quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

NÃO CONTE PARA NINGUÉM - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAIECHI 5780

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
   
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT

PARASHAT VAIECHI 5780:

São Paulo: 18h40                   Rio de Janeiro: 18h25 
Belo Horizonte: 18h21                  Jerusalém: 16h18
ARQUIVO EM PDF
ARQUIVO EM PDF
BLOG
BLOG
INSCREVA-SE
INSCREVA-SE
BS"D
ASSUNTOS DA PARASHAT VAIECHI

- Doença e os últimos dias de Yaacov.
- Brachá para Efraim e Menashé.
- Brachá (e bronca) aos filhos.
- Último pedido de Yaacov.
- Falecimento e luto por Yaacov.
- Yossef pede permissão para enterrar Yaacov em Israel.
- O enterro de Yaacov.
- Yossef tranquiliza seus irmãos.
- A morte de Yossef.

NÃO CONTE PARA NINGUÉM - PARASHAT VAIECHI 5780 (10 de janeiro de 2020)


Alberto era um homem muito rico. Ele tinha orgulho do império que havia construído, através de muito esforço. Gostava de ver o rosto surpreso das pessoas quando visitavam sua mansão luxuosa ou seu imponente prédio de escritórios. Sua vida girava em torno dos elogios que recebia das pessoas.

Alberto decidiu então tirar umas férias. Escolheu algo que causaria muita inveja em seus amigos quando postasse nas redes sociais: um cruzeiro pelas ilhas gregas, em um navio luxuoso. Para a sua alegria, neste cruzeiro também estava uma famosa atriz de Hollywood, de incomparável beleza. Porém, ao tentar chegar perto dela para pedir um autógrafo, os seguranças não permitiram sua aproximação.

Certa noite, o navio enfrentou uma enorme tempestade. Apesar da luta dos marinheiros e da coragem do capitão, o navio afundou. Alberto conseguiu salvar-se milagrosamente segurando-se em algo que flutuava, e foi levado pelas ondas até uma ilha deserta. Para sua alegria, a bela atriz de Hollywood também havia se salvado nadando até a mesma ilha. Conversaram muito e, aos poucos, foram se conhecendo. Após algum tempo na ilha, decidiram se casar. Afinal, não havia mais ninguém na ilha e eles não sabiam se algum dia seriam resgatados. Alberto não cabia em si de alegria. Quem diria que um dia conseguiria se casar com uma atriz famosa de Hollywood? Nem nos maiores sonhos isto seria possível, e estava acontecendo.

Depois de alguns meses casados, Alberto fez um pedido muito estranho para a sua bela esposa. Pediu para que ela vestisse as roupas dele, prendesse o cabelo sob um boné e pintasse um bigode no rosto. Ela estranhou bastante, mas fez o que o marido pediu. Quando ela estava já vestida, parecendo um homem, ele pediu para que ela desse a volta pela ilha por um lado, enquanto ele daria a volta pelo outro lado. Quando se encontraram no meio do caminho, Alberto abriu um sorriso e disse:
 
- Cara, você não vai acreditar se eu te contar com quem eu me casei..."
 
A piada é engraçada, mas infelizmente há muitas pessoas cuja alegria só é completa quando podem mostrar aos outros o que elas têm, como pavões que abrem as suas penas para que todos possam ver.

Nesta semana lemos a Parashat Vaiechi (literalmente "E viveu"), que fala sobre o falecimento do nosso último patriarca, Yaacov, depois de viver 17 anos no Egito, ao lado de seu filho preferido, Yossef. Foram anos de muita alegria, depois de 22 anos de tristeza, nos quais Yaacov achou que nunca mais veria Yossef.

Quando Yossef foi vendido por seus irmãos, ele era apenas um jovem rapaz de 17 anos. Agora, ele já era um homem casado e pai de dois filhos, Efraim e Menashé, nascidos no Egito. Como Yossef era o governador do Egito, ele vivia na capital do império, mas Yaacov e sua família foram viver separados, na Terra de Goshen, para poderem levar uma vida completamente judaica, mesmo estando no meio de uma cultura idolatra e sem valores morais. Porém, Efraim frequentava muito a casa de seu avô, pois estudava Torá com ele. E foi justamente Efraim que veio avisar a Yossef que seu pai havia adoecido e sentia que seus dias chegavam ao fim.

