quinta-feira, 29 de outubro de 2020

REDEFININDO O QUE É PRAZER - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT LECH LECHÁ 5781

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VÍDEO DA PARASHAT LECH LECHÁ
ASSUNTOS DA PARASHAT LECH LECHÁ
  • 3º teste de Avraham: Abandonar tudo e ir a uma terra estranha.
  • 4º teste de Avraham: Fome em Eretz Knaan.
  • Avraham vai para o Egito.
  • 5º teste de Avraham: Sara é sequestrada pelo Faraó.
  • Avraham e Lot voltam com grandes riquezas.
  • Separação de Avraham e Lot.
  • A Guerra dos 5 reis contra os 4 reis.
  • Lot é sequestrado e Avraham é avisado.
  • 6º teste de Avraham: Luta contra os 4 reis.
  • O "Pacto entre as partes".
  • A promessa da Terra de Israel.
  • 7º teste de Avraham: D'us anuncia a Avraham o exílio dos seus descendentes.
  • Casamento com Hagar.
  • O nascimento de Ishmael.
  • 8º teste de Avraham: Brit-Milá.
BS"D

REDEFININDO O QUE É PRAZER - PARASHAT LECH LECHÁ 5781 (30 de outubro de 2020)

 
"O rabino Goldstein tinha uma rotina muito agitada. Todos os dias de manhã ele voltava rápido da Tefilá e corria para sua primeira aula na Yeshivá. Certa manhã, como fazia todos os dias, ele voltou rapidamente para casa depois da Tefilá. Mas, para seu desespero, percebeu na garagem que o pneu do seu carro estava quase totalmente murcho. O rabino não sabia o que fazer, pois não tinha nenhuma experiência e levaria horas para trocar aquele pneu furado. Vendo que ainda restava um pouquinho de ar no pneu, ele foi lentamente conduzindo o carro até um posto de gasolina próximo e pediu ajuda. Os frentistas foram muito atenciosos e, de forma muito rápida, ajudaram a trocar o pneu.
 
Quando terminaram, um dos frentistas entregou ao rabino um enorme prego que estava fincado no pneu furado. Provavelmente o rabino havia passado com o carro na frente de alguma obra e aquele prego havia furado o seu pneu. O rabino, curioso, perguntou ao frentista se ele tinha ideia de quanto tempo aquele prego estava fincado no pneu. O frentista, olhando o prego com atenção, disse:
 
- Veja, a cabeça deste prego está completamente desgastada. Isto quer dizer que provavelmente o senhor rodou muitos dias com este prego fincado no pneu do seu carro, sem perceber. O ar foi escapando aos pouquinhos, até o pneu ficar completamente murcho.
 
O rabino agradeceu, deu aos frentistas uma generosa gorjeta pelo excelente serviço prestado e entrou rapidamente no carro, pois já estava atrasado para começar a aula. Porém, durante todo o caminho, ele ficou pensando sobre qual lição poderia aprender daquele incidente. De repente, sua cabeça se iluminou. Aquele prego já estava no pneu há muito tempo e, sem que ele percebesse, foi fazendo com que o ar saísse aos poucos. O furo somente foi percebido quando o pneu já estava quase vazio, quando já era tarde demais. O rabino chegou à conclusão que o mesmo pode ocorrer com a nossa espiritualidade. Se não tomarmos cuidado com os "pregos" da vida, nossa espiritualidade pode ir esvaziando aos poucos, como um pneu furado."
 
Esta é uma lição incrível para nós. Estamos cheios de vitalidade, mais ainda nesta época do ano, quando acabamos de sair do mês de Tishrei, cheios de espiritualidade que acumulamos. Mas precisamos ser cuidadosos, pois ao longo do ano algum "prego" pode entrar e começa a esvaziar toda a nossa espiritualidade e empolgação. O grande problema é que não percebemos a perda gradual, apenas sentimos isto quando já estamos vazios, quando já é tarde. Temos que ficar alertas e prestarmos atenção quando alguma coisa tenta esvaziar a nossa espiritualidade. A dica é tirar o "prego" o mais rápido possível, para consertar o furo e manter o nosso "pneu" cheio ao longo do ano todo.

