quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ TETSAVÊ 5774

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LÍNGUA BARULHENTA OU SILENCIOSA - PARASHÁ TETSAVÊ 5774 (07 de fevereiro de 2014)

“Shmuel Hanagid, poeta judeu espanhol que viveu no século 11, era o primeiro ministro de Granada. Certa vez ele foi duramente insultado, na presença do rei, por alguém que o odiava. O rei, completamente furioso com o atrevimento daquele homem que ousou ofender e difamar o primeiro ministro diante do próprio rei, ordenou que Shmuel Hanaguid castigasse duramente o ofensor cortando fora sua língua.

Porém, ao contrário das ordens do rei, não apenas Shmuel Hanaguid não cortou a língua daquele que o ofendeu, mas também passou a tratá-lo com a máxima bondade. Quando o rei escutou que suas ordens não haviam sido cumpridas, e ainda descobriu que Shmuel Hanaguid tratava bem seu desafeto, então ele voltou sua fúria contra seu primeiro ministro, acusando-o de desacato à autoridade e exigindo uma explicação. Shmuel Hanaguid, sem perder a calma, deu uma bela resposta ao rei:

- Não entendo sua raiva, Majestade. Você me acusa de não ter cumprido sua ordem, mas eu sim cumpri. Você me pediu para que eu cortasse a língua ruim do meu inimigo, e foi isso o que eu fiz. A única diferença foi que eu tirei a língua ruim dele e coloquei no lugar uma língua gentil”.

Às vezes passamos por situações de stress com outras pessoas, nas quais nosso sangue ferve, como quando somos ofendidos. Frequentemente caímos no erro de tentar combater fogo com fogo, e tudo o que conseguimos é aumentar ainda mais o problema. A maneira mais simples de apagar fogo é utilizando água fria. Portanto, ao invés de gritos e retaliações violentas, a forma verdadeira de esfriar uma briga é utilizar palavras tranquilas e suaves, falando em um tom baixo, com a cabeça fria e levando a honra do próximo em consideração.

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Na Parashá desta semana, Tetsavê, a Torá continua descrevendo os detalhes do Mishkan (Templo Móvel). O foco nesta Parashá são as oito roupas utilizadas pelo Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) durante os serviços do Mishkan. No final da Parashá a Torá também começa a nos ensinar algumas das leis sobre os Korbanót (sacrifícios) que eram oferecidos no Mishkan.

Além do aspecto físico das roupas do Cohen Gadol, que tinham um grande esplendor e eram feitas de materiais nobres e caros, o Talmud (Arachim 16a) ressalta que as roupas tinham outra característica interessante. O Talmud questiona o porquê da proximidade entre a descrição das roupas do Cohen Gadol e a descrição dos Korbanót, e responde que da mesma maneira que os Korbanót traziam expiação aos pecados cometidos pelo povo, assim também as roupas do Cohen Gadol traziam expiação. Cada uma das roupas tinha o poder de trazer expiação por algum erro específico que o povo judeu havia cometido. A “Ktonet” (Túnica) trazia expiação pelos assassinatos, a “Michnassaim” (Calça) trazia expiação pelas relações incestuosas, o “Mitsnefet” (Turbante) trazia expiação pela arrogância, o “Avnet” (Cinto) trazia expiação pelos pensamentos pecaminosos do coração, o “Choshen” (Peitoral) trazia expiação pelos erros judiciais, o “Efod” (tipo de um avental) trazia expiação pela idolatria, o “Tzitz” (Placa de ouro) trazia expiação pelos atos descarados, e finalmente o “Meil” (Manto) trazia expiação pelo Lashon Hará (maledicência).

O Meil era um longo manto em cuja borda eram costurados pequenos sinos. Quando o Cohen Gadol se movimentava, os sinos faziam barulho. O Talmud explica que justamente esta roupa, que fazia barulho, servia para expiar a transgressão que também faz barulho, o Lashon Hará. Mas o Talmud traz uma aparente contradição ao afirmar que era o “Ketoret”, o incenso que era oferecido no Mishkan, que trazia expiação para a transgressão de Lashon Hará. Se o Talmud associa o barulho do Meil com o barulho do Lashon Hará, como pode ser que o Ketoret, algo silencioso, também pode estar associado ao Lashon Hará? E afinal, era o Meil ou era o Ketoret que fazia a expiação do Lashon Hará?

Responde o Talmud que existem dois tipos de Lashon Hará: o que é feito com barulho e o que é feito de forma silenciosa. O Meil, que faz barulho, traz expiação para o Lashon Hará que é feito com barulho, isto é, quando aquele que está difamando seu companheiro o faz sem esconder seus sentimentos, dizendo as coisas de forma tão aberta que até mesmo aquele que está sendo difamado escuta. Já o Ketoret, que é silencioso, traz expiação para o Lashon Hará que é feito de maneira silenciosa, isto é, quando o difamador esconde da “vítima” seus sentimentos verdadeiros, e ela não tem nem mesmo a consciência de que sua imagem está sendo impiedosamente manchada.

Porém, por que era necessário que duas partes diferentes do Mishkan viessem expiar a mesma transgressão? À primeira vista, o Lashon Hará com barulho, que causa uma vergonha direta para aquele que é abertamente difamado, é muito mais grave. Se o Meil era suficiente para expiar o Lashon Hará com barulho, por que não era suficiente também para expiar o Lashon Hará silencioso, aparentemente menos grave e menos danoso?

Explica o Rav Yehonatan Guefen que para responder esta pergunta antes precisamos entender de uma maneira mais profunda os verdadeiros efeitos dos dois tipos de Lashon Hará. O Lashon Hará com barulho causa um grande dano, pois quando a pessoa difamada escuta as coisas ruins que estão sendo abertamente ditas sobre ela, sente uma grande dor. Neste sentido, o Lashon Hará barulhento é muito mais grave e danoso do que o silencioso. Porém, por outro lado, como o Lashon Hará é feito de forma escancarada, a vítima tem mais chances de, ao escutar o que está sendo dito sobre ela, se defender e tomar uma atitude para interromper o Lashon Hará. Já o Lashon Hará silencioso tem um lado muito mais maligno do que o Lashon Hará barulhento. O Lashon Hará silencioso é caracterizado pelo difamador se comportar com “duas caras”, isto é, na frente da vítima ele é amigável e está sempre dando sorrisos e abraços, mas por trás dela o difamador fala, de forma impiedosa, coisas terríveis. Pelo fato da vítima não estar consciente de estar sendo difamada, ela não faz nenhum esforço para se proteger, e os ataques podem seguir continuamente.

Com este esclarecimento é possível entender a necessidade de duas partes independentes do Mishkan para expiar a transgressão de Lashon Hará, pois cada uma das duas formas de Lashon Hará, a barulhenta e a silenciosa, tem algo que a torna mais prejudicial, e neste ponto cada uma delas é mais grave do que a outra. Por isso, apesar do Meil conseguir expiar o Lashon Hará barulhento, ele não consegue expiar o Lashon Hará silencioso. O Ketoret, ao contrário, tem força para expiar o Lahon Hará silencioso, mas não tem força para expiar o Lashon Hará barulhento.

O que é particularmente surpreendente nesta explicação é que o Lashon Hará feito de forma silenciosa, que parece inofensivo, pode ser muitas vezes até mais grave e destrutivo do que o Lashon Hará feito de maneira escancarada. Por isso, temos que tomar cuidado com nossas palavras, para que não estejamos, mesmo sem intenção, causando graves danos às outras pessoas, muitas vezes irreparáveis.

Acontecem várias ocasiões em nossas vidas nas quais desenvolvemos um desafeto por alguém. Mas é óbvio que esta aversão que sentimos pelo outro não justifica de forma nenhuma o Lashon Hará, principalmente quando feito com “duas caras”. A Torá nos ensina que os irmãos de Yossef sentiram tanta inveja dele a ponto de odiá-lo, como está escrito “Eles não conseguiam falar com ele (Yossef) de forma pacífica” (Bereshit 37:4). A Torá não está criticando os irmãos de Yossef, ao contrário, está louvando a atitude deles, que não se comportavam de uma maneira falsa. Eles não davam sorrisos e abraços quando estavam com Yossef e o denegriam quando ele não estava presente. Por mais que havia um grave erro de guardar ódio no coração, os irmãos de Yossef se cuidavam para não se comportarem de maneira hipócrita.

O Lashon Hará e a hipocrisia servem somente para aumentar as discussões e a inimizade entre as pessoas. O caminho ideal para resolver problemas deve ser sempre através de uma conversa franca e transparente, sem rispidez nem exaltação. O tom de voz deve ser mantido sempre baixo, e a conversa calma e ponderada. Somente através de um comportamento honesto e sincero poderemos realmente melhorar nosso relacionamento com todos os que estão à nossa volta, sem correr o risco de nos tornarmos hipócritas ou de causar danos aos outros.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ TERUMÁ 5774

BS”D

EQUILÍBRIO - PARASHÁ TERUMÁ 5774 (31 de janeiro de 2014)

“O Rebe Avraham Mordechai Alter, mais conhecido como Imrei Emes (Polônia, 1866 - Israel, 1948), estava certa vez na sinagoga quando um dos frequentadores se aproximou e pediu a ele um Tefilin emprestado, pois havia perdido o seu e levaria algum tempo até que pudesse comprar um novo. O Rebe, sem pensar duas vezes, emprestou a ele um Tefilin. Mas não era um Tefilin qualquer, era um Tefilin extremamente valioso, que havia pertencido ao pai do Imrei Emes, o Rebe Yehudah Aryeh Leib Alter, mais conhecido como Sfas Emes (Polônia, 1847-1905), um homem de muita santidade. Aquele Tefilin tinha um valor inestimável, e as pessoas sabiam o quanto o Rebe era cuidadoso com ele. Um dos seus alunos, ao ver que o Rebe havia emprestado aquele Tefilin tão valioso, questionou por que ele não havia emprestado um Tefilin mais simples. O Rebe explicou:

- Está escrito na Torá: “Este é o meu D’us e eu farei para Ele uma Morada” (Shemot 15:2). Deste versículo aprendemos que quando fazemos uma Mitzvá, devemos fazê-la da melhor maneira possível. Este conceito não se aplica apenas nas Mitzvót diretamente relacionadas com D’us, mas também nas Mitzvót relacionadas com o próximo. Isto inclui o Chessed (bondade) que fazemos aos outros e, portanto, devemos fazê-lo da melhor maneira possível. Foi por isso que eu não emprestei a ele um Tefilin qualquer, eu fiz questão de emprestar o meu Tefilin mais valioso.”

