quinta-feira, 28 de maio de 2015

SHABAT SHALOM M@IL - O VALOR INFINITO DE CADA UM - PARASHÁ NASSÓ 5775

ARQUIVO EM PDF
ARQUIVO EM PDF
BLOG
BLOG
INSCREVA-SE
INSCREVA-SE
BS"D

O VALOR INFINITO DE CADA UM - PARASHÁ NASSÓ 5775 (29 de maio de 2015) 

"O Rav Isser Zalman Meltzer z"l (Bielorússia, 1870 - Israel, 1953) estava em sua casa com alguns alunos quando um deles olhou pela janela e viu que um homem caminhava na direção da casa do Rav Isser Zalman. Parecia ser o Rav Yitzchak Zev Soloveitchik z"l (Bielorússia, 1886 - Israel, 1959), mais conhecido como Brisker Rav, um dos maiores sábios de Torá daquela geração, e isso causou um alvoroço entre os alunos. Quando o Rav Isser Zalman escutou que o Brisker Rav estava vindo visitá-lo, rapidamente vestiu suas roupas de Shabat em honra do estimado visitante e correu com seus alunos para recebê-lo.
 
Porém, quando se aproximaram do homem, perceberam que na realidade não era o Brisker Rav, e sim um judeu comum muito parecido com ele. Então algo surpreendente aconteceu, pois o esperado seria que o Rav Isser Zalman virasse as costas e voltasse desapontado para casa, mas ele começou a tratar aquele homem simples com a mesma honra que teria tratado se realmente fosse o Brisker Rav. Convidou-o para entrar na sua casa, pediu que ele se sentasse na cabeceira da mesa e ofereceu a ele água e comida.
 
O homem, surpreso com o tratamento de rei que estava recebendo, se sentiu incomodado pelo esforço que estava causando ao Rav e pediu para que ele parasse. O homem então explicou que havia vindo apenas para pedir ao Rav um documento, necessário para resolver certo assunto particular. O Rav alegremente escreveu e assinou o documento que o homem havia pedido e depois fez questão de acompanhá-lo até o portão de sua casa. Quando o Rav Isser Zalman voltou, encontrou seus alunos surpresos com sua conduta. Eles questionaram o porquê dele ter se esforçado tanto para honrar aquele homem, mesmo após ter percebido que era um judeu comum e não o Brisker Rav. O Rav Isser Zalman então explicou:
 
- Na verdade, a Mitzvá de honrar as pessoas é tão grande que nós deveríamos honrar cada simples ser humano da mesma maneira que nós honramos os grandes sábios de Torá. Porém, por causa do nosso nível espiritual baixo, as Mitzvót não são tão importantes para nós, e por isso nós não tratamos cada pessoa com a honra que ela realmente merece. Mas neste caso eu tive o mérito da Providência Divina ter decretado que eu deveria me preparar equivocadamente para receber um grande sábio de Torá. No momento que entendi que era um engano, eu pensei: "Por que perder esta incrível Mitzvá somente pelo fato do visitante ser uma pessoa simples?". Foi por isso que eu me esforcei tanto para dar a este homem a mesma honra que eu teria dado ao Brisker Rav."
 
Infelizmente não honramos as pessoas da maneira como deveríamos, pois não entendemos o incrível valor de cada ser humano. Se entendêssemos, correríamos para honrar todas as pessoas, até mesmo as mais simples. 

**************************************************** 

Existe uma importante regra, transmitida pelos nossos sábios, de que a Torá é muito concisa. Nenhuma palavra, e nem mesmo uma única letra, está escrita desnecessariamente. Mas a Parashá desta semana, Nassó, termina de uma maneira que parece fugir desta regra. Quando o Mishkan (Templo Móvel) foi inaugurado, os Nessiim (príncipes) de cada tribo trouxeram doações particulares, um a cada dia, que incluíam utensílios de ouro e prata, animais para serem oferecidos como Korbanót (sacrifícios), incenso e farinha, em comemoração daquele momento tão importante para o povo judeu. É interessante perceber que, apesar de ser uma doação particular e não obrigatória, todos os Nessiim trouxeram exatamente as mesmas oferendas. E mais incrível ainda é o fato da Torá repetir, por doze vezes, com versículos idênticos, as oferendas de cada Nassi. Por que eles trouxeram exatamente a mesma oferenda? E por que repetir tantas vezes, se a Torá poderia ter escrito apenas a primeira oferenda e depois ter nos informado que as outras oferendas foram exatamente iguais?
 
Em relação a trazer exatamente a mesma oferenda, nossos sábios explicam que não foi nenhuma coincidência. Quando cada um dos Nessiim estava se preparando para trazer sua oferenda, eles pararam para refletir e entenderam que algo desastroso poderia acontecer. Como a natureza do ser humano é sempre querer se comparar com os outros, então havia o grande risco de cada Nassi querer oferecer mais do que o Nassi anterior, gerando inveja, competição e desunião. Portanto, em um ato de enorme grandeza espiritual, os Nessiim decidiram que todos doariam exatamente a mesma coisa. Este ato foi tão bem visto aos olhos de D'us que Ele fez questão de "gastar" muitos versículos da Torá para honrar cada um dos Nessiim pessoalmente.
Isto por si só já seria motivo para a Torá ter descrito as oferendas de cada um dos Nessiim de forma independente. Mas o Rav Simcha Zisesel Ziv Broida (Lituânia, 1824-1898), mais conhecido como Alter MiKelm, explica que há outro motivo, também igualmente importante. Uma pessoa que cumpre uma Mitzvá junto com um grupo poderia pensar que os méritos da Mitzvá recaem sobre o grupo, mas que não há nenhuma atenção especial de D'us para cada uma das pessoas deste grupo. Porém, isto não é verdade, pois D'us se alegra com cada Mitzvá que cada judeu faz. A capacidade de D'us de amar e cuidar de cada pessoa é infinita, e não é prejudicada pelo fato Dele amar um número tão grande de pessoas. Foi isso que D'us quis ressaltar ao repetir as oferendas de cada Nassi. Com a mesma intensidade que D'us estava contente com a oferenda do primeiro Nassi, Nachshon ben Aminadav, da tribo de Yehudá, assim também Ele se alegrou com as oferendas de cada um dos Nessiim.
 