Nesta semana lemos a Parashat Lech Lechá (literalmente "Vá para você mesmo"), que começa a descrever em detalhes os testes aos quais Avraham Avinu foi submetido ao longo da vida. Foram testes duros, cuja dificuldade foi gradativamente aumentando, conforme ensinam os nossos sábios "Com 10 testes Avraham Avinu foi testado, e passou em todos" (Pirkei Avót 5:3).
 
O primeiro teste trazido na nossa Parashat é o teste de "Lech Lechá", quando D'us ordenou a Avraham que saísse da sua cidade, do seu conforto, da proteção da sua família, e fosse para uma terra estranha, sem nem mesmo saber para onde. De onde viria seu sustento? Quem seriam os moradores deste novo lugar? Seria um lugar próximo ou distante? Muitas perguntas e nenhuma resposta, apenas a ordem de D'us para partir em direção ao desconhecido.
 
Avraham, após muitos anos de reflexão, após buscar incessantemente o entendimento completo de quem era o Criador do mundo, havia conseguido construir uma Emuná plena. Ele entendia que tudo o que D'us pede de nós é, em última instância, para o nosso próprio bem. Aos seus olhos parecia um pedido estranho, era uma situação certamente difícil e desconfortável, mas Avraham entendia que havia uma sabedoria e uma bondade ilimitadas por trás daquele pedido. Sem nenhum tipo de questionamento, ele se levantou para cumprir a vontade de D'us.
 
Normalmente entendemos que um teste é uma situação de escolha difícil pela qual a pessoa passa na vida. Porém, logo após D'us ordenar a Avraham que se levantasse e abandonasse toda a sua estabilidade e tranquilidade, Ele disse: "E farei de você uma grande nação. Eu o abençoarei e tornarei seu nome grande, e você será uma bênção" (Bereshit 12:2). Em outras palavras, D'us estava garantindo para Avraham que ele ganharia muito ao cumprir o que Ele havia ordenado. Rashi (França, 1040 - 1105) explica que Avraham recebeu a promessa de fama, fortuna e muitos filhos. Então, se D'us já havia avisado a Avraham a incrível recompensa que ele receberia, qual foi o teste? Quem não aceitaria uma proposta destas?
 
Além disso, Avraham já havia confiado em D'us a ponto de entregar sua própria vida para santificar o Nome Dele, quando o rei Nimrod o atirou em uma fornalha por sua crença em D'us. Portanto, certamente Avraham também seguiria a ordem de D'us de sair de casa, mesmo se não houvesse nenhuma promessa de recompensa. Então por que D'us achou necessário prometer a Avraham todos estes benefícios?
 
Finalmente, Rashi comenta que "Lechá" significa "para você mesmo", isto é, "para o seu prazer e benefício". Mas por que Avraham precisava ser informado que desfrutar da fama, fortuna e muitos filhos seria para o seu próprio prazer e benefício? Isto não é algo óbvio?
 
Poderíamos tentar explicar que Avraham foi informado das recompensas que o aguardavam pois o teste era justamente saber se a motivação dele para cumprir a vontade de D'us seria as recompensas prometidas ou o simples fato de D'us tê-lo ordenado. No entanto, é difícil explicar desta maneira, pois o propósito de um teste é que a pessoa cresça e desenvolva seu potencial. Testar a motivação de Avraham não seria uma forma de desenvolver seu potencial, e sim apenas uma maneira de verificar seu nível atual. D'us certamente não tem intenção de frustrar o ser humano, fazendo-o perceber que ainda não chegou no nível que gostaria. Além disso, o versículo diz "Lech Lechá", "vá para você mesmo", significando que D'us queria que Avraham fosse pelo seu benefício e prazer, não apesar deles.
 
Responde o Rav Yohanan Zweig que todos nós passamos a vida lutando para escolher o que é bom em vez do que é agradável. Refletimos se devemos comer alimentos saudáveis ​​ou alimentos não saudáveis que são​​gostosos. Pensamos se seria melhor entrar em um casamento, que implica em fidelidade e responsabilidade para criar os filhos, ou sermos livres para nos associarmos com quem quisermos, no momento em que quisermos. A razão pela qual lutamos é porque definimos prazer apenas como gratificação física. Porém, o ser humano não percebe que o maior prazer possível, um prazer que transcende a gratificação física, é o sentimento de preenchimento ao fazermos o que é correto. Não precisamos sofrer para fazer o que é certo, pois a escolha verdadeira não é viver corretamente ou viver com prazer. O sentimento de nos elevarmos por estarmos fazendo a vontade de D'us é um prazer que carregamos conosco por toda a vida. Devemos redefinir para nós mesmos o que é o verdadeiro prazer, o que realmente nos faz sentir bem.
 