O Midrash nos revela que Yossef correu com seus filhos para visitar Yaacov, com dois propósitos. O primeiro era para pedir que seus filhos fossem abençoados e elevados ao status de "Tribos de Israel", o que foi prontamente aceito por Yaacov, pois ele enxergou as enormes conquistas espirituais daqueles jovens que, apesar de viverem no Egito, com todo o conforto do mundo material, nunca haviam se desviado de suas convicções espirituais. Mas Yossef ainda tinha outro propósito em sua visita a Yaacov: ele queria protestar pelo fato de sua mãe, Rachel, ter sido enterrada em Beit Lechem, no meio da estrada, de forma indigna, ao invés de ter sido enterrada de uma maneira honrosa na Mearat HaMachpelá, junto com os outros patriarcas e matriarcas. O que mais incomodava Yossef era o fato de Yaacov ter pedido a ele para ser enterrado na Mearat HaMachpelá, um pedido extremamente difícil de ser cumprido, pois Yossef sabia que o Faraó ficaria furioso com esta demonstração de "falta de patriotismo" com o Egito, que os havia recebido de braços abertos. Se seu pai estava tão preocupado em ser enterrado na Mearat Hamachpelá, mesmo com todas as dificuldades que isto envolveria, por que não tinha se preocupado também em enterrar sua mãe lá?

O Midrash afirma que, em um primeiro momento, Yaacov tentou convencer Yossef de que não havia sido um ato de desprezo. Ele disse que a morte prematura de Rachel no meio do caminho, durante o parto de Biniamin, havia sido uma fatalidade, e não tê-la enterrado na Mearat Hamachpelá era algo que também lhe doía muito. Porém, Yossef disse a Yaacov que, se este era o motivo, ele tinha poder suficiente como governante do Egito para ordenar que o corpo de sua mãe fosse desenterrado e levado para a Mearat HaMachpelá, para receber um novo enterro decente e digno, e para isto bastava a aprovação do pai. Naquele momento, percebendo que não conseguiria convencer Yossef, Yaacov decidiu revelar o verdadeiro motivo pelo qual Rachel havia sido enterrada no meio da estrada. Isto havia sido um comando explícito de D'us, que havia profetizado a Yaacov que futuramente, na época da destruição do Primeiro Beit HaMikdash, o povo judeu seria conduzido ao exílio como cativos por Nevuchadnetzach. No caminho, eles passariam pelo túmulo de Rachel, que imploraria pela misericórdia de D'us e seria atendida. Somente então Yossef se tranquilizou, ao saber que o corpo de sua mãe havia sido enterrado no meio da estrada por um decreto de D'us, e não por um desprezo de seu pai.

Porém, este Midrash desperta um enorme questionamento. Era óbvio que se Yaacov tivesse contado a Yossef desde o princípio sobre o comando de D'us em relação ao enterro de Rachel, ele teria aceitado prontamente a atitude do pai. Então por que Yaacov ocultou esta profecia Divina por tantos anos e, mesmo quando foi diretamente questionado por Yossef, tentou inicialmente justificar de outra maneira?

Explica o Rav Noach Weinberg zt"l (EUA, 1930 - Israel, 2009) que uma das marcas registradas do povo judeu é a bondade. De Avraham Avinu aprendemos que é espiritualmente mais elevado fazer bondades ao próximo do que receber a Presença de D'us. Porém, normalmente, quando fazemos algum grande ato de bondade, queremos que todos fiquem sabendo. Orgulhosos do nosso ato, contamos a quem encontramos pelo caminho e, na nossa era digital, divulgamos em todas as redes sociais. Quando sabemos que os outros estão olhando, fazemos as Mitzvót de forma muito mais caprichada, na esperança de recebermos elogios e olhares de aprovação. Quando doamos, queremos placas de agradecimento. Será que há algum problema em fazer as coisas querendo receber o reconhecimento das pessoas? É negativo divulgarmos as boas coisas que fazemos?

De acordo com o Zohar, o livro mais profundo do misticismo judaico, quando uma pessoa revela aos outros suas realizações, elas desaparecem. O que isto significa? A Torá nos ensina que há uma recompensa eterna, que receberemos no Olam Habá (Mundo Vindouro), pelas nossas Mitzvót, bondades e esforços de autoaperfeiçoamento. Porém, algo central e muito precioso se perde para sempre quando contamos aos outros sobre os nossos atos. De acordo com o Rav Chaim Shmulevitz zt"l (Lituânia, 1902 - Israel, 1979), o Cavod (honra) é um prazer espiritual, não um prazer físico e, portanto, já é contado como parte da recompensa de um bom ato. Isto significa que a pessoa que sente prazer ao contar aos outros sobre um bom ato que fez já está recebendo parte da sua recompensa, que seria eterna, aqui neste mundo limitado.