Este conceito é um dos fundamentos da filosofia judaica, que muitas vezes se choca com outras filosofias. Por exemplo, os ateístas não acreditam que cada indivíduo tem um valor intrínseco. Cada ser humano é apenas mais um dentre bilhões de outros seres humanos, que vivem em um pequeno e insignificante planeta, dentro de um Sistema Solar minúsculo, localizado em uma das milhões de galáxias do universo. É por isso que tantas pessoas atualmente sentem uma enorme falta de valor próprio, pois realmente acham que são insignificantes e não tem nenhuma importância, como foi expressado na famosa letra de música que diz: "All in all you're just another brick in the wall" (Ao todo, você é apenas mais um tijolo no muro).
 
A visão da Torá é o oposto disso. Cada pessoa tem um valor infinito, pois foi criada à imagem e semelhança de D'us, e é amada por Ele de maneira especial e particular. E assim nossos sábios expressam esta ideia: "O ser humano é amado, pois foi criado à imagem [de D'us]" (Pirkei Avót 3:18). Pelo simples fato de cada ser humano ter uma alma, isto já faz com que ele seja amado por D'us. É interessante perceber também que, dentre todas as criaturas feitas por D'us, apenas o ser humano foi criado sozinho. Por que D'us criou um grande número de criaturas, enquanto Adam Harishon foi criado sozinho? A Mishná (Sanhedrin 4:5) responde que D'us estava nos ensinando que cada ser humano vale o mundo inteiro, e por isso todo aquele que salva uma única pessoa é considerado como se tivesse salvado o mundo inteiro.
 
Entendemos a importância e percebemos a ênfase que a Torá dá para o enorme valor de cada ser humano. Porém, quais são as aplicações práticas deste entendimento? Em primeiro lugar, isto nos ajuda a perceber nosso valor, não abrindo nenhum espaço para pensamentos negativos de que não valemos nada. A depressão já é chamada de "a doença do século", e atualmente atinge até mesmo jovens em idade escolar. Por que o mundo sofre tanto com a depressão? Pois as pessoas não entendem que elas têm um valor intrínseco infinito, e que este é o seu verdadeiro valor. A nossa sociedade rotula as pessoas de acordo com seu sucesso profissional ou seu sucesso financeiro, causando com que muitas pessoas, apesar de serem incríveis e especiais, se sintam inúteis.
 
Além disso, ao entender que D'us se importa com cada pequeno ato de cada pessoa no mundo, isso nos ajuda a desenvolver um senso de responsabilidade por cada ato que fazemos. O Rambam (Maimônides) (Espanha, 1135 - Egito, 1204) escreve que cada pessoa deve enxergar o mundo como se todos os atos da humanidade estivessem constantemente sobre uma balança, de um lado os bons atos e do outro lado os maus atos, e que esta balança está equilibrada. Portanto, a pessoa deve sentir a responsabilidade de que cada Mitzvá sua pode estar fazendo a balança pender para o lado positivo, enquanto cada transgressão sua pode causar o efeito contrário. Isto nos ajuda a internalizar o valor e a importância de cada pequeno ato que fazemos na vida.
 
Um último ponto é que, ao entendermos que nenhuma pessoa é insignificante aos olhos de D'us, temos que olhar os outros seres humanos desta maneira e tratar cada pessoa de acordo com seu imenso valor intrínseco. Vimos que a Torá "gastou" dezenas de versículos, repetindo exatamente as mesmas palavras, apenas para demonstrar o quanto D'us se importa com os atos de cada indivíduo. Por isso recai sobre nós a enorme obrigação de valorizarmos e respeitarmos cada ser humano, e nos importarmos com os atos de cada um, tanto se for alguém muito importante quanto se for apenas uma pessoa simples. 

SHABAT SHALOM                                           

Rav Efraim Birbojm

************************************************************************
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT:

