quarta-feira, 29 de junho de 2016

OÁSIS DE TRANQUILIDADE - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ SHELACH LECHÁ 5776





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OÁSIS DE TRANQUILIDADE - PARASHÁ SHELACH LECHÁ 5776 (01 de julho de 2016)
"Havia uma nação que vivia em paz e harmonia. As pessoas se respeitavam e se amavam, e havia um espírito de tranquilidade pairando no ar. Porém, certo dia, a paz foi quebrada por uma ameaça que se aproximava de longe. Outra nação ameaçava a soberania e a tranquilidade daquele lugar paradisíaco. Milhares de soldados foram enviados com a missão de impedir a aproximação dos inimigos.

Infelizmente a guerra se estendeu por muitos e muitos anos. Neste intervalo, o bondoso rei daquela nação de paz teve um filho. O príncipe herdeiro foi crescendo e, desde pequeno, foi sendo treinado para ser um bom líder e guerreiro. Quando completou 18 anos, foi enviado para a frente de batalha para liderar seus soldados. Por seis dias na semana o príncipe permanecia comandando os soldados naquele ambiente hostil de batalha, mas sempre o rei exigia que o filho voltasse ao palácio no sétimo dia. Certa vez o príncipe questionou a conduta de seu pai. Ele não entendia porque devia voltar e interromper a guerra uma vez por semana. O rei então explicou:

- Filho, você nasceu no meio de uma terrível guerra. Mas eu quero que você saiba que a vida verdadeira não é essa. A vida verdadeira é de paz, tranquilidade e alegria. Por isso eu peço para que você volte uma vez por semana para a tranquilidade do palácio, para que você sinta o que é a vida verdadeira e não se esqueça".

Assim também é o nosso Shabat. Por seis dias nós vamos para a "guerra" do dia-a-dia, a luta pelo sustento, com dificuldades, estresse e muita correria. Porém, esta não é a vida verdadeira. Então o Shabat nos recorda da nossa essência espiritual e da nossa conexão com D'us. Um dia por semana, no Shabat, nós voltamos à tranquilidade do "Palácio do Rei", para não esquecermos como é a vida real.
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A Parashá desta semana, Shelach Lechá (literalmente "Envie para você"), continua descrevendo alguns dos erros trágicos cometidos pelo povo judeu no deserto. A Parashá começa com o erro dos espiões, que falaram mal da Terra de Israel, causando com que o resto do povo perdesse sua Emuná (fé) em D'us e chorasse. Toda aquela geração que chorou recebeu um decreto Divino de não entrar em Israel.

Além desta transgressão coletiva, a Parashá também descreve uma transgressão feita por um indivíduo do povo judeu, como está escrito: "Quando o povo judeu estava no deserto, encontraram um homem recolhendo lenha no dia do Shabat" (Bamidbar 15:32). Este homem, apesar de ter sido advertido sobre a gravidade de seu ato, continuou recolhendo lenha. Recolher lenha espalhada é uma das 39 Melachót (trabalhos construtivos) que D'us nos proibiu fazer no Shabat, e aquele homem ignorou a proibição, sendo condenado à morte. Porém, algo nos chama a atenção no início do versículo que descreve a transgressão. Não era óbvio que o povo judeu estava no deserto quando isto aconteceu?

Rashi (França, 1040 - 1105) explica que pelo fato da Torá identificar o episódio como tendo ocorrido quando o povo judeu estava no deserto, algo aparentemente desnecessário, nós podemos deduzir que a transgressão ocorreu imediatamente depois deles terem entrado no deserto. E como sabemos que o povo judeu cumpriu o primeiro Shabat no dia da entrega da Torá, então Rashi conclui que esta transgressão ocorreu no segundo Shabat do povo judeu.

Mas por que a Torá escreveu que o povo judeu estava no deserto se o versículo se refere ao erro de um único indivíduo? Explica o Rav Eliahu zt"l (Lituânia, 1720 - 1797), mais conhecido como Gaon MiVilna, que na realidade este incidente não envolveu apenas o erro de um único indivíduo. O povo inteiro havia sido displicente no cumprimento do Shabat, e a transgressão feita em público foi apenas o reflexo desta displicência do povo todo. Apesar de ter sido o erro de um único indivíduo, é como se o povo inteiro tivesse participado. 