Este conceito também se aplica a todas as nossas conquistas espirituais. O que faríamos se D'us falasse conosco e nos transmitisse uma enorme profecia durante a noite? Certamente na manhã seguinte contaríamos este incrível acontecimento a todas as pessoas que encontrássemos no caminho, felizes por termos sido escolhidos por D'us como veículos para a transmissão desta profecia. Por que agimos desta maneira? Por causa do nosso Cavod. Queremos mostrar aos outros como somos especiais.

Porém, aprendemos de Yaacov qual é o comportamento correto. Apesar de ter recebido uma incrível profecia de D'us, ele não contou isto para ninguém. Apesar de ser uma das poucas pessoas da história com quem D'us falou pessoalmente, ele teria levado este segredo para o túmulo se não houvesse um motivo maior para revelar esta informação. Yaacov tentou convencer Yossef de outras maneiras, e somente contou sobre a profecia quando percebeu que não tinha escolha. Ele foi forçado a divulgar esta informação importante, pois era o momento de entregar as Brachót da liderança ao seu filho Yossef.

De Yaacov aprendemos que nunca devemos revelar aos outros a nossa grandeza e as nossas realizações, seja uma profecia de D'us ou qualquer outra conquista pessoal, a menos que seja para um bem maior, como inspirar outras pessoas a se esforçarem e alcançarem níveis mais elevados. Tudo o que é feito com recato vem com muito mais Brachót de D'us. Uma pequeno ato feito com humildade vale muito mais do que um grande ato feito com orgulho.

Mesmo a menor Mitzvá que fazemos é nossa para sempre. Porém, para que o máximo prazer desta Mitzvá fique guardado para toda a eternidade, precisamos nos esforçar para deixar que nossos bons atos sejam um segredo entre nós e D'us. Isto é um ato de humildade, que nos afasta do orgulho e demonstra, acima de tudo, que fazemos bons atos porque D'us nos pediu, e não porque queremos nos mostrar aos outros.
 

SHABAT SHALOM

 

R' Efraim Birbojm

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma.
--------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
-------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l.
--------------------------------------------

Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
Copyright © 2016 All rights reserved.


E-mail para contato:

efraimbirbojm@gmail.com







This email was sent to efraimbirbojm@gmail.com
why did I get this?    unsubscribe from this list    update subscription preferences
Shabat Shalom M@il · Rua Dr. Veiga Filho, 404 · Sao Paulo, MA 01229090 · Brazil

Email Marketing Powered by Mailchimp

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

AFASTE-SE DA MENTIRA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAYIGASH 5780

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
   
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT

PARASHAT VAYIGASH 5780:

São Paulo: 18h39                   Rio de Janeiro: 18h24 
Belo Horizonte: 18h20                  Jerusalém: 16h12
ARQUIVO EM PDF
ARQUIVO EM PDF
BLOG
BLOG
INSCREVA-SE
INSCREVA-SE
BS"D
ASSUNTOS DA PARASHAT VAYIGASH
 
- Yehudá enfrenta o "vice-rei".
- Yossef manda todos saírem da sala.
- Yossef se revela.
- Irmãos de Yossef voltam para casa, para buscar famílias.
- Yossef manda presentes a Yaacov.
- A família de Yaacov prepara-se para ir ao Egito.
- Genealogia dos filhos de Yaacov.
- O reencontro de Yaacov e Yossef.
- O encontro de Yaacov e o Faraó.
- A fome no Egito fica cada vez mais dura.
- Yossef compra todo o Egito.

AFASTE-SE DA MENTIRA - PARASHAT VAYIGASH 5780 (03 de janeiro de 2020)


Certa vez um advogado recebeu um telefonema no meio da noite. Do outro lado da linha estava uma mulher muito aflita. Ela explicou que era a esposa de um homem que há anos trazia mercadorias do Paraguai e vendia no Brasil, conseguindo um bom lucro. Porém, ele havia acabado de ser parado em uma blitz da polícia. Quando o policial abriu o porta-malas do carro e viu uma enorme quantidade de produtos eletrônicos sem nenhuma nota fiscal, imediatamente deu ordem de prisão ao homem e o conduziu à delegacia. A mulher concluiu afirmando que ela estava disposta a pagar qualquer preço para libertar o marido da prisão. O advogado aceitou assumir o caso. Logo de manhã cedo foi visitar seu cliente na cadeia. Conseguiu pagar uma fiança para que o contrabandista respondesse o caso em liberdade. Em uma reunião antes da audiência com o juiz, o advogado, que tinha muitos anos de experiência, falou ao contrabandista:

- Como você foi pego em flagrante, vai ser difícil justificar tantos equipamentos eletrônicos no seu carro sem nenhuma nota fiscal, configurando-se em contrabando internacional. Então vamos tentar fazer de outra maneira, espero que funcione. Você vai falar ao juiz, de forma muito convicta, que seu carro foi furtado uma semana antes de você ter sido parado na blitz e que você tinha acabado de reaver seu carro naquele dia. Diga que você ainda não tinha aberto o porta-malas e que foi uma enorme surpresa ver todos aqueles equipamentos eletrônicos lá dentro. Diga ao juiz, com toda a convicção, que você é inocente. Quem sabe desta maneira conseguiremos convencê-lo a libertar você.

O contrabandista gostou da ideia. Treinou algumas vezes aquela versão da história com a esposa, até que acharam que parecia convincente. No dia do julgamento, o homem parecia um ator, tamanha a sua convicção. Porém, alguns pequenos detalhes acabaram sendo fundamentais para que o juiz não acreditasse na história. O advogado pediu então uma pequena pausa no julgamento para conversar a sós com seu cliente. O juiz aceitou e o advogado foi, com o contrabandista e sua esposa, para uma sala ao lado. O advogado então falou:

- Infelizmente a ideia não funcionou, então vamos ter que mudar de tática. Acho melhor você confessar seu crime e entregar para a polícia os nomes das outras pessoas envolvidas. Desta maneira, você terá sua pena reduzida e, em poucos anos, estará em liberdade.

A esposa, ao escutar que o marido passaria alguns anos na prisão, se desesperou e começou a gritar:

- Doutor, o senhor não está entendendo, meu marido é inocente! Ele não contrabandeou nada! Nosso carro foi roubado e foram outras pessoas que colocaram todos aqueles equipamentos no porta-malas..." (História Real)

O pior mentiroso é aquele que acaba acreditando na sua própria mentira.

Nesta semana lemos a Parashat Vayigash (literalmente "E se aproximou"). Após ter testado seus irmão por diversas vezes, para saber se eles estavam realmente arrependidos por terem-no vendido como escravo, finalmente Yossef resolveu revelar-se aos seus irmãos, que ficaram em estado de choque. Yossef tentou tranquilizá-los com palavras carinhosas, tentando convencê-los de que tudo fazia parte de um plano maior de D'us, que queria salvar toda a família da fome que assolava a Terra de Israel. Yossef os instruiu a trazerem suas famílias para morarem com ele no Egito, onde teriam do bom e do melhor. Mandou ainda presentes para seu pai e instruiu seus irmãos a contarem que ele ainda estava vivo e que era o governante do Egito.

Porém, o que nos chama a atenção foi a reação de Yaacov. O esperado seria que ele pulasse de alegria e chorasse de emoção ao escutar aquela notícia maravilhosa, de que seu filho preferido estava vivo e bem. Porém, assim nos diz a Torá: "Mas seu coração rejeitou isto, pois (Yaacov) não acreditou neles" (Bereshit 45:26). O versículo está afirmando que quando os irmãos contaram a Yaakov que Yossef ainda estava vivo, Yaacov não acreditou neles. Mas por que Yaacov não acreditou nos próprios filhos? O Midrash explica que "este é o destino do mentiroso, mesmo quando fala a verdade ele não é acreditado". Explica Rashi que, como eles haviam mentido para Yaakov anteriormente, dizendo que Yossef havia sido devorado por uma fera do campo, Yaakov se recusou a acreditar neles desta vez.
 
Porém, este conceito parece contraditório com uma famosa passagem descrita no Livro de Shoftim (Juízes). Shimshon (Sansão) foi um dos grandes juízes do povo judeu. Para libertar o povo dos sofrimentos impostos pelos Plishtim (Filisteus), D'us deu a Shimshon uma força sobre-humana. Ele podia matar centenas de soldados inimigos com as próprias mãos. Sua esposa Dalila tentou descobrir a fonte da sua grande força. Inicialmente Shimshon a enganou, dando informações falsas. Porém, quando ele finalmente contou a ela a verdadeira fonte de sua força, o versículo afirma que ela soube imediatamente que ele não estava mentindo, como está escrito: "E Dalila viu que ele havia lhe contado todo o seu coração" (Shoftim 16:18). O Talmud (Sotá 9b) comenta que a razão para ela ter acreditado é que "a verdade é claramente discernível".
 
