quinta-feira, 19 de setembro de 2019

ALEGRIA NAS MITZVÓT E NA VIDA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT KI TAVÔ 5779

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ALEGRIA NAS MITZVÓT E NA VIDA - PARASHAT KI TAVÔ 5779 (20 de setembro de 2019)


"Em meados do mês de Av de 1929, sessenta e sete judeus foram cruelmente massacrados e muitos foram feridos em um massacre comandado por árabes na cidade de Chevron. Muitos mortos eram estudantes da Yeshivá de Slobodka. Um mês e meio depois, em Rosh Hashaná, os sobreviventes e suas famílias se reuniram para as rezas em um salão de Jerusalém. A atmosfera era pesada, e o salão tinha um ar de angústia e desânimo que beiravam o desespero. O Mashgiach da Yeshivá, Rav Yehuda Leib Chasman zt"l (Lituânia,1869 - Israel, 1935), levantou-se, foi até um dos seus alunos, chamado Betzalel Shikovitzky, e pediu para que ele conduzisse as rezas. Betzalel era um aluno sensível e tinha uma voz doce. Porém, ele não aceitou o pedido e disse:

- Rav, me desculpe, mas eu não posso fazer a Tefilá de Rosh Hashaná. Eu ainda não sou casado, nem tenho barba! Certamente há pessoas muito mais aptas a fazerem esta reza tão importante...

O Mashgiach balançou a cabeça, demonstrando que havia entendido bem o que Betzalel havia dito. Porém, ele colocou a mão sobre o ombro de Betzalel e repetiu seu pedido para que ele conduzisse a Tefilá. Desta vez, sem questionar, Betzalel se aproximou do púlpito para iniciar o serviço. Quando ele chegou ao trecho da Tefilá que diz "Veahavatechá al tassir mimenu leolamim" (D'us, jamais remova Seu amor de nós), lágrimas sufocaram sua garganta, enquanto ele lamentava repetidamente: "Veahavatechá al tassir mimenu leolamim". Aquela era uma declaração, do fundo do seu coração, de que tudo o que havia acontecido, toda a perda e a dor, também era parte do amor de D'us. Como uma barragem que rompe, toda a dor acumulada transbordou nas pessoas presentes. Eles levantaram suas vozes e choraram junto com Betzalel, aceitando o amor de D'us, apesar da dor. A Tefilá continuou, emocionante e cheia de lágrimas. No final, o Rav Chasman foi até Betzalel e disse:

- Quando eu pedi para que você fizesse a Tefilá, era justamente isso o que eu queria que acontecesse".
 
Infelizmente muitos sofrimentos deste mundo são difíceis de serem entendidos, por nosso intelecto ser limitado. Porém, se queremos ter uma vida de serenidade e tranquilidade, precisamos colocar no coração que tudo o que ocorre, por mais duro que possa parecer, emana do mais puro amor e bondade de D'us.

Na Parashat desta semana, Ki Tavô (literalmente "Quando vocês vierem"), Moshé dá uma advertência pesada ao povo judeu, descrevendo todas as duras punições que recairão sobre o povo, em todas as gerações, caso os judeus abandonem o cumprimento da Torá e suas Mitzvót. Por que esta rigorosidade? Pois a Torá é o nosso "Manual de Instruções" da vida e, quando a abandonamos, a vida acaba perdendo seu sentido verdadeiro.
 
Porém, a Torá nos revela que não apenas seremos punidos se não cumprirmos as Mitzvót, mas também se não as cumprirmos com alegria, como está escrito "Porque você não serviu a D'us com felicidade e com alegria de coração, mesmo quando você teve fartura de tudo" (Devarim 28:47). Assim também o Rambam (Maimônides) (Espanha, 1135 - Egito, 1204) nos ensina nas Halachót (Leis) referentes à Mitzvá de Lulav: "A felicidade com a qual uma pessoa deve se alegrar no cumprimento das Mitzvót e no amor a D'us, Quem as ordenou, é parte do serviço. Quem se detém desta alegria merece ser castigado".

De acordo com o Rambam, isto exige muito trabalho. Porém, por outro lado, ele afirma que aquele que cumpre a Torá com alegria, então D'us facilitará para ele o cumprimento das Mitzvót, removendo obstáculos como doenças, guerras e fome, e dará a ele o suporte necessário para cumprir a Torá. Portanto, a importância da alegria dentro do nosso Serviço Divino é indiscutível. Porém, o que significa cumprir as Mitzvót com alegria?