Porém, como entender esta explicação do Gaon MiVilna? O Midrash (parte da Torá Oral) nos ensina que guardar o Shabat é equivalente a guardar todas as outras Mitzvót da Torá juntas. Como aquela geração, chamada de "Geração do Conhecimento", pessoas que haviam recém recebido a Torá diretamente de D'us no Monte Sinai, puderam ser negligentes no cumprimento do Shabat? Como pode ser que, ainda no segundo Shabat que eles cumpriram, já houve um descuido tão grande, e envolvendo o povo inteiro?

Poderíamos pensar que o desleixo no cumprimento do Shabat foi consequência desta Mitzvá ter sido imposta sobre os judeus, e que esta nova obrigação havia pesado demais para eles. Porém, de acordo com outro Midrash, é difícil utilizar este argumento, pois o Midrash afirma que enquanto os judeus ainda eram escravos no Egito e Moshé morava no palácio do Faraó, ele conseguiu convencer o Faraó a dar o dia de Shabat como um dia de descanso para o povo judeu. Com grande astúcia, Moshé argumentou ao Faraó que um dia de descanso semanal faria com que houvesse um aumento na produtividade durante o resto da semana. Isto quer dizer que, mesmo enquanto ainda estavam no Egito, os judeus já estavam há anos acostumados com a Mitzvá de Shabat. Então por que neste momento eles mudaram de atitude em relação ao cumprimento do Shabat?

Explica o Rav Yohanan Zweig que podemos encontrar a resposta em um fenômeno que está sendo observado neste século: há um segmento inteiro do povo judeu que, apesar de viver na Terra de Israel, está completamente desconectado do cumprimento da Torá e das Mitzvót. Isto parece estranho, pois a Torá afirma que a Terra de Israel é um lugar de santidade, onde a conexão com D'us é mais direta e onde podemos desenvolver um relacionamento de maior conexão espiritual. Então como é possível um segmento inteiro do nosso povo viver neste lugar tão sagrado e, ainda assim, estar tão afastado de D'us?

A explicação é que, infelizmente, existe o conceito equivocado de que o único propósito para um judeu cumprir as Mitzvót é manter nossa identidade judaica e garantir a nossa continuidade. A consequência deste equívoco é que as pessoas tendem a pensar que viver na Terra de Israel substitui a necessidade de cumprir as Mitzvót, como se viver na nossa pátria fosse suficiente para manter a nossa identidade judaica e a nossa continuidade. A própria bandeira de Israel contém um "Talit", como se estivesse transmitindo a mensagem: "É suficiente que o Talit esteja em nossa bandeira, e não é necessário mais cumprir esta Mitzvá".

A grande falha neste tipo de pensamento é o total desconhecimento das leis espirituais da Torá. As Mitzvót são o veículo através do qual nós estabelecemos e mantemos nosso relacionamento com D'us. O Midrash nos ensina que as Mitzvót foram entregues justamente para "Letzaref" o povo judeu, isto é, para unir aqueles que estão comandados com Aquele que comandou. Se não há Mitzvót, simplesmente não é criado um relacionamento com D'us. O Ramban zt"l  (Espanha, 1194 - Israel, 1270), também conhecido com Nachmânides, ressalta que, pelo fato de conseguirmos estabelecer um relacionamento mais íntimo com D'us na Terra de Israel, temos uma responsabilidade ainda maior de cumprir as Mitzvót estando lá.

Este foi o grande erro do povo judeu no deserto. Como eles estavam vivendo como anjos, sendo alimentados com o Man, uma comida sobrenatural, e isolados das outras nações, eles acreditaram que não precisavam mais do Shabat para se conectarem com D'us e manterem sua identidade. Além disso, como eles já tinham um relacionamento com D'us muito elevado todos os dias da semana, eles acreditaram que o Shabat não era mais necessário. Eles falharam em reconhecer que são as Mitzvót que criam este relacionamento com D'us. Esta percepção equivocada infelizmente levou o povo inteiro a ser displicente no cumprimento do Shabat, afetando o cumprimento desta Mitzvá. A consequência foi o primeiro judeu que desrespeitou o Shabat de forma pública.