Portanto, por que o Midrash afirma que Yaakov recusou-se a acreditar em seus filhos por causa da mentira anterior que eles haviam contado, enquanto Dalila foi capaz de discernir a verdade nas palavras de Shimshon, apesar de ele ter mentido diversas vezes anteriormente? Como reconciliamos a contradição de que "esse é o destino do mentiroso, mesmo quando fala a verdade ele não é acreditado" e "a verdade é claramente discernível"?

Explica o Rav Yohanan Zweig que existem dois tipos de mentirosos. Um é aquele cuja única motivação é enganar o ouvinte com a falsidade que está transmitindo. O outro é aquele que realmente acredita que a falsidade que está contando é verdade. É interessante perceber que a Torá utiliza dois termos diferentes para estes dois tipos de mentirosos. Aquele que não acredita na sua própria mentira é chamado de "Shakran", enquanto aquele que vive a sua própria mentira é chamado de "Badaí". A linguagem de "Badaí" também é utilizada pelo Talmud (Nedarim 10a) para descrever certas expressões formuladas pelos nossos sábios que criam, através de um voto ou juramento, uma nova realidade, como proibir a si mesmo algo que era permitido. Da mesma forma, assim também há mentirosos que mudam a sua própria realidade através de suas mentiras.

Quando o versículo está falando sobre os irmãos de Yossef e a recusa de Yaakov em acreditar nas suas palavras, é porque eles eram "Badaim", isto é, mentirosos que acreditavam na própria mentira e, portanto, o destino deles era não serem acreditados nem mesmo quando falavam a verdade. Mas onde podemos perceber que os irmãos de Yossef acreditavam na própria mentira que haviam contado ao pai?
 
De acordo com os comentaristas da Torá, os irmãos de Yossef achavam que ele era uma Rashá (perverso) que merecia a pena de morte. Eles convocaram um Beit Din (Tribunal Rabínico), julgaram e consideraram Yossef culpado. Explica o Rav Ovadia Sforno zt"l (Itália, 1475-1550) que a prova de que eles consideraram sua atitude correta, de decretar uma pena de morte ao próprio irmão, está nas palavras "e eles sentaram-se para comer pão" (Bereshit 37:25). Isto ocorreu logo após os irmãos terem jogado Yossef em um poço. Como pode ser que pessoas em um nível espiritual tão elevado podem sentar-se tranquilamente para comer após atirarem o próprio irmão em um poço? Não era esperado que eles fizessem um jejum de arrependimento por seu mau ato? A resposta é que eles estavam completamente convictos que haviam feito a coisa certa. E mesmo quando eles decidiram vender Yossef aos Midianim, aos olhos deles era a maneira pela qual eles poderiam cumprir a pena de morte sem precisar realmente matar Yossef com suas próprias mãos. Por isso, quando os irmãos informaram a Yaakov que Yossef havia morrido, eles estavam tão convictos de que haviam feito a coisa certa que acreditavam que Yossef havia morrido de verdade. Eles tinham certeza de que D'us tinha pessoalmente cumprido a sentença de morte por eles.
 
Isto explica a diferença entre a reação de Yaacov e de Dalila. Os irmãos de Yossef eram "Badaim", pois acreditavam em suas próprias falsidades e, consequentemente, Yaakov não acreditou neles, pois as mentiras de uma pessoa que acredita em suas próprias falsidades não podem ser distinguidas da verdade. Já em relação a Shimshom, a Torá descreve que ele falava "kazav" (enganação) quando tentou enganar Dalila. Nossos sábios explicam que "kazav" refere-se a "sheker", significando que ele próprio não acreditava na mentira que dizia e, portanto, quando ele disse a verdade, foi imediatamente discernível.

Este é um ensinamento importante para as nossas vidas. A Torá não apenas nos proíbe de falarmos mentira, mas nos comanda de uma maneira ainda mais veemente: "Se afaste da mentira" (Shemot 23:7). Muitas vezes dizemos "pequenas mentiras", como pedir ao filho para atender o telefone e dizer que não estamos em casa. Apesar de parecer algo leve, é uma transgressão grave, pois inclui também fazer com que nossos filhos se desviem do caminho da verdade e aprendam que mentir é normal. Porém, a pior mentira é aquela que contamos para nós mesmos, para encontrarmos desculpas para justificar os nossos maus comportamentos. Esta mentira é a mais grave, pois ela torna-se verdade aos nossos olhos. Em um dos trechos do Vidui de Yom Kipur dizemos "Tafalnu Sheker", que significa "nos anulamos perante a mentira". Não apenas mentimos, mas vivemos as mentiras como se fossem verdades. A verdade é a "marca registrada" de D'us e da Torá. Toda vez que somos verdadeiros e sinceros, nos conectamos a Ele. Mas quando mentimos, nos afastamos de D'us e de nós mesmos.
 