Este era o teste que Avraham estava enfrentando: se seguir a vontade de D'us era, para ele, um peso e uma perda de prazeres, ou uma dificuldade que vinha junto com prazeres e benefícios. D'us estava testando Avraham para ver se ele considerava cumprir a Sua vontade como sendo a fonte verdadeira dos prazeres duradouros, não apenas para o Mundo Vindouro, mas também no mundo material. O teste era Avraham conseguir entender que o prazer de fazer o que é certo supera os prazeres proibidos que nos tentam.
 
Este é, provavelmente, um dos maiores testes do ser humano, que determinará se ele passará pela vida frustrado e infeliz por causa dos seus desejos não realizados, ou contente e realizado devido ao conhecimento de que está fazendo o que é certo. "Lech Lechá" foi um teste para determinar se o prazer na vida de Avraham vinha da fonte correta. As recompensas descritas na Torá, de fama e fortuna, ocorreriam apenas após Avraham cumprir o "Lech Lechá". Estes não eram o prazer e o benefício implícitos por D'us em "Lechá". O "Lechá" se referia ao prazer verdadeiro, o prazer de fazer o que é correto, o prazer de vencer os desejos proibidos, o prazer que a alma sente ao vencer os desejos sem freio do corpo.
 
É obvio que os prazeres do corpo trazem gratificação, mas é algo passageiro. Uma deliciosa comida proibida, por exemplo, nos dá prazer por poucos minutos. Já o prazer de vencer, de poder deitar a cabeça de noite no travesseiro tranquilos, sabendo que fomos honestos e que fizemos o bem e o correto, não tem preço e nem limites. Fazer o que é certo é o ar que enche o nosso "pneu". Os prazeres proibidos são os "pregos" que diminuem nossa motivação, que tiram nosso entusiasmo. São perigosos, pois pensamos que eles estão nos preenchendo quando, na realidade, estão nos esvaziando. Vencer os outros em uma competição é bom, mas vencer a nós mesmos, evitando tudo o que esvazia nossa espiritualidade, é muito melhor.
 

SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm

 

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quinta-feira, 22 de outubro de 2020

CONFIE NA SALVAÇÃO DE D’US - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT NOACH 5781

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ASSUNTOS DA PARASHAT NOACH
 
- Noach encontra graça aos olhos de D'us.
- Construção da Arca.
- O grande Dilúvio e um ano na Arca.
- O corvo e a pomba.
- Noach e a família saem da Arca.
- Noach oferece um Korban.
- O pacto: Arco-Íris.
- Noach fica bêbado e é envergonhado por seu filho Ham.
- Knaan, filho de Ham, é amaldiçoado.
- Descendentes de Yafet, Ham, Knaan e Shem.
- A Torre de Babel e a dispersão.
- 10 Gerações de Noach a Avraham.
- 1º teste de Avraham: 13 anos escondido de Nimrod.
- 2º teste de Avraham: Ur Kassdim.
BS"D

CONFIE NA SALVAÇÃO DE D'US - PARASHAT NOACH 5781 (23 de outubro de 2020)

 
"Certa vez uma pessoa foi falar com o Rav Avraham ben Meir zt"l (Espanha, 1092 - 1167), mais conhecido como Ibn Ezra. Ele desabafou sobre todos os problemas e dificuldades que estava passando na vida e questionou sobre a bondade e a justiça Divina. Por que D'us estava mandando para ele tantos sofrimentos? Ele simplesmente não conseguia entender as contas de D'us!

O Ibn Ezra escutou atentamente o desabafo daquele homem amargurado. Mas, ao invés de responder, fez a ele uma pergunta:

- Dois amigos estavam sentados no intervalo do trabalho, um tinha trazido três pães e outro tinha trazido dois pães. Então chegou um terceiro amigo, que havia esquecido seu almoço em casa. Ele queria dividir com eles a comida, e estava disposto a pagar. Os amigos dividiram com ele os pães, de forma que cada um comeu a mesma quantidade. Na hora de pagar, o homem entregou a eles cinco moedas. O dono dos três pães disse que três moedas eram dele e duas moedas eram do outro. O dono dos dois pães, porém, exigiu que tudo fosse dividido igualmente, pelo fato de a comida ter sido dividida igualmente. Como não chegavam a um consenso, decidiram ir ao Beit Din. Se você fosse um dos juízes do Beit Din, o que você faria?
 