O Imrei Emes entendeu que o conceito de embelezar as Mitzvót também se aplica no nosso relacionamento com o próximo. Da mesma maneira que queremos ser cuidadosos no nosso relacionamento com D’us, para que tudo seja feito da maneira mais adequada e minuciosa possível, assim também devemos ser cuidadosos no nosso relacionamento com as outras pessoas.

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Nesta semana lemos a Parashá Terumá, que nos ensina sobre os detalhes do Mishkan (Templo Móvel), uma construção com uma função muito nobre: ser o local de repouso da Presença Divina. Apesar de D’us estar presente em todos os lugares, o Mishkan era o lugar físico onde a Presença Divina podia ser sentida de uma maneira mais palpável. A Parashá descreve tanto a estrutura do Mishkan quanto seus utensílios, como a Menorá, a Shulchan (mesa de ouro) e o Mizbeach (altar de oferendas).

A estrutura do Mishkan era composta por tábuas de madeira apoiadas em bases de prata. As tábuas eram mantidas unidas por barras de madeira de acácia, como está escrito: “E a barra central passará por dentro das tábuas, de uma extremidade à outra” (Shemot 26:28). Esta barra central era de extrema importância, pois ajudava a dar estabilidade para toda a estrutura do Mishkan.

Explica o Targum Yonathan (tradução da Torá para o aramaico, de autoria do Rav Yonathan Ben Uziel, que viveu no 1º século da era comum) que esta barra central foi feita com a madeira da árvore que Avraham Avinu havia plantado para fazer bondade com as pessoas, como está escrito: “E plantou (Avraham) uma “Eshel” em Beer Sheva” (Bereshit 21:33). Por que esta árvore que Avraham plantou recebeu um papel tão importante no Mishkan, dando estabilidade para toda a estrutura? Qual a mensagem que a Torá está nos transmitindo?

Explica o Rav Nosson Tzvi Finkel, mais conhecido como Alter MiSlobodka (Lituânia, 1849 - Israel, 1927), que muitas vezes, mesmo querendo chegar à perfeição, o ser humano faz sua Avodat Hashem (Serviço Divino) de uma maneira desequilibrada, e isto o afasta do seu objetivo. Onde está este desequilíbrio? Normalmente damos atenção às Mitzvót que são “Bein Adam LaMakom” (entre o homem e D’us), mas acabamos esquecendo de dar a devida importância para as Mitzvót “Bein Adam LeHaveiró” (entre o homem e seu semelhante), e este desequilíbrio pode nos custar caro. O Alter Mi Slobodka adverte que no momento em que uma pessoa está cumprindo uma Mitzvá Bein Adam LaMakom, ela deve ser extremamente cuidadosa para não causar nenhum dano ou constrangimento às outras pessoas, pois se causar qualquer aborrecimento aos outros por falta de sensibilidade, ela corre o risco de perder mais do que ganhou com a Mitzvá.

Infelizmente existem muitas situações onde isto acontece, até mesmo dentro da sinagoga. Por exemplo, após a leitura pública da Torá, quando o Sefer Torá é reconduzido ao Aron Hakodesh, temos o costume de beijá-lo, como uma forma de dar Kavód (honra) e mostrar o quanto a Torá é querida para nós. Porém, pessoas que estão distantes do Sefer Torá acabam empurrando os outros para conseguirem chegar perto. Nossos sábios afirmam que este é um grande erro, pois evitar machucar e incomodar outras pessoas certamente se sobrepõe ao ato de beijar o Sefer Torá. Enquanto dar um beijo no Sefer Torá é apenas um embelezamento da Mitzvá, causar danos à outra pessoa é uma grave transgressão. Outro exemplo é a pessoa que, no momento de vestir seu Talit, não se importa com a pessoa de trás. Quando a pessoa joga o Talit para trás, os longos fios se transformam em um verdadeiro chicote, podendo machucar. É muito bonito ver como há pessoas preocupadas em cumprir a Mitzvá de vestir o Talit com Kavaná (intenção), mas nunca podemos esquecer, mesmo quando estamos cumprindo uma Mitzvá importante, que há outras pessoas à nossa volta.

Outra área em que vemos o desequilíbrio na Avodat Hashem é nas Chumrot (rigorosidades) que recebemos sobre nós. Em várias Mitzvót Bein Adam LaMakom a pessoa recebe sobre si vários níveis de rigorosidade. Um exemplo clássico é na área de Kashrut, na qual muitas pessoas decidem ser extremamente rigorosas, para se afastar de qualquer tipo de dúvida ou risco de comer algo que não seja Kasher. Esta é certamente uma atitude muito louvável, uma demonstração de temor a D’us. Mas será que esta pessoa também recebe sobre si as mesmas rigorosidades em relação às Mitzvót Bein Adam LeHaveiró? Ela verifica muito bem o que vai entrar na sua boca, mas será que ela verifica muito bem o que vai sair da sua boca? Será que ela pensa muitas vezes antes de dizer algo, para checar se não dirá nada que possa ofender ou machucar os outros?

Há um importante comentário do Ramban (Nachmânides, Espanha, 1194 - Israel, 1270), e muito conhecido por todos, sobre o versículo “Sejam sagrados” (Vayikrá 19:2). Ele ensina que daqui aprendemos que não é suficiente apenas cumprir as Mitzvót “ao pé da letra”. Para fazermos a nossa Avodat Hashem da maneira correta, devemos nos esforçar para atingir cada vez níveis maiores de proximidade com D’us, tentando melhorar a cada dia nossos atos. Mesmo as Mitzvót que nós já cumprimos, podemos tentar fazer um pouco melhor e de forma um pouco mais cuidadosa. Mas há outro comentário do Ramban que, apesar de ser igualmente importante, não é tão conhecido. Ele aprende do versículo “E você deve fazer o que é correto e bom aos olhos de D’us” (Devarim 6:18) que também no nosso relacionamento com as outras pessoas não devemos apenas cumprir a lei “ao pé da letra”, e sim fazer até mais do que é exigido de nós. Portanto, segundo o Ramban, para a pessoa realmente fazer a sua Avodat Hashem da maneira correta, antes de tudo ela deve perceber que D’us espera de nós que possamos tratar as pessoas com o máximo nível de sensibilidade.

Explica o Rav Zelig Pliskin que D’us exigiu que parte importante da sustentação do Mishkan fosse feita com as madeiras que Avraham Avinu plantou por bondade para nos lembrar de que, mesmo quando estamos fazendo nossa Avodat Hashem com o máximo empenho, mesmo que seja uma Mitzvá tão especial e sagrada quanto a construção do Mishkan, a Morada de D’us, não podemos esquecer de ter compaixão pelas outras pessoas, que foram criadas à imagem e semelhança Dele. A barra central do Mishkan é um lembrete eterno de que há dois pilares na nossa Avodat Hashem: Bein Adam LaMakom e Bein Adam LeHaveiró. O segredo para alcançar a perfeição é o equilíbrio, isto é, mesmo nos momentos de maior devoção a D’us, não se esquecer das nossas obrigações com as outras pessoas.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ MISHPATIM 5774

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AJUDANDO A ALIVIAR O PESO - PARASHÁ MISHPATIM 5774 (24 de janeiro de 2014)

Muitos estudantes da Yeshivá de Ponovitch, na cidade de Bnei Brak, estavam se preparando para ir ao casamento de um amigo em Jerusalém. Para facilitar, eles chamaram vários táxis e se dividiram em pequenos grupos. Um dos alunos convidou o Rav Elazar Man Shach (Lituânia, 1899 - Israel, 2001), o Rosh Yeshivá (Diretor espiritual), para ir com ele em um dos taxis. Quando o Rav Shach escutou que ainda havia mais um lugar sobrando, pediu que Yossi, um novo aluno da Yeshivá, também fosse convidado. Yossi, que havia vindo de fora de Israel, ainda não conhecia ninguém na Yeshivá e estava visivelmente deslocado.

Durante a viagem, que levou cerca de uma hora, o Rav Shach foi mostrando para Yossi vários pontos turísticos famosos, como a fábrica de cimento, a estrada velha e Latrun (Museu dos tanques de guerra). Um dos estudantes que estava no táxi, sabendo quanto o Rav Shach dava importância para o seu estudo de Torá, ficou incomodado de vê-lo “gastando tempo” sendo um guia turístico e decidiu fazer uma pergunta sobre o tratado do Talmud (Torá Oral) que eles estavam estudando na Yeshivá. O estudante achou que o Rav Shach ficaria muito agradecido por estar sendo “salvo” daquela perda de tempo. Porém, para sua surpresa, o Rav Shach respondeu:

- Me desculpe, você pode conversar comigo sobre o Talmud todos os dias na Yeshivá, mas neste exato momento eu prefiro que não, pois estou cumprindo a Mitzvá de “Achnassat Orchim” (receber um convidado). Este rapaz é novo na Yeshivá, ainda não conhece ninguém e, por isso, é nossa obrigação fazer de tudo para deixá-lo à vontade” (Retirado do livro “Major Impact”, de autoria de Dovid Kaplan).