SHABAT SHALOM

 

R' Efraim Birbojm

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma.
--------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
-------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l.
--------------------------------------------

Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
Copyright © 2016 All rights reserved.


E-mail para contato:

efraimbirbojm@gmail.com







This email was sent to efraimbirbojm@gmail.com
why did I get this?    unsubscribe from this list    update subscription preferences
Shabat Shalom M@il · Rua Dr. Veiga Filho, 404 · Sao Paulo, MA 01229090 · Brazil

Email Marketing Powered by Mailchimp

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

PENSANDO NO FUTURO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT MIKETZ E CHANUKÁ 5780






Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.

   
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT

PARASHAT MIKETZ 5780:

São Paulo: 18h36                   Rio de Janeiro: 18h20
Belo Horizonte: 18h16                  Jerusalém: 16h07

ARQUIVO EM PDF
ARQUIVO EM PDF

BLOG
BLOG

INSCREVA-SE
INSCREVA-SE


BS"D

ASSUNTOS DA PARASHAT MIKETZ
- Os dois sonhos do Faraó.
- Yossef é chamado para interpretar os sonhos.
- Yossef se torna o vice rei.
- Yossef se casa com Osnat.
- A estratégia de Yossef é implantada no Egito.
- Yossef tem dois filhos: Efraim e Menashé.
- Começam os anos de fome no Egito.
- Yaacov manda seus filhos aos Egito
- Yossef reconhece seus irmãos, mas eles não o reconhecem.
- Yossef acusa os irmãos de serem espiões.
- Os irmãos de Yossef se arrependem.
- Yossef prende Shimon e exige a vinda de Biniamin.
- Yaacov se recusa a enviar Biniamin.
- A fome continua e Yaacov é obrigado a enviar Biniamin.
- Yossef testa seus irmãos e esconde cálice de prata na sacola de Biniamin.
- Biniamin é acusado de roubo e condenado a virar escravo.

PENSANDO NO FUTURO - PARASHAT MIKETZ E CHANUKÁ 5780 (27 de dezembro de 2019)

"Roberto era um vigia com uma enorme responsabilidade nas costas. Ele morava em um farol e sua função era manter a luz acesa durante todas as noites. Ele também era responsável pelo controle do suprimento de óleo que mantinha o farol aceso, para que nunca faltasse. O trabalho de Roberto era muito importante, pois o farol guiava grandes embarcações quando elas passavam por um canal muito estreito e perigoso, cheio de rochas.

Próximo ao farol havia uma pequena aldeia. Constantemente vinha algum morador procurar Roberto para pedir-lhe um pouco de óleo para acender lamparinas. Roberto, que gostava de ser visto com bons olhos pelas pessoas, nunca dizia não. Ele gostava da sensação de poder, de saber que as pessoas precisavam dele.

Porém, Roberto esqueceu-se de levar em consideração o consumo dos habitantes no cálculo do estoque de óleo necessário ao farol. Como cada vez mais moradores vinham procurá-lo, certa vez acabou todo o suprimento de óleo antes do momento programado. Pouco a pouco, a luz do importante farol foi enfraquecendo, até que apagou-se completamente.

Quando viu o farol apagado, Roberto apavorou-se com a situação que ele havia criado. Poucos instantes depois, um grande navio, cheio de tripulantes, aproximou-se do canal em alta velocidade e, sem o auxílio da luz do farol, bateu nas rochas e afundou. Infelizmente a consequência foi, além do milionário prejuízo, a irreparável perda de vidas humanas. No tribunal, Roberto acabou sendo condenado por sua falta de responsabilidade."

A atitude insensata e irresponsável de Roberto, pensando somente nas necessidades momentâneas, de forma egoísta, esquecendo-se das futuras consequências, causou uma grande tragédia. Precisamos sempre pensar no futuro, levar em consideração a consequência das nossas escolhas e dos nossos atos.