Ensinam os nossos sábios que não é necessário fazer as Mitzvót cantando e dançando para cumpri-las com alegria. Cumprir as Mitzvót com alegria significa não cumpri-las com um sentimento de que estamos sendo coagidos e forçados. Ao contrário, devemos cumprir as Mitzvót com o sentimento de que estamos fazendo a coisa certa. Quando alguém se conecta com a Torá por ser a verdade e porque a reconhece como o estilo de vida ideal, então ele está cumprindo as Mitzvót com alegria, pois ela não é sentida mais como um peso. Quando a pessoa chega neste nível, ela pode cumprir as Mitzvót de maneira calma e serena. Esta é a alegria nas Mitzvót. Portanto, a alegria não vem de "forçar um sentimento", ela deriva do entendimento de que estamos fazendo a coisa certa. As letras da palavra "Bessimchá", "com alegria", rearranjadas, formam a palavra "Machshavá", que significa "pensamento". Estar alegre não é apenas um sentimento, é uma escolha intelectual.
 
Na realidade, isto não ser aplica apenas ao cumprimento das Mitzvót, e sim a todos os aspectos da vida. Ao reconhecermos que tudo o que ocorre neste mundo é a vontade de D'us e que, portanto, é o melhor para nós, este entendimento nos possibilita viver com mais tranquilidade diante das dificuldades. É isto o que nos transmite o Talmud (Brachót 54a), ao afirmar que "A pessoa deve fazer uma Brachá para algo ruim da mesma maneira que faz Brachá para algo bom". Da mesma forma que nos alegramos quando ocorre algo que consideramos ser bom, também devemos nos alegrar quando ocorre algo que consideramos ser ruim. Isto não quer dizer que devemos dar uma festa e pulos de alegria quando escutamos uma má notícia, como faríamos se tivéssemos ganhado um milhão. Porém, devemos aceitar com serenidade e coração completo a vontade de D'us. Devemos ter o entendimento, sem que paire qualquer tipo de dúvida, de que o que D'us nos trouxe é a coisa certa e é o melhor para nós. Esta calma e tranquilidade é a alegria verdadeira.
 
Quando D'us se revelou a Moshé e pediu para que ele ordenasse ao Faraó que libertasse os judeus, Moshé encheu seu coração de esperança de que finalmente o sofrimento dos seus irmãos terminaria. Porém, o resultado foi o contrário do que Moshé esperava. Não apenas o Faraó não libertou o povo judeu como também aumentou ainda mais o trabalho e os castigos. Moshé então questionou a conduta de D'us: "Por que Você fez mal a este povo? Por que Você me enviou?" (Shemot 5:22). A resposta de D'us veio logo em seguida: "E D'us (Elokim) falou com Moshé e disse: "Eu sou Hashem" (Shemot 6:2). Se prestarmos atenção, o versículo começa com um Nome de D'us, "Elokim", que representa Seu atributo de justiça, mas na continuação aparece o Nome Divino de 4 letras (Iud - He - Vav - He), que representa Seu atributo de compaixão e bondade. Explica o Gaon Mi Vilna (Lituânia, 1720 - 1797) que D'us estava transmitindo a Moshé que aparentemente aquele sofrimento maior que havia recaído sobre o povo judeu parecia ter vindo de um atributo de justiça, mas que o correto era justamente o contrário, ele vinha de um atributo de bondade e misericórdia. Tudo o que estava acontecendo era para o bem do povo judeu, mesmo que, naquele momento, os olhos enganavam Moshé.  
 
Muitas pessoas conseguem viver com este conceito na prática. Como o Rav Aharon Kotler zt"l (Bielorússia, 1891 - EUA 1962) que, poucos dias antes do seu falecimento, estava sentindo dores terríveis. Sua esposa, tentando trazer-lhe algum conforto, disse: Não se preocupe, vai ficar tudo bem". O Rav Aharon Kotler, apesar das dores, deu um sorriso e disse: "Já está tudo bem agora. Tudo o que D'us faz é para o bem".
 