O aluno do Rav Shach realmente conhecia o quanto ele dava valor para cada segundo de estudo de Torá. Mas talvez o que ele não conhecia era a grandeza do Rav Shach em se preocupar com os outros, mesmo nos pequenos detalhes. Foi isto o que fez do Rav Shach o maior rabino da geração.

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Nesta semana lemos a Parashá Mishpatim, que nos ensina muitas Mitzvót “Bein Adam Le Haveiró” (entre o homem e seu semelhante), como as leis sobre compensação de danos, a preocupação com os indefesos e abandonados e as leis que regulamentam o empréstimo de dinheiro. Estes ensinamentos são muito importantes, pois na maioria das vezes achamos que a espiritualidade é medida através de grandes atos de devoção a D’us, como fazer Mikvê (mergulho ritual) em águas congelantes, extensos jejuns e longos retiros espirituais. Mas a Parashá nos ensina que a espiritualidade é medida através dos pequenos atos do nosso cotidiano, em especial a forma como nos comportamos em relação aos nossos semelhantes.

Um dos ensinamentos mais impressionantes está no final da Parashá. D’us chamou Moshé, Aharon, os filhos mais velhos de Aharon (Nadav e Avihu) e 70 anciões do povo judeu, e se revelou a eles de uma maneira mais explícita, através de uma visão profética, como está escrito: “E eles visionaram o D’us de Israel, e debaixo de Seus pés havia como uma obra de tijolos de safira, tão límpida quanto a visão dos céus” (Shemot 24:10). Mas o que significa esta visão? Por que sob os pés de D’us havia tijolos de safira? E por que a visão termina falando sobre um céu límpido?

É importante lembrar que D’us é infinito e, portanto, não tem nenhuma forma física limitada, e não pode ser representado através de nenhuma imagem. Todas as vezes que a Torá atribui a D’us características físicas é apenas para que possamos aprender com os atos Dele e nos comportarmos como Ele. Rashi (França, 1040 - 1105), comentarista da Torá, explica que o chão feito de tijolos de safira estava diante de D’us no momento da escravidão do Egito, para que Ele se lembrasse do sofrimento pelo qual passavam os judeus, em especial quando carregavam nas costas pesados tijolos durante os trabalhos forçados.

Porém, uma das premissas do judaísmo é que D’us é Onisciente. Ele precisava deixar tijolos para lembrar-se do sofrimento do povo judeu? Explica o Rav Yerucham Leibovitz (Bielorússia, 1873 – Israel, 1936) que D’us está nos ensinando que não é suficiente para uma pessoa apenas refletir e imaginar o sofrimento do seu companheiro. Ele quer que sejamos “Nossê Be Ól Haveiró” (carregar o peso junto com nosso companheiro), isto é, quando vemos alguém em dificuldade, devemos nos esforçar para ativamente aliviar seu sofrimento. E uma das pessoas que conseguiu aprimorar muito esta característica foi Moshé Rabeinu. Ele foi criado por Batia, filha do Faraó, e cresceu no palácio real, cercado por todos os tipos de luxo e comodidade, mas mesmo assim não se esqueceu dos seus irmãos, que estavam escravizados, como diz o versículo: “E cresceu Moshé, e foi ter com seus irmãos, e viu o sofrimento deles” (Shemot 2:11). Não era suficiente Moshé ter ficado em casa, imaginando os terríveis sofrimentos pelos quais seus irmãos estavam passando? Rashi explica que Moshé usou seus olhos e seu coração para sofrer junto com eles. Ele não ficou somente imaginando as dificuldades pelas quais eles passavam, ele saiu para vê-los e sentir a dor que eles sentiam.

Mas como explicou Rashi, somente os olhos não são suficientes para sentir de verdade a dor do próximo, é preciso usar o coração. Vemos pobres dormindo na rua, se alimentando de restos de lixo, e sentimos muito dó, mas continuamos nossas vidas como se nada estivesse acontecendo, pois apenas utilizamos nossos olhos, não nosso coração. Aquele que pensa que cumpre sua obrigação de “Nossê Be Ól Haveiró” apenas vendo uma pessoa sofrendo, sem se esforçar para sentir também o mesmo sofrimento, está apenas se enganando. Após Moshé ter usado seus olhos e seu coração, ele se uniu no sofrimento dos seus irmãos. O Midrash (parte da Torá Oral) diz que quando Moshé via algum judeu carregando uma carga muito pesada, ele oferecia seu ombro para dividir com ele o peso. Ele não fazia isso apenas para aliviar seu companheiro do peso que carregava, mas também para sentir na pele o sofrimento que seus irmãos sentiam. Moshé não ficou apenas olhando, seus olhos e seu coração o levaram a atitudes de bondade.

Explica o Rav Yerucham que mais difícil do que sentir o sofrimento do próximo é sentir de verdade a alegria do próximo. Por que a visão de D’us termina com as seguintes palavras: “límpida como a visão dos céus”? Quando D’us se revelou para este seleto grupo de judeus, isto causou uma alegria muito grande neles, como está escrito: “E eles viram D’us, e comeram e beberam” (Shemot 21:11). Segundo Unkelos (Roma, 35ec - Israel, 120ec), que traduziu toda a Torá para o aramaico, estas palavras significam que para eles a visão de D’us trouxe tanto prazer quanto os mais deliciosos prazeres físicos. D’us quis então demonstrar que estava feliz junto com eles, e fez isto através de uma visão iluminada, como um dia claro e cheio de luz, nos ensinando como é importante nos alegrarmos com as alegrias dos outros.

Estamos acostumados a ir a uma festa e ver os convidados felicitando o dono da festa com um sonoro “Mazal Tov”. À primeira vista parece que todos estão felizes, com um contagiante sorriso no rosto. Mas será que esta alegria externa das pessoas realmente reflete o que elas sentem de verdade em seus corações? Não é tão simples assim chegar ao nível de se alegrar com a alegria dos outros como se fosse a nossa própria alegria. Muitas vezes, mesmo de forma inconsciente, nossa alegria se mistura com um pouco de inveja, uma sensação de que aquela alegria poderia estar acontecendo conosco e não com o outro. Será que aquele “Mazal Tov” não é uma alegria apenas da boca para fora? Cada um de nós precisa ser sincero consigo mesmo, para saber o quanto conseguimos de verdade sentir a alegria do próximo, e o quanto ainda precisamos nos esforçar para melhorar nesta área.

Quando um comerciante se encontra com outro comerciante depois dos negócios, podem ocorrer três situações: se ele lucra e seu companheiro perde, ele fica muito feliz. Se os dois lucram ou perdem igualmente, ele fica triste. E se ele perde e seu companheiro lucra, ele fica imerso em terríveis sofrimentos. O Rav Yerucham nos ensina que, infelizmente, não há muita diferença entre o comportamento dos comerciantes e das pessoas que estão em um salão de festas. A alegria de uma pessoa é medida, portanto, de acordo com quanto ela ganha e quanto seu companheiro perde. Por isso é tão difícil sentir alegria de verdade quando é nosso companheiro, e não nós, que tem motivos para festejar.

Esta triste constatação é consequência da queda espiritual do ser humano. O maior problema é que nos enganamos e não sabemos o quanto chegamos a sentir até mesmo ódio no nosso coração por pessoas que achamos que nós amamos. O primeiro passo para melhorarmos é despertar e perceber o quanto estamos ainda longe do que D’us espera de nós. Precisamos superar o nosso egoísmo e nos alegrar com o que os outros têm, pois cada um recebe de D’us exatamente o que precisa para cumprir seu trabalho espiritual neste mundo. Precisamos usar mais o nosso coração para sentir a dor dos outros e ajudar no que for possível, para tentar ao menos aliviar um pouco a dor do próximo. Somente assim, através de um esforço constante, chegaremos ao nível verdadeiro de dividir com o próximo seus sofrimentos e suas alegrias.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ ITRÓ 5774

BS"D

ABRINDO OS OUVIDOS - PARASHÁ ITRÓ 5774 (17 de janeiro de 2014)

"Fábio era uma boa pessoa, tentava melhorar em todas as áreas da vida, mas havia algo que ele não conseguia mudar: seu egoísmo. Isto atrapalhava muito seus amigos e familiares, a ponto de muitos irem se queixar com o rabino da cidade sobre o seu comportamento. Após quebrar muito a cabeça, o rabino teve uma ideia de como ajudar Fábio a mudar sem deixá-lo chateado. Ele preparou um discurso inteiro falando das vantagens de fazer bondades com o próximo e o quanto era negativo ser uma pessoa egoísta. Mudando os nomes e alguns detalhes, o rabino queria ilustrar o discurso com as próprias situações que as pessoas haviam se queixado sobre Fábio, para ver se assim ele percebia que o discurso era para ele.

