quarta-feira, 10 de agosto de 2016

O QUE ESTÁ FALTANDO? - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ DEVARIM E TISHÁ BE AV 5776 

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O QUE ESTÁ FALTANDO? - PARASHÁ DEVARIM E TISHÁ BE AV 5776 (12 de agosto de 2016)

"Em uma época na qual os judeus eram proibidos de exercer trabalhos tradicionais, Moishe, um ator judeu desempregado, estava desesperado à procura de um trabalho. Foi quando ele viu, no cantinho do jornal, um pequeno e muito discreto anúncio. Um macaco, a principal atração do zoológico local, tinha morrido, e o zoológico estava procurando um ator para substituí-lo. Eles não queriam substituí-lo por outro macaco, pois as pessoas pagavam para ver suas palhaçadas originais, o que nenhum outro macaco faria. O zoológico não havia nem anunciado publicamente que o macaco tinha morrido por medo de perder visitantes.
 
Moishe fez o teste, foi contratado e fez um trabalho fantástico como macaco. Nenhum dos visitantes suspeitou que se tratava de um homem fantasiado. Moishe estava tão à vontade em seu papel que, com o passar do tempo, começou realmente a achar que era um macaco. Porém, certo dia, durante uma apresentação, Moishe se balançou forte demais em uma corda e saiu voando por cima da jaula, em direção à jaula do leão. Ele caiu a meio metro de distância de um leão com dentes muito afiados. Paralisado de medo, o susto fez com que Moishe "acordasse" e lembrasse que ele não era um macaco. Mas a única coisa que conseguiu fazer foi gritar "Shema Israel". O leão olhou para ele e respondeu "Hashem Elokeinu, Hashem Echad". Moishe reconheceu aquela voz. Curioso, ele perguntou:
 
- Shimi, é você?
 
- Sim, sou eu. É você, Moishe?
 
Antes que Moishe pudesse responder, a zebra na jaula ao lado sussurrou:
 
- Ei, pessoal, falem baixo ou todos nós perderemos nossos empregos..."
 
Vivemos em uma época de tanta confusão espiritual que não sabemos nem mesmo quem somos de verdade e qual é o nosso papel no mundo. Infelizmente perdemos nossa identidade e nos assimilamos. Então algumas vezes D'us precisa nos chacoalhar, para nos despertar do nosso sono espiritual. 

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Nesta semana começamos o último livro da Torá, Devarim, que consiste basicamente do discurso de despedida de Moshé antes da entrada do povo judeu em Israel. Este discurso é fortemente marcado por duras críticas de Moshé, que fez questão de relembrar muitos dos graves erros que o povo cometeu durante os 40 anos em que permaneceu no deserto. A intenção da bronca de Moshé era fazer o povo refletir sobre os erros passados e aprender com eles, evitando repeti-los no futuro. E este é um dos motivos que a Parashá Devarim sempre coincide com uma das datas mais tristes do judaísmo, Tishá Be Av, que neste ano começa logo após o término do Shabat. Tishá Be Av é um dia de jejum e luto, no qual recordamos, entre outras grandes tragédias, a destruição dos nossos dois Templos Sagrados. Como as broncas de Moshé, a essência de Tishá Be Av também é despertar os judeus, levando-os a refletir sobre as transgressões que nós e nossos antepassados cometemos. Porém, será que entendemos realmente o que significa a perda do nosso Beit Hamikdash (Templo Sagrado)? Conseguimos sentir de verdade sua falta em nossas vidas?
 
Ao contrário de muitas gerações passadas, vivemos em uma época de muito conforto. Apesar do antissemitismo venenoso da mídia mundial, vivemos em uma época na qual não sofremos perseguições e podemos cumprir nosso judaísmo sem precisar nos esconder. Além disso, temos uma incrível abundância de alimentos e outros tipos de prazer. Vivemos em uma era tecnológica na qual tudo ficou mais fácil: horas de fila nos bancos foram substituídas por aplicativos de celular; viagens cruzando o oceano, que duravam meses, agora duram apenas horas; e o ato de cozinhar, que significava ficar horas diante de um fogão a lenha, agora se resume a apertar um botão do microondas.
 