Além de ser um Mandamento de D'us, que nos conecta a Ele e energiza nossa alma, o Shabat também ajuda a manter a nossa identidade judaica e permite a cada judeu desfrutar, uma vez por semana, de um dia de relacionamento íntimo com D'us. O Shabat é um oásis no meio das "guerras" que travamos durante a semana inteira, com preocupações, pressa e estresse. Uma vez por semana nos desconectamos do material para nos conectarmos, de forma verdadeira, ao espiritual.

Em hebraico, "vida" é "Chaim". Porém, "Chaim" é uma palavra no plural, não no singular. Não existe apenas uma vida, a vida material, mas sim a combinação desta nossa vida material com a nossa vida espiritual, eterna. Quem nos sustenta no mundo material são os elementos físicos, como a comida, a água e o ar. Mas o que nos sustenta espiritualmente, e nos sustentará por toda a eternidade, são as Mitzvót que cumprimos. Quando a Torá concluiu que aquele que juntou gravetos no Shabat foi punido com pena de morte, estava dando um importante aviso para todo o povo: não existe vida verdadeira sem as Mitzvót. Quando nos desconectamos de D'us, a Fonte de toda a energia vital, nos desconectamos da nossa vida eterna. O Shabat, entre todas as Mitzvót, é um ótimo lembrete de que usufruir do mundo material é apenas algo passageiro, enquanto desenvolver o nosso lado espiritual é a nossa meta verdadeira.
SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm
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quarta-feira, 22 de junho de 2016

A GRANDEZA E A HUMILDADE - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ BEHAALOTECHÁ 5776

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A GRANDEZA E A HUMILDADE - PARASHÁ BEHAALOTECHÁ 5776 (24 de junho de 2016)

"Duas gotas d'água conversavam sobre a vida. Uma delas era extremamente humilde, enquanto a outra era demasiadamente arrogante e orgulhosa. A gota arrogante se achava melhor que as outras gotas, e queria estar sempre por cima, em destaque, enquanto a gota humilde ficava tranquila e sabia seu lugar. A gota humilde se sentiu na obrigação de ajudar, e tentou ensinar para a gota orgulhosa:
 
- Escute bem o que eu vou te explicar. A verdadeira humildade é firme e segura. A humildade é a mais nobre de todas as virtudes, pois somente ela traz sabedoria. O contrário da humildade é o orgulho. O orgulhoso julga-se superior e esconde-se por trás da tola vaidade. Quando uma pessoa humilde comete um erro, ela diz: "me equivoquei", pois sua intenção é de aprender e crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, ela diz: "não foi minha culpa", pois acha que não está sujeita a erros. A pessoa humilde diz "gostaria de ser melhor do que sou" e respeita os que são superiores, enquanto o orgulhoso acha que já chegou ao seu máximo potencial e não respeita os superiores, pois acha que não há ninguém acima dele. A pessoa orgulhosa não aceita críticas, enquanto a humilde está sempre disposta a ouvir as opiniões e aprender com elas. Por isso, quem é humilde cresce sempre, mas quem é orgulhoso fica estagnado a vida inteira, preso na ilusão da sua falsa superioridade. O orgulho é o bloqueio que impede a evolução das pessoas, enquanto a humildade é a chave que abre as portas da perfeição...
 
A gota orgulhosa interrompeu o discurso da gota humilde com uma sonora gargalhada. Quem aquela gota pensava que era? Não estava interessada em aprender nada daquela gota inexpressiva. Mas o tempo passou e a gota humilde se transformou em um mar. O mar é imenso e poderoso, pois é humilde o bastante para se colocar alguns centímetros abaixo de todos os rios. Sabendo receber de todos, torna-se grande. Mas a gota arrogante, querendo estar sempre acima de todos, transformou-se em pequena poça d'água no alto de uma montanha, passando o resto da vida sozinha e isolada..."
 
