quarta-feira, 15 de junho de 2016

QUEM ESTÁ NO COMANDO? - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT NASSÓ 5776

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QUEM ESTÁ NO COMANDO? - PARASHAT NASSÓ 5776 (17 de junho de 2016)

José era um homem tranquilo, sempre de bom humor, e para ele tudo estava sempre bem. Mas não foi sempre assim, pois quando José era mais jovem, ele era extremamente crítico com tudo, e por isso estava sempre mal humorado. Qualquer coisa que interferisse em seus planos causava nele uma profunda irritação. Tudo mudou com uma conversa que ele teve com alguém que havia aprendido a ver a vida com outros olhos.
 
Certamente o mundo mudou após os atentados de 11 de setembro de 2001, no qual terroristas desviaram dois aviões comerciais americanos e os jogaram contra as Twin Towers, um dos mais famosos cartões postais dos Estados Unidos. As duas torres gigantescas, onde milhares de pessoas trabalhavam, pegaram fogo e desabaram diante dos olhos de um mundo pasmo e assustado. Além do abalo psicológico que os ataques causaram, demonstrando a fragilidade perante a ameaça terrorista, este atentado causou a perda de quase três mil vidas inocentes.
 
Mas a tragédia também despertou o lado bom de muitas pessoas. Durante e após os atentados, foram vistos muitos atos de bondade, ajuda mútua e solidariedade. Por exemplo, uma empresa disponibilizou parte dos seus escritórios para que pessoas que haviam sobrevivido aos atentados, mas que haviam perdido tudo, pudessem recomeçar seus negócios. Cada sobrevivente tinha alguma história incrível para contar sobre aquele dia fatídico. Roberto, o chefe de segurança desta empresa que abrigou os sobreviventes dos atentados, sempre gostava muito de conversar com as pessoas e escutar, com todos os detalhes, as suas histórias maravilhosas.
 
Certo dia, Roberto viu José tendo um ataque de fúria por causa de uma impressora que não funcionava. Ele precisava imprimir um documento importante, mas a impressora se recusava a funcionar como deveria. Completamente fora de si, José chegou ao ponto de socar a máquina diversas vezes. Ao ver aquela cena, Roberto convidou José para um café, e começou a contar as histórias de muitos sobreviventes dos atentados. Todas continham pequenos detalhes que fizeram toda a diferença entre a vida e a morte. O chefe de uma empresa chegou mais tarde naquele fatídico dia simplesmente porque aquele era o primeiro dia em que seu filho foi à escola. Uma mulher atrasou-se porque justamente naquele dia o despertador não tocou. Outra mulher ficou presa em um congestionamento. O funcionário de uma empresa havia chegado menos de um minuto atrasado ao ponto e perdeu seu ônibus. Uma mulher teve que trocar de roupa porque, na pressa de sair, derramou café em seu vestido. Um executivo teve dificuldade em fazer pegar o motor do carro. O filho de um empresário demorou para se levantar da cama, fazendo com que ele saísse de casa atrasado. Alguém teve que atender uma ligação urgente quando já estava na porta de casa, e por isso acabou se atrasando. E havia ainda muitas outras histórias, todas com pequenos contratempos que, no final das contas, haviam salvado a vida das pessoas envolvidas.
 
A partir daquele dia, José mudou sua forma de viver. Atualmente, quando ele se depara com um congestionamento, perde um elevador, atende uma ligação no momento em que já estava na porta de casa ou se atrasa por não conseguir imprimir um documento, pequenas coisas que antes o aborreciam demais, agora o fazem refletir: "Estou exatamente onde D'us quer que eu esteja neste momento".
 
Esta é uma importante lição para nossas vidas. Na próxima vez em que você sentir que "levantou com o pé esquerdo", naqueles dias em que tudo parece dar errado - seus filhos demoram para se vestir, você não se lembra onde deixou as chaves do carro, você pega todos os semáforos fechados no caminho ao trabalho - não se irrite nem se sinta frustrado. Agradeça a D'us por Ele estar cuidando de você. Nem sempre compreendemos a vontade de D'us, mas Ele sempre quer o melhor para nós. O difícil é saber ler nas entrelinhas da nossa vida. 