Às vezes é difícil enxergar que tudo o que ocorre em nossas vidas é bom. É difícil sentir alegria e serenidade mesmo diante de testes difíceis. Há algumas coisas que se esclarecem com o tempo, como atrasos em viagens que acabaram salvando a vida de pessoas de acidentes fatais. Porém, muitas revelações serão feitas por D'us apenas quando partirmos deste mundo, quando poderemos enxergar o quadro completo de nossas vidas.
 
O Talmud (Pessachim 50a) afirma que este mundo é diferente do Mundo Vindouro, pois neste mundo, ao escutar uma boa notícia, nós recitamos a Brachá "Baruch HaTov VeHametiv" (Abençoado Aquele que faz o bem), mas quando escutamos uma má notícia nós recitamos a Brachá "Baruch Dayan HaEmet" (Abençoado o Juiz da verdade). Já no Mundo Vindouro todas as Brachót serão "Baruch HaTov VeHametiv". Porém, este ensinamento do Talmud é um pouco difícil de ser entendido, pois parece que a diferença entre este mundo e o Mundo Vindouro é apenas em relação às Brachót que são recitadas. Porém, sabemos que esta não é a diferença verdadeira. A diferença está em que não haverá nenhum mal no Mundo Vindouro e, portanto, tecnicamente não haverá a necessidade da Brachá de "Dayan HaEmet". Então por que o Talmud não diz que a diferença é que no Mundo Vindouro não haverá maldade e, portanto, não haverá necessidade de recitar uma Brachá para isto?
 
Responde o Rav Yechezkel Landau zt"l (Polônia, 1713 - Praga, 1793) que não há nada ruim que vem de D'us também neste mundo. Até mesmo as dificuldades que surgem têm o propósito de purificar a nossa alma e prepará-la para o Mundo Vindouro. Além disso, as dificuldades e sofrimentos também vêm para preparar o cenário para a Redenção Final. Porém, estando neste mundo, limitado pela percepção dos nossos 5 sentidos, o homem não pode enxergar isto. Portanto, quando nos parece que as coisas são ruins, fazemos a Brachá de Dayan HaEmet. No entanto, no Mundo Vindouro, quando nossa percepção não terá mais os limites do corpo físico, então agradeceremos até mesmo pelo "mal" que aconteceu conosco neste mundo, pois enxergaremos com total claridade que tudo foi para o bem. No Mundo Vindouro recitaremos a Brachá "HaTov VeHameitiv" até mesmo sobre as coisas "ruins" que ocorreram. Portanto, a diferença está realmente nas Brachót recitadas, já que não existe diferença entre este mundo e o Mundo Vindouro em relação à existência de coisas ruins. Da mesma forma que é claro que no Mundo Vindouro não haverá nada ruim, precisamos ter Emuná completa de que também neste mundo não há nada ruim, tudo é parte da bondade infinita de D'us.
 
Que tenhamos o mérito de internalizar a mensagem de que tudo o que acontece neste mundo é para um propósito e que, de maneira intelectual, possamos chegar à alegria verdadeira, nas Mitzvót e na vida.

 

"QUE SEJAMOS INSCRITOS E SELADOS NO LIVRO DA VIDA"
 
SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm     

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quinta-feira, 12 de setembro de 2019

BONDADES EM TODAS AS SITUAÇÕES - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT KI TETSÊ 5779

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BONDADES EM TODAS AS SITUAÇÕES - PARASHAT KI TETSÊ 5779 (13 de setembro de 2019)

 
"O Dr. Marcelo terminou sua última consulta do dia e preparou-se para voltar para casa. Ele sentia-se psicologicamente pesado. Como médico oncologista, ele normalmente não trazia boas notícias para os seus pacientes. Mas aquele dia tinha sido especialmente triste para ele, pois o último paciente do dia, o Sr. Jony, alguém que ele conhecia há muitos anos, infelizmente estava gravemente doente. Enquanto caminhava pelo estacionamento, o Dr. Marcelo só pensava no diagnóstico horrível que havia acabado de informar ao Sr. Jony: câncer de pâncreas. Era um câncer extremamente agressivo, com pouquíssimas chances de cura. Em sua ética médica, ele havia sido muito franco com o paciente, descrevendo-lhe a situação com todos os detalhes. Ele fez questão de explicar a pequena chance de cura naquele caso, e sabia que isto provavelmente havia deixado o Sr. Jony arrasado. De repente, enquanto passava pelos carros no estacionamento, o Dr. Marcelo viu uma cena estranha. Um senhor bem idoso estava passando algumas ferramentas para as mãos de alguém que estava trabalhando debaixo de um carro. Para a surpresa dele, viu que era seu paciente, o Sr. Jony.