Nesta semana, junto com a Parashat Miketz (literalmente "No final de"), continuamos comemorando a Festa de Chanuká. A Parashat Miketz segue descrevendo a vida de Yossef no Egito. Depois de 12 anos na prisão, injustamente acusado de um crime que ele não cometeu, Yossef foi libertado para interpretar os sonhos do Faraó, nos quais sete vacas gordas e bonitas eram engolidas por sete vacas magras e feias, e sete espigas gordas e bonitas eram engolidas por sete espigas magras e feias. Muitos sábios egípcios tentaram desvendar estes sonhos, mas sem sucesso. Após interpretar corretamente os sonhos, de que haveria sete anos de fartura, seguidos por sete anos de fome, o Faraó elevou Yossef a vice-rei do Egito e nomeou-o responsável por armazenar comida para os anos de escassez. Mas qual é a conexão entre a Parashat Miketz e Chanuká?

Há algo que chama a atenção na recompensa que Yossef recebeu, pois parece completamente desproporcional ao seu ato. É verdade que ele demonstrou uma enorme sabedoria ao interpretar corretamente o sonho do Faraó. O Midrash nos revela que não apenas ele interpretou-os corretamente, mas diversas vezes corrigiu o Faraó enquanto ele relatava os sonhos, pois o Faraó intencionalmente inseriu erros em seu relato para testar Yossef. Porém, após demonstrar esta incrível habilidade de interpretar sonhos, ele deveria ter sido convidado para ser o interpretador de sonhos oficial do reinado, não o vice-rei, uma pessoa que tinha um poder quase ilimitado sobre todo o Egito. A vida de todos os egípcios estaria nas mãos de Yossef. Por que o Faraó confiou tanto assim em alguém que apenas havia demonstrado uma habilidade de interpretar sonhos corretamente?

Poderíamos dizer que o motivo desta confiança não foi por Yossef apenas ter interpretado os sonhos do Faraó, mas também por ele ter trazido a solução para o problema. Após prever anos de fartura seguidos de anos de escassez, Yossef sugeriu que fosse armazenada parte da produção durante os anos de fartura para que nos anos de escassez o alimento estocado pudesse salvar as pessoas da fome. Porém, esta resposta não é suficiente para entender a atitude do Faraó. A ideia de armazenar comida durante os anos de fartura não demonstra uma inteligência especial. Na verdade, este é um conceito que qualquer criança sabe. Há muitas histórias infantis, como a cigarra e a formiga, que louvam a atitude daquele que tem a sabedoria de armazenar alimento na época de fartura para consumir na época de escassez. Então, o que o Faraó enxergou de tão especial na sugestão de Yossef, a ponto de nomeá-lo vice-rei, o segundo homem mais poderoso do maior império da época?

A Torá nos ordena a cuidarmos de todos os elementos da criação, com total respeito ao equilíbrio perfeito com o qual D'us criou o universo. Nos ensina o Midrash que quando D'us criou Adam Harishon, deu uma volta com ele por todo o Gan Éden, um jardim paradisíaco, e disse a ele: "Tudo isto Eu criei para você utilizar. Porém, é tudo Meu. Portanto, tome cuidado para não destruir Meu mundo". Deveríamos, portanto, ter uma maior consciência ecológica, buscando minimizar nossos impactos sobre a natureza. Podemos utilizar o que D'us nos deu, mas com respeito e cuidado. Porém, o que vemos na prática é que a humanidade não se importa muito com a forma com a qual utiliza os bens naturais. Enquanto o homem se preocupa em procurar vida em Marte, nos esquecemos de cuidar da vida no nosso planeta. Por mais lucros, empresas poluem rios, desmatam florestas e causam a extinção de algumas espécies de animais. Reciclamos pouco e não conservarmos a energia que utilizamos, colocando em risco as futuras gerações. Os líderes mundiais fazem encontros para debater o problema, mas acabam se tornando apenas reuniões hipócritas, que apenas mascaram os verdadeiros fatores que estão levando à destruição do nosso planeta: a ganância e o egoísmo. E, mesmo individualmente, também não abrimos mão dos nossos comodismos em prol de um uso mais sustentável dos recursos naturais.

A verdade é que não é fácil para uma pessoa realmente viver o agora pensando no futuro. Jovens não conseguem evitar começar a fumar, mesmo sabendo que suas vidas serão encurtadas. Não cuidamos da nossa alimentação, mesmo sabendo dos problemas futuros que uma alimentação desequilibrada causa ao corpo. Os problemas parecem tão distantes que agora pensamos: "o que importa o que vai acontecer só daqui a 30 anos?".