Quando chegou o Shabat, a sinagoga estava lotada. O rabino procurou e reconheceu Fábio sentado em uma das primeiras fileiras. Então ele começou seu discurso cheio de energia, emocionando as pessoas. Ele citou os exemplos de problemas que o egoísmo causa, e constantemente olhava para Fábio, tentando perceber se ele esboçava algum tipo de reação. E ele ficou muito contente ao perceber que Fábio escutava suas palavras com muito interesse. Para aumentar a sua felicidade, quando ele terminou o discurso, Fábio imediatamente se levantou e caminhou em sua direção. O rabino ficou esperançoso que Fábio havia entendido o recado e o estava procurando para pedir ajuda para mudar. Mas o que Fábio disse quase fez o rabino desmaiar. Com um grande sorriso no rosto, ele falou:

- Rabino, que belas palavras você falou hoje. Que discurso inspirado, me tocou profundamente. Coitado daqueles que são egoístas. Foi uma grande pena, pois um amigo meu, que era quem realmente precisava ter escutado estas palavras, infelizmente não pôde vir hoje. Rabino, acho bom você repetir este discurso para ele, pois ele é egoísta e precisa melhorar muito..."

Enquanto não aprendermos a escutar as críticas, enquanto sempre procurarmos os defeitos nos outros, esquecendo que primeiro devemos procurar em nós mesmos, estaremos perdendo excelentes oportunidades de melhorar e crescer espiritualmente.

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Nesta semana lemos a Parashá Itró, que traz dois assuntos muito importantes. O primeiro assunto é o reencontro de Moshé Rabeinu com seu sogro Itró no meio do deserto. Mas por que Itró foi procurar Moshé? A Parashá começa com as seguintes palavras: "E escutou Itró". Rashi (França, 1040 - 1105), comentarista da Torá, explica que Itró escutou os eventos milagrosos da abertura do Mar Vermelho e da guerra contra o povo de Amalek, e por isso decidiu unir-se ao povo judeu. O segundo assunto é a entrega da Torá no Monte Sinai, que ocorreu depois da revelação de D'us diante de todo o povo judeu.

A entrega da Torá foi um evento que mudou o curso da história da humanidade, foi o que deu sentido para a criação do ser humano. Será que este evento tão grandioso não merecia uma Parashá inteira somente para ele? Por que o reencontro de Itró com Moshé precisou ser escrito na mesma Parashá da entrega da Torá? Além disso, segundo Rashi, Itró se uniu ao povo judeu somente depois da entrega da Torá. Então por que foi importante a Torá mencionar a vinda dele antes da entrega da Torá?

Explica o Rav Zev Leff que a conexão entre os dois assuntos nos ensina uma importante preparação para o recebimento da Torá. Há dois motivos pelos quais foi importante relatar a vinda de Itró antes da entrega da Torá. Em primeiro lugar, quando está escrito na Torá "E escutou Itró", parece que apenas ele escutou. Mas o Zohar (parte mística da Torá) afirma que todas as nações do mundo também escutaram sobre a abertura do mar e a guerra contra Amalek. Então qual foi a diferença entre Itró e o resto do mundo? Todas as pessoas escutaram o que aconteceu, mas continuaram suas vidas sem nenhum tipo de mudança ou busca pela verdade, enquanto Itró ouviu e internalizou as informações. Ele refletiu, procurou a verdade, e finalmente concluiu que deveria buscar a Torá.

Outro motivo para ensinar sobre a vinda de Itró está relacionado com a crítica que ele fez sobre o sistema que Moshé utilizava para julgar o povo. Moshé julgava sozinho o povo todo, cansando a si mesmo e as pessoas, que precisavam passar o dia esperando para serem atendidas. Itró sugeriu que Moshé não deveria ficar com todo o peso do julgamento sobre suas costas, ele deveria distribuir os julgamentos em tribunais menores, e somente os casos mais difíceis chegariam até ele. Moshé sabia que o sistema que ele utilizava era pesado para ele e para o povo, mas ele queria fazer com que as pessoas o procurassem quando houvesse alguma disputa, e assim ele aproveitaria o contato com as pessoas para ensinar a elas um pouco mais de Torá. Apesar de Itró ser um homem muito sábio, com uma grande bagagem acumulada com as buscas pela verdade que havia feito na vida, ele não chegava aos pés de Moshé. Além disso, Itró nunca havia sido exposto à sabedoria da Torá. Moshé poderia simplesmente ter escutado a sugestão de Itró e depois ter educadamente rejeitado, sem nem mesmo levá-la em consideração. Mas Moshé demonstrou sua grandeza ao escutar com atenção as palavras de Itró, que o levaram a uma reflexão mais profunda e à conclusão de que seu sogro estava certo. No final, Moshé Rabeinu acabou acatando a sugestão de Itró e mudou todo o sistema de justiça do povo judeu, cumprindo o que está escrito: "Quem é o sábio? Aquele que aprende de todas as pessoas" (Pirkei Avót 4:1).

Isto quer dizer que o motivo da Torá ter antecipado a vinda de Itró foi para nos ensinar uma das características mais importantes para que uma pessoa possa crescer espiritualmente: a capacidade de escutar o que os outros têm para dizer, principalmente se for uma crítica, algo que pode ser melhorado. Tanto Itró quanto Moshé demonstraram que seu crescimento espiritual somente foi possível pela capacidade que eles adquiriram de escutar de verdade.

Este mesmo ensinamento é repetido durante a entrega da Torá. Entre os milagres que aconteceram no Monte Sinai, um deles foi que os sentidos físicos das pessoas se alteraram, como está escrito: "E o povo inteiro viu os sons" (Shemot 20:15). Mas para que foi necessário este milagre? Explica o Rav Zev Leff que a audição não necessita de nenhuma preparação, pois os sons de todas as direções são recebidos pelo ouvido sem a necessidade de focar ou se virar para a direção de onde vem o som. Já a visão é mais seletiva, pois vemos apenas se abrimos os olhos e focamos em algum objeto ou paisagem. Quando D'us nos permitiu ver os sons, Ele estava nos ensinando uma preciosa lição: devemos escutar com o mesmo foco que utilizamos na visão. Muitos sons chegam aos nossos ouvidos, mas apenas aquele que aprende a focar sua audição consegue absorver as mensagens contidas em cada coisa que escutamos.

Uma das qualidades mais importantes para uma pessoa que quer crescer espiritualmente é saber escutar o que é dito para ela, principalmente em relação às críticas. Em geral temos a tendência de nos esquivar das críticas, atribuindo o que está sendo dito a outras pessoas. O próprio formato do ouvido nos ensina esta importante lição. A parte externa do ouvido tem o formato de um funil, e tem a função de trazer para a parte interna do ouvido os sons captados externamente. Isto nos ensina que quando escutamos uma crítica, devemos escutar como se tivesse sido dito diretamente para nós.

A Torá traz um exemplo das graves consequências de não querer escutar. Cain e Hevel (Abel) protagonizaram o primeiro assassinato da história da humanidade. Motivado pela inveja, Cain se levantou e matou seu irmão Hevel. Antes do assassinato, Cain e Hevel se encontraram no campo e conversaram, mas a Torá não conta qual foi o conteúdo da conversa. Ibn Ezra (Espanha, 1089 -1167), comentarista da Torá, explica que D'us havia dado uma bronca em Cain, como está escrito: "Se você melhorar, então você será perdoado, mas se não, o pecado estará na entrada, e sobre você estará o desejo, mas você pode controlá-lo" (Bereshit 4:7). Como a grande maioria das pessoas, ao invés de Cain escutar a bronca de D'us, ele achou que era para os outros, não para ele. Como só havia Hevel, ele entendeu então que a bronca era para Hevel, e repetiu-a para ele. Uma discussão se iniciou e terminou com o primeiro assassinato da história. Tudo porque Cain, ao invés de escutar a crítica, preferiu achar que ela era para os outros.

Temos uma tendência natural de achar que estamos sempre certos, e ficamos cegos em relação ao que não condiz com nossa opinião. Moshé, Itró e todos os outros que chegaram à grandeza espiritual certamente adquiriram a capacidade de escutar. O Midrash (parte da Torá Oral) afirma que há aqueles que escutam e perdem, e há aqueles que escutam e lucram. Escutar corretamente as coisas é a chave para o sucesso. Antes mesmo de escutarmos no Monte Sinai "E disse D'us", a Torá nos ensinou o que significa escutar. Pois a menos que haja um ouvido que escute, mesmo as mensagens mais poderosas, vindas diretamente de D'us, acabarão se perdendo para sempre.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ BESHALACH 5774

BS"D


A FORÇA DE UM BOM ATO - PARASHÁ BESHALACH 5774 (10 de janeiro de 2014)

Daniel certa vez procurou seu rabino para fazer uma pergunta que o incomodava muito. Ele queria saber por que valia a pena se esforçar tanto para fazer boas ações, se mais cedo ou mais tarde acabaria fazendo alguma transgressão e colocaria tudo a perder. O rabino respondeu com uma interessante comparação:

- Meu querido Daniel, imagine se você estivesse em um lugar onde há uma paisagem de tirar o fôlego. Então você não resiste e tira uma bela fotografia, que depois é colocada em uma linda moldura. Se você fosse ao mercado vender, quanto você acha que conseguiria por ela? Talvez uns 30 ou 40 reais no máximo.

- Porém o que aconteceria - continuou o rabino - se você fosse ao mesmo lugar, visse a mesma paisagem, mas ao invés de fotografa-la, você pegasse uma tela, passasse o mês inteiro pintando a cena de forma artística e depois emoldurasse. Se você fosse ao mercado, poderia vender esta tela por mais de mil reais. Porém, não é estranha esta diferença de valores? A fotografia é muito mais perfeita, contém cada pequeno detalhe da paisagem, enquanto a pintura, apesar da beleza, capta apenas algumas partes da cena. Sabe por que esta diferença de valores? Pois na verdade é o esforço que conta.