Porém, com tudo mais fácil e abundante, sentimos que no fundo ainda falta alguma coisa. Pode ser uma confusão em relação aos nossos objetivos e a direção que nossa vida deve tomar, outras vezes é uma sensação de que ainda não conseguimos realmente atingir o nosso potencial, ou simplesmente um vazio incômodo, uma sensação de que a vida poderia e deveria oferecer mais. Um exemplo disso é a "crise da meia idade", uma época na qual as pessoas começam a procurar respostas e normalmente não as encontram. Porém, muito antes da meia idade, este sentimento de vazio já começa a borbulhar dentro de nós, indicando que há algo errado ou faltando. Mas vamos ignorando este sentimento, deixando para depois. Somente quando a velhice se aproxima e nossa condição mortal é forçadamente recordada, este sentimento aflora com toda a sua força, causando depressão e desânimo. Mas o que está faltando, se temos vidas com tanto conforto e abundância? Por que não nos sentimos completos mesmo tendo tudo?
 
Há mais de dois mil anos o povo judeu tinha o Beit Hamikdash em Jerusalém, que constantemente nos recordava quem somos, qual é a nossa verdadeira importância e para onde estamos indo. O Beit Hamikdash era nossa verdadeira "bússola espiritual" e, apesar de ser uma construção física, era um conceito e uma realidade espiritual, uma manifestação física da conexão do povo judeu com D'us. Quando os judeus trazem moralidade e verdade ao mundo, que são características Divinas, então D'us traz Sua presença para este mundo. O próprio comando da Torá sobre a construção do Mishkan (Templo Móvel) reforça o conceito da conexão de D'us com cada judeu: "E façam para Mim um Santuário, e Eu morarei dentro deles" (Shemot 25:8). Não está escrito que D'us morará dentro do Santuário, e sim dentro do coração de cada pessoa que quiser estar conectada a Ele.
 
Além disso, nossos sábios ensinam que o Beit Hamikdash foi construído em um lugar muito especial, onde a criação do mundo começou. É o mesmo lugar em que Adam e Chavá (Adão e Eva) foram criados. Este também foi o lugar para onde Avraham levou seu filho para ser sacrificado para D'us, e onde Yaacov sonhou com uma escada que chegava até o Céu, na qual subiam e desciam anjos. De acordo com as fontes místicas, este é o lugar onde o Céu e a terra literalmente se tocam. Por isso, era justamente neste lugar que entendíamos quem nós éramos, e podíamos nos conectar ao nosso verdadeiro "eu".
 
O Midrash (parte da Torá Oral) compara Israel a um olho, Jerusalém à sua pupila, e o Beit Hamikdash a um reflexo na pupila. O Midrash está identificando a Terra de Israel, Jerusalém e o Beit Hamikdash como lugares nos quais podemos alcançar níveis maiores de entendimento e iluminação espiritual. Mas por que a comparação do Beit Hamikdash com um reflexo no olho? Explica o Rav Simcha Barnett que há duas maneiras de ver nosso próprio reflexo em um olho. Uma maneira é através de um espelho, e outra maneira é olhando nos olhos de outra pessoa. Isto representa como o Beit Hamikdash ajudava o povo judeu a viver da maneira correta. O Beit Hamikdash era um espelho para onde podíamos olhar e enxergar a nós mesmos, e nos ajudava a entender quem éramos de verdade. Este espelho nos mostrava que fomos criados à imagem e semelhança de D'us, e nos motivava a viver de acordo com isso. E através desta claridade de quem éramos, estávamos prontos a perceber a Divindade que também havia em cada indivíduo, do mais simples ao mais importante. Podíamos olhar nos olhos dos outros e enxergar neles um pouco nós mesmos, e este reconhecimento permitiu o ponto de início da união verdadeira do povo judeu.
 
Mas quando nos afastamos das características Divinas, D'us também se afasta de nós. Uma das consequências de D'us se afastar do mundo é a perda do lugar onde Sua presença se manifestava. Quando o Beit Hamikdash foi destruído, o povo judeu ficou literalmente à deriva em um mar escuro e tempestuoso, como pouca orientação e estabilidade. A base de toda a alienação e da baixa autoestima que vemos atualmente no mundo tem sua raiz na destruição do Beit Hamikdash, e mais especificamente por termos "mandado D'us para o exílio" quando fomos exilados por causa das nossas transgressões. Quando uma pessoa verdadeiramente sabe e percebe que foi criado à imagem e semelhança de D'us, ela tem uma autoestima intrínseca. Nossos inimigos nunca conseguiram roubar nossa dignidade e nobreza, pois o judeu sempre soube que sua essência estava conectada a uma verdade que está acima da opressão dos outros povos. Porém, esta claridade já não existe mais.
 
