quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

SABENDO PEDIR PERDÃO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT MISHPATIM 5776 





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SABENDO PEDIR PERDÃO - PARASHAT MISHPATIM 5776 (05 de janeiro de 2016) 
"Michel ganhou de presente um papagaio. Mas o que poderia ser uma diversão para a família acabou se tornando um verdadeiro "presente de grego". O papagaio se comportava mal e tinha um péssimo vocabulário. De cada dez palavras que ele falava, oito eram palavrões.

Michel se esforçou para reeducar o pássaro. Ele ficava constantemente dizendo palavras educadas e tocando músicas suaves, mas nada funcionava. Então ele mudou a tática e tentou reeducá-lo através de castigos. Ele gritou, ameaçou, chacoalhou o pássaro, mas o papagaio ficou ainda mais irritado e rude.

Certo dia, quando Michel estava com convidados importantes em casa, o papagaio começou a falar palavrões. Desesperado, Michel pegou o papagaio, colocou-o no congelador e fechou a porta. Por alguns momentos ele ouviu o pássaro gritando e bicando a porta, mas de repente tudo ficou quieto. Michel ficou com medo de ter machucado o pássaro e rapidamente abriu a porta do congelador. O papagaio estava com os olhos esbugalhados, visivelmente assustado. Ele subiu no braço estendido de Michel e disse:

- Por favor, eu sinto muito por ter te ofendido com a minha linguagem baixa e meus maus atos. Eu peço perdão e vou me esforçar para corrigir meu comportamento.

Michel ficou espantado com a drástica mudança de atitude do pássaro. De repente ele havia ficado educado, tranquilo, e havia até pedido perdão! Mas Michel não entendia como um castigo de apenas um minuto havia feito algo tão milagroso. Anteriormente ele já havia tentado trancar o papagaio em uma caixa, sem nenhum resultado. Por que no congelador havia funcionado? Então o papagaio fez uma pergunta que esclareceu tudo:

- Desculpe a curiosidade, mas posso saber quais palavras feias aquele frango que está no congelador falou para você?"

A piada pode ser engraçada, mas não é engraçado causar mal aos outros e não ter a dignidade de pedir perdão. Assumir um erro e pedir perdão é uma demonstração de grandeza. Como no caso do papagaio, saber pedir perdão pode nos ajudar a não entrar em muitas frias na vida... 
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Nesta semana lemos a Parashat Mishpatim (que literalmente significa "juízos"). A Parashat traz diversas leis "Bein Adam Lehaveiró" (entre o homem e seu semelhante), que visam manter uma convivência harmoniosa entre as pessoas. Entre os ensinamentos da Parashat estão as leis de compensação por qualquer tipo de dano causado. A Torá traz como exemplo o caso de dois homens brigando, e um deles causa acidentalmente lesões corporais a uma terceira pessoa. Neste caso, aquele que causou o dano é considerado completamente responsável pelas consequências do seu ato. A Torá, ao descrever a compensação exigida do agressor, utiliza uma famosa expressão: "Olho por olho, dente por dente" (Shemot 21:24).

Os babilônios se basearam neste versículo da Torá para criar a famosa "Pena de Talião", que consta no Código de Hamurabi. De acordo com a Pena de Talião (que vem do latim "talis", que significa "idêntico"), o "olho por olho, dente por dente" deveria ser aplicado ao pé da letra, isto é, aquele que quebrasse o dente de outra pessoa era castigado com a quebra do seu dente. Porém, esta aplicação prática feita pelos babilônios demonstra que eles entenderam o versículo da Torá de uma forma completamente equivocada. De acordo com a transmissão oral dos nossos sábios, o "olho por olho, dente por dente" significa que a pessoa que causou uma lesão corporal ao outro deve pagar como indenização o valor monetário do membro que foi atingido. O Talmud (Baba Kama 84a) comprova esta declaração ao afirmar que seria impossível infligir ao agressor uma lesão física exatamente igual à que ele causou em sua vítima, pois não existem duas pessoas fisicamente ou emocionalmente idênticas.

Porém, se pararmos para refletir, surge uma grande dúvida. Se toda a intenção do versículo é apenas ensinar que a vítima pode cobrar do agressor uma compensação monetária, então por que a Torá se expressa com uma linguagem que, se tomada literalmente, indica que o agressor estaria sujeito a uma punição física? A Torá não deveria ter explicitado que se trata apenas de uma compensação monetária, escrevendo literalmente "pagamento de um olho por olho", para evitar uma interpretação tão equivocada quanto à dos legisladores do Código de Hamurabi?