- Esta é a resposta para sua pergunta - concluiu o rabino - os anjos têm a perfeição da fotografia, nunca cometem transgressões. Mas a perfeição deles não tem tanto valor aos olhos de D'us, pois vem sem esforço. Já os seres humanos são imperfeitos. Apesar das coisas boas que fazemos, ocasionalmente também cometemos erros, mas é o nosso esforço para melhorar que nos torna tão preciosos aos olhos de D'us.

Daniel saiu de lá feliz. Ele entendeu que as transgressões, apesar de serem graves, não apagavam os méritos de seus bons atos. Por isso valia a pena se esforçar para crescer um pouco mais a cada dia.

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Na Parashá desta semana, Beshalach, após a praga que matou todos os primogênitos egípcios, o povo judeu finalmente saiu do Egito, como está escrito: "E eis que, quando o Faraó enviou o povo (judeu)" (Shemot 13:17). Mas sabemos que o povo judeu foi libertado diretamente por D'us, e não pelo Faraó. Então por que está escrito "quando o Faraó enviou", como se o Faraó tivesse feito um ato de bondade conosco?

Responde o Midrash (parte da Torá Oral) que o Faraó, no momento em que os judeus estavam saindo do Egito, deu alguns passos para acompanhá-los. O Midrash vai além e afirma que, por estes poucos passos, além do mérito de ter sido escrito na Torá que foi o Faraó que enviou o povo judeu para a liberdade, os egípcios também meritaram a Mitzvá de "Não abominarás o egípcio, pois você foi um estrangeiro na terra dele" (Devarim 23:8).

Mas este Midrash desperta muitos questionamentos. Aquele mesmo Faraó havia negado D'us ao dizer "Quem é Hashem para que eu escute Sua voz?" (Shemot 5:2). Ele também havia endurecido seu coração mesmo com as terríveis pragas que D'us mandou sobre o Egito. Além disso, ele havia permitido a saída do povo judeu somente motivado pelo medo de morrer, já que ele também era um primogênito. Como pode ser que uma pessoa assim tão ruim conseguiu causar um "ruído" tão grande nos mundos espirituais, a ponto da Torá gravar para sempre o mérito dele ter acompanhado o povo judeu na saída do Egito? E mais ainda, como pode ser que, por ter dado alguns passos, o Faraó tenha meritado uma Mitzvá na Torá, apesar de todas as maldades que ele fez?

Responde o Rav Yehuda Leib Chassman (Lituânia,1869 - Israel, 1935) que este Midrash está nos ensinando um importante fundamento, que nos ajuda a perceber como cada pequeno ato pode ter consequências espirituais muito grandes em nossas vidas. Na criação do ser humano está escrito: "E D'us criou o ser humano do pó da terra, e soprou em seu nariz uma alma de vida" (Bereshit 2:7). Este versículo não quer dizer apenas que o ser humano é composto de duas forças, uma espiritual, representada pela alma soprada por D'us, e uma material, representada pelo pó da terra. O versículo também nos ensina que cada ato e cada pensamento do ser humano contém estas duas forças, isto é, uma parte física e uma parte espiritual. A nossa alma é parte de D'us, e da mesma forma que Ele é ilimitado e eterno, a alma que Ele soprou dentro de nós também é ilimitada e eterna. Apesar de não conseguirmos captar com o nosso entendimento limitado o conceito de "eternidade", uma vez que o mundo material tem fim e limite, de qualquer maneira este conceito existe no mundo espiritual.

Explica o Rav Chassman que quando uma pessoa faz um ato, este ato sobe aos mundos espirituais e é dividido em incontáveis pedaços, para que D'us possa indicar quais partes do ato são mais elevadas e pertencem à alma e quais partes são mais baixas e pertencem ao corpo. Apenas D'us, em Sua sabedoria ilimitada, pode fazer este tipo de avaliação, tão precisa e minuciosa. Nenhum detalhe passa em branco, nenhuma informação é perdida.

Portanto, até mesmo um Rashá (malvado) como o Faraó, que endureceu seu coração e não queria libertar o povo judeu, quando surgiu em seu coração uma pequena faísca de bondade e ele quis libertar o povo judeu, a ponto de até mesmo acompanhá-los com alguns passos, isto revelou um pequeno pedaço de bondade escondida dentro de incontáveis partes de maldade absoluta. E mesmo este ínfimo pedaço não passou despercebido aos olhos de D'us, pois por ser uma parcela espiritual e eterna, este pedaço cresceu e aumentou até que seu brilho fez com que as palavras "o Faraó enviou o povo" fossem gravadas para sempre na Torá, e também trouxe méritos para que D'us nos ordenasse a Mitzvá de "Não abominarás o egípcio". Como o Faraó despertou em seu coração uma fagulha espiritual eterna, então ele meritou, Midá Kenegued Midá (medida por medida), uma recompensa eterna.

Daqui aprendemos a força espiritual de um bom ato ou um bom pensamento. Se apenas uma fagulha de bondade no coração do Faraó conseguiu despertar uma força espiritual tão grandiosa, qual será então a recompensa de uma pessoa que dedica sua vida a fazer bons atos e a cumprir a vontade de D'us? Apesar de não podermos captar a real dimensão do que ocorrerá nos mundos espirituais, fica claro, através deste ensinamento da Parashá, o quanto vale a pena nos esforçarmos para melhorar um pouco mais a cada dia, aperfeiçoando nossos atos e nossas características. Até mesmo a vontade e o esforço de fazer o que é correto, apesar das dificuldades, é levado em consideração.

Por outro lado, temos um potencial tão grande que, se não aproveitado, pode ter consequências desastrosas. No final da Parashá está descrito o primeiro encontro do povo judeu com Amalek, nosso maior inimigo, o povo descendente de Essav. A maldade de Amalek é tanta que temos uma Mitzvá especial de apagar do mundo qualquer lembrança sua, como está escrito: "Eu vou certamente apagar a lembrança de Amalek sob os céus... D'us mantém uma guerra contra Amalek, de geração em geração" (Shemot 17:14,16). Por que um castigo tão duro para o povo de Amalek, uma guerra eterna contra eles?

D'us escreveu sobre Amalek justamente nesta Parashá, onde está descrita a recompensa eterna do Faraó, para nos ensinar que, diferente do Faraó, que conseguiu despertar no seu coração pelo menos uma fagulha de bondade, os Amalekim representam a total falta de boas características e de Emuná (fé). Seus atos são tão baixos, tão negativos, tão destrutivos, que não resta nem mesmo uma fagulha de espiritualidade. Pelo fato do povo de Amalek tentar apagar do mundo a espiritualidade, que é eterna, então D'us castigou-o, Midá Kenegued Midá, com a Mitzvá de apagar a memória de Amalek e guerrear contra ele para sempre. Ao trazer o assunto de Amalek a Torá quis ressaltar que, apesar de todo o potencial de bondade que o ser humano tem, o mau uso do nosso livre arbítrio pode nos fazer afundar em maldades e aumentar nossas transgressões a ponto de destruir qualquer espiritualidade nos nossos atos, apagando a luz da nossa alma.

D'us não despreza nenhum bom ato, nem mesmo um bom pensamento. Ele vê as nossas dificuldades e o nosso esforço. Mesmo quando fracassamos, Ele sabe quando tentamos de verdade. Por isso, não podemos desistir, apesar de às vezes o trabalho parecer difícil demais. Se ao menos tentarmos, com todas as nossas forças, assim estaremos garantindo que, mesmo dentro de um fracasso, haverá muitos sucessos.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ BÔ 5774

BS"D


O VALOR DE CADA UM - PARASHÁ BÔ 5774 (03 de janeiro de 2014)

"O Rav Shlomo Heimann (Bielorússia, 1892 – EUA, 1945) era um dos professores da Yeshivá Torá Vadaat, nos Estados Unidos, e dava diariamente aula para um grupo enorme de alunos, com mais de cem estudantes. Ele era muito conhecido pela sua energia e entusiasmo, conseguindo prender a atenção de todos os alunos, mesmo com a sala de aula completamente lotada.

Certo dia, uma pesada nevasca caiu na cidade, bloqueando as ruas e impossibilitando as pessoas de se locomoverem. Somente quatro alunos conseguiram vencer a neve e chegar à Yeshivá. Apesar disso, o Rav Heimann deu sua aula com a mesma energia e entusiasmo de sempre, como se a sala estivesse com uma centena de alunos escutando. Um dos seus alunos, ao final da aula, perguntou:

- Rav, se você estava dando aula para apenas quatro alunos, por que precisou gastar tantas energias, gritando e gesticulando como se estivesse diante de centenas de alunos?

- Não estava dando aula para apenas quatro alunos – respondeu o Rav Heimann – Mas para vocês, seus filhos, netos, e todos os futuros descendentes e alunos que sairão de vocês. Por isso, a sala não estava vazia, ao contrário, ela estava bem cheia..."

O valor de uma pessoa não é medido apenas por ela mesma, mas também por todos os descendentes que virão futuramente. Portanto, cada um faz muita diferença, como ensinam nossos sábios: "Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro"

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Na Parashá desta semana, Bô, D'us mandou as últimas três pragas, devastando completamente o Egito e acabando de vez com a resistência do Faraó, que finalmente concordou em libertar o povo judeu. As pragas atingiram somente os egípcios e seus bens, mas os judeus, que viviam na cidade de Goshen, não foram atingidos, como está escrito: "Havia uma escuridão espessa em toda a terra do Egito por três dias... E para os Filhos de Israel havia luz em suas moradias". (Shemot 10:22,23).