"Humildade" vem do latim "humus", que significa "terra fértil, preparada para receber a semente". A pessoa humilde está sempre disposta a aprender e deixar brotar a boa semente no solo fértil da sua alma. "Humus" também é a raiz da palavra "homem", demonstrando que a essência verdadeira do ser humano é ser humilde. 

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Nesta semana lemos a Parashá Behaalotechá (literalmente "quando você acender"), que termina com um importante ensinamento. Moshé Rabeinu estava acima de todos os outros profetas e, por causa de seu nível espiritual, precisou tomar uma atitude dolorosa, mas que era o correto a se fazer. A irmã de Moshé, Miriam, que também era uma profetiza, não entendeu a diferença do nível de Moshé e dos outros profetas. Ela achou que o ato de Moshé havia sido exagerado e foi conversar com Aharon para discutir com ele sobre a decisão aparentemente equivocada de Moshé. Neste momento, D'us pessoalmente veio intervir, dando uma grande bronca em Miriam por ter falado mal de Moshé. D'us então explicou para Miriam e para Aharon que Moshé estava muito acima do nível dos outros profetas, a ponto de falar com D'us "face a face".
 
Porém, um pouco antes de D'us esclarecer a grandeza espiritual de Moshé e seu nível único, a Parashá traz um versículo que parece estar um pouco fora de contexto: "E o homem Moshé era mais humilde do que qualquer homem sobre a face da terra" (Bamidbar 12:3). Qual a conexão entre a humildade de Moshé e a sua grandeza espiritual, trazida nos próximos versículos? A mesma pergunta surge em relação a um ensinamento do Talmud (Meguilá 31a): "Em todo lugar que você encontra o poder de D'us, lá você também encontra a Sua humildade". Por que os nossos sábios juntaram os conceitos de grandeza espiritual e humildade?
 
Explica o Rav Yaacov Naiman zt"l (Bielorússia, 1909 - EUA, 2009) que a resposta está no entendimento mais profundo sobre as nossas "Midót" (traços de caráter). A humildade e todas as outras boas Midót são características naturais da nossa alma. Quando o ser humano foi criado, a Torá nos ensina que "D'us formou o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas a alma da vida" (Bereshit 2:7). Por que D'us soprou a alma dentro do ser humano, ao invés de colocá-la dentro de nós de outra maneira? O Zohar (parte mística da Torá) explica que "aquele que sopra, de si mesmo sopra", nos transmitindo a valiosa informação de que nossa alma é uma parte da própria Divindade. Isto significa que todas os bons traços de caráter são parte da natureza da nossa alma nobre. Portanto, quanto mais nos aproximamos da nossa alma, mais nos tornamos humildes.

Porém, se é algo tão natural ao ser humano ter boas características, por que vemos no mundo tantas pessoas arrogantes e prepotentes? Por que a humildade é a exceção? Pois, conforme descreve o versículo, D'us criou nosso corpo com o pó da terra, isto é, conectado com o materialismo, e soprou dentro de nós uma alma Divina. Isto cria o equilíbrio que permite ao ser humano ter livre arbítrio, que é a possibilidade de escolher entre nos inclinarmos para o lado do corpo ou para o lado da alma. Se a pessoa se conecta com a sua alma, ela vai se tornando cada vez mais humilde. Por outro lado, se a pessoa se conecta com o seu corpo, ela vai se tornando cada vez mais orgulhosa, pois a natureza do corpo é ser orgulhoso. Quanto mais a pessoa se afunda nas vanidades do materialismo e na busca por prazeres sem limites
, sua arrogância também vai aumentando.
 
Assim nos ensina o profeta: "Não se vanglorie o sábio por sua sabedoria, e não se vanglorie o forte por sua força, nem se vanglorie o rico por sua riqueza" (Yirmiahu 9:22). A sabedoria, a força e a riqueza representam o apego pelo materialismo, e são coisas que deixam a pessoa orgulhosa. Então o profeta conclui com as seguintes palavras: "Mas sim se vanglorie por Me entender e Me conhecer" (Yirmiahu 9:23), pois são coisas que representam a conexão com D'us e, portanto, trazem humildade ao ser humano.
 