Além disso, o Rambam (Maimônides) (Espanha, 1135 - Egito, 1204), em seu livro de Halachót (Leis), na seção "Leis de Lesões e Danos", nos ensina as diversas exigências legais na compensação de danos causados a outra pessoa. Ele ressalta o grande contraste que existe entre a restituição exigida em casos de danos à propriedades e em casos envolvendo lesões corporais. O Rambam afirma que quando alguém causa uma lesão corporal, o pedido de perdão à vítima é obrigatório para que ocorra uma restituição completa.

Porém, este comentário do Rambam é um pouco difícil de ser entendido. Por que ele incluiu a exigência de pedir perdão no meio de leis que falam sobre a compensação monetária de um dano? Além disso, o Rambam também inclui esta exigência na seção "Leis de Teshuvá (arrependimento)". Ele afirma que mesmo que a pessoa tenha feito uma restituição monetária completa pelo dano que causou, seu erro não é expiado até que ele peça perdão e consiga apaziguar a pessoa que sofreu o dano. Mas por que a necessidade do pedido de perdão se a pessoa já foi completamente compensada por sua perda monetária? Já não foi devolvido à vítima tudo o que foi retirado dela?

Explica o Rav Yohanan Zweig que a resposta está em um interessante ensinamento do Talmud (Brachót 33a), que afirma que apesar da vingança normalmente ser uma forma de comportamento inaceitável, há algumas poucas exceções, em situações muito específicas, na qual ela é permitida. A palavra "vingança" em hebraico é "Nekamá", que vem da mesma raiz de "Kam", que significa "reestabelecer". Quando uma pessoa sofre um dano, não apenas suas posses ou seu corpo são atingidos, mas também a sua dignidade. Isto é ainda mais acentuado quando a pessoa sofre lesões corporais, pois o agressor exerceu sobre a vítima uma dominação física, diminuindo sua autoestima. Portanto, a vingança, quando permitida, é uma forma de reestabelecer a dignidade da pessoa insultada.

Foi justamente por este motivo que a Torá escreveu que a restituição de uma lesão corporal deve ser "olho por olho, dente por dente". Esta expressão tem um significado de castigo físico ao agressor, e nos ensina que a única maneira de realmente restaurar a autoestima da vítima seria aplicando ao agressor exatamente o mesmo dano que ele causou. Porém, nossos sábios explicam que na prática este tipo de restituição seria impossível, pois de qualquer maneira a consequência não seria idêntica para o agressor e o agredido e, portanto, acabaria sendo injusta. Por este motivo a punição física foi substituída por uma compensação monetária. Mas por outro lado, o dinheiro também não é capaz de restaurar a autoestima destruída da pessoa. Então o que fazer para que a justiça seja feita? Além da compensação monetária, o agressor também deve implorar pelo perdão de sua vítima, pois no momento em que o agressor busca apaziguar sua vítima, um pouco de sua dignidade danificada é restaurada.

Aprendemos daqui que pedir perdão e apaziguar uma pessoa que possamos ter ofendido através de algum dano ou agressão é um componente integral da restituição dos prejuízos causados. É por isso que o Rambam inclui o pedido de perdão no meio das leis que discutem a compensação monetária dos danos causados. Além disso, espiritualmente a pessoa não consegue alcançar a expiação do seu erro até que devolva o que foi retirado do seu companheiro. Isto vale para a parte material do dano, mas também se aplica para a parte psicológica. Portanto, o pedido de perdão e o apaziguamento é um dos pré-requisitos para receber expiação pelo erro cometido, pois ajuda a devolver a dignidade que havia sido retirada da vítima. E é por isso que o Rambam inclui também a necessidade de pedir perdão em suas "Leis de Teshuvá".
 