Talvez seja até mesmo irônico pensar que vivemos em uma geração com poucas dificuldades físicas, e na qual não sofremos perseguições ou proibições de colocar em prática nosso judaísmo, e ao mesmo tempo somos uma geração completamente alienada, na qual perdemos a noção de quem somos de verdade. Esta angústia existencial que sentimos é consequência direta da destruição do Beit Hamikdash. O Beit Hamikdash era um lugar cuja luz deveria brilhar e iluminar o mundo inteiro. Os judeus têm a enorme responsabilidade de se tornar uma luz para as nações. Não podemos evitar nem tentar fugir do nosso destino, pois D'us nos deu uma força que é completamente desproporcional ao nosso número reduzido. É fácil perceber o quanto os judeus se sobressaem em todas as áreas, estão sempre na "linha de frente" da humanidade. Mas é uma pena que, sem nossa "bússola espiritual", sem um direcionamento, este tremendo potencial acaba não sendo utilizado da maneira correta.
 
Somos os mensageiros de D'us para transmitir ao mundo uma mensagem significativa. Temos a responsabilidade de transmitir ao mundo valores como a dignidade do indivíduo, a justiça, a caridade e a paz, que darão ao mundo uma direção. Porém, o que acontece quando os mensageiros se perdem, deixam de entender a importância de sua mensagem e esquecem até mesmo que estão "sob contrato" com D'us? O que fazer quando a alienação é tanta que invertemos completamente nossa missão, a ponto de, ao invés de ensinar ao mundo nossos valores, nós é que estamos absorvendo e nos comportando com os valores do mundo?
 
Em Tishá Be Av devemos nos esforçar para sentir a dor de estarmos alienados, como indivíduos e como um povo. Em Tishá Be Av o remédio para nossa situação é através das lágrimas. O Talmud (Taanit 30b) afirma que aquele que chora lágrimas sinceras em Tishá Be Av terá o mérito de ver a reconstrução do Beit Hamikdash. Devemos chorar pelo povo judeu como um todo, que se desviou do caminho. Por nossos amigos e familiares que nunca puderam experimentar a santidade de um Shabat, a doçura do estudo da Torá ou uma vida de Mitzvót. E, principalmente, devemos chorar por nós mesmos, pois poderíamos e deveríamos esperar muito mais da nossa vida.

SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHÁ DEVARIM:

                   São Paulo: 17h29  Rio de Janeiro: 17h16                     Belo Horizonte: 17h22  Jerusalém: 18h50
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Bentzion ben Chana, Ester bat Rivka, Rena bat Salk, Chaia Lib bat Michle, Michle bat Enque, Miriam Tzura bat Ite, Fanny bat Vich, Zeev Shalom ben Sara Dvorah, Pece bat Geni, Salomão ben Sara, Tamara bat Shoshana, Yolanda bat Sophie, Chai Shlomo ben Sara, Eliezer ben Esther, Debora Chaia bat Gueula, Felix ben Shoshana, Moises Ferez ben Sara, Zelda bat Sheva, Yaacov Zalman bat Tzivia, Yitzchak ben Dinah, Celde bat Lea, Geni bat Ester, Lea bat Simi, Yaacov ben Ália, Chava bat Sara, Moshe David ben Chaia Rivka, Levi Itzchak ben Reizel, Lulu Chana bat Rachel, Haia Yona bat Sara, Shulem ben Chaia Sara, Daniel ben Yonit, Chai bat Rivka, Sara Ite bat Michle, Ben Tsion ben Chaya Ruchel, Yaacov Baruch ben Chaya Lib, Masha Fratke bat Chaya Lib.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O VALOR DE UMA VIDA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHIÓT MATÓT E MASSEI 5776 

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O VALOR DE UMA VIDA - PARASHIÓT MATÓT E MASSEI 5776 (05 de agosto de 2016)

Após o término da Segunda Guerra Mundial, uma carta anônima foi encontrada em um Campo de Concentração nazista, contendo a seguinte mensagem:

"Prezados professores, sou sobrevivente de um Campo de Concentração. Meus olhos viram o que nenhum homem deveria ver: câmaras de gás construídas por engenheiros formados, crianças envenenadas por médicos diplomados, recém-nascidos mortos por enfermeiras treinadas, mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de colégios e universidades. Assim, tenho minhas dúvidas sobre a educação. Meu pedido é: ajudem seus alunos a se tornarem humanos. Seus esforços nunca deverão produzir monstros treinados ou psicopatas hábeis. Ler, escrever e saber aritmética só será importante se nossas crianças forem mais humanas"
 
De nada adiantam os títulos e as condecorações se a pessoa não sabe o verdadeiro valor de uma vida humana. 