Porém, nossos sábios ensinam que a praga da escuridão sim afetou de certa maneira o povo judeu. Rashi (França, 1040 - 1105), citando um Midrash (parte da Torá Oral), afirma que apenas um quinto do povo judeu saiu do Egito, conforme está escrito no versículo "Os filhos de Israel estavam armados quando saíram do Egito" (Shemot 13:18). A palavra "armados", que em hebraico é "chamushim", também significa "um quinto". O que aconteceu com os outros quatro quintos do povo? Morreram e foram enterrados durante a praga da escuridão, para que os egípcios não percebessem e não achassem que os judeus também estavam sendo atingidos pelas pragas.

Mas este Midrash citado pelo Rashi desperta muitos questionamentos. Em primeiro lugar, a Torá diz que havia 600 mil homens no Monte Sinai no momento da entrega da Torá. Considerando também as mulheres e as crianças, chegamos à conclusão de que mais de 3 milhões de judeus saíram do Egito. Segundo o Midrash, isto representava apenas 20% do povo e, portanto, havia mais de 15 milhões de judeus no Egito. A escravidão, que durou 210 anos, começou logo depois da morte dos filhos de Yaacov. Se Yaacov havia ido ao Egito com apenas 70 pessoas, como pode ser que em tão pouco tempo já havia 15 milhões de judeus no Egito? Além disso, se morreram 12 milhões de judeus durante a praga da escuridão, este evento teve consequências muito mais terríveis para o povo judeu do que todos os castigos que os egípcios receberam nas 10 pragas. Afinal, quem estava sendo castigado, o povo judeu ou os egípcios? E finalmente, se os judeus morreram durante a praga da escuridão justamente para que os egípcios não percebessem, será que adiantou? Os egípcios não notaram o sumiço repentino de 12 milhões de judeus, se sobraram apenas 3 milhões?

Responde o Rav Shimon Shwab que o Midrash não deve ser entendido de forma literal. Na verdade, durante a praga da escuridão, apenas um número pequeno de judeus morreu. Provavelmente eram judeus muito Reshaim (malvados), que não tinham o mérito para serem salvos do Egito e se tornarem parte do povo judeu, somente uma minoria. Mas então por que o Midrash diz que um número tão grande de judeus morreu? Pois o Midrash não está levando em conta apenas os poucos judeus que efetivamente morreram no Egito, mas também todos os seus descendentes, milhões de pessoas que sairiam deles nas futuras gerações.

Porém, se estes poucos que morreram eram pessoas tão ruins, que não mereciam nem mesmo fazer parte do povo judeu por estarem completamente afastados de D'us, então por que o Midrash dá tanta ênfase aos seus futuros descendentes? Para nos ensinar que a perda de cada judeu é causa de uma dor ilimitada para D'us, não importa o quanto este judeu esteja afastado dos caminhos corretos. Mais do que a dor pela perda da própria pessoa é a dor pela perda dos futuros Tzadikim (Justos) que estariam entre os descendentes desta pessoa, e que se perderam para sempre.

Este conceito também pode ser visto no primeiro assassinato da história. Após Cain ter matado seu irmão Hevel (Abel), D'us falou para ele: "O que você fez? As vozes dos sangues do seu irmão estão gritando por Mim a partir da terra" (Bereshit 4:10). Por que está escrito "as vozes dos sangues", ao invés de "a voz do sangue"? O Talmud (Sanhedrin 37a) responde que não apenas o sangue derramado de Hevel gritava por D'us, mas também o sangue de todos os seus potenciais descendentes, que nunca chegariam a viver. Isto quer dizer que o crime hediondo de Cain não foi apenas assassinar uma única pessoa, mas destruir o potencial dos milhões de descendentes que sairiam dele.

Moshé também conhecia bem este conceito. Quando ele viu um egípcio covardemente golpeando um judeu, com intenção de matá-lo, Moshé se levantou para protegeu a vida de seu irmão judeu. Ele então matou o egípcio, como está escrito: "Ele olhou para um lado e para o outro lado e não viu nenhum homem, e então ele golpeou o egípcio e o enterrou na areia" (Shemot 2:12). Rashi explica que as palavras "olhou para um lado e para o outro e não viu nenhum homem" significa que Moshé viu, através de seu elevado nível profético, que daquele egípcio não sairia nenhum descendente Tzadik. Isto quer dizer que se houvesse apenas um descendente Tzadik que sairia daquele egípcio, talvez Moshé teria poupado a vida dele.

É por isso que o Holocausto foi uma tragédia tão grande para o povo judeu, pois os nazistas não mataram apenas seis milhões de judeus, eles assassinaram incontáveis milhões de vidas inocentes, isto é, todos os potenciais descendentes dos judeus assassinados que nunca viverão.

O Rav Yonathan Guefen faz uma pergunta interessante: se o Midrash demonstra a dor que devemos sentir pela morte de alguns Reshaim, em especial pela destruição de suas futuras descendências, como devemos nos sentir com a situação atual do povo judeu, quando nosso inimigo não é mais um holocausto físico, mas um holocausto espiritual silencioso, chamado "assimilação"? Diferente do Egito, hoje praticamente não existem mais pessoas no nível de serem chamados de Reshaim, mas há milhões de judeus que, educados em casas completamente laicas, cresceram desconectados dos valores da Torá e acabaram perdendo a sua conexão com o judaísmo através de casamentos mistos. Não é apenas o próprio judaísmo da pessoa que se perde com a assimilação, mas também o judaísmo de todos os milhões de futuros descendentes que provavelmente não terão a oportunidade de se conectar com a Torá.

Muito dizem que não é necessário se preocupar com a assimilação, pois apesar das altíssimas taxas de casamentos mistos, que em alguns lugares chega a alarmantes 80%, está profetizado que o povo judeu sempre vai existir, em todas as épocas, até a chegada do Mashiach. Mas este é um pensamento completamente equivocado, pois apesar das profecias garantirem que o povo judeu será eterno, devemos chorar e nos enlutar por cada judeu que se perde, tanto por ele quanto por todos os seus potenciais descendentes que se perderão.

Da mesma forma que nem todo o povo judeu participou da redenção do Egito, infelizmente nem todos terão o mérito de participar da Redenção Final, nos dias do Mashiach. É por isso que cada alma importa muito, e não devemos medir esforços para ajudar a trazer de volta as pessoas mais afastadas do nosso povo. Qualquer esforço vale, nem que seja para trazer de volta apenas um único judeu.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ VAERÁ 5774

BS"D



UM POUCO MAIS DE SENSIBILIDADE - PARASHÁ VAERÁ 5774 (27 de dezembro de 2013)


"Carlos era uma pessoa simples. Teve uma infância muito pobre, mas batalhou na vida e conseguiu dar boas condições para sua família. Apesar de nunca ter estudado, conseguiu mandar seu filho para uma boa universidade fora do país. Certo dia, chegou em seu escritório um telegrama do seu filho, mas como ele não sabia ler, pediu para que um dos seus funcionários lesse. O funcionário, que havia crescido em uma casa muito abastada, leu o telegrama sem nenhuma sensibilidade, quase aos gritos:

- Pai, terminou meu dinheiro!!! Não tenho dinheiro nem mais para comer ou comprar roupas!!! Preciso de dinheiro urgente!!!

Carlos ficou muito irritado com o descaramento do filho. Jogou o telegrama sobre a mesa e decidiu que não mandaria nem mesmo um centavo ao filho. Ele que aprendesse a ser mais educado.

No dia seguinte, sua esposa passou no escritório e viu o telegrama sobre a mesa. Ela, que também tinha tido uma infância dura, com muitas privações, começou a ler e se emocionou muito:

- Pai, terminou meu dinheiro – e começou a chorar – Não tenho dinheiro nem mais para comer ou comprar roupas – Parou mais uma vez para chorar e finalizou – Preciso de dinheiro urgente...

A mãe mal conseguiu terminar de ler a carta, de tão emocionada. Carlos, ao escutar, falou:

- Já que agora ele está pedindo de maneira tão educada, com certeza vou mandar tudo o que ele precisa..."

A piada pode ser engraçada, mas a falta de sensibilidade com as necessidades do próximo não tem graça nenhuma. Temos que trabalhar muito para desenvolver nossa sensibilidade, a ponto de conseguirmos sentir de verdade o que o outro precisa.


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Na Parashá desta semana, Vaerá, após o Faraó ter se recusado a deixar o povo judeu sair em liberdade, D'us começou a demonstrar a Sua força através das terríveis pragas que devastaram completamente o Egito. Mas D'us não falava diretamente com o Faraó, e sim através de intermediários, como está escrito: "D'us falou com Moshé e Aharon e comandou a eles em relação aos Filhos de Israel e em relação ao Faraó, rei do Egito, para tirar os Filhos de Israel da terra do Egito" (Shemot 6:13). Mas o que significa este versículo? Podemos entender que D'us comandou ao Faraó que libertasse os judeus da escravidão, mas o que D'us comandou ao povo judeu em relação à sua própria libertação?