Diz o ditado que errar é humano. E realmente é impossível que um ser humano nunca erre, magoe ou cause danos aos outros, mesmo que seja sem intenção. Porém, está em nossas mãos consertar os erros que cometemos, tanto materialmente quanto psicologicamente. Um simples "me desculpe, eu errei" pode derrubar muitas barreiras criadas por brigas e discussões. Assumir o erro e pedir perdão é uma demonstração de maturidade e grandeza espiritual. Por isso, apesar de errar ser humano, saber pedir perdão é Divino.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

VOCÊ CONFIA EM D’US? - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT ITRÓ 5776





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VOCÊ CONFIA EM D'US? - PARASHAT ITRÓ 5776 (29 de janeiro de 2016) 
"Muitos conhecem o Rav Noach Weinberg zt"l (EUA, 1930 - Israel, 2009), o Rosh Yeshivá (Diretor espiritual) do Aish HaTorá, por sua incrível capacidade de aproximar judeus que estavam completamente afastados da Torá. Porém, poucas pessoas sabem que suas gigantescas conquistas emanavam da mais pura Emuná (fé) e Bitachón (confiança) em D'us. Durante a Shivá (semana de rezas que ocorre após o falecimento) do Rav Noach Weinberg, sua filha contou uma história incrível, que demonstra o altíssimo nível de conexão que ele tinha com D'us.

Certa vez chegou à Yeshivá Aish HaTorá um jovem rapaz que demonstrou uma inteligência acima do normal. Ele não passou mais do que alguns poucos dias na Yeshivá, mas foi o suficiente para se destacar nos estudos de maneira impressionante. Porém, para a surpresa de todos, certo dia o rapaz arrumou suas coisas e se preparou para voltar aos Estados Unidos. O Rav Noach Weinberg, muito triste por ver um rapaz com um futuro tão promissor nos estudos de Torá abandonar a Yeshivá assim tão de repente, questionou os motivos daquela decisão. O rapaz explicou que, apesar de estar gostando muito da Yeshivá, ele era um jogador profissional de xadrez e estava voltando aos Estados Unidos para participar de uma importante competição.

O Rav Noach Weinberg poderia tentar convencê-lo a ficar com dezenas de argumentos lógicos. Porém, ele não tentou argumentar nem convencer o rapaz a ficar. Ao invés disso, fez um desafio a ele: propôs que eles disputassem uma partida de xadrez, uma única partida, e se o rapaz ganhasse, poderia ir embora e voltar aos Estados Unidos, mas caso o rabino ganhasse, o rapaz ficaria na Yeshivá e continuaria seus estudos e seu caminho de crescimento espiritual.

Para um campeão de xadrez, aquela proposta pareceu uma piada, pois certamente o rabino não estava tão bem preparado quanto ele. Por isso, com um sorriso de satisfação no rosto, o rapaz aceitou o desafio. Porém, o jogo foi ficando extremamente complicado, e o que parecia ser um jogo fácil, que não duraria mais que poucos minutos, se transformou em uma difícil batalha de mais de uma hora. O mais incrível foi que, no final, o Rav Noach Weinberg acabou vencendo.

As pessoas não podiam acreditar naquela vitória. O rabino, que nunca havia revelado a ninguém sobre suas incríveis habilidades no xadrez, havia derrotado um grande campeão! Quando questionado, o Rav Noach Weinberg explicou:

- Eu joguei xadrez poucas vezes na vida, quando ainda era pequeno. No decorrer do jogo eu fui aos poucos me lembrando das regras de movimentação das peças. Eu sabia que através das minhas poucas e limitadas habilidades no xadrez seria impossível vencer o jogo. Porém, eu tive a coragem de propor o jogo pois acreditava, com todas as minhas forças, que se D'us quisesse que aquele rapaz ficasse na Yeshivá, Ele poderia me fazer vencer a partida. E foi isto o que aconteceu.

O rapaz acabou ficando na Yeshivá. Ele estudou com dedicação, tornando-se um aluno brilhante e uma fonte de inspiração para outros jovens. Tudo graças à incrível confiança que o Rav Noach Weinberg tinha em D'us. 
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Nesta semana lemos a Parashat Itró que, entre outros assuntos, nos ensina sobre os 10 mandamentos entregues por D'us no Monte Sinai, diante de todo o povo judeu. E o primeiro Mandamento entregue foi: "Eu sou Hashem, teu D'us, que te tirou da terra do Egito, da casa da escravidão" (Shemot 20:2). Este Mandamento refere-se à importante Mitzvá de Emuná. De acordo com o Rambam zt"l (Maimônides) (Espanha, 1135 - Egito, 1204), esta Mitzvá pode ser cumprida ao acreditarmos que há um D'us que é a causa de toda a existência, e que constantemente recria e mantém toda a criação. Porém, há outro conceito fundamental que está conectado com a Emuná: o Bitachon, que é a confiança em D'us. Será que o Bitachon é parte da Mitzvá de Emuná ou é um conceito separado, que não está diretamente conectado a nenhuma Mitzvá específica?