- Me parece óbvio que o primeiro homem está com a razão, ele deve receber três moedas, enquanto seu companheiro deve receber apenas duas moedas - disse o homem, com convicção.
 
- Porém, não foi isso o que o Beit Din decretou - disse o Ibn Ezra - O Beit Din decidiu que o primeiro homem deveria receber quatro moedas, enquanto o segundo homem deveria receber apenas uma moeda.
 
- Isto é um absurdo! - gritou o homem, enfurecido - Este segundo homem foi roubado pelo Beit Din! É revoltante! É uma grande injustiça!
 
- Calma, eu vou te explicar a lógica do Beit Din - respondeu calmamente o Ibn Ezra - Cada um dos cinco pães foi dividido em três pedaços, totalizando quinze pedaços. Portanto, cada um comeu cinco pedaços. O homem que tinha três pães contribuiu com nove pedaços. Se ele comeu cinco pedaços, portanto ele deu ao outro homem quatro pedaços. Já o homem que tinha dois pães contribuiu com seis pedaços. Se ele comeu cinco pedaços, portanto deu apenas um pedaço ao outro homem. Desta maneira, aquele que deu quatro pedaços deve receber quatro moedas, enquanto aquele que deu apenas um pedaço deve receber uma única moeda. A conta, portanto, é muito simples.
 
O homem, ao escutar a explicação do Ibn Ezra, ficou maravilhado e abriu um enorme sorriso, concordando com a enorme sabedoria dos rabinos do Beit Din. O Ibn Ezra virou-se para ele e disse, de forma carinhosa:

- Me diga uma coisa: se você não havia conseguido entender nem mesmo esta simples conta do Beit Din, como você quer entender as contas de D'us?"

Um dos pontos principais que devemos trabalhar para chegarmos na Emuná (confiança em D'us) completa é entendermos como D'us é ilimitado, enquanto nós somos pequenos e limitados.

Nesta semana lemos a Parashat Noach, que descreve um dos momentos mais tristes na história da humanidade. Poucas gerações após a criação do mundo, os seres humanos já haviam se desviado completamente dos caminhos Divinos e cometiam as mais diversas transgressões de forma aberta e descarada. D'us entendeu que aquelas pessoas não tinham méritos para continuar habitando o mundo e, por isso, decidiu mandar um Dilúvio. Dentre toda a humanidade, apenas Noach e sua família encontraram graça aos olhos de D'us e foram escolhidos para repovoar o mundo. O Dilúvio destruiu inclusive os animais que, influenciados negativamente pelos seres humanos, também haviam se desviado e misturado suas espécies.
 
D'us mandou 40 dias e 40 noites de chuva contínua, cobrindo toda a terra com água, a ponto de até mesmo a mais alta das montanhas ficar completamente submersa. Noach e sua família, além de poucos exemplares de cada espécie de animal, foram salvos através de uma Arca gigantesca, que Noach passou 120 anos construindo.
 
Porém, mesmo quando terminaram-se os 40 dias de chuva, Noach e os animais ainda não puderam sair da Arca imediatamente. A quantidade de água que havia coberto o mundo era tão grande que foi necessário esperar quase um ano após o fim das chuvas para que as águas retrocedessem e todos pudessem sair.

Normalmente, quando chegamos na Parashat Noach, pensamos: "O que estudar novamente esta Parashat pode acrescentar na minha vida? Já conheço de cor esta história do Dilúvio, com todos os seus detalhes!". Porém, normalmente não refletimos sobre os ensinamentos da Torá e, por isso, deixamos passar lições incríveis. Por exemplo, a Torá descreve que as montanhas ficaram submersas. Isto incluiu as montanhas mais altas do mundo, que chegam a quase nove mil metros de altura. Isto significa uma quantidade de água absurdamente grande.
 
Há alguns meses, uma terrível chuva castigou a cidade de São Paulo, deixando muitas ruas completamente alagadas, alguns pontos com mais de um metro de altura de água. Em algumas regiões, a água só baixou completamente depois de alguns dias. Portanto, de acordo com as leis da natureza, o tempo necessário para que as águas do Dilúvio retrocedessem seria de muitos anos, e não apenas um ano. Se o mundo inteiro estava coberto de água, como podemos explicar o fenômeno de tanta água ter baixado tão rapidamente?
 