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Nesta semana lemos a Parashat Nassó (literalmente "conte"), que traz o assunto dos "Matanót Kehuná", os presentes que o povo judeu dava aos Cohanim (sacerdotes). Como os Cohanim se dedicavam apenas aos serviços espirituais do Templo, estes presentes eram a forma deles se sustentarem. Um dos exemplos de "Matanót Kehuná" era o "Maasser" (um décimo da produção do campo), que deveria ser separado e presenteado aos Cohanim. Logo depois a Parashat apresenta as leis de "Sotá", quando uma mulher despertava em seu marido uma suspeita de infidelidade e ficava momentaneamente proibida para ele até que a situação se esclarecesse. Para que o relacionamento pudesse voltar ao normal, a mulher precisava passar por uma "cerimônia" na qual fazia um juramento de inocência e bebia "águas amargas" preparadas pelo Cohen. Estas "águas amargas" comprovavam se ela havia sido realmente infiel ou não, pois caso nada acontecesse, era uma prova de que ela era inocente, mas se fosse culpada de adultério, as "águas amargas" causavam uma morte terrível e dolorosa para a mulher e para o adúltero.
 
Porém, sabemos que nada está escrito de maneira aleatória na Torá. Há um conceito chamado de "Smichut Parashiót" (proximidade de assuntos), que nos ensina que quando dois assuntos aparentemente desconectados estão escritos um após o outro na Torá, é para nos ensinar que há uma conexão entre eles. O Talmud (Brachót 63a) faz esta conexão e explica que quando uma pessoa se recusar a dar o "Maasser" da sua produção ao Cohen, a consequência é que sua esposa acabará sendo suspeita de infidelidade. Isto significa que aquele que não deu o "Maasser" ao Cohen acabará sendo forçado a ir ao Cohen para que ele realizasse a cerimônia das "águas amargas", que esclareceria se ele poderia ou não retomar seu relacionamento com sua esposa.
 
Porém, esta explicação do Talmud é difícil de ser entendida. O Rav Yehuda Loew zt"l (Polônia, 1525 - República Checa, 1609), mais conhecido como Maharal de Praga, faz um interessante questionamento. A aparente mensagem da Torá é uma advertência àquele que não aprecia e não honra o Cohen, sentimento que ele demonstra quando se recusa a dar ao Cohen seu "Maasser". D'us castiga a pessoa fazendo com que aquele que desprezou o Cohen necessite dos serviços do Cohen. Mas se esta é a mensagem, então por que isto ocorria envolvendo justamente as leis de "Sotá"? A mesma mensagem poderia ser transmitida através de uma série de outros serviços nos quais a presença de um Cohen era requerida, como a purificação de uma pessoa que estava contaminada com a doença espiritual de "Tzaráat"! Além disso, por que o ato do marido, de não entregar o "Maasser" para o Cohen, causa com que sua esposa seja suspeita de leviandade e indiscrição? Qual é a conexão entre as duas coisas?
 
A resposta está nos detalhes da explicação trazida pelo Talmud. Não está escrito que se trata de alguém que não separou o "Maasser" de sua produção, e sim de alguém que separou o "Maasser", porém se recusou a entregá-lo ao Cohen. Mas quem teria este tipo de atitude? Podemos entender a motivação de alguém que é mesquinho e egoísta, e que se recusa a separar o "Maasser" da sua produção por não querer dividir com os outros o que é seu. Porém, qual é a motivação desta pessoa que já separou o "Maasser" da sua produção, mas que se recusa a entregá-la ao Cohen?
 