Explica o Rav Avraham Yeshayahu Karelitz zt"l (Bielorússia, 1878 - Israel, 1953), mais conhecido com Chazon Ish, que Bitachon não é algo independente, e sim uma consequência natural da Emuná verdadeira. A Emuná é a obrigação de acreditar em princípios fundamentais sobre D'us, como por exemplo a Hashgachá Pratid (Supervisão particular que D'us tem sobre todo o universo, nos mínimos detalhes), enquanto o Bitachon é a aplicação desta crença nas questões práticas do cotidiano. Se a pessoa acredita na Supervisão de D'us, mas não consegue colocar isto na prática em seu cotidiano, então é um sinal de que há alguma deficiência em sua Emuná.

O Chazon Ish exemplifica isto através de uma pessoa que constantemente expressa sua Emuná de que tudo o que ele tem vem de D'us. Ele declara publicamente que reconhece que seu sustento vem diretamente de D'us e que não há nenhum motivo para ficar preocupado ou ansioso com o futuro. Entretanto, quando alguém abre uma loja concorrente perto da sua, de repente sua Emuná desaparece e ele se torna uma pessoa preocupada e desconfiada. A sua Emuná parecia ser muito forte quando tudo estava indo bem, mas quando ele passou por um teste, falhou em demonstrar o Bitachon necessário. Isto, por sua vez, demonstra que sua Emuná nunca foi completa e verdadeira, e tudo o que ele declarava em público era apenas da boca para fora. Portanto, de acordo com o Chazon Ish, o Bitachon é um aspecto essencial da Emuná, e significa aplicar a Emuná nas situações reais da vida, em especial nos momentos de dificuldade e teste.

O Rav Shalom Noach Berezovsky zt"l (Bielorússia, 1911 - Israel, 2000), em sua obra intitulada "Netivot Shalom", se aprofunda um pouco mais no conceito de Bitachón. Ele explica que, na realidade, existem dois tipos de Bitachon: um tipo inativo e um tipo proativo. O Bitachón inativo se aplica quando a pessoa se encontra em uma situação difícil e na qual não há nada que ela pode fazer para revertê-la. Nestas circunstâncias, sua "Avodat Hashem" (Serviço Divino) é confiar que tudo o que acontece é, em última instância, para o nosso bem. Já o Bitachón proativo se torna necessário quando é exigido da pessoa que ela faça algo que demonstre sua confiança em D'us. Por exemplo, durante a abertura do Mar Vermelho, Moshé Rabeinu e o povo estavam chorando e clamando a D'us para que Ele os salvasse do exército egípcio, que avançava na direção deles. Em resposta, D'us falou para que eles parassem de rezar e entrassem no mar. Mas por que D'us não abriu o mar Vermelho enquanto o povo judeu estava tranquilamente na praia, como é retratado (de forma completamente equivocada) nos filmes e novelas? Por que a necessidade de entrar no mar revolto e só depois fazer o milagre?

De acordo com o Rav Shalom Noach, para que o povo judeu pudesse ter o mérito de D'us transcender as leis da natureza através da abertura do mar Vermelho, eles deveriam demonstrar uma confiança em D'us que também transcendesse as leis da natureza. Eles deveriam acreditar que, se era a vontade de D'us que eles cruzassem o mar, então eles deveriam ter a confiança de que Ele era capaz de permitir que isto acontecesse, mesmo que eles não tinham a mínima ideia de como seria possível ocorrer na prática. Portanto, se jogar no mar revolto antes da sua abertura foi uma demonstração de Bitachón proativo, que fez o povo judeu ter direito ao mérito do grande milagre da abertura do mar.

A conclusão é que a Emuná verdadeira somente se manifesta em uma pessoa que está disposta a agir com uma inabalável confiança em D'us, com a crença de que, se for a vontade de D'us que ele se comporte de certa maneira, então ele pode, e deve, apesar das dificuldades, fazer o que é correto, e desta maneira D'us permitirá que ele tenha sucesso em seus empreendimentos.