Isto se aplica não apenas à humildade e ao orgulho, mas a todas as Midót. As Midót ruins não vêm da nossa alma, que é uma parcela Divina e não contém nenhum tipo de mal. A fonte de todas as Midót ruins é o corpo, que é turvo, e quanto mais a pessoa vive uma vida dependente dos prazeres materiais, mais ela é dominada pelas Midót ruins. Por outro lado, quanto mais o ser humano vive uma vida espiritual, se afastando da busca desenfreada pelos prazeres materiais, então ele passa a desenvolver naturalmente Midót boas. A alma vai de acordo com a sua natureza, e o corpo vai de acordo com a sua natureza. O que nos resta é escolher se vamos de acordo com a natureza da nossa alma, nos elevando espiritualmente e nos transformando em pessoas melhores, mais humildes e altruístas, ou se vamos de acordo com a natureza do nosso corpo, caindo espiritualmente e nos transformando em pessoas egoístas e orgulhosas.
 
Este conceito nos ajuda a entender um ensinamento enigmático dos nossos sábios. O Talmud (Eruvin 13b) afirma que por dois anos e meio os dois maiores centros de estudo de Torá do povo judeu, Beit Shamai e Beit Hilel, discutiram se era melhor para o ser humano ter sido criado ou não. Após a discussão, chegaram à conclusão de que era melhor para o ser humano não ter sido criado. Mas como entender esta conclusão dos nossos sábios? Explica o Rav Simcha Zissel Ziv Broida zt"l (Lituânia, 1824 - 1898), mais conhecido como Saba MiKelem, que como a conclusão foi "é melhor para o ser humano não ter sido criado",  então devemos viver como se não tivéssemos sido criados, isto é, com o mínimo de envolvimento na busca de prazeres mundanos supérfluos. Pois todos os sofrimentos que passamos aqui no mundo material são derivações e consequências das nossas Midót ruins. Por outro lado, não há prazer maior do que desenvolver Midót boas, como afirmou o mais sábio de todos os homens, Shlomo HaMelech (Rei Salomão): "Todos os dias de um homem pobre são miseráveis, mas quem tem um bom coração está sempre em alegria" (Mishlei 15:15).
 
Com este conceito podemos entender por que a Torá trouxe a humildade de Moshé junto com os versículos que falam sobre a sua grandeza espiritual e o quanto ele estava conectado com D'us. Quanto mais Moshé se elevava espiritualmente, maior era a sua humildade. Quando Moshé chegou ao seu ápice espiritual, a ponto de conversar com D'us "face a face", então a Torá ressalta que sua humildade também atingiu o seu ápice, pois as duas coisas andam juntas. Quando Moshé transformou sua existência material em espiritualidade, as boas Midót se conectaram definitivamente a ele.
 
Assim a Torá nos ordena a nos relacionarmos com D'us: "Você deve temer a D'us, servi-Lo, e unir-se a Ele" (Devarim 10:20). Mas como é possível unir-se a D'us, se Ele é como um fogo que consome? Nossos sábios explicam que unir-se a D'us significa unir-se às Suas Midót. Da mesma forma que Ele é misericordioso, então devemos ser misericordiosos. Da mesma forma que ele é gracioso com Suas criaturas, então devemos ser graciosos. Mas como é possível termos Midót boas como D'us, que é a Fonte de toda a perfeição? Isto somente é possível pois todas as boas Midót de D'us estão presentes em nossa alma. Tudo o que precisamos fazer é nos aproximarmos da nossa alma, e naturalmente nos conectaremos às nossas Midót boas.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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quarta-feira, 15 de junho de 2016

QUEM ESTÁ NO COMANDO? - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT NASSÓ 5776

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QUEM ESTÁ NO COMANDO? - PARASHAT NASSÓ 5776 (17 de junho de 2016)

José era um homem tranquilo, sempre de bom humor, e para ele tudo estava sempre bem. Mas não foi sempre assim, pois quando José era mais jovem, ele era extremamente crítico com tudo, e por isso estava sempre mal humorado. Qualquer coisa que interferisse em seus planos causava nele uma profunda irritação. Tudo mudou com uma conversa que ele teve com alguém que havia aprendido a ver a vida com outros olhos.
 
