidade e comportamento, não seríamos parte do relacionamento. Portanto, é de vital importância que sejamos punidos por nossas transgressões, pois isto mostra que somos responsáveis e que nossas ações têm significado dentro deste relacionamento com D'us. É por isso que "Não absolverá" faz parte da Misericórdia de D'us, pois D'us nos cobra para mostrar que nossos atos são importantes para Ele e, além disso, cobra em "prestações", para facilitar o pagamento das nossas "dívidas espirituais".

D'us demonstra a todo instante o Seu amor pelo povo judeu. Podemos cometer erros na vida, mas nos tranquiliza sabermos que temos um D'us Misericordioso, que nos perdoa, que nos dá a chance de nos levantarmos e consertarmos nossos erros. Que através dos nossos atos possamos, de forma recíproca, demonstrar o amor que sentimos por Ele e o agradecimento por todas as bondades que Ele nos faz, até mesmo quando está nos castigando.

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm
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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A MÃO POR TRÁS DOS MILAGRES - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ TETZAVÊ E PURIM 5778 

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A MÃO POR TRÁS DOS MILAGRES - PARASHÁ TETZAVÊ E PURIM 5778 (23 de fevereiro de 2018)

"Reuven era um fazendeiro que colecionava cavalos. Ele sonhava em comprar um cavalo de determinada raça que era muito raro. Certo dia, após anos de busca, ele descobriu um criador que tinha aquela raça de cavalo. Custava muito dinheiro, mas valia a pena, pois era a realização de um sonho. Porém, a alegria durou pouco. Um mês depois da compra, o cavalo adoeceu. Estava tão doente que não tinha forças nem para se levantar. O melhor veterinário da região foi chamado e, após longos e detalhados exames, anunciou o diagnóstico:
 
- Infelizmente não tenho boas notícias. Seu cavalo está com uma virose muito forte. É preciso dar a ele este medicamento durante três dias. Depois disso eu retornarei para examiná-lo novamente e, caso não tenha melhorado, será necessário sacrificá-lo, já que a virose pode contaminar seus outros cavalos.
 
O boi, que havia escutado toda a conversa, ficou muito preocupado. No dia seguinte, funcionários da fazenda deram o medicamento ao cavalo e foram embora. O boi aproximou-se do cavalo e o incentivou: "Força, amigo! Levanta daí, senão você será sacrificado!". No segundo dia, deram novamente o medicamento e foram embora. O boi se aproximou do cavalo e disse: "Vamos lá, amigão, levanta, senão você vai morrer! Vamos lá, eu te ajudo a levantar". No terceiro dia deram o medicamento, mas infelizmente parecia que o cavalo não estava reagindo. Quando os funcionários foram embora, o boi se aproximou do cavalo e disse: "Cara, é agora ou nunca, levanta! Coragem! Isso, se apoie em mim, devagar! Ótimo, vamos, um, dois, três... Fantástico! Corre, corre mais! Isso mesmo, você venceu, campeão!". Então, de repente, Reuven viu o seu querido cavalo raro correndo no campo. Emocionado, gritou:

- Milagre! O cavalo melhorou! Isso merece uma festa! Vamos matar o boi para fazer um grande churrasco..."

Uma das piores "dores" que sentimos na vida é a falta de reconhecimento. Infelizmente causamos isto com frequência a D'us, quando não percebemos que Ele é o responsável pelo sucesso em todas as situações. D'us faz milagres o tempo inteiro, mas será que conseguimos enxergar, reconhecer e agradecer?

Nesta semana lemos a Parashat Tetzavê (literalmente "Ordene"), que descreve as roupas utilizadas pelo Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) durante os serviços realizados no Mishkan, o Templo Móvel que acompanhava os judeus na época em que eles estavam no deserto. Quando o povo judeu entrou em Israel, o Mishkan foi montado na cidade de Shilo e lá permaneceu por cerca de 400 anos, até que Shlomo Hamelech construiu o Beit Hamikdash (Templo Sagrado), em uma época de honra e glória do povo judeu, na qual D'us se revelava através de milagres abertos que ocorriam diariamente. Porém, depois de 410 anos, por causa de graves transgressões cometidas pelo povo judeu, nosso Beit Hamikdash foi destruído e o povo foi levado cativo ao exílio. Era o início de uma época de escuridão espiritual, na qual a Presença Divina, antes tão revelada, se ocultou.
 