Explica o Talmud Yerushalmi (Rosh Hashaná 3:5) que o versículo está nos ensinando que os judeus, no momento de sua libertação, receberam um mandamento, a Mitzvá de "Shiloach HaEved". Que Mitzvá é esta? Havia algumas situações em que um judeu poderia se tornar escravo de outro judeu. Por exemplo, se alguém roubava e não tinha dinheiro para devolver o roubo, ele era vendido como escravo e o dinheiro da venda era utilizado para pagar a dívida. Porém, esta escravidão era apenas temporária, pois no ano de Shmitá (ano de descanso das terras em Israel, que ocorre a cada sete anos), os proprietários dos escravos tinham a Mitzvá de libertá-los. Este conceito também é mencionado nas palavras do profeta Irmiahu: "Assim disse Hashem, D'us de Israel: Eu fiz um pacto com seus antepassados no dia em que Eu os retirei do Egito, da casa da escravidão, dizendo: 'No final de sete anos, cada pessoa deve libertar seu irmão judeu'" (Irmiahu 34:13). Estas palavras enfatizam que a Mitzvá de "Shiloach HaEved" foi entregue no momento da libertação dos judeus.

Porém, esta explicação do Talmud Yerushalmi e as palavras do profeta Irmiahu despertam questionamentos. Em primeiro lugar, a Mitzvá de "Shiloach HaEved" somente se aplicava quando estava em vigor a Mitzvá do Yovel (Jubileu), que ocorria a cada 50 anos, ao fim de sete ciclos de Shmitá. Porém, a Mitzvá de Yovel somente começou a vigorar depois que o povo judeu conquistou e dividiu a Terra de Israel entre as tribos, anos depois da morte de Moshé. Portanto, por que D'us achou necessário nos ordenar esta Mitzvá antes mesmo da entrega da Torá no Monte Sinai? Algumas Mitzvót, como o Shabat, foram entregues antes do Monte Sinai para que o povo judeu pudesse cumpri-las imediatamente, mas por que a urgência na Mitzvá de "Shiloach HaEved", se de qualquer maneira ela só poderia ser cumprida depois?

Além disso, ensinam os nossos sábios que o decreto do primeiro exílio do povo judeu foi selado justamente pelo povo ter abandonado a Mitzvá de "Shiloach HaEved". Entendemos que D'us se aborrece quando não cumprimos Suas Mitzvót, mas o que há de tão especial nesta Mitzvá, cujo descumprimento resultou em um castigo tão duro?

Explica o Rav Chaim Shmulevitz (Lituânia, 1902 - Israel, 1979) que antes de tudo precisamos sentir o quanto era difícil para o povo judeu cumprir a Mitzvá de "Shiloach HaEved". Temos que imaginar como se sentia uma pessoa que havia se acostumado, durante sete anos, com o escravo que ele havia adquirido, e o quanto ele dependia do trabalho deste escravo. Por isso, quando chegava o ano de Shmitá, era um teste muito difícil para as pessoas libertarem seus escravos. Porém, por outro lado, as pessoas não podiam esquecer que o escravo não estava contente com a sua situação e desejava muito ser libertado. Ele contava os dias que faltavam para tirar de suas costas o terrível peso da escravidão. Portanto, o que significa que as pessoas deixaram de cumprir a Mitzvá de "Shiloach HaEved"? Que elas se tornaram egoístas, começaram a pensar apenas nas suas próprias necessidades, ignorando os sofrimentos e o sonho de liberdade dos escravos.

Mas se esta Mitzvá era tão difícil de ser cumprida, pelo apego que os donos tinham com seus escravos, por que D'us foi tão duro quando o povo judeu deixou de cumpri-la? Pois D'us havia nos comandado a Mitzvá de "Shiloach HaEved" justamente quando saímos do Egito, da "casa da escravidão", no momento em que estávamos sentindo na própria pele a alegria da grande libertação. Este momento, em que saímos da escravidão para a liberdade, da escuridão para a luz, era o momento ideal para aprender e guardar para sempre a Mitzvá de libertar os escravos, mesmo que o cumprimento dela só ocorreria muitos anos depois. D'us queria aproveitar aquele sentimento, vivenciado pelo povo inteiro, para deixar para sempre a marca nos nossos corações. Ele nos ensinou que, da mesma maneira que estávamos nos sentindo eufóricos com a nossa libertação, assim também futuramente deveríamos ter a sensibilidade com os nossos escravos, que queriam muito voltar para casa, e este sentimento deveria nos ajudar a vencer a dificuldade de libertá-los. D'us foi tão rigoroso no nosso castigo pelo fato de termos sentido na pele o peso da escravidão e mesmo assim não termos nos importado com o sofrimento dos escravos. E mesmo se nós não sentimos pessoalmente, nós relembramos todos os anos, em especial no Seder de Pessach, o quanto foi pesada a nossa escravidão no Egito. Isto deveria ter aberto o coração do povo judeu em todas as gerações.

Desta Parashá aprendemos o quanto D'us exige que sejamos sensíveis com as pessoas que estão passando por dificuldades e sofrimentos. Como chegar neste nível e vencer o nosso egoísmo? Uma das Mitzvót mais importantes da Torá é "Ame ao teu próximo como a ti mesmo" (Vayikrá 19:18). O nosso sábio Hilel (Babilônia, 110 a.e.c – Israel, 10 e.c) explicou esta Mitzvá de uma maneira mais prática: "Não faça aos outros o que você não gosta que te façam". Refletindo sobre as coisas que nos incomodam e nos causam sofrimento, desenvolveremos nossa sensibilidade com os outros. É importante sempre tentar sentir a dor do próximo, mas é ainda mais importante entender a dor dos outros quando nós já passamos pela mesma dificuldade e sentimos, na nossa própria pele, o quanto doeu.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.

Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Avraham ben Ytzchak, Joyce bat Ivonne, Feiga bat Guedalia, Chana bat Dov, Kalo (Korin) bat Sinyoru (Eugeni), Leica bat Rivka, Guershon Yossef ben Pinchas; Dovid ben Eliezer, Reizel bat Beile Zelde, Yossef ben Levi, Eliezer ben Mendel, Menachem Mendel ben Myriam, Ytzhak ben Avraham, Mordechai ben Schmuel, Feigue bat Ida, Sara bat Rachel, Perla bat Chana, Moshé (Maurício) ben Leon, Reizel bat Chaya Sarah Breindl; Hylel ben Shmuel; David ben Bentzion Dov, Yacov ben Dvora; Moussa HaCohen ben Gamilla, Naum ben Tube (Tereza); Naum ben Usher Zelig; Laia bat Morkdka Nuchym; Rachel bat Lulu; Yaacov ben Zequie; Moshe Chaim ben Linda; Mordechai ben Avraham; Chaim ben Rachel; Beila bat Yacov; Itzchak ben Abe; Eliezer ben Arieh; Yaacov ben Sara, Mazal bat Dvóra, Pinchas Ben Chaia, Messoda (Mercedes) bat Orovida, Avraham ben Simchá, Bela bat Moshe, Moshe Leib ben Isser, Miriam bat Tzvi, Moises ben Victoria, Adela bat Estrella, Avraham Alberto ben Adela, Judith bat Miriam, Sara bat Efraim, Shirley bat Adolpho, Hunne ben Chaim, Zacharia ben Ytzchak, Aharon bem Chaim, Taube bat Avraham, Yaacok Yehuda ben Schepsl, Dvoire bat Moshé, Shalom ben Messod, Yossef Chaim ben Avraham, Tzvi ben Baruch, Gitl bat Abraham, Akiva ben Mordechai, Refael Mordechai ben Leon (Yehudá), Moshe ben Arie, Chaike bat Itzhak, Viki bat Moshe, Dvora bat Moshé, Chaya Perl bat Ethel, Beila Masha bat Moshe Ela, Sheitl bas Iudl, Boruch Zindel ben Herchel Tzvi, Moshe Ela ben Avraham, Chaia Sara bat Avraham, Ester bat Baruch, Baruch ben Tzvi, Renée bat Pauline, Menia bat Toube, Avraham ben Yossef, Zelda bat Mechel, Pinchas Elyahu ben Yaakov, Shoshana bat Chaskiel David, Ricardo ben Diana, Chasse bat Eliyahu Nissim, Reizel bat Eliyahu Nissim, Yossef Shalom ben Chaia Musha, Amelia bat Yacov, Chana bat Cheina, Shaul ben Yoshua, Milton ben Sami, Maria bat Srul, Yehoshua Reuven ben Moshe Eliezer, Chaia Michele bat Eni, Arie Leib ben Itschak, Chaia Ruchel bat Tsine, Malka bat Sara, Penina bat Moshe, Schmuel ben Beniamin, Chaim ben Moshe Leib, Avraham ben Meir, Shimshon ben Baruch, Yafa bat Salha, Baruch ben Yaacov.
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(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ SHEMOT 5774

BS"D

LUTANDO CONTRA D'US - PARASHÁ SHEMOT 5774 (20 de dezembro de 2013)

Há cerca de 200 anos viveu um homem temente a D'us, chamado Sr. Moshe Soloveitchik. Como ele havia herdado uma grande fortuna dos seus pais, e entre os bens estavam gigantescas florestas, decidiu entrar no ramo madeireiro, cortando árvores e vendendo com um bom lucro. Na época, a madeira era muito necessária, tanto para cozinhar quanto para o aquecimento das casas no rigoroso inverno europeu.

O Sr. Moshe também era uma pessoa de bom coração. Ele não media esforços para ajudar os necessitados. Sua casa estava com as portas sempre abertas para os pobres, e ele sustentava com alegria muitas instituições de Torá. Porém, por causa dos seus negócios, ele não podia dedicar muito tempo para o estudo da Torá, apesar de gostar muito.