Responde o Rav Yohanan Zweig que uma das piores características do ser humano é ser uma pessoa controladora e dominadora, que quer exercer seu poder e sua influência sobre todos à sua volta. Exatamente esta característica pode ser observada na pessoa que não deu seu "Maasser" ao Cohen, pois ele não está demonstrando ser mesquinho, já que separou o "Maasser" da sua produção, mas está demonstrando que é uma pessoa dominadora, que quer manter seu controle sobre o Cohen, e por isso não entrega para ele o "Maasser".
 
Quando a pessoa tem este tipo de atitude em relação ao Cohen, certamente também se comporta assim com as outras pessoas. Ao juntar o assunto dos "Matanót Kehuná" com o assunto de "Sotá", a Torá está nos ensinando que aquele que quer sempre exercer o controle sobre os outros provavelmente se relaciona com sua esposa da mesma maneira. E esta dominação do marido sobre a esposa pode causar dois tipos de consequência: ou a esposa pode acabar se rebelando contra seu marido, chegando ao absurdo de cometer um ato de infidelidade, ou o marido pode desenvolver um ciúmes tão doentio que chegará ao ponto de obrigar a própria esposa a beber as "águas amargas" apenas para tirar da cabeça suas suspeitas. Isto se comprova com a linguagem utilizada no versículo que inicia as leis de "Sotá": "Um homem um homem quando sua esposa se desviar" (Bamidbar 5:12). A Torá repete a linguagem "Ish", que significa "homem", demonstrando que o caso de "Sotá" pode acontecer quando o marido quer ser "homem demais", isto é, quando quer dominar e controlar sua esposa.
 
É interessante perceber que o castigo desta pessoa dominadora é "Midá Kenegued Midá" (medida por medida). Sua própria esposa, sobre quem ele quis exercer controle, se tornava proibida para ele, e o único que podia permitir que ele retomasse o relacionamento com ela era o Cohen. Isto fazia com que ele se defrontasse com a realidade de que, na verdade, ele não tinha controle sobre nenhum dos dois.
 
Esta característica de dominação não é algo que atrapalha apenas nos relacionamentos "Bein Adam LeHaveiró" (entre o homem e seu companheiro). A pessoa que quer sempre impor a sua vontade sobre os outros acaba, no final das contas, também fazendo isso com D'us. Por que ficamos tão bravos quando acontece algo diferente do que esperávamos? Por que reagimos com irritação quando as coisas não saem exatamente como havíamos planejado? Pois no fundo queremos que nossa vontade sempre se cumpra, e esquecemos que o mundo tem um Dono, que controla cada pequeno detalhe com Supervisão Particular. O Talmud (Shabat 105b) afirma que "alguém que rasga as suas roupas com raiva, quebra suas coisas ou espalha o seu dinheiro em uma crise de raiva é considerado como se tivesse feito idolatria". A perda de controle é uma demonstração de orgulho e prepotência, e a falta de humildade nos faz esquecer que não estamos no controle da situação.

D'us é Misericordioso, e tudo o que Ele faz é para o nosso bem. Mesmo quando as coisas parecem ser negativas, há alguma bondade escondida por trás. Sempre estamos vendo somente parte da história, e apenas D'us tem a visão completa. Portanto, apenas Ele sabe o que é realmente bom para nós. Por isso, quando nossos planos não saem como planejamos, precisamos ter a tranquilidade e a humildade de saber que, apesar da nossa vontade não ter se cumprido, a vontade de D'us se cumpriu.

SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

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quarta-feira, 8 de junho de 2016

PAZ ENTRE O MATERIAL E O ESPIRITUAL - SHABAT SHALOM M@IL - SHAVUÓT 5776 

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PAZ ENTRE O MATERIAL E O ESPIRITUAL - SHAVUÓT 5776 (10 de junho de 2016) 