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Nesta semana lemos duas Parashiót juntas, Matót (literalmente "Tribos") e Massei (literalmente "Viagens"). A Parashá Matót fala sobre a importância de manter as promessas e os juramentos, sobre o ataque do povo judeu ao povo de Midian e sobre o desejo das tribos de Reuven e Gad de se estabelecer antes do Rio Jordão, fora da Terra de Israel. Já a Parashá Massei descreve as viagens que o povo judeu fez durante os 40 anos em que permaneceu no deserto, apontando todos os lugares onde o povo acampou. Além disso, a Parashá Massei descreve as "Cidades de Refúgio", locais para onde uma pessoa que havia assassinado de forma não intencional deveria ir e permanecer até a morte do Cohen Gadol (Sumo Sacerdote). O fato de a Torá chamar alguém que matou sem intenção de "assassino" já demonstra o quanto D'us é rigoroso com cada vida humana.
 
A Torá ressalta que as leis da Cidade de Refúgio somente se aplicavam a um assassinato acidental, como no caso da lâmina do machado de um lenhador que escapou do cabo e atingiu fatalmente outro lenhador. Porém, um assassino intencional não podia se abrigar nas Cidades de Refúgio, pois devia ser punido com a pena de morte. O final da Parashá ressalta que não devemos ser lenientes com um assassino intencional, como está escrito: "Você não deve aceitar um resgate pela vida de um assassino que merece morrer, você deve matá-lo... Você não deve corromper a terra onde você está, pois o sangue corrompe a terra" (Bamidbar 35:31,33). Estes versículos nos ensinam que não podemos ser tolerantes nem racionalizar e buscar permissões para permitir assassinatos, e aquele que intencionalmente tira uma vida não deve receber a possibilidade de "resgatar sua liberdade" através de algum tipo de pagamento. O versículo termina ressaltando que, caso um assassinato seja tolerado ou racionalizado, o sangue derramado será considerado uma abominação e contaminará a Terra de Israel, o local onde a Presença de D'us reside.
 
Porém, há algo que nos chama a atenção quando prestamos atenção na linguagem do versículo. A palavra "Iachnif", que significa "corromper", vem da mesma raiz de "Chanufá", que significa "bajulação". Qual é a conexão entre corromper e bajular? Como deixar um assassino vivo pode "bajular a terra"?
 
É interessante perceber que não é apenas a Torá que lida de forma tão rigorosa com o assassinato intencional. De acordo com as leis de todos os povos do mundo, o assassinato intencional é considerado um delito extremamente grave e é normalmente punido com a máxima rigorosidade, com penas que variam de muitos anos de detenção ou prisão perpétua até a morte do assassino. Mas será que a forma como a Torá enxerga a gravidade do assassinato é igual à forma como os povos do mundo enxergam?
 
Explica o Rav Moshe Feinstein zt"l (Lituânia, 1895 - EUA, 1986) que, apesar das aparentes semelhanças na rigorosidade com o qual os assassinos são tratados, há uma enorme e essencial diferença entre a forma como a Torá e as leis dos outros povos enxergam o assassinato intencional e sua consequente punição. Os outros povos olham o assassinato como algo que estraga e coloca em risco a continuidade do mundo, e por isso o assassino deve ser duramente punido. Os outros povos veem os duros castigos aplicados ao assassino como uma forma de erradicar do mundo aqueles que querem destruir a humanidade.
 
Porém, qual é o grande perigo de pensar desta maneira? Quando punimos de maneira muito rigorosa uma pessoa pelo fato de considerarmos que ela coloca em risco a humanidade, então corremos o risco dos limites e das definições de quem são os "perigos para a humanidade" mudarem de acordo com as vontades e as necessidades de cada sociedade. Pessoas inocentes podem ser mortas a sangue frio por assassinos que acreditam que estão salvando o mundo. Isto explica por que explodem tantas guerras, e por que surgem grupos como o Estado Islâmico, que em nome de garantir a continuidade de um mundo "correto" matam milhares de pessoas inocentes que nunca fizeram mal a ninguém. E se parece um exagero pensar assim, basta lembrar o assassinato a sangue frio de seis milhões de judeus durante o Holocausto. Quem eram os assassinos? Não eram os bárbaros, cossacos ou vikings. Eram médicos, engenheiros e policiais, pessoas que deveriam zelar pela vida, mas que escolheram assassinar homens, mulheres, crianças e bebês com requintes de crueldade.
 