                   São Paulo: 17h08  Rio de Janeiro: 16h55                     Belo Horizonte: 17h03  Jerusalém: 19h02
***********************************************************************
Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Avraham ben Chana, Bentzion ben Chana, Ester bat Rivka, Rena bat Salk, Duvid ben Rachel, Chaia Lib bat Michle, Michle bat Enque, Miriam Tzura bat Ite, Fanny bat Vich, Zeev Shalom ben Sara Dvorah, Pece bat Geni, Salomão ben Sara, Tamara bat Shoshana, Yolanda bat Sophie, Chai Shlomo ben Sara, Eliezer ben Esther, Lea bat Sara, Debora Chaia bat Gueula, Felix ben Shoshana, Moises Ferez ben Sara, Zelda bat Sheva, Yaacov Zalman bat Tzivia, Yitzchak ben Dinah, Celde bat Lea, Geni bat Ester, Lea bat Simi, Ruth bat Messoda, Yaacov ben Ália, Chava bat Sara, Moshe David ben Chaia Rivka, Levi Itzchak ben Reizel, Lulu Chana bat Rachel, Haia Yona bat Sara.
--------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
-------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Avraham ben Ytzchak, Joyce bat Ivonne, Feiga bat Guedalia, Chana bat Dov, Kalo (Korin) bat Sinyoru (Eugeni), Leica bat Rivka, Guershon Yossef ben Pinchas; Dovid ben Eliezer, Reizel bat Beile Zelde, Yossef ben Levi, Eliezer ben Mendel, Menachem Mendel ben Myriam, Ytzhak ben Avraham, Mordechai ben Schmuel, Feigue bat Ida, Sara bat Rachel, Perla bat Chana, Moshé (Maurício) ben Leon, Reizel bat Chaya Sarah Breindl; Hylel ben Shmuel; David ben Bentzion Dov, Yacov ben Dvora; Moussa HaCohen ben Gamilla, Naum ben Tube (Tereza); Naum ben Usher Zelig; Laia bat Morkdka Nuchym; Rachel bat Lulu; Yaacov ben Zequie; Moshe Chaim ben Linda; Mordechai ben Avraham; Chaim ben Rachel; Beila bat Yacov; Itzchak ben Abe; Eliezer ben Arieh; Yaacov ben Sara, Mazal bat Dvóra, Pinchas Ben Chaia, Messoda (Mercedes) bat Orovida, Avraham ben Simchá, Bela bat Moshe, Moshe Leib ben Isser, Miriam bat Tzvi, Moises ben Victoria, Adela bat Estrella, Avraham Alberto ben Adela, Judith bat Miriam, Sara bat Efraim, Shirley bat Adolpho, Hunne ben Chaim, Zacharia ben Ytzchak, Aharon bem Chaim, Taube bat Avraham, Yaacok Yehuda ben Schepsl, Dvoire bat Moshé, Shalom ben Messod, Yossef Chaim ben Avraham, Tzvi ben Baruch, Gitl bat Abraham, Akiva ben Mordechai, Refael Mordechai ben Leon (Yehudá), Moshe ben Arie, Chaike bat Itzhak, Viki bat Moshe, Dvora bat Moshé, Chaya Perl bat Ethel, Beila Masha bat Moshe Ela, Sheitl bas Iudl, Boruch Zindel ben Herchel Tzvi, Moshe Ela ben Avraham, Chaia Sara bat Avraham, Ester bat Baruch, Baruch ben Tzvi, Renée bat Pauline, Menia bat Toube, Avraham ben Yossef, Zelda bat Mechel, Pinchas Elyahu ben Yaakov, Shoshana bat Chaskiel David, Ricardo ben Diana, Chasse bat Eliyahu Nissim, Reizel bat Eliyahu Nissim, Yossef Shalom ben Chaia Musha, Amelia bat Yacov, Chana bat Cheina, Shaul ben Yoshua, Milton ben Sami, Maria bat Srul, Yehoshua Reuven ben Moshe Eliezer, Chaia Michele bat Eni, Arie Leib ben Itschak, Chaia Ruchel bat Tsine, Malka bat Sara, Penina bat Moshe, Schmuel ben Beniamin, Chaim ben Moshe Leib, Avraham ben Meir, Shimshon ben Baruch, Yafa bat Salha, Baruch ben Yaacov, Sarita bat Miriam, Michael Ezra ben Esther, Clarice Chaia bat Israel, Moshe ben Yaacov.
--------------------------------------------
Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
Copyright © 2014 All rights reserved.

Our mailing address is:
efraimbirbojm@gmail.com

unsubscribe from this list    update subscription preferences 






This email was sent to efraimbirbojm.netivot@blogger.com
why did I get this?    unsubscribe from this list    update subscription preferences
Shabat Shalom M@il · Rua Dr. Veiga Filho, 404 · Sao Paulo, MA 01229090 · Brazil

Email Marketing Powered by MailChimp

quinta-feira, 21 de maio de 2015

SHABAT SHALOM M@IL - CORAÇÕES UNIDOS - PARASHÁ BAMIDBAR E SHAVUÓT 5775 

ARQUIVO EM PDF
ARQUIVO EM PDF
BLOG
BLOG
INSCREVA-SE
INSCREVA-SE
BS"D

CORAÇÕES UNIDOS - PARASHÁ BAMIDBAR E SHAVUÓT 5775 (22 de maio de 2015) 

Havia na floresta um leão feroz, que era um poderoso caçador. Certo dia ele estava com fome e viu três touros em um pasto. O problema era que eles estavam sempre juntos, e o leão sabia que não podia derrotar três touros. Porém, além de forte, o leão era muito astuto e logo bolou um plano. Ele ficou parado ao lado do pasto, observando. Quando percebeu que um dos touros havia se afastado um pouco dos outros, aproximou-se dele e o cumprimentou. O touro se assustou, mas manteve-se calmo, pois seus amigos estavam por perto. O leão começou uma conversa amigável e logo falou:
 
- Você parece ser tão bacana. Como pode ser que os outros dois touros falam coisas tão ruins sobre você o tempo todo? Só pode ser por inveja! E o pior é que eles fingem que realmente gostam de você...
 
Isto deixou o touro curioso. E o leão foi lentamente envolvendo-o, até que o touro começou a acreditar e a odiar seus amigos. O leão sugeriu ao touro que, sem falar nada aos outros, fosse pastar em outro lugar. O touro agradeceu ao leão pelos conselhos e foi sozinho para outro pasto, onde foi facilmente atacado e devorado.
 
No dia seguinte, o leão continuou seu plano. Sabia que mesmo contra dois touros ele não podia lutar. Quando um deles se afastou, puxou conversa com ele. Perguntou onde estava o amigo que estava faltando, mas o touro não sabia. O leão contou que havia visto o outro touro indo para um pasto vizinho, e que ele estava espalhando para todo mundo que não aguentava mais viver com touros tão falsos e oportunistas. O segundo touro no começo não queria acreditar, mas o leão continuou com sua narrativa de forma tão convincente que ele acabou ficando com raiva. O leão então sugeriu que ele fosse até o pasto vizinho para tirar satisfações com o amigo. O touro agradeceu e foi, e facilmente foi atacado pelo leão e devorado. Depois ficou fácil para o leão, no dia seguinte, atacar o terceiro touro e devorá-lo.
 
Quando os touros estavam juntos eles estavam seguros, pois o leão não tinha chances. Mas quando o leão foi capaz de separá-los, somente então conseguiu derrotá-los. Assim também acontece com o povo judeu. Quando estamos juntos, unidos, nossos inimigos não conseguem nos derrotar. Mas quando nos separamos, infelizmente perdemos a nossa força.