O Rabi Elimelech de Lisensk era visto por todos como um homem muito justo e santo, com muito temor a D'us. Certa vez, um jovem quis visitar o Rabi Elimelech para observá-lo e aprender um pouco com a sua santidade. Porém, assim que chegou, se deparou com o Rabi Elimelech comendo uma maça. Aquela cena incomodou o jovem, pois a última coisa que ele esperava ver era aquele rabino tão elevado envolvido com atos mundanos. Ele ficou tão incomodado que o Rabi Elimelech conseguiu perceber isso em seu rosto. Então o Rebe Elimelech questionou o rapaz se estava tudo bem. Pego de surpresa, o jovem rapaz ficou envergonhado e confessou:
 
- Rabi Elimelech, vou ser muito sincero. Vim aqui para ver a sua santidade, mas quando cheguei você estava comendo uma maça, um simples ato mundano. Então eu me perguntei qual é a diferença entre eu e você...
 
Quando o Rabi Elimelech escutou o questionamento que incomodava o jovem rapaz, abriu um sorriso e apontou para a travessa de frutas que estava sobre a mesa. Ele perguntou ao rapaz se, quando tinha vontade de comer uma maça, ele fazia Brachá (bênção) antes de comê-la. O jovem rapaz não entendeu exatamente a intenção do rabino com aquela pergunta e respondeu que sempre fazia Brachót antes de ter proveito de qualquer alimento. O Rabi Elimelech então explicou:
 
- Todos os dias de manhã, quando eu acordo e faço Tefilá (reza), eu me conecto com D'us de uma maneira tão intensa que sinto a necessidade de abençoar o Seu Nome Sagrado. Porém, se eu simplesmente pronunciasse o Nome de D'us, seria uma grave transgressão. Então eu pego uma maça e faço uma Brachá, apenas para poder abençoar o Nome de D'us. Quando você acorda, você sente fome e quer comer uma maça. Porém, como é proibido ter proveito do mundo material sem pedir permissão para D'us, então antes de comer você pronuncia uma Brachá. Esta é a diferença entre eu e você...
 
Enquanto o jovem utilizava a maça apenas para satisfazer seus próprios desejos, o Rabi Elimelech usava a maça como um meio para conectar o material com o espiritual.

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Nesta semana lemos a Parashat Bamidbar (literalmente "No deserto"), que começa com a contagem do povo judeu. É o início do quarto livro da Torá, Bamidbar, que descreve muitos acontecimentos importantes dos 40 anos em que o povo judeu permaneceu no deserto, alguns que inclusive mudaram nossa história. Mas nada foi tão marcante e significativo para o povo judeu quanto a entrega da Torá no Monte Sinai. E no final do Shabat começamos a reviver a Festa de Shavuót, a data que marca justamente o aniversário da entrega da Torá ao povo judeu. Todas as Festas têm símbolos físicos que as identificam. Por exemplo, Sucót tem a Sucá e os Arba Minim (4 espécies), enquanto Pessach tem a Matzá. Mas qual é o símbolo da festa de Shavuót? Na realidade, como Shavuót representa a entrega da Torá, que é infinita e ilimitada, ela não pode ser representada por nenhum objeto físico.
 
Entretanto, há um ensinamento do Talmud que parece ser contraditório com o conceito da Festa de Shavuót ser tão espiritual. O Talmud (Pessachim 68b) traz uma divergência entre o Rebi Yehoshua e o Rebi Eliezer em relação a como uma pessoa deve se comportar nos Yamim Tovim. Rebi Yehoshua opina que a pessoa deve dedicar parte do seu tempo em seu desenvolvimento espiritual, mas o resto do tempo ela pode se dedicar a prazeres físicos. Já o Rabi Eliezer opina que é impossível a pessoa estar envolvida em espiritualidade e materialismo ao mesmo tempo, e por isso ela deve escolher focar apenas em um deles. A implicação prática da opinião do Rabi Eliezer é que no Yom Tov a pessoa deveria focar apenas em atividades espirituais, como estudar Torá e fazer Tefilá, e não se envolver com prazeres físicos, como comer e beber. Entretanto, o Talmud ressalta que em relação a Shavuót até mesmo o Rebi Eliezer concorda que a pessoa também deveria se envolver com comida e bebida. A razão trazida pelo Talmud é que neste dia a Torá foi entregue. Porém, se a festa de Shavuót é tão espiritual a ponto de não ter nem mesmo um símbolo físico que a representa, então por que justamente neste dia o Rabi Eliezer concorda que devemos nos ocupar também com prazeres físicos? E o motivo apontado pelo Talmud, "pois neste dia a Torá foi entregue", torna o entendimento ainda mais difícil. Este motivo pareceria mais apropriado se o Rabi Eliezer opinasse o contrário, isto é, que principalmente em Shavuót, um dia tão Sagrado e elevado, a pessoa deveria se dedicar completamente a atividades espirituais. Como entender a opinião aparentemente contraditória do Rabi Eliezer e o estranho motivo trazido pelo Talmud? Qual é a conexão entre a utilização de prazeres do mundo material e a Festa de Shavuót?
 