Certamente o mundo mudou após os atentados de 11 de setembro de 2001, no qual terroristas desviaram dois aviões comerciais americanos e os jogaram contra as Twin Towers, um dos mais famosos cartões postais dos Estados Unidos. As duas torres gigantescas, onde milhares de pessoas trabalhavam, pegaram fogo e desabaram diante dos olhos de um mundo pasmo e assustado. Além do abalo psicológico que os ataques causaram, demonstrando a fragilidade perante a ameaça terrorista, este atentado causou a perda de quase três mil vidas inocentes.
 
Mas a tragédia também despertou o lado bom de muitas pessoas. Durante e após os atentados, foram vistos muitos atos de bondade, ajuda mútua e solidariedade. Por exemplo, uma empresa disponibilizou parte dos seus escritórios para que pessoas que haviam sobrevivido aos atentados, mas que haviam perdido tudo, pudessem recomeçar seus negócios. Cada sobrevivente tinha alguma história incrível para contar sobre aquele dia fatídico. Roberto, o chefe de segurança desta empresa que abrigou os sobreviventes dos atentados, sempre gostava muito de conversar com as pessoas e escutar, com todos os detalhes, as suas histórias maravilhosas.
 
Certo dia, Roberto viu José tendo um ataque de fúria por causa de uma impressora que não funcionava. Ele precisava imprimir um documento importante, mas a impressora se recusava a funcionar como deveria. Completamente fora de si, José chegou ao ponto de socar a máquina diversas vezes. Ao ver aquela cena, Roberto convidou José para um café, e começou a contar as histórias de muitos sobreviventes dos atentados. Todas continham pequenos detalhes que fizeram toda a diferença entre a vida e a morte. O chefe de uma empresa chegou mais tarde naquele fatídico dia simplesmente porque aquele era o primeiro dia em que seu filho foi à escola. Uma mulher atrasou-se porque justamente naquele dia o despertador não tocou. Outra mulher ficou presa em um congestionamento. O funcionário de uma empresa havia chegado menos de um minuto atrasado ao ponto e perdeu seu ônibus. Uma mulher teve que trocar de roupa porque, na pressa de sair, derramou café em seu vestido. Um executivo teve dificuldade em fazer pegar o motor do carro. O filho de um empresário demorou para se levantar da cama, fazendo com que ele saísse de casa atrasado. Alguém teve que atender uma ligação urgente quando já estava na porta de casa, e por isso acabou se atrasando. E havia ainda muitas outras histórias, todas com pequenos contratempos que, no final das contas, haviam salvado a vida das pessoas envolvidas.
 
A partir daquele dia, José mudou sua forma de viver. Atualmente, quando ele se depara com um congestionamento, perde um elevador, atende uma ligação no momento em que já estava na porta de casa ou se atrasa por não conseguir imprimir um documento, pequenas coisas que antes o aborreciam demais, agora o fazem refletir: "Estou exatamente onde D'us quer que eu esteja neste momento".
 
Esta é uma importante lição para nossas vidas. Na próxima vez em que você sentir que "levantou com o pé esquerdo", naqueles dias em que tudo parece dar errado - seus filhos demoram para se vestir, você não se lembra onde deixou as chaves do carro, você pega todos os semáforos fechados no caminho ao trabalho - não se irrite nem se sinta frustrado. Agradeça a D'us por Ele estar cuidando de você. Nem sempre compreendemos a vontade de D'us, mas Ele sempre quer o melhor para nós. O difícil é saber ler nas entrelinhas da nossa vida. 