Parece algo difícil de ser alcançado, mas muitas pessoas se esforçaram e conseguiram. Foi com esta certeza que o Rav Noach Weinberg zt"l conseguiu trazer de volta à Torá milhares de judeus que estavam completamente afastados. Ele costumava dizer que quando vemos problemas no mundo, não há nenhum motivo para não sairmos e enfrentarmos as dificuldades quando acreditamos que esta é a vontade de D'us, pois Ele não tem nenhum tipo de limitação ou dificuldade para cumprir a Sua vontade. Para o Rav Noach Weinberg isto não era apenas algo teórico, que ele dizia da boca para fora em momentos de tranquilidade. Em uma época em que o Kiruv (movimento para aproximar judeus afastados da Torá) era praticamente desconhecido no mundo, o Rav Noach Weinberg sentiu a necessidade de fazer algo pelos milhares de judeus que estavam se assimilando no mundo inteiro. Muitas pessoa ridicularizaram seus sonhos e ideais, alegando que não era algo realista, e ele foi chamado por muitos de tolo.

Porém, apesar das dificuldades, sua convicção de estar cumprindo a vontade de D'us deu forças para que ele superasse muitos contratempos e realizasse verdadeiros milagres ao despertar um movimento de Teshuvá (retorno aos caminhos da Torá) que salvou milhares e milhares de judeus de perderem sua identidade judaica. A idealização da gigantesca Yeshivá do Aish HaTorá, que atualmente fica em frente ao Kotel (Muro das Lamentações), um dos lugares mais sagrados do judaísmo, começou em uma pequena salinha no bairro de Kriat Sanz, em Jerusalém, com o Rav Noach Weinberg e mais três jovens que acreditavam no que estavam fazendo.
 
Mas a incrível Emuná e Bitachón do Rav Noach Weinberg não caíram do céu. Foram anos e anos de um trabalho constante para desenvolver este relacionamento de confiança em D'us. Através de reflexões e do estudo da Torá, ele foi crescendo aos poucos, até atingir este nível de certeza e tranquilidade de que tudo, em cada detalhe, está nas Mãos de D'us. Se tivermos esta claridade, então quando surgirem dificuldades em nossas empreitadas, basta fazermos o nosso esforço e Ele abrirá para nós os mares de dificuldades que surgem em nossas vidas.
SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

FORÇA DA PERSEVERANÇA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT BESHALACH 5776 





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A FORÇA DA PERSEVERANÇA - PARASHAT BESHALACH 5776 (22 de janeiro de 2016) 
"Yaacov Waisman (nome fictício), aluno da famosa Yeshivá de Vologzin, era conhecido por seu enorme conhecimento de Talmud. Certa vez ele estava no meio de uma refeição quando um de seus colegas da Yeshivá se aproximou dele e perguntou a fonte no Talmud onde constava certa opinião. Enquanto Yaacov ainda se esforçava para tentar lembrar, outro aluno respondeu que a opinião era do Tassafot (um comentarista do Talmud), e indicou o Tratado do Talmud e a página onde este comentário se encontrava.

Quando Yaacov percebeu que não havia conseguido responder algo tão simples de ser lembrado, sentiu tanta vergonha que imediatamente parou de comer, levantou-se da mesa e correu para o Beit Midrash (Centro de estudos). Ele estudou aquele dia inteiro praticamente sem nenhuma interrupção, e o mesmo ocorreu no dia segunte, e na semana seguinte, e no mês seguinte. Durante sete anos Yaacov estudou com uma incrível constância e perseverança, até que ele se tornou um grande conhecedor da Torá e trouxe muita luz espiritual para o mundo.

Anos mais tarde, um dos alunos da Yeshivá que estava presente no episódio da pergunta no refeitório, Avraham Leibovitz (nome fictício), lembrou-se que Yaacov havia se levantado da mesa e corrido para o Beit Midrash de uma maneira tão repentina que havia se esquecido de fazer a Brachá Acharoná (benção posterior dos alimentos). Avraham foi perguntar ao Rosh Yeshivá (Diretor Espiritual), o Rav Chaim Vologziner zt"l (Lituânia, 1749 - 1821), se naquelas condições seria permitido a Yaacov não ter feito a Brachá. O Rav Chaim Vologziner, após refletir um pouco, respondeu:

- Eu não sei dizer se seria permitido ou não ele intencionalmente ter deixado de fazer a Brachá naquela situação. Mas há algo que eu sei: se ele tivesse parado para recitar a Brachá e não tivesse se levantado imediatamente e ido para o Beit Midrash estudar, ele nunca teria se transformado no grande estudante de Torá que ele virou. Naquele momento ele tinha sido atingido por uma profunda dor, pela vergonha da sua falta de conhecimento de Torá, e ele utilizou a força daquele momento para começar a estudar em outro nível. Se ele tivesse esperado, mesmo que fossem apenas alguns poucos minutos, ele teria perdido aquele momento de inspiração para sempre." (História Real)

Em nossas vidas muitas vezes temos momentos de inspiração, nos quais temos vontade de crescer, de tomar atitudes e de mudar nossos rumos. Mas se não aproveitarmos estes momentos com atos, infelizmente eles ficarão apenas como memórias do passado, e não como construções do futuro.   
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Nesta semana lemos a Parashat Beshalach, que descreve a triunfal saída do povo judeu do Egito, diante dos olhos dos egípcios que, esmagados pela força das dez pragas, nada puderam fazer para impedir o povo judeu de ir embora para sempre. Mas nem todos os judeus estavam apenas "aproveitando" aquele momento especial de liberdade. Moshé Rabeinu estava preocupado em cumprir o juramento que os judeus haviam feito para Yossef, há mais de 200 anos, de que quando eles fossem embora do Egito, levariam com eles os seus restos mortais para que fossem enterrados na Terra de Israel, como está escrito: "E Moshé levou com ele os ossos de Yossef" (Shemot 13:19).

Porém, há um versículo do Tanach (Profetas e Escrituras) que parece contradizer este ensinamento da Torá: "Os ossos de Yossef, que os Filhos de Israel trouxeram do Egito, foram enterrados em Shechem" (Yoshua 24:32). Afinal, quem levou os ossos de Yossef do Egito, Moshé ou outros judeus? O Talmud (Sotá 13b) responde com um incrível conceito espiritual: quando uma pessoa começa uma Mitzvá mas não a termina, e outra pessoa completa a Mitzvá, então a Torá dá crédito para a pessoa que terminou a Mitzvá como se ela tivesse feito a Mitzvá completa. Moshé começou a Mitzvá de enterrar Yossef na Terra de Israel, mas como não foi ele que terminou a Mitzvá, então o crédito foi dado para aqueles que completaram a Mitzvá, e não para Moshé.

Mas há um Midrash (parte da Torá Oral) que aparentemente contradiz este princípio espiritual. O nosso Primeiro Beit HaMikdash (Templo Sagrado), em sua enorme grandeza e esplendor, foi construído e inaugurado por Shlomo HaMelech. David, seu pai, não viu o Beit HaMikdash (Templo) terminado, apenas participou de suas fundações. Porém, há um versículo que refere-se a David como se ele tivesse construído o Templo, como está escrito: "Um Salmo, um Cântico de inauguração da Casa (Templo), de David" (Salmos 30:1). De acordo com um Midrash (parte da Torá Oral), aprendemos deste versículo que, apesar de David ter apenas começado a construção do Templo, é creditado a ele os méritos de toda a construção. Isto não é contraditório com o conceito ensinado pelo Talmud?

O Rav Moshe Feinstein zt"l (Lituânia, 1895 - EUA, 1986) desvenda a aparente contradição. Toda vez que alguém começa uma Mitzvá e não consegue completá-la por motivos de "força maior", isto é, que não são de sua responsabilidade, então ele é creditado como se tivesse realizado a Mitzvá inteira, mesmo que na realidade ele não a terminou. Entretanto, se aquele que começa a Mitzvá tem alguma culpa no fracasso de completá-la, então ela é creditada àquele que a terminou. Isto explica a diferença entre o caso dos ossos de Yossef e a construção do Beit HaMikdash. David HaMelech não teve absolutamente nenhuma responsabilidade por não ter completado a construção do Beit HaMikdash, pois foi uma ordem explícita de D'us que a construção fosse feita por seu filho Shlomo HaMelech e não por ele, e por isso é creditado como se ele tivesse construído tudo. Já no caso dos ossos de Yossef, Moshé não conseguiu completar a Mitzvá por causa de um erro que ele cometeu ao bater com seu cajado na pedra para dar água ao povo, ao invés de ter pedido a água para a pedra conforme D'us havia ordenado. Como a consequência deste erro foi D'us ter decretado que Moshé não entraria na Terra de Israel, então de certa maneira Moshé não conseguiu terminar a Mitzvá de enterrar Yossef em Israel devido às suas próprias ações, e é por isso que a Mitzvá não foi atribuída a ele.