Explica o Rav Yehonasan Gefen que a chave para o entendimento destas questões é um ensinamento do Talmud (Shabat 88b), que descreve o que ocorreu após a Revelação de D'us no Monte Sinai. Moshé subiu ao Céu para aprender toda a Torá diretamente de D'us. Porém, os anjos se incomodaram com o atrevimento de um mero ser humano ter aparecido nas esferas celestiais superiores. Eles argumentaram que o ser humano não era merecedor de receber a Torá por causa de sua natureza física baixa, e que eram os anjos que deveriam receber a Torá. D'us instruiu Moshé a refutar o argumento dos anjos, e ele fez isso citando diversos aspectos e leis da Torá que são claramente voltados para os seres humanos. Por exemplo, a Torá nos proíbe de fazermos Melachót (algumas categorias de trabalho) no Shabat, proibição que obviamente não se aplica aos anjos, que não fazem Melachót em nenhum momento. O Talmud conclui afirmando que tanto D'us quanto os anjos aceitaram os argumentos de Moshé.

Porém, este ensinamento do Talmud precisa ser esclarecido. Como entender esta "vontade" dos anjos de receberem a Torá ao invés dos seres humanos? Certamente os anjos estavam cientes do conteúdo da Torá, e seguramente já haviam percebido que a Torá estava claramente direcionada aos seres humanos e não aos seres espirituais. Então como pode ser que eles esperavam receber a Torá?  
 
O Rav Chaim Friedlander zt"l (Alemanha, 1923 - Israel, 1986) explica que a Torá pode ser entendida em muitos níveis, e o simples entendimento com o qual nos relacionamos com a Torá é apenas uma das formas de entendimento dela. Isto significa que a Torá também se aplica aos anjos em seu nível de existência. Por exemplo, certamente há um paralelo espiritual para a proibição de fazer Melachót no Shabat que se aplica aos anjos, e o mesmo vale para cada palavra da Torá. O que os anjos estavam argumentando é que a Torá deveria permanecer no Céu, onde eles poderiam aprendê-la em um nível muito mais profundo, não "manchada" pelo mundo material.
 
Mas se este foi o argumento dos anjos, o que Moshé respondeu para eles? Moshé refutou o argumento dos anjos dizendo que a Torá foi feita para ser entendida e aplicada em um nível físico, e não para ficar apenas em um plano espiritual. Ele comprovou seu argumento mencionando diversas Mitzvót que envolvem conceitos materiais, demonstrando que a Torá foi intencionalmente escrita de uma maneira que pudesse ser aplicada a seres físicos. Quando um ser humano consegue superar sua natureza física para cumprir a vontade de D'us, isso causa um aumento da "Honra de D'us" muito maior do que quando um ser puramente espiritual age de acordo com sua natureza. Portanto, Moshé provou para os anjos que, apesar da possibilidade da Torá ser aplicada a qualquer nível espiritual, os anjos não poderiam cumprir as Mitzvót da Torá de maneira que isto trouxesse o máximo nível de honra para D'us.
 