**************************************************** 

Nesta semana começamos o 4º livro da Torá, Bamidbar, que descreve muitos eventos importantes que aconteceram com o povo judeu durante os 40 anos em que permaneceram no deserto, como as contagens do povo, o erro dos espiões e muitas reclamações e rebeliões do povo judeu contra Moshé e contra D'us. E imediatamente após o término do Shabat começa a festa de Shavuót, também conhecida como "Chag Matan Torá" (A Festa da entrega da Torá), pois justamente nesta data, 6 de Sivan, D'us se revelou ao povo judeu no Monte Sinai e nos entregou os 10 Mandamentos.
 
Há um versículo interessante que descreve o momento da entrega da Torá no Monte Sinai: "E eles (povo judeu) viajaram de Refidim e chegaram ao Deserto do Sinai, e acamparam no deserto. E acampou Israel diante do Monte" (Shemot 19:2). Rashi (França, 1040 - 1105) observa que normalmente quando a Torá está se referindo ao povo judeu os verbos estão no plural (viajaram, chegaram e acamparam), mas quando a Torá descreve o momento no qual o povo estava diante do Monte Sinai está escrito no singular (acampou). Por que?
 
Outra pergunta interessante surge quando prestamos atenção em um dos textos da Hagadá de Pessach. No "Daienu" (nos bastaria) agradecemos a D'us por cada passo da nossa salvação do Egito. Um dos passos é: "Se D'us tivesse nos aproximado do Monte Sinai e não tivesse nos entregado a Torá, Daienu". O que há de especial em D'us ter nos aproximado do Monte Sinai? Por que isso tem um peso tão grande, a ponto de a Hagadá afirmar que mesmo sem receber a Torá esta aproximação já teria valido a pena?
 
Além disso, na Parashá da semana passada, Bechukotai, a Torá trouxe algumas Brachót (bênçãos) que recaem sobre o povo judeu quando andamos no caminho das Mitzvót. Uma das Brachót é que viveremos em segurança em Israel e nossos inimigos não nos dominarão. Assim o versículo descreve como serão nossas vitórias: "Perseguirão, 5 de vocês, 100 (inimigos), e 100 de vocês perseguirão 10 mil, e cairão seus inimigos diante de vocês pela espada" (Vayikrá 26:8). Mas a proporção utilizada pela Torá nos chama a atenção. Se 5 derrotam 100, significa que a força deles será multiplicada por 20. Portanto, 100 deveriam derrotar 2 mil inimigos, não 10 mil! Por que a Torá não manteve a mesma proporção? O Rav Yehuda Loew z"l (Praga, 1525 - 1609), mais conhecido como Maharal de Praga, vai além e questiona que se a Torá quer nos ensinar que quanto maior o número de pessoas envolvidas em uma tarefa, maior a força do grupo, então por que a força dos nossos inimigos também não aumentou proporcionalmente ao aumento numérico deles?
 
Rashi explica que a Torá está nos trazendo um importante ensinamento: não se compara o impacto positivo de quando há o comprometimento com a Torá de poucos indivíduos com o impacto positivo de quando há o comprometimento com a Torá de um grupo grande, e por isso os números não são proporcionais. Mas o versículo, que é parte das Brachót, somente se aplica às épocas nas quais o povo inteiro está cumprindo as Mitzvót. Então por que Rashi explica que o versículo compara poucos que estão cumprindo as Mitzvót com muitos que estão cumprindo as Mitzvót?
 
Explica o Rav Yochanan Zweig que quando estamos lidando com dinâmicas de grupos, há duas maneiras através das quais um grupo tem mais força para completar uma tarefa do que um simples indivíduo. Uma primeira maneira é formando um grupo que contém indivíduos preocupados apenas com seus próprios interesses pessoais, e eles se juntaram por causa de um objetivo comum. Apesar de cada um participar do grupo apenas por motivos pessoais e egoístas, mesmo assim este esforço coletivo para realizar uma tarefa é mais efetivo do que se cada pessoa do grupo estivesse fazendo individualmente a mesma tarefa, pois as forças se somam. Já a segunda maneira, muito mais efetiva do que a primeira, é formando um grupo cuja motivação de cada um dos indivíduos não é somente seus próprios interesses pessoais, mas também ajudar cada indivíduo do grupo a atingir seus objetivos. Enquanto no primeiro grupo o objetivo comum é o que os une, e sua força é derivada apenas de seu aumento numérico, no segundo grupo há um beneficio adicional, pois cada indivíduo também conta com a ajuda de cada um dos outros membros do grupo para que possa atingir seus objetivos. Neste caso, os membros do grupo estão unidos por sua vontade de se ajudarem mutuamente, e a tarefa executada é apenas uma manifestação deste desejo.
 
Quando versículo traz duas situações diferentes, isto é, de 5 perseguindo 100 e de 100 perseguindo 10 mil, na verdade a Tora está mostrando o contraste entre as duas dinâmicas de grupos. Na primeira situação, o verbo está descrito antes do grupo, "perseguirão, 5 de vocês", demonstrando que o ato de perseguir os inimigos é o que os une como um grupo. Entretanto, na segunda situação o grupo vem antes do verbo, "100 de vocês perseguirão 10 mil (inimigos)", demonstrando que o grupo é formado pelo desejo de se ajudar mutuamente, e nesta situação isto se manifesta através da perseguição aos inimigos. Como no primeiro grupo há um fortalecimento apenas na quantidade, a força do grupo só é multiplicada por 20. Mas no segundo grupo há uma centena de membros, e fora o esforço particular de cada um, há outras 99 pessoas interessadas que cada indivíduo alcance seus objetivos. Consequentemente, cada um tem a força de 100 pessoas e, como é um grupo com 100 membros, a combinação das forças resulta em um poderio de 10 mil pessoas.
 