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Nesta semana lemos a Parashat Nassó (literalmente "conte"), que traz o assunto dos "Matanót Kehuná", os presentes que o povo judeu dava aos Cohanim (sacerdotes). Como os Cohanim se dedicavam apenas aos serviços espirituais do Templo, estes presentes eram a forma deles se sustentarem. Um dos exemplos de "Matanót Kehuná" era o "Maasser" (um décimo da produção do campo), que deveria ser separado e presenteado aos Cohanim. Logo depois a Parashat apresenta as leis de "Sotá", quando uma mulher despertava em seu marido uma suspeita de infidelidade e ficava momentaneamente proibida para ele até que a situação se esclarecesse. Para que o relacionamento pudesse voltar ao normal, a mulher precisava passar por uma "cerimônia" na qual fazia um juramento de inocência e bebia "águas amargas" preparadas pelo Cohen. Estas "águas amargas" comprovavam se ela havia sido realmente infiel ou não, pois caso nada acontecesse, era uma prova de que ela era inocente, mas se fosse culpada de adultério, as "águas amargas" causavam uma morte terrível e dolorosa para a mulher e para o adúltero.
 
Porém, sabemos que nada está escrito de maneira aleatória na Torá. Há um conceito chamado de "Smichut Parashiót" (proximidade de assuntos), que nos ensina que quando dois assuntos aparentemente desconectados estão escritos um após o outro na Torá, é para nos ensinar que há uma conexão entre eles. O Talmud (Brachót 63a) faz esta conexão e explica que quando uma pessoa se recusar a dar o "Maasser" da sua produção ao Cohen, a consequência é que sua esposa acabará sendo suspeita de infidelidade. Isto significa que aquele que não deu o "Maasser" ao Cohen acabará sendo forçado a ir ao Cohen para que ele realizasse a cerimônia das "águas amargas", que esclareceria se ele poderia ou não retomar seu relacionamento com sua esposa.
 
Porém, esta explicação do Talmud é difícil de ser entendida. O Rav Yehuda Loew zt"l (Polônia, 1525 - República Checa, 1609), mais conhecido como Maharal de Praga, faz um interessante questionamento. A aparente mensagem da Torá é uma advertência àquele que não aprecia e não honra o Cohen, sentimento que ele demonstra quando se recusa a dar ao Cohen seu "Maasser". D'us castiga a pessoa fazendo com que aquele que desprezou o Cohen necessite dos serviços do Cohen. Mas se esta é a mensagem, então por que isto ocorria envolvendo justamente as leis de "Sotá"? A mesma mensagem poderia ser transmitida através de uma série de outros serviços nos quais a presença de um Cohen era requerida, como a purificação de uma pessoa que estava contaminada com a doença espiritual de "Tzaráat"! Além disso, por que o ato do marido, de não entregar o "Maasser" para o Cohen, causa com que sua esposa seja suspeita de leviandade e indiscrição? Qual é a conexão entre as duas coisas?
 
A resposta está nos detalhes da explicação trazida pelo Talmud. Não está escrito que se trata de alguém que não separou o "Maasser" de sua produção, e sim de alguém que separou o "Maasser", porém se recusou a entregá-lo ao Cohen. Mas quem teria este tipo de atitude? Podemos entender a motivação de alguém que é mesquinho e egoísta, e que se recusa a separar o "Maasser" da sua produção por não querer dividir com os outros o que é seu. Porém, qual é a motivação desta pessoa que já separou o "Maasser" da sua produção, mas que se recusa a entregá-la ao Cohen?
 
Responde o Rav Yohanan Zweig que uma das piores características do ser humano é ser uma pessoa controladora e dominadora, que quer exercer seu poder e sua influência sobre todos à sua volta. Exatamente esta característica pode ser observada na pessoa que não deu seu "Maasser" ao Cohen, pois ele não está demonstrando ser mesquinho, já que separou o "Maasser" da sua produção, mas está demonstrando que é uma pessoa dominadora, que quer manter seu controle sobre o Cohen, e por isso não entrega para ele o "Maasser".
 