O Talmud nos ensina o quanto o corpo e o materialismo foram importantes no recebimento da Torá no Monte Sinai. O fato dos seres humanos estarem conectados ao mundo material foi, no final das contas, a razão pela qual nós tivemos o mérito de receber a Torá. Isto nos permite entender a conexão entre Shavuót e o foco em prazeres materiais. Shavuót é o dia em que o mundo espiritual e o mundo físico se combinaram no Har Sinai. Nesta ocasião especial e única, a Torá, que é completamente espiritual, foi vestida com roupas físicas para que pudéssemos nos elevar através do seu cumprimento.
 
É por isso que o Rabi Eliezer, apesar de opinar que nos outros Yamim Tovim devemos nos dedicar apenas ao espiritual, concorda que em Shavuót também devemos proporcionar prazeres ao nosso corpo. Em Shavuót nós devemos demonstrar um nível maior de gratidão ao nosso corpo, pois o corpo material foi justamente o que causou a vitória dos argumentos de Moshé sobre os argumentos dos anjos. No dia de Shavuót nós intencionalmente nos envolvemos com o mundo material, e comemos e bebemos com fartura e alegria.
 
Mas então por que o Rabi Eliezer não opina como Rabi Yeoshua, que nos outros Yamim Tovim nós também podemos fazer uma combinação entre o material e o espiritual? Explica o Rav Yehonasan Gefen que aparentemente o Rabi Eliezer opina que um foco excessivo no materialismo causa danos inevitáveis à nossa espiritualidade. Mas em Shavuót é diferente, pois há uma energia especial através da qual o materialismo e a espiritualidade não se contradizem e, ao contrário, podem trabalhar juntos para trazer uma revelação maior da Honra de D'us. O Rav Yehuda Loew zt"l (Polônia, 1525 - República Checa, 1609), mais conhecido como Maharal de Praga, faz uma observação interessante que se conecta com este conceito. Em todos os Yamim Tovim eram oferecidos, como Korbanót (sacrifícios) comunitários, o "Korban Olá" (sacrifício de elevação), cuja característica é o Korban ser completamente queimado sobre o Mizbeach (altar). A única exceção é Shavuót, quando o Korban comunitário era um "Korban Shelamim" (sacrifício de paz), que parte era queimado sobre o altar e parte podia ser consumido por quem havia oferecido o Korban. Isto demonstra que Shavuót é o dia em que há paz entre o material e o espiritual, entre os mundos superiores e os mundos inferiores.
 