Com esta explicação conseguimos entender as palavras de Rashi. Se o comprometimento do povo judeu com o cumprimento das Mitzvót é apenas como poucos indivíduos com interesses egoístas, eles não têm a mesma força do que uma nação em que cada indivíduo deseja ajudar seus companheiros em seu cumprimento das Mitzvót. A força de um grupo não depende apenas do número de membros, mas também de seu nível espiritual. Quanto mais um judeu se preocupa com os outros, maior a força do povo judeu como um todo. É por isso que, mesmo que no versículo os inimigos do povo judeu também aumentaram numericamente, sua força não aumentou proporcionalmente, pois eles não estavam unidos para se ajudarem, e sim apenas para atingir seu objetivo em comum: destruir o povo judeu.
 
Por que a Hagadá afirmou que "Se D'us tivesse nos aproximado do Monte Sinai e não tivesse nos entregado a Torá, Daienu"? Pois sob o Monte Sinai o povo judeu chegou ao nível da união perfeita, cada um preocupado com o outro, todos na mesma sintonia. Rashi explica que o verbo "acampar" está no singular pois o povo judeu chegou ao incrível nível de "Ke Ish Echad Be Lev Echad" (como um homem, com um só coração). É interessante perceber que Rashi ressalta antes "um homem", isto é, o motivo da formação do grupo é a preocupação um com o outro. E esta união perfeita levou ao "um só coração", isto é, o objetivo em comum de receber a Torá foi consequência da união perfeita do povo judeu.
 
Ao contrário, quando os egípcios estavam perseguindo os judeus no deserto, a Torá descreve: "E eis que o Egito estava viajando atrás deles" (Shemot 14:10). Novamente Rashi observa que o versículo mudou a conjugação para o singular (estava viajando), apesar de estar se referindo aos milhares de egípcios que perseguiam os judeus. Rashi explica que eles estavam unidos "Be Lev Echad Ke Ish Echad" (com um coração, como um só homem). Rashi inverteu a ordem justamente para ressaltar que os egípcios não estavam em uma união perfeita. Eles estavam juntos por egoísmo, apenas o que os unia era o ódio em comum contra os judeus e a vontade de pegar seus escravos e seus bens de volta, e não a vontade de ser um grupo, de se ajudarem. Por isso primeiro vem o coração, isto é, o objetivo, e só depois a união em um só homem.
 
Este deve ser um dos principais trabalhos de preparação para Shavuót: a união do povo judeu. Cada judeu precisa se preocupar de verdade com os outros. Não adianta cumprirmos as Mitzvót e não nos preocuparmos com aqueles que ainda não cumprem. Precisamos chegar a Shavuót com a consciência de que a vida é uma corrida na qual somente seremos vitoriosos quando todos cruzarem a linha de chegada juntos.

SHABAT SHALOM E CHAG SAMEACH

Rav Efraim Birbojm

**********************************************************************
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT:
        São Paulo: 17h09    Rio de Janeiro: 16h57          Belo Horizonte: 17h05  Jerusalém: 18h58
 
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHAVUÓT:

Depois de   São Paulo: 18h06  Rio de Janeiro: 17h53   Belo Horizonte: 18h02  Jerusalém: 20h15
 
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS YOM TOV SHENI:

 Depois de    São Paulo: 18h05  Rio de Janeiro: 17h53   Belo Horizonte: 18h02 
**********************************************************************
Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Avraham ben Chana, Bentzion ben Chana, Ester bat Rivka, Rena bat Salk, Duvid ben Rachel, Chaia Lib bat Michle, Michle bat Enque, Miriam Tzura bat Ite, Fanny bat Vich, Zeev Shalom ben Sara Dvorah, Pece bat Geni, Salomão ben Sara, Tamara bat Shoshana, Yolanda bat Sophie, Chai Shlomo ben Sara, Eliezer ben Esther, Lea bat Sara, Debora Chaia bat Gueula, Felix ben Shoshana, Moises Ferez ben Sara, Zelda bat Sheva, Yaacov Zalman bat Tzivia, Yitzchak ben Dinah, Celde bat Lea, Geni bat Ester, Lea bat Simi, Ruth bat Messoda, Yaacov ben Ália, Chava bat Sara, Moshe David ben Chaia Rivka, Levi Itzchak ben Reizel, Lulu Chana bat Rachel, Haia Yona bat Sara.
--------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
-------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Avraham ben Ytzchak, Joyce bat Ivonne, Feiga bat Guedalia, Chana bat Dov, Kalo (Korin) bat Sinyoru (Eugeni), Leica bat Rivka, Guershon Yossef ben Pinchas; Dovid ben Eliezer, Reizel bat Beile Zelde, Yossef ben Levi, Eliezer ben Mendel, Menachem Mendel ben Myriam, Ytzhak ben Avraham, Mordechai ben Schmuel, Feigue bat Ida, Sara bat Rachel, Perla bat Chana, Moshé (Maurício) ben Leon, Reizel bat Chaya Sarah Breindl; Hylel ben Shmuel; David ben Bentzion Dov, Yacov ben Dvora; Moussa HaCohen ben Gamilla, Naum ben Tube (Tereza); Naum ben Usher Zelig; Laia bat Morkdka Nuchym; Rachel bat Lulu; Yaacov ben Zequie; Moshe Chaim ben Linda; Mordechai ben Avraham; Chaim ben Rachel; Beila bat Yacov; Itzchak ben Abe; Eliezer ben Arieh; Yaacov ben Sara, Mazal bat Dvóra, Pinchas Ben Chaia, Messoda (Mercedes) bat Orovida, Avraham ben Simchá, Bela bat Moshe, Moshe Leib ben Isser, Miriam bat Tzvi, Moises ben Victoria, Adela bat Estrella, Avraham Alberto ben Adela, Judith bat Miriam, Sara bat Efraim, Shirley bat Adolpho, Hunne ben Chaim, Zacharia ben Ytzchak, Aharon bem Chaim, Taube bat Avraham, Yaacok Yehuda ben Schepsl, Dvoire bat Moshé, Shalom ben Messod, Yossef Chaim ben Avraham, Tzvi ben Baruch, Gitl bat Abraham, Akiva ben Mordechai, Refael Mordechai ben Leon (Yehudá), Moshe ben Arie, Chaike bat Itzhak, Viki bat Moshe, Dvora bat Moshé, Chaya Perl bat Ethel, Beila Masha bat Moshe Ela, Sheitl bas Iudl, Boruch Zindel ben Herchel Tzvi, Moshe Ela ben Avraham, Chaia Sara bat Avraham, Ester bat Baruch, Baruch ben Tzvi, Renée bat Pauline, Menia bat Toube, Avraham ben Yossef, Zelda bat Mechel, Pinchas Elyahu ben Yaakov, Shoshana bat Chaskiel David, Ricardo ben Diana, Chasse bat Eliyahu Nissim, Reizel bat Eliyahu Nissim, Yossef Shalom ben Chaia Musha, Amelia bat Yacov, Chana bat Cheina, Shaul ben Yoshua, Milton ben Sami, Maria bat Srul, Yehoshua Reuven ben Moshe Eliezer, Chaia Michele bat Eni, Arie Leib ben Itschak, Chaia Ruchel bat Tsine, Malka bat Sara, Penina bat Moshe, Schmuel ben Beniamin, Chaim ben Moshe Leib, Avraham ben Meir, Shimshon ben Baruch, Yafa bat Salha, Baruch ben Yaacov, Sarita bat Miriam, Michael Ezra ben Esther, Clarice Chaia bat Israel, Moshe ben Yaacov.
--------------------------------------------
Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
Copyright © 2014 All rights reserved.