Explica o Rav Yssocher Frand que este conceito é a resposta para o nosso questionamento em relação à recompensa que Yossef recebeu do Faraó. A forma de pensar de Yossef, de guardar coisas para depois, era algo muito estranho ao Egito, por dois motivos. Em primeiro lugar, pois os egípcios eram muito imediatistas, preferiam o prazer momentâneo, mesmo que fosse à custa das necessidades futuras. Além disso, os egípcios eram extremamente egoístas, pensavam somente em si mesmos. Isto fazia com que seus olhos estivessem sempre voltados ao presente, às suas necessidades atuais, sem se importar com as futuras gerações. Quem deixaria de ter um pouco mais de prazer para deixar algo aos futuros descendentes?

É interessante perceber que isto não ocorria apenas com os egípcios antigos. Pesquisadores certa vez fizeram um renomado estudo com um grupo de crianças, que ficou conhecido como o "Experimento do Marshmallow". Algumas crianças, sem saber que estavam sendo filmadas, entravam individualmente em uma sala e recebiam um Marshmallow com a seguinte instrução: "Se você quiser, pode comer o seu marshmallow imediatamente, ou pode esperar 15 minutos para comer e então ganhar 2 marshmallows". Para nós, parece óbvia qual é a escolha correta, mas muitas crianças não conseguiram esperar os 15 minutos e acabaram comendo o seu marshmallow, perdendo a oportunidade de ganhar um segundo marshmallow. Quando os pesquisadores continuaram monitorando estas crianças, constataram que a maioria daquelas que conseguiram esperar os 15 minutos sem comer o marshmallow se tornaram adultos muito mais bem sucedidos em todas as áreas da vida.

Como consequência destas duas características, o imediatismo e o egoísmo, era culturalmente difícil para os egípcios pensarem em uma solução como a trazida por Yossef. Foi por isso que o Faraó conseguiu perceber uma enorme sabedoria em Yossef, pois ele conseguia vencer a prisão mental de somente viver no presente, e conseguia pensar em termos de futuro. Portanto, ele também seria a pessoa ideal para fazer cumprir este plano, com todos os seus detalhes e implicações.

Este conceito conecta a nossa Parashat com a Festa de Chanuká. Os gregos, com sua cultura helenista, que eles tentaram impor também ao povo judeu, ensinaram ao mundo o conceito do "Carpe Diem", de aproveitar o dia, aproveitar o momento, sem pensar no amanhã. É o culto do imediatismo, do egoísmo, da busca incessante de prazeres físicos, ignorando os valores espirituais nas decisões cotidianas. E esta é a luta da nossa geração contra os gregos, pois quando somos guiados por valores espirituais, certamente aprendemos a investir nas futuras gerações e aprendemos a abrir mão de alguns confortos para pensar no que ainda virá, conforme nos ensina o Talmud (Tamid 32a) "Quem é o sábio? Aquele que enxerga o futuro".
          
Chanuká são dias de reflexão: Será que estamos vencendo a filosofia grega? Vivemos como Yossef aconselhou os egípcios, isto é, guardando provisões para o futuro? Vivemos neste mundo material, limitado, pensando em juntar provisões para o Olam Habá (Mundo Vindouro), eterno, a época em que não poderemos mais juntar méritos, ou preferimos investir nosso tempo na busca de luxos materiais? Nos "experimentos do marshmallow" que temos na vida, será que passamos no teste? O mundo material se assemelha a uma pessoa que prepara-se para zarpar em um navio para uma longa viagem no mar. O que a pessoa comerá durante a viagem? Apenas o que ela preparou antes de zarpar. Da mesma maneira, teremos por toda a eternidade os frutos do que plantarmos neste mundo. Que este Chanuká seja o momento em que deixaremos de ser tão imediatistas e começaremos a pensar mais no nosso futuro e das gerações que ainda estão por vir.
      
SHABAT SHALOM E CHANUKÁ SAMEACH
 
R' Efraim Birbojm

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma.
--------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.

Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.

Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
-------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l.
--------------------------------------------

Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com

(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).


Copyright © 2016 All rights reserved.


E-mail para contato:

efraimbirbojm@gmail.com







This email was sent to efraimbirbojm.birbojm@blogger.com
why did I get this?    unsubscribe from this list    update subscription preferences
Shabat Shalom M@il · Rua Dr. Veiga Filho, 404 · Sao Paulo, MA 01229090 · Brazil

Email Marketing Powered by Mailchimp