Shavuót nos ensina sobre a conexão e a interação positiva entre o corpo e a alma. Esta lição pode ser aplicada para o resto do ano, pois através dos nossos esforços podemos elevar nossas atividades físicas mundanas a um nível espiritual. Mas não é uma tarefa fácil atingir o equilíbrio correto entre o material e o espiritual, pois há sempre o risco de nos envolvermos demasiadamente no mundo material e acabarmos buscando apenas a satisfação do corpo, sem canalizar os prazeres materiais para o lado espiritual. O Rav Avigdor Miller zt"l nos ensina uma maneira prática para evitarmos este tipo de armadilha. Ele sugere que, ao menos uma vez por dia, devemos fazer atos mundanos cotidianos com um esforço consciente de que este ato seja "LeShem Shamaim" (com motivações espirituais). Um exemplo prático é justamente em uma das áreas mais "atrativas", e justamente por isso mais difíceis de conseguirmos ter proveito com a intenção correta: a área alimentar. Pelo menos uma vez por dia a pessoa deve focar na sua alimentação com a única intenção de manter seu corpo forte e saudável para que ela possa fazer seu Serviço Divino, evitando neste ato comer apenas para satisfazer os seus desejos físicos mais básicos. O Rav Avigdor Miller nos garante que, através de pequenos esforços de autocontrole como este, a pessoa pode se elevar aos poucos e aprender a canalizar suas intenções em todos os atos mundanos, para que o mundo material se transforme, pouco a pouco, em espiritualidade e crescimento.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Avraham ben Ytzchak z"l, Joyce bat Ivonne z"l, Feiga bat Guedalia z"l, Chana bat Dov z"l, Kalo (Korin) bat Sinyoru (Eugeni) z"l, Leica bat Rivka z"l, Guershon Yossef ben Pinchas z"l; Dovid ben Eliezer z"l, Reizel bat Beile Zelde z"l, Yossef ben Levi, Eliezer ben Mendel, Menachem Mendel ben Myriam, Ytzhak ben Avraham, Mordechai ben Schmuel, Feigue bat Ida, Sara bat Rachel, Perla bat Chana, Moshé (Maurício) ben Leon, Reizel bat Chaya Sarah Breindl; Hylel ben Shmuel; David ben Bentzion Dov, Yacov ben Dvora; Moussa HaCohen ben Gamilla, Naum ben Tube (Tereza); Naum ben Usher Zelig; Laia bat Morkdka Nuchym; Rachel bat Lulu; Yaacov ben Zequie; Moshe Chaim ben Linda; Mordechai ben Avraham; Chaim ben Rachel; Beila bat Yacov; Itzchak ben Abe; Eliezer ben Arieh; Yaacov ben Sara, Mazal bat Dvóra, Pinchas Ben Chaia, Messoda (Mercedes) bat Orovida, Avraham ben Simchá, Bela bat Moshe, Moshe Leib ben Isser, Miriam bat Tzvi, Moises ben Victoria, Adela bat Estrella, Avraham Alberto ben Adela, Judith bat Miriam, Sara bat Efraim, Shirley bat Adolpho, Hunne ben Chaim, Zacharia ben Ytzchak, Aharon bem Chaim, Taube bat Avraham, Yaacok Yehuda ben Schepsl, Dvoire bat Moshé, Shalom ben Messod, Yossef Chaim ben Avraham, Tzvi ben Baruch, Gitl bat Abraham, Akiva ben Mordechai, Refael Mordechai ben Leon (Yehudá), Moshe ben Arie, Chaike bat Itzhak, Viki bat Moshe, Dvora bat Moshé, Chaya Perl bat Ethel, Beila Masha bat Moshe Ela, Sheitl bas Iudl, Boruch Zindel ben Herchel Tzvi, Moshe Ela ben Avraham, Chaia Sara bat Avraham, Ester bat Baruch, Baruch ben Tzvi, Renée bat Pauline, Menia bat Toube, Avraham ben Yossef, Zelda bat Mechel, Pinchas Elyahu ben Yaakov, Shoshana bat Chaskiel David, Ricardo ben Diana, Chasse bat Eliyahu Nissim, Reizel bat Eliyahu Nissim, Yossef Shalom ben Chaia Musha, Amelia bat Yacov, Chana bat Cheina, Shaul ben Yoshua, Milton ben Sami, Maria bat Srul, Yehoshua Reuven ben Moshe Eliezer, Chaia Michele bat Eni, Arie Leib ben Itschak, Chaia Ruchel bat Tsine, Malka bat Sara, Penina bat Moshe, Schmuel ben Beniamin, Chaim ben Moshe Leib, Avraham ben Meir, Shimshon ben Baruch, Yafa bat Salha, Baruch ben Yaacov, Sarita bat Miriam, Michael Ezra ben Esther, Clarice Chaia bat Israel, Moshe ben Yaacov, Dov ben Michel, Alberto ben Michel z"l, Malaka bat Chalom z"l, Ita bat Avraham z"l, Meir ben Avraham z"l, Miriam bat Iechiel z"l, Avraham ben Meir z"l, Shirley Mary bat Avraham Israel z"l, Sloime Tzvi ben Pinchas z"l, Mordechai ben Dina z"l, Ruth bat Messoda z"l, Yehudah ben Sarah z"l, Chaia Simchah bat Lea z"l, Shmuel ben Moshe z"l.
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(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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