Foi neste contexto, durante o exílio Persa, que ocorreu a história de Purim, a Festa que voltaremos a reviver a partir da próxima 4ª feira de noite (28 de fevereiro). Em Purim comemoramos a salvação milagrosa do povo judeu das mãos de um homem frio e cruel, Haman, que era do povo de Amalek, o arqui-inimigo do povo judeu. Haman tentou destruir o povo judeu através de um decreto de morte que deveria ser cumprido no dia 13 do mês de Adar. D'us, em Sua enorme Misericórdia, nos salvou, mas de uma maneira oculta, sem que Sua mão pudesse ser percebida de forma revelada. A única maneira de enxergar os milagres de Purim, portanto, é refletindo sobre toda a história, em especial seus detalhes, e percebendo que o que parece ser uma sucessão de acasos, de pequenos eventos isolados, na realidade é uma incrível trama escrita e dirigida pelo Diretor do Universo, D'us.
 
Por exemplo, assim a Meguilat Esther descreve a ascensão meteórica de Haman ao poder: "Depois destas coisas, o rei Achasverosh engrandeceu Haman" (Esther 3:1). O Talmud (Meguilá 13b) explica que a expressão "depois destas coisas" significa que D'us somente mandou a "doença" após ter preparado a "cura", isto é, D'us não permitiu que Haman subisse ao poder e fizesse um decreto de destruição contra os judeus até que tivesse preparado o caminho para a futura salvação do povo judeu.
 
Mas a qual "cura" o Talmud se refere? Os versículos anteriores à ascensão de Haman descrevem que Mordechai havia descoberto um plano dos guardas reais, Bigtan e Teresh, de matar o rei Achashverosh. O plano foi contado a Esther, que o revelou em nome de Mordechai. O assunto foi investigado, a culpa de Bigtan e Teresh foi comprovada, os guardas foram enforcados e o caso foi registrado no "Livro das Recordações", com menção honrosa a Mordechai, que havia salvado a vida do rei. Porém, por que isto foi chamado pelo Talmud de "cura"? Todo este acontecimento parece somente algo secundário! O que este incidente contribuiu para a salvação do povo judeu?
 
Além disso, o Talmud (Meguilá 19a) afirma que uma das partes mais importantes do milagre começa com as seguintes palavras: "Naquela noite o sono do rei se agitou" (Esther 6:1). Este versículo se refere a uma noite na qual o rei Achashverosh não conseguia dormir. Ele então pediu para que fosse lido o "Livro das Recordações" do reino e ficou sabendo que Mordechai havia salvado sua vida no incidente de Bigtan e Teresh, mas que nunca havia recebido nenhuma recompensa por isso. Imediatamente ele quis pagar sua dívida de gratidão e recompensar Mordechai por seu bom ato. Neste exato momento Haman chegou ao palácio para falar com o rei Achashverosh. Quando questionado sobre o que poderia ser feito a alguém que o rei queria honrar, Haman sugeriu que a pessoa montasse no cavalo real, vestisse as roupas do rei e fosse puxada por alguém importante pelas ruas da cidade, que anunciaria: "Assim será feito a quem o rei deseja honrar". O rei Achashverosh gostou da ideia e ordenou que isto fosse feito a Mordechai. Ele recebeu a honra de se sentar no cavalo do rei, vestindo as roupas reais e sendo puxado pelas ruas da cidade por Haman, o primeiro ministro do rei. Aparentemente a única consequência do incidente de Bigtan e Teresh foi Mordechai ter recebido muita honra do rei. Porém, por melhor que tenha sido esta recompensa, por que isto é considerado como sendo uma das partes mais importantes do milagre, se aparentemente foi algo completamente secundário? Como este fato foi importante no processo de salvação do povo judeu?
 