Mas apesar de tanta filantropia, um dia os negócios começaram a desandar e o Sr. Moshe perdeu toda sua fortuna. Todos questionaram como um homem tão caridoso poderia perder de repente toda a sua fortuna. Até mesmo o Rav Chaim Vologziner (Lituânia, 1749 - 1821), o maior rabino da geração, que era muito próximo do Sr. Moshe, se preocupou e convocou algumas pessoas para investigarem as causas espirituais de tamanha perda financeira. Talvez o Sr. Moshe estivesse fazendo transações ilegais, por isso eles foram diretamente procurar nos livros de contabilidade, mas absolutamente nada, nem mesmo uma única transação suspeita, foi encontrada. A única falha que eles encontraram foi que o Sr. Moshe doava para caridade muito mais do que 20% dos seus lucros, ultrapassando o limite permitido pela Halachá (Lei Judaica). Mas o Rav Chaim Vologziner imediatamente rechaçou a hipótese, pois era inaceitável que D'us puniria de forma tão dura uma pessoa por ter um coração tão caridoso.

O que aconteceu após o Sr. Moshe perder todo o seu dinheiro? Ele poderia ter trabalhado dia e noite até reconstruir sua fortuna, de uma forma obstinada e sem limites. Mas ele fez diferente. Ele aceitou a vontade Divina e, agora que lhe sobrava tempo, foi para o Beit Midrash (Centro de estudos de Torá) se dedicar exclusivamente ao estudo da Torá. Pouco a pouco ele revelou talentos ocultos e foi avançando firmemente, até se tornar um dos maiores estudantes de Torá de sua cidade. O Sr. Moshe Soloveitchik, um homem de negócios com poucos conhecimentos de Torá, tornou-se em poucos anos o Rav Moshe Soloveitchik. Com o tempo, ele assumiu o posto de "Av Beit Din" (Chefe do Tribunal Rabínico) da cidade de Kovno. Ele encorajou seus filhos a seguirem seus passos e eles aceitaram o desafio, tornando-se também pessoas muito sábias. Começava então a dinastia dos "Brisk Rav", que encheu o mundo de sabedoria da Torá. Desta dinastia saíram gigantes de Torá como o Beit HaLevi (1820 - 1892), o Rav Chaim Soloveitchik (1853 - 1919) e o Brisker Rav (1886 – 1959).

Somente muito tempo depois o Rav Chaim Vologziner entendeu porque o Rav Moshe Soloveitchik havia perdido toda sua fortuna de uma só vez. Suas ocupações com os negócios não deixavam ele se ocupar com seu maior potencial: o estudo da Torá. D'us então removeu o que o impedia de crescer, abrindo o caminho para que o mundo se enchesse um pouco mais com a luz da Torá.

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Nesta semana começamos o segundo livro da Torá, Shemot. E a Parashá da semana, Shemot, começa a descrever a terrível escravidão do povo judeu no Egito. Um dos piores sofrimentos pelos quais o povo judeu passou foi quando os astrólogos do Faraó previram que estava para nascer o salvador do povo judeu. O Faraó fez grandes esforços para impedir a vinda deste salvador, incluindo o decreto de que todo bebê que nascesse fosse atirado no rio Nilo. O Rav Yaacov Kanievsky, mais conhecido como Steipler (Ucrânia, 1899 – Israel, 1985), ressalta a ironia dos eventos que sucederam o decreto do Faraó. Para salvar a vida de Moshé, sua mãe Yocheved o colocou em uma cesta à deriva no rio Nilo. E ninguém menos do que Batia, a filha do Faraó, encontrou a cesta onde estava Moshé e decidiu criá-lo. Isto quer dizer que o Faraó fez todos os esforços possíveis para matar o salvador do povo judeu, mas acabou criando e alimentando-o em seu próprio palácio.

Explica o Steipler que daqui aprendemos um importante fundamento: quando D'us decreta algo, é impossível mudar Seus planos, mesmo com os maiores esforços. O Faraó se equivocou, achando que seus atos seriam suficientes para mudar o que estava decretado nos mundos espirituais. Ele quis que sua vontade se cumprisse à força, pois vivia na ilusão de que tinha o controle de tudo.

Infelizmente muitas vezes nós também nos comportamos como o Faraó e achamos que temos o controle de tudo. Somos teimosos a ponto de colocarmos nossas forças e energias para tentar mudar decretos Divinos. Um exemplo é na área da nossa Parnassá (sustento). Ensina o Talmud (parte da Torá Oral) que todos os ganhos e perdas de uma pessoa são decretados em Rosh Hashaná. Porém, o que fazemos quando nossa fonte de sustento diminui? Dobramos os nossos esforços, trabalhamos até mais tarde, nos finais de semana, abandonamos nossas famílias. Será que funciona? Será que não estamos fazendo exatamente o que o Faraó fez, lutando contra algo que D'us decretou?

Então o que fazer quando passamos por dificuldades, como uma perda financeira? Explica o Rav Yonathan Guefen que devemos fazer apenas o que é considerado um esforço "normal", isto é, que não ultrapasse os limites do bom senso. Dedicar nosso tempo para recuperar o dinheiro perdido à custa de todo o resto certamente não é o caminho correto. Por exemplo, quando acontece uma grande crise econômica, qual é a primeira coisa que as pessoas cortam nos seus gastos? A Tsedaká (caridade). Será que não deveríamos fazer justamente o contrário? Ao invés de diminuir nossos méritos espirituais, não deveríamos tentar aumentá-los, para conseguir reverter o mau decreto? Será que as perdas não podem ter sido um sinal de que não estamos dando atenção para as coisas mais importantes da nossa vida, como nossos valores espirituais e nossas famílias?

Por que é tão fácil se enganar e cair neste erro de lutar contra os decretos Divinos? Pois quando fazemos um esforço e obtemos bons resultados, achamos que somos nós os responsáveis pelo sucesso, esquecendo que tudo passa pela Supervisão Divina. Por exemplo, uma pessoa compra ações da bolsa e logo depois estas ações sobem muito, resultando em um excelente lucro. Normalmente pensamos que o lucro foi o resultado do esforço, a consequência de um investimento correto. Mas isto é uma forma enganosa de ver a realidade. Na verdade, já estava decretado nos mundos espirituais que a pessoa deveria receber aquele dinheiro. D'us tem muitas formas para cumprir a Sua vontade e fazer com que este dinheiro chegue às mãos daquela pessoa. Ele pode colocar na cabeça da pessoa a ideia de investir justamente nas ações que futuramente subiriam, ou pode fazer com que as ações que a pessoa comprou mudem seu comportamento e subam. No final, o lucro já havia sido decretado, e o esforço foi somente para fazer o decreto Divino se cumprir. Qualquer esforço adicional teria sido em vão, e até mesmo negativo caso a pessoa tivesse deixado de lado coisas mais importantes apenas para receber aquele dinheiro que já estava decretado.

Mas explica o Steipler que há algo que pode efetivamente causar mudanças nos decretos espirituais: os esforços espirituais. Através da Tefilá (reza) e da Teshuvá (arrependimento pelos erros cometidos) podemos interferir nos mundos espirituais. Nem sempre é possível cancelar decretos Divinos, mas quando mudamos nossos atos, podemos ao menos diminuir o impacto de decretos negativos em nossas vidas. Por exemplo, se foi decretado para um agricultor que, por causa de alguma transgressão que ele cometeu, apenas uma pequena quantidade de chuva vai cair durante o ano em sua plantação, o que causaria um tremendo prejuízo, a Tefilá pode fazer com que esta pequena quantidade de chuva caia no lugar certo e de forma mais propícia. Outra possibilidade é que mesmo se em Rosh Hashaná for decretado para uma pessoa, por causa do seu baixo nível espiritual naquele momento, apenas uma pequena quantia de dinheiro para o ano, a Teshuvá pode fazer com que ela consiga se saciar mesmo recebendo pouco.

Porém, não podemos esquecer que, apesar do crescimento espiritual ajudar a reverter problemas financeiros e diminuir outros tipos de sofrimentos e dificuldades, o principal benefício do nosso crescimento espiritual, através da Tefilá, da Teshuvá e do cumprimento das Mitzvót, é nos aproximarmos de D'us. Muitas pessoas, como o Rav Moshe Soloveitchik, aproveitaram as dificuldades para crescer em espiritualidade, ao invés de se afundarem de maneira desesperada no mundo material.

É muito difícil encarar as dificuldades de forma positiva. Mesmo sabendo que é a vontade de D'us que sempre se cumpre, é difícil não querer fazer esforços para mudar as coisas para que fiquem do nosso jeito. Mas temos que saber que cada desafio é uma oportunidade de mudar a direção de nossas vidas. Cada dificuldade é uma comunicação de D'us, que quer que ao menos possamos parar para escutá-Lo. Com muita reflexão, poderemos chegar ao nível de entender que não apenas a vontade de D'us sempre se cumpre, mas que também a vontade Dele é o melhor para nós.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT:

São Paulo: 19h32  Rio de Janeiro: 19h17  Belo Horizonte: 19h13  Jerusalém: 16h04
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Frade (Fanny) bat Chava, Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Avraham ben Chana, Bentzion ben Chana, Aviva (Jackelin) bat Mirta, Ester bat Rivka, Aron Natan ben Avraham, Clarice Chaia bat Nasha Blima, Rena bat Salk, Duvid ben Rachel, Chaia Lib bat Michle, Michle bat Enque, Miriam Tzura bat Ite, Fanny bat Vich, Zeev Shalom ben Sara Dvorah, Pece bat Geni, Baruch ben Yaacov, Salomão ben Sara, Tamara bat Shoshana, Sara Myriam bat Dina, Yolanda bat Sophie, Chai Shlomo ben Sara, Chaim ben Messodi, Eliezer ben Esther, Lea bat Sara, Debora Chaia bat Gueula.
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