Our mailing address is:
efraimbirbojm@gmail.com

unsubscribe from this list    update subscription preferences 






This email was sent to efraimbirbojm.netivot@blogger.com
why did I get this?    unsubscribe from this list    update subscription preferences
Shabat Shalom M@il · Rua Dr. Veiga Filho, 404 · Sao Paulo, MA 01229090 · Brazil

Email Marketing Powered by MailChimp

sexta-feira, 15 de maio de 2015

DIFICULDADES TRAZEM MÉRITOS - SHABAT SHALOM MAIL - PARASHIÓT BEHAR E BECHUKOTAI 5775

ARQUIVO EM PDF
ARQUIVO EM PDF
BLOG
BLOG
INSCREVA-SE
INSCREVA-SE
Este email é dedicado à elevação da alma de Meir ben Eliezer Baruch Z"L
BS"D

DIFICULDADES TRAZEM MÉRITOS - PARASHIÓT BEHAR E BECHUKOTAI 5775 (15 de maio de 2015)

 
"Certo dia Adriano estava observando um casulo de borboleta quando, naquele exato momento, uma pequena abertura apareceu. Ele resolveu se sentar e observar o que aconteceria. Ele viu que a borboleta se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco aberto no casulo, mas em certo momento pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso e não conseguia  mais sair. Adriano decidiu ajudar a borboleta: pegou  uma tesoura e cortou o restante do casulo.  A borboleta então saiu  facilmente, mas  seu corpo estava pequeno e murcho, e suas asas estavam amassadas.
 
Adriano continuou a observar a borboleta, pois esperava  que, a qualquer momento, as asas dela se abririam e se esticariam para  serem  capazes de suportar o peso do corpo. Mas nada aconteceu. Na verdade, a borboleta passou o resto da vida rastejando, com um corpo murcho e as asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar.
 
Adriano, em sua vontade de ajudar, não compreendia que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura serviam para  que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de modo que ela estivesse  pronta para voar quando conseguisse sair do casulo. Ao cortar a pequena abertura, Adriano acabou tirando as chances de um dia aquela borboleta conseguir voar.

Algumas vezes o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida. Se não fossem os obstáculos, nós não seríamos tão  fortes quanto poderíamos ter sido"

Eu pedi a D'us força, mas Ele me mandou dificuldades para me fazerem forte. Eu pedi a D'us sabedoria, mas Ele me mandou problemas para eu aprender a resolver. Eu pedi a D'us prosperidade, mas Ele me mandou uma boa cabeça para pensar e músculos para eu trabalhar. Eu pedi a D'us coragem, mas Ele me mandou perigos para eu superar. Eu pedi a D'us amor, mas Ele me mandou pessoas com problemas para eu ajudar. Eu pedi a D'us favores, e Ele me mandou oportunidades. Eu não recebi nada do que pedi a D'us, mas Ele me mandou tudo o que eu precisava... 

**************************************************** 

Nesta semana lemos duas Parashiót juntas, Behar e Bechukotai. A Parashá Behar nos ensina sobre a importante Mitzvá de Shmitá, que exige que os agricultores de Israel descansem suas terras a cada 7 anos, reforçando nossa Emuná (fé) de que todo o nosso sustento vem diretamente de D'us, e não do nosso esforço. Já a Parashá Bechukotai descreve as Brachót que recaem sobre o povo judeu quando andamos no caminho das Mitzvót, mas logo depois descreve as advertências e os consequentes castigos caso o povo judeu se desvie e abandone o pacto com D'us.
 
As advertências da Parashá Bechukotai terminam com um consolo: "E Eu lembrarei Meu pacto com Yaacov, e também Meu pacto com Ytzchak, e também Meu pacto com Avraham Eu lembrarei..." (Vayikrá 26:42). Se prestarmos atenção neste versículo, perceberemos que há algo interessante: a expressão "zachor" (lembrar) aparece junto ao nome do nosso patriarca Avraham e junto ao nome do nosso patriarca Yaacov, mas não aparece junto ao nome do nosso patriarca Ytzchak. Por que esta diferença?
 