Se refletirmos sobre este ensinamento do Rav Moshe Feinstein, despertamos um pouco da nossa apatia. Apesar de todos os esforços de Moshé para cumprir a Mitzvá de entrerrar Yossef em Israel, uma culpa mínima que ele teve em não terminar a Mitzvá fez com que ele perdesse o mérito dela. E se não tomarmos muito cuidado com nossos atos, por causa de falhas pequenas nós também podemos acabar perdendo o mérito de muitas Mitzvót.

Há muitas situações nas quais temos a oportunidade de completar algum tipo de Mitzvá, mas que acabamos falhando por falta de perseverança. Isto se aplica muito ao estudo de Torá, pois normalmente as pessoas começam a frequentar algum Shiur ou palestra semanal, mas acabam desistindo no meio. Por exemplo, quando é iniciado um novo ciclo de estudos de "Daf Yomi" (grupos que se reúnem para estudar uma folha do Talmud por dia, visando terminar todos os Tratados em um período de 7 anos), normalmente as aulas ficam lotadas, mas conforme o tempo vai passando, as salas de aula vão se esvaziando, pois muitos desistem do projeto no meio do caminho.

Outra área onde normalmente as pessoas falham é em seu próprio crescimento espiritual. Por exemplo, em certos momentos da vida, como em Rosh Hashaná ou após passar por algum perigo de vida, as pessoas se sentem inspiradas a tomar decisões de crescimento espiritual. Porém, com o passar do tempo, estas decisões se tornam apenas distantes memórias e não se transformam em atos concretos.

Explica o Rav Yehonasan Gefen que a chave do sucesso é a característica de perseverança. Quando tomamos uma decisão, devemos nos esforçar para não desistir no meio do caminho, apesar das dificuldades que acabam surgindo. Um exemplo de perseverança foi dado pelo Rav Israel Meir HaCohen zt"l (Bielorússia, 1838 - Polônia, 1933), mais conhecido como Chafetz Chaim. Uma de suas maiores obras, a Mishná Brurá, que discute uma parte importante do Shulchan Aruch (Código de Leis Judaico), levou 25 anos para ficar pronta. Mas por que tantos anos para escrever um livro? Pois durante estes anos ele passou por muitas dificuldades e adversidades que o impediam de continuar escrevendo. A grande maioria das pessoas certamente teria desistido caso tivesse passado por tantas dificuldades, e inclusive teriam enxergando as dificuldades como "sinais" de que aquele investimento não estava destinado a ter sucesso. Mas o Chafetz Chaim percebeu que todas as dificuldades eram, na verdade, artimanhas do Yetser Hará (má inclinação), que queria evitar a todo custo que a Mishná Brurá fosse escrita. Ele reuniu forças, persistiu e conseguiu terminar sua obra, que se tornou um dos livros de Torá mais importantes do século passado.

Qual foi o segredo do sucesso do Chafetz Chaim? Por que ele conseguiu persistir enquanto a maioria teria desistido? Pois ele entendia a importância vital do que estava tentando fazer. Isto permitiu que ele superasse todos os desafios e conseguisse completar seu trabalho. Portanto, uma das dicas mais importantes para alcançarmos o sucesso nos nossos empreendimentos espirituais é manter o foco na importância do que estamos tentando fazer, e só assim conseguiremos persistir e vencer as adversidades.

Outra maneira prática de não deixar o tempo desgastar nossas aspirações e vontade de crescer é tomar atitudes imediatas logo após algum momento de inspiração. Por exemplo, quando escutamos alguma aula de Torá que nos toca profundamente, se não fizermos nenhum ato, em pouco tempo a "marca" deixada no nosso coração se apagará. Mas se imediatamente começarmos alguma mudança, alguma melhoria, por menor que seja, isto nos ajudará a guardar a força daquele momento.

Quando surgem oportunidades na vida, não podemos desperdiçá-las. A combinação de perseverança, foco, entendimento da grandeza dos nossos ideais e atitudes práticas imediatas pode nos ajudar a não apenas começarmos empreendimentos na vida, mas também terminá-los com sucesso.
SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm
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