Afirma o Rav Yssocher Frand que a única forma de explicar que a terra secou tão rapidamente é entendendo que foi um milagre. D'us criou a natureza, com leis físicas muito rígidas. Porém, quando D'us atua sobre o mundo, Ele não precisa seguir as leis da natureza que Ele mesmo criou. Portanto, da mesma forma que milagrosamente Ele fez com que as águas cobrissem o mundo inteiro, também milagrosamente Ele fez com que elas retrocedessem em um ritmo muito mais rápido que o normal.
 
Porém, esta resposta ainda deixa um enorme questionamento. Se D'us baixou as águas de forma milagrosa, por que foi necessário que o milagre levasse tanto tempo? Já que tratava-se de um milagre que anulava as leis da natureza, D'us poderia ter secado a terra instantaneamente! Mas a Torá descreve que Noach precisou esperar muito tempo para poder sair da Arca. Ele precisou enviar uma pomba diversas vezes para verificar se a água já havia baixado completamente. E mesmo quando a pomba não retornou mais, demonstrando que a água já havia baixado, Noach ainda permaneceu na Arca por mais algum tempo. Por que tudo não aconteceu de forma imediata?
 
Responde o Rav Shimon Schwab zt"l (Alemanha, 1908 - EUA, 1995) que a Torá está nos trazendo um ensinamento extremamente importante para as nossas vidas, em especial quando estamos passando por um momento de dificuldade: é sempre necessário sermos pacientes quando aguardamos pela salvação Divina, tanto quando estamos com algum problema particular, quanto quando é um problema coletivo.
 
Esta mensagem é especialmente importante para a nossa geração, acostumada com coisas instantâneas. Quando queremos esquentar o almoço, basta colocar a comida por trinta segundos no microondas. Temos café instantâneo, sopa instantânea e macarrão instantâneo. Nossas mensagens enviadas a uma pessoa do outro lado do mundo pode ser visualizada instantaneamente. Temos no celular aplicativos para fazer movimentações financeiras sem gastar o tempo de ir até o Banco e esperar nas filas até sermos atendidos. Tudo o que fazemos atualmente precisa ser sem demora e sem espera. Somos a geração "Drive Thru", que sonha em pedir o sanduíche em um interfone e, poucos instantes depois, já recebê-lo pronto através de uma janelinha.
 
Porém, aprendemos do Dilúvio que D'us não age desta forma. Mesmo quando a salvação já estava encaminhada, mesmo que D'us já havia decidido terminar o Dilúvio e recomeçar a reconstrução do mundo, o alívio não foi imediato. O Talmud (Brachót 55a) diz que alguém que reza para D'us e verifica se suas rezas foram imediatamente atendidas certamente ficará desapontado, conforme nos ensina Shlomo HaMelech: "A esperança adiada deixa o coração doente" (Mishlei 13:12). Em geral, quando a pessoa vai a uma entrevista de emprego ou se inscreve no processo seletivo de uma universidade, ela abre o dia inteiro seu e-mail para ver se chegou alguma mensagem. Cada vez que ela abre o e-mail e ainda não há resposta, a pessoa sofre.
 
Quando alguém está doente, ele vai ao médico, recebe um tratamento e sente-se confiante que ficará curado. Porém, a cura não vem de forma imediata, leva algum tempo até o remédio fazer efeito. Também na área espiritual precisamos ser pacientes, esperar a salvação de D'us, mesmo que às vezes demore. Não podemos desanimar, muito menos desistir, de rezar, de pedir, de confiar em D'us. Precisamos de paciência, pois as coisas não ocorrem instantaneamente. Parte importante da nossa Emuná é acreditar que D'us não apenas faz o que é melhor para nós, mas também que Ele o faz no momento em que é melhor para nós. Da mesma maneira que as conquistas verdadeiras não acontecem em um sistema "Drive Thru", assim também é a salvação de D'us.
 

"Eu acredito, com Emuná completa, na vinda do Mashiach. E mesmo que ela demore, ainda assim eu esperarei pela sua vinda". (Um dos 13 Princípios da Emuná do Rambam)

 

SHABAT SHALOM

 
R' Efraim Birbojm

 

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