Explica o Rav Yaakov ben Asher zt"l (Alemanha1269 - Espanha, 1343), mais conhecido como Baal HaTurim, que este versículo ressalta que D'us lembrou de maneira especial os méritos de Avraham e Yaacov pois eles cumpriram as Mitzvót tanto quando estavam em Israel quanto quando estavam fora de Israel, mas Ytzchak, que viveu apenas em Israel todos os dias da sua vida, nunca teve a oportunidade de cumprir as Mitzvót fora de Israel. O Baal HaTurim acrescenta que tanto Avraham quanto Yaacov receberam de D'us o título de "Meus servos", enquanto este título não foi concedido a Ytzchak. Mas o que nos intriga nesta explicação do Baal HaTurim é que aparentemente o fato de Ytzchak nunca ter saído de Israel foi algo negativo, que deu a ele menos méritos do que os outros patriarcas. Por que isto diminuiria seus méritos?
 
A pergunta fica ainda mais intrigante quando nos aprofundamos no motivo pelo qual Ytzchak nunca saiu de Israel. O Rav Shlomo Itzchaki zt"l (Rashi) (França, 1040 - 1105) explica que D'us o proibiu de sair após ele ter sido oferecido por Avraham, seu pai, como um "Korban" (sacrifício), no episódio da "Akeidat Ytzchak". A partir daquele momento Ytzchak havia se tornado uma "Olá Temimá" (oferenda de elevação perfeita), e justamente por ter atingido este nível espiritual tão elevado ele foi instruído por D'us a permanecer sempre em Israel, a "Terra Sagrada". De acordo com a explicação de Rashi, Ytzchak não podia sair de Israel por ter criado um relacionamento especial com D'us, em um nível mais elevado do que dos outros patriarcas. Então como pode ser que Avraham e Yaacov, que serviram a D'us em locais com muito menos santidade, possuíam méritos maiores do que os méritos de Ytzchak, que somente serviu a D'us em Israel?
 
Além disso, há outro ensinamento interessante de Rashi. Quando a Torá nos descreve as Mitzvót de Tefilin e Mezuzá (Devarim 11:18,20), Rashi explica que o propósito de uma pessoa que está fora de Israel de colocar Tefilin e de fixar Mezuzót nos batentes de sua casa é apenas para que ela não se esqueça de como cumprir estas Mitzvót, e assim possa novamente cumpri-las quando chegar o momento de voltar para Israel. O Rambam (Maimônides) (Espanha, 1135 – Egito, 1204) vai além e afirma que este conceito se aplica a todas as Mitzvót. Isto significa que, de acordo com o Rambam, o propósito de cumprirmos as Mitzvót fora de Israel é apenas para nos prevenir de esquecermos como elas devem ser cumpridas, e somente em Israel nós estamos verdadeiramente obrigados a cumpri-las. Mas como entender esta explicação do Rambam? Não há nenhum valor intrínseco em cumprir as Mitzvót fora de Israel? E isto não é contraditório com a explicação do Baal HaTurim, de que Avraham e Yaacov tinham mais méritos do que Ytzchak justamente por terem cumprido Mitzvót também quando estavam fora de Israel?
 
Há um Midrash (parte da Torá Oral) que nos ajuda a responder estas perguntas através de uma parábola. O Midrash conta sobre um rei que, após ter se enfurecido com sua esposa, expulsou-a do palácio e mandou-a de volta para a casa dos seus pais. O pai dela sugeriu que, mesmo enquanto ela estivesse fora do palácio, continuasse usando as roupas reais e os cosméticos. O Rav Yakov Tzvi Mecklenberg (Alemanha, 1785 - 1865) explica que o Midrash nos transmite duas mensagens. A primeira mensagem é que, ao continuar a vestindo suas roupas reais e seus cosméticos, a mulher continuaria se lembrando de todos os costumes do palácio e estaria pronta para voltar assim que fosse eventualmente chamada de volta. A segunda mensagem é que, ao manter suas roupas reais e seus cosméticos, a mulher se manteria em seu status elevado, proporcionando uma grande honra ao seu distante marido.
 
Ensina o Rav Yochanan Zweig que as Mitzvót efetivam nosso relacionamento com D'us. Em Israel, onde a Presença Divina é muito mais perceptível, a realidade do relacionamento proporciona ao povo judeu um sentimento de reciprocidade em seus atos. Principalmente na época em que existiam os Templos Sagrados, nos sentíamos mais próximos de D'us ao cumprirmos as Mitzvót em Israel, e este sentimento de proximidade nos preenchia e nos satisfazia. Mas fora de Israel não há este sentimento imediato de reciprocidade, pois a Presença de D'us está oculta. Como falta a reciprocidade, as Mitzvót são cumpridas como se fossem parte de um relacionamento unilateral. Por isso, a única motivação para continuar cumprindo as Mitzvót fora de Israel é o desejo de obedecer a D'us.
 
Este é o paralelo que podemos aplicar ao ensinamento do Rambam. Quando cumprimos as Mitzvót fora de Israel, nós demonstramos nosso desejo de continuar nosso relacionamento com D'us, e fazendo isso nós trazemos honra para Ele. Apesar de Ytzchak ter atingido elevados níveis de santidade e ter mantido durante toda sua vida um relacionamento perfeito com D'us, ele nunca enfrentou o desafio de servir a D'us sob circunstâncias nas quais o relacionamento recíproco não podia ser percebido. Já Avraham e Yaacov se sobressaíram em sua conexão com D'us e no cumprimento das Mitzvót mesmo nos momentos em que o relacionamento parecia ser unilateral. Foi justamente por isso que seus méritos tiveram um impacto muito maior sobre os seus descendentes.
 
É neste sentido que o Baal HaTurim ressalta que somente Avraham e Yaacov receberam o título de "escravos de D'us", pois um escravo cumpre a vontade de seu dono independente se existe um relacionamento recíproco ou não. Já Ytzchak pode ser comparado a um filho cumprindo as ordens de seu pai, que apesar de ser um relacionamento em um nível mais alto, não é tão digno de louvor quanto a dedicação de uma pessoa que aceita ser um escravo e servir seu dono mesmo sem receber a satisfação de um relacionamento recíproco.
 