Quando a pessoa tem este tipo de atitude em relação ao Cohen, certamente também se comporta assim com as outras pessoas. Ao juntar o assunto dos "Matanót Kehuná" com o assunto de "Sotá", a Torá está nos ensinando que aquele que quer sempre exercer o controle sobre os outros provavelmente se relaciona com sua esposa da mesma maneira. E esta dominação do marido sobre a esposa pode causar dois tipos de consequência: ou a esposa pode acabar se rebelando contra seu marido, chegando ao absurdo de cometer um ato de infidelidade, ou o marido pode desenvolver um ciúmes tão doentio que chegará ao ponto de obrigar a própria esposa a beber as "águas amargas" apenas para tirar da cabeça suas suspeitas. Isto se comprova com a linguagem utilizada no versículo que inicia as leis de "Sotá": "Um homem um homem quando sua esposa se desviar" (Bamidbar 5:12). A Torá repete a linguagem "Ish", que significa "homem", demonstrando que o caso de "Sotá" pode acontecer quando o marido quer ser "homem demais", isto é, quando quer dominar e controlar sua esposa.
 
É interessante perceber que o castigo desta pessoa dominadora é "Midá Kenegued Midá" (medida por medida). Sua própria esposa, sobre quem ele quis exercer controle, se tornava proibida para ele, e o único que podia permitir que ele retomasse o relacionamento com ela era o Cohen. Isto fazia com que ele se defrontasse com a realidade de que, na verdade, ele não tinha controle sobre nenhum dos dois.
 
Esta característica de dominação não é algo que atrapalha apenas nos relacionamentos "Bein Adam LeHaveiró" (entre o homem e seu companheiro). A pessoa que quer sempre impor a sua vontade sobre os outros acaba, no final das contas, também fazendo isso com D'us. Por que ficamos tão bravos quando acontece algo diferente do que esperávamos? Por que reagimos com irritação quando as coisas não saem exatamente como havíamos planejado? Pois no fundo queremos que nossa vontade sempre se cumpra, e esquecemos que o mundo tem um Dono, que controla cada pequeno detalhe com Supervisão Particular. O Talmud (Shabat 105b) afirma que "alguém que rasga as suas roupas com raiva, quebra suas coisas ou espalha o seu dinheiro em uma crise de raiva é considerado como se tivesse feito idolatria". A perda de controle é uma demonstração de orgulho e prepotência, e a falta de humildade nos faz esquecer que não estamos no controle da situação.

D'us é Misericordioso, e tudo o que Ele faz é para o nosso bem. Mesmo quando as coisas parecem ser negativas, há alguma bondade escondida por trás. Sempre estamos vendo somente parte da história, e apenas D'us tem a visão completa. Portanto, apenas Ele sabe o que é realmente bom para nós. Por isso, quando nossos planos não saem como planejamos, precisamos ter a tranquilidade e a humildade de saber que, apesar da nossa vontade não ter se cumprido, a vontade de D'us se cumpriu.

SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT NASSÓ:

                   São Paulo: 17h08  Rio de Janeiro: 16h56                     Belo Horizonte: 17h04  Jerusalém: 19h11
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Avraham ben Chana, Bentzion ben Chana, Ester bat Rivka, Rena bat Salk, Chaia Lib bat Michle, Michle bat Enque, Miriam Tzura bat Ite, Fanny bat Vich, Zeev Shalom ben Sara Dvorah, Pece bat Geni, Salomão ben Sara, Tamara bat Shoshana, Yolanda bat Sophie, Chai Shlomo ben Sara, Eliezer ben Esther, Debora Chaia bat Gueula, Felix ben Shoshana, Moises Ferez ben Sara, Zelda bat Sheva, Yaacov Zalman bat Tzivia, Yitzchak ben Dinah, Celde bat Lea, Geni bat Ester, Lea bat Simi, Yaacov ben Ália, Chava bat Sara, Moshe David ben Chaia Rivka, Levi Itzchak ben Reizel, Lulu Chana bat Rachel, Haia Yona bat Sara, Shulem ben Chaia Sara, Daniel ben Yonit, Chai bat Rivka, Nitzchia bat Yafa.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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