Como tantos alemães participaram de assassinatos a sangue frio no Holocausto, ou simplesmente se calaram e foram coniventes com os crimes nazistas? A mídia alemã conseguiu, através de uma propaganda virulenta e mentirosa, convencer a maioria do povo alemão que os judeus eram a causa de todos os problemas do mundo. Ao transformar um judeu na "causa dos problemas", os nazistas conseguiram convencer as pessoas que matar um judeu não era um assassinato, e sim a eliminação de um problema, e que a morte deles seria pelo bem da humanidade.
 
Outra consequência negativa desta visão equivocada é não sabermos valorizar cada instante da vida de um ser humano. Por exemplo, os momentos finais de um doente terminal, a vida de uma pessoa muito idosa e até mesmo a vida de um feto vão perdendo seu valor em uma sociedade que pensa que, em prol da continuidade da humanidade, podemos decidir quem pode viver e quem deve morrer. A eutanásia vem ganhando cada vez mais adeptos, até mesmo entre os médicos, que acreditam que não há sentido em prolongar a vida de alguém que está em estado vegetativo, inclusive pelo fato desta pessoa não produzir mais nada para a humanidade. Infelizmente a eutanásia é defendida por muitos como um ato de bondade, mas sua raiz verdadeira vem dos nazistas. Os alemães permitiram o assassinato de milhares de doentes mentais e pessoas inválidas a partir de 1939, em um projeto chamado "Aktion T4". Deficientes físicos e mentais eram considerados partes "inúteis" da sociedade e, por isso, eram assassinados a sangue frio. O projeto somente foi possível pois recebeu intensa contribuição dos médicos alemães. Aqueles que haviam jurado, em suas formaturas, dedicar suas vidas para curar os doentes, participaram ativamente em mais de 250 mil assassinatos, apenas por que os mortos eram considerados "inúteis". Os alemães demonstraram claramente que não sabiam dar o devido valor a uma vida humana. Passar do assassinato de inválidos e doentes mentais ao assassinato de seis milhões de judeus foi apenas um passo.
 
Já a visão da Torá em relação ao assassinato é completamente diferente em sua essência. A gravidade do assassinato não está relacionada com o conceito da continuidade da humanidade como um todo, e sim com o inestimável valor intrínseco de cada vida. A diferença na prática é que, mesmo quando uma pessoa não contribui mais nada para a humanidade, ainda assim é proibido matá-la. Cada minuto da vida de um paciente terminal é visto pela Torá com a mesma santidade que a vida da pessoa mais importante do mundo. Mesmo em relação a um doente mental ou um doente terminal com poucas horas de vida existe a gravíssima proibição de diminuir seu tempo de vida, mesmo que seja em alguns instantes. A Halachá (Lei Judaica) permite inclusive que um judeu desrespeite as leis de Shabat mesmo que seja apenas para prolongar um pouco mais a vida de um paciente terminal. A "bondade" de desligar os aparelhos de um doente é vista pela Torá com um ato bárbaro de assassinato e de desprezo pelo valor da vida humana. É por isso que a Torá trata o assassino intencional de maneira tão rigorosa, pois ele desprezou uma das coisas mais sagradas: uma vida humana.
 
Esta diferença entre a visão judaica e a visão dos outros povos é justamente o que o versículo está ressaltando. Quando alguém mata baseando-se no fato da outra pessoa estar "estragando a continuidade da humanidade", é como se ela estivesse "bajulando a terra", pois de acordo com seu ponto de vista equivocado, cada indivíduo é apenas secundário em relação à terra, isto é, em relação à humanidade como um todo, e a humanidade não deseja esta pessoa. Este ponto de vista faz com que o valor de uma vida não seja absoluto, e sim relativo. Portanto, matar alguém "em prol da humanidade" é como se fosse um ato de bajulação da humanidade.

O versículo vem nos ensinar que a "bajulação da terra" é um ato de corrupção da verdade, pois de acordo com a Torá a terra é secundária em relação a cada indivíduo. Cada ser humano foi criado à imagem e semelhança de D'us e, portanto, sua vida e sua existência têm valores inestimáveis. Cada ser humano é um mundo por si só, como afirma o Talmud (Sanhedrin 37a): "Quem salva uma vida é como se tivesse salvado o mundo inteiro". Este conceito não se aplica apenas em relação a não assassinar, mas também em relação ao respeito que devemos dar a cada pessoa, pois, apesar dos nossos defeitos, temos um valor inestimável aos olhos de D'us.

SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHIÓT MATOT E MASSEI:

                   São Paulo: 17h26  Rio de Janeiro: 17h13                     Belo Horizonte: 17h20  Jerusalém: 18h56
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Avraham ben Ytzchak z"l, Joyce bat Ivonne z"l, Feiga bat Guedalia z"l, Chana bat Dov z"l, Kalo (Korin) bat Sinyoru (Eugeni) z"l, Leica bat Rivka z"l, Guershon Yossef ben Pinchas z"l; Dovid ben Eliezer z"l, Reizel bat Beile Zelde z"l, Yossef ben Levi z"l, Eliezer ben Mendel z"l, Menachem Mendel ben Myriam z"l, Ytzhak ben Avraham z"l, Mordechai ben Schmuel z"l, Feigue bat Ida z"l, Sara bat Rachel z"l, Perla bat Chana z"l, Moshé (Maurício) ben Leon z"l, Reizel bat Chaya Sarah Breindl z"l; Hylel ben Shmuel z"l; David ben Bentzion Dov z"l, Yacov ben Dvora z"l; Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Naum ben Tube (Tereza); Naum ben Usher Zelig; Laia bat Morkdka Nuchym; Rachel bat Lulu; Yaacov ben Zequie; Moshe Chaim ben Linda; Mordechai ben Avraham; Chaim ben Rachel; Beila bat Yacov; Itzchak ben Abe; Eliezer ben Arieh; Yaacov ben Sara, Mazal bat Dvóra, Pinchas Ben Chaia, Messoda (Mercedes) bat Orovida, Avraham ben Simchá, Bela bat Moshe, Moshe Leib ben Isser, Miriam bat Tzvi, Moises ben Victoria, Adela bat Estrella, Avraham Alberto ben Adela, Judith bat Miriam, Sara bat Efraim, Shirley bat Adolpho, Hunne ben Chaim, Zacharia ben Ytzchak, Aharon bem Chaim, Taube bat Avraham, Yaacok Yehuda ben Schepsl, Dvoire bat Moshé, Shalom ben Messod, Yossef Chaim ben Avraham, Tzvi ben Baruch, Gitl bat Abraham, Akiva ben Mordechai, Refael Mordechai ben Leon (Yehudá), Moshe ben Arie, Chaike bat Itzhak, Viki bat Moshe, Dvora bat Moshé, Chaya Perl bat Ethel, Beila Masha bat Moshe Ela, Sheitl bas Iudl, Boruch Zindel ben Herchel Tzvi, Moshe Ela ben Avraham, Chaia Sara bat Avraham, Ester bat Baruch, Baruch ben Tzvi, Renée bat Pauline, Menia bat Toube, Avraham ben Yossef, Zelda bat Mechel, Pinchas Elyahu ben Yaakov, Shoshana bat Chaskiel David, Ricardo ben Diana, Chasse bat Eliyahu Nissim, Reizel bat Eliyahu Nissim, Yossef Shalom ben Chaia Musha, Amelia bat Yacov, Chana bat Cheina, Shaul ben Yoshua, Milton ben Sami, Maria bat Srul, Yehoshua Reuven ben Moshe Eliezer, Chaia Michele bat Eni, Arie Leib ben Itschak, Chaia Ruchel bat Tsine, Malka bat Sara, Penina bat Moshe, Schmuel ben Beniamin, Chaim ben Moshe Leib, Avraham ben Meir, Shimshon ben Baruch, Yafa bat Salha, Baruch ben Yaacov, Sarita bat Miriam, Michael Ezra ben Esther, Clarice Chaia bat Israel, Moshe ben Yaacov, Dov ben Michel, Alberto ben Michel z"l, Malaka bat Chalom z"l, Ita bat Avraham z"l, Meir ben Avraham z"l, Miriam bat Iechiel z"l, Avraham ben Meir z"l, Shirley Mary bat Avraham Israel z"l, Sloime Tzvi ben Pinchas z"l, Mordechai ben Dina z"l, Ruth bat Messoda z"l, Yehudah ben Sarah z"l, Chaia Simchah bat Lea z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Menachem ben Yossef z"l.
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(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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