Portanto, a Parashá nos traz um incrível ensinamento de vida. Normalmente fugimos das dificuldades, e até mesmo sofremos antecipadamente por imaginarmos os eventuais testes que podem surgir em nossas vidas. Mas a Parashá nos ensina que as dificuldades nos fortalecem e nos trazem méritos, como ensinam nossos sábios: "De acordo com a dificuldade, assim é a recompensa" (Pirkei Avót 5:26). As dificuldades nos ajudam a desenvolver os músculos físicos e "espirituais" que estavam atrofiados. Por isso, quando surgirem dificuldades em nossas vidas, temos que levantar a cabeça e enfrentá-las com coragem, sabendo que estaremos dando importantes passos para o nosso crescimento espiritual.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

************************************************************************
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT:

                   São Paulo: 17h12  Rio de Janeiro: 16h59                     Belo Horizonte: 17h07  Jerusalém: 18h53
***********************************************************************
Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Avraham ben Chana, Bentzion ben Chana, Ester bat Rivka, Rena bat Salk, Duvid ben Rachel, Chaia Lib bat Michle, Michle bat Enque, Miriam Tzura bat Ite, Fanny bat Vich, Zeev Shalom ben Sara Dvorah, Pece bat Geni, Salomão ben Sara, Tamara bat Shoshana, Yolanda bat Sophie, Chai Shlomo ben Sara, Eliezer ben Esther, Lea bat Sara, Debora Chaia bat Gueula, Felix ben Shoshana, Moises Ferez ben Sara, Zelda bat Sheva, Yaacov Zalman bat Tzivia, Yitzchak ben Dinah, Celde bat Lea, Geni bat Ester, Lea bat Simi, Ruth bat Messoda, Yaacov ben Ália, Chava bat Sara, Moshe David ben Chaia Rivka, Levi Itzchak ben Reizel, Lulu Chana bat Rachel, Shulem ben Chaia Sara.
--------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
-------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Avraham ben Ytzchak, Joyce bat Ivonne, Feiga bat Guedalia, Chana bat Dov, Kalo (Korin) bat Sinyoru (Eugeni), Leica bat Rivka, Guershon Yossef ben Pinchas; Dovid ben Eliezer, Reizel bat Beile Zelde, Yossef ben Levi, Eliezer ben Mendel, Menachem Mendel ben Myriam, Ytzhak ben Avraham, Mordechai ben Schmuel, Feigue bat Ida, Sara bat Rachel, Perla bat Chana, Moshé (Maurício) ben Leon, Reizel bat Chaya Sarah Breindl; Hylel ben Shmuel; David ben Bentzion Dov, Yacov ben Dvora; Moussa HaCohen ben Gamilla, Naum ben Tube (Tereza); Naum ben Usher Zelig; Laia bat Morkdka Nuchym; Rachel bat Lulu; Yaacov ben Zequie; Moshe Chaim ben Linda; Mordechai ben Avraham; Chaim ben Rachel; Beila bat Yacov; Itzchak ben Abe; Eliezer ben Arieh; Yaacov ben Sara, Mazal bat Dvóra, Pinchas Ben Chaia, Messoda (Mercedes) bat Orovida, Avraham ben Simchá, Bela bat Moshe, Moshe Leib ben Isser, Miriam bat Tzvi, Moises ben Victoria, Adela bat Estrella, Avraham Alberto ben Adela, Judith bat Miriam, Sara bat Efraim, Shirley bat Adolpho, Hunne ben Chaim, Zacharia ben Ytzchak, Aharon bem Chaim, Taube bat Avraham, Yaacok Yehuda ben Schepsl, Dvoire bat Moshé, Shalom ben Messod, Yossef Chaim ben Avraham, Tzvi ben Baruch, Gitl bat Abraham, Akiva ben Mordechai, Refael Mordechai ben Leon (Yehudá), Moshe ben Arie, Chaike bat Itzhak, Viki bat Moshe, Dvora bat Moshé, Chaya Perl bat Ethel, Beila Masha bat Moshe Ela, Sheitl bas Iudl, Boruch Zindel ben Herchel Tzvi, Moshe Ela ben Avraham, Chaia Sara bat Avraham, Ester bat Baruch, Baruch ben Tzvi, Renée bat Pauline, Menia bat Toube, Avraham ben Yossef, Zelda bat Mechel, Pinchas Elyahu ben Yaakov, Shoshana bat Chaskiel David, Ricardo ben Diana, Chasse bat Eliyahu Nissim, Reizel bat Eliyahu Nissim, Yossef Shalom ben Chaia Musha, Amelia bat Yacov, Chana bat Cheina, Shaul ben Yoshua, Milton ben Sami, Maria bat Srul, Yehoshua Reuven ben Moshe Eliezer, Chaia Michele bat Eni, Arie Leib ben Itschak, Chaia Ruchel bat Tsine, Malka bat Sara, Penina bat Moshe, Schmuel ben Beniamin, Chaim ben Moshe Leib, Avraham ben Meir, Shimshon ben Baruch, Yafa bat Salha, Baruch ben Yaacov, Sarita bat Miriam, Michael Ezra ben Esther, Clarice Chaia bat Israel, Moshe ben Yaacov.
--------------------------------------------
Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
Copyright © 2014 All rights reserved.

Our mailing address is:
efraimbirbojm@gmail.com

unsubscribe from this list    update subscription preferences 






This email was sent to efraimbirbojm.netivot@blogger.com
why did I get this?    unsubscribe from this list    update subscription preferences
Shabat Shalom M@il · Rua Dr. Veiga Filho, 404 · Sao Paulo, MA 01229090 · Brazil

Email Marketing Powered by MailChimp