De acordo com o Rav Yossef Chaim zt"l (Iraque, 1832 - 1909), mais conhecido como Ben Ish Chai, se Mordechai não tivesse recebido toda aquela grandeza do rei Achashverosh justamente naquele momento, Haman o teria matado. Pois exatamente na noite em que o rei não conseguia dormir, Haman tinha construído uma forca gigantesca na qual pretendia matar Mordechai. Quando Haman foi ao palácio falar com o rei, havia ido justamente pedir permissão para enforcar Mordechai. Se não fosse a história de Bigtan e Teresh, e a leitura do "Livro das Recordações" justamente naquela noite, Haman certamente teria conseguido seu intento, pois era extremamente poderoso e influente. E, sem Mordechai, Esther não saberia como proceder para reverter o terrível decreto de destruição do povo judeu. Era necessário que Mordechai, com sua incrível sabedoria, estivesse vivo para conseguir orquestrar a "virada de mesa" necessária para salvar o povo judeu.
 
Na realidade, muitos detalhes foram importantes para a salvação do povo judeu. Cada personagem e cada acontecimento era apenas uma pequena peça dentro do quebra-cabeça montado por D'us. Por exemplo, foi necessária a combinação de vários fatores para que Haman fosse morto. Para que o rei Achashverosh decretasse a morte de Haman de uma maneira tão enérgica, a ponto de o enforcamento ocorrer imediatamente, foi necessário que o rei estivesse furioso. E isto foi ocorrendo lentamente, desde o momento em que o rei Achashverosh começou a suspeitar que Haman estava envolvido na trama de Bigtan e Teresh para matá-lo. Quando ele perguntou a Haman o que fazer para alguém que merecia ser honrado, por que não avisou que a recompensa seria para Mordechai? Pois ele queria testar Haman. O rei sabia que se perguntasse de maneira ambígua, Haman pensaria que a recompensa seria para ele mesmo, pois Haman achava que merecia todas as honras e glórias. E Haman caiu no plano do rei. Pensando realmente que se tratava de uma recompensa para si mesmo, ele sugeriu vestir a roupa do rei, cavalgar pela cidade montado sobre o cavalo do rei e vestindo a coroa do rei. Quando Haman mencionou o desejo de vestir a coroa real, o rei entendeu que o sonho secreto de Haman era chegar ao reinado, sendo o caminho mais curto e direto matar o rei e usurpar o trono.
 
Podemos perceber que a história de Bigtan e Teresh também foi muito significativa na queda final de Haman. Após toda a honra recebida por Mordechai por ter salvado o rei, Haman foi levado ao segundo banquete oferecido por Esther, completamente humilhado. Lá, ele foi acusado por Esther de tramar matá-la, o que deixou o rei ainda mais furioso. Quando Haman tentou se justificar, um dos camareiros do rei, chamado Charvona, mostrou a gigantesca forca que Haman havia construído, explicando que aquela forca estava destinada a matar Mordechai, aquele que havia salvado a vida do rei. Aquela foi a gota d'água, que causou o imediato enforcamento de Haman na mesma forca que ele havia construído para Mordechai. Como o rei Achashverosh já suspeitava de Haman, escutar que ele queria matar alguém que havia salvado sua vida foi a demonstração de que ele realmente planejava matá-lo para ocupar o trono e, para isso, queria se livrar de todos aqueles que poderiam estragar seus planos.
 
A Meguilat Esther é um incrível modelo de como devemos olhar para as nossas próprias vidas. Sem prestar atenção nos detalhes, a Meguilat Esther é apenas uma simples história cheia de acasos e eventos independentes. Porém, ao juntar todos os detalhes, a Meguilat Esther se transforma em uma incrível "orquestra" regida por um talentoso "Maestro", que sabe o exato momento para cada detalhe acontecer. Tudo faz parte do milagre final, cada peça é igualmente importante, cada personagem tem uma participação única e fundamental. Assim também ocorre em nossas vidas, somos parte de uma "orquestra" maior de D'us, somos personagens de uma trama cujo objetivo é levar o mundo à sua elevação espiritual. Aqueles que tentam "estragar" os planos de D'us, como fez Haman, podem até experimentar algum poder e honra, mas acabam sempre em total humilhação. Já aqueles que fazem a sua parte, como Mordechai e Esther, certamente farão parte da "Meguilat da Vida", que está sendo escrita a cada instante, pela Mão oculta de D'us, e que certamente se encaminha para um final feliz.

Shabat Shalom e Purim Sameach

R' Efraim Birbojm

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