- Sr. Jony, o que você está fazendo aí embaixo deste carro?

O Sr. Jony saiu de baixo do carro, bastante sujo, mas com um enorme sorriso. Ele tirou a poeira das calças, tentou limpar um pouco as mãos sujas de graxa e disse:

- Doutor, este senhor está com problemas no carro, não consegue dar a partida. Meu diagnóstico de câncer não me proíbe de ajudar os outros - disse ele, antes de acenar ao idoso para que tentasse dar a partida novamente.

O motor funcionou. O idoso agradeceu muito ao Sr. Jony pelo seu esforço e partiu. O Sr. Jony também entrou em seu carro e, com um sorriso no rosto, foi embora."
 
Há pessoas que se preocupam apenas com os seus próprios problemas. Porém, há também pessoas incríveis que, mesmo quando têm problemas em suas vidas, ainda assim conseguem pensar nos outros.

Nesta semana lemos a Parashat Ki Tetsê (literalmente "Quando você sair"), que traz algumas leis do nosso dia-a-dia, sendo muitas delas referentes ao nosso comportamento "Bein Adam Lehaveiró" (entre a pessoa e seu companheiro). A Parashat ressalta diversas vezes o cuidado que devemos ter em relação à honra dos outros. Uma das leis que nos chama a atenção é a lista de povos que não podem se juntar ao povo judeu através do matrimônio, mesmo que decidam se converter ao judaísmo. Entre eles estão os povos de Amon e Moav, descendentes de Lót, sobrinho de Avraham, que nunca poderão fazer parte da "congregação de D'us". Por que D'us foi tão rigoroso com Amon e Moav?
 
A Torá explicita o motivo de tanta rigorosidade: "Por não terem recebido vocês com pão e água no caminho, quando vocês estavam saindo do Egito, e porque eles contrataram Bilaam... para amaldiçoar vocês" (Devarim 23:5). Portanto, os dois motivos são a falta de Chessed (bondade) e a tentativa de extermínio do povo judeu, através da contratação do profeta Bilaam, que por diversas vezes tentou amaldiçoar os judeus e despertar a fúria de D'us contra o Seu povo. Mas por que a Torá precisou trazer dois motivos para justificar a tamanha rigorosidade em relação a Amon e Moav? Não seria suficiente apenas trazer o motivo da contratação de Bilaam, um crime hediondo, a tentativa de exterminar de uma vez homens, mulheres, velhos e crianças?

A pergunta fica ainda mais difícil de acordo com alguns comentaristas que são minuciosos com a linguagem utilizada pela Torá. Não está escrito "não forneceram pão e água", e sim "não receberam vocês com pão e água". Isto significa que o erro não foi ter visto um povo faminto e não ter oferecido nenhuma ajuda, pois eles venderam pão e água ao povo judeu. O erro foi não terem corrido em direção aos judeus para oferecer gratuitamente pão e água. De acordo com esta explicação, o erro então não parece ter sido tão grave, pois tratou-se apenas de uma falta de demonstração de um Chessed mais refinado. Isto merece um castigo tão duro, de nunca mais poderem entrar no povo judeu?

Poderíamos tentar responder que, na realidade, o principal erro realmente foi a tentativa de extermínio do povo inteiro, e que isto foi suficiente para um castigo tão grave. O erro de não terem corrido para trazer pão e água seria, portanto, apenas algo secundário que, na verdade, não representaria a gravidade do castigo recebido. Porém, de acordo com o Ramban zt"l (Nachmânides) (Espanha, 1194 - Israel, 1270), os dois motivos foram trazidos pela Torá pois cada um deles se aplica a um dos povos. A acusação de "por não terem recebido vocês com pão e água" se aplica apenas a Amon, enquanto "porque ele contratou Bilaam... para amaldiçoar você" se aplica apenas a Moav. De acordo com esta explicação, a rigorosidade do castigo de Moav é entendido, pois através de Bilaam eles tentaram exterminar um povo inteiro, sem nenhum motivo que justificasse um ato hediondo como este. Porém, por que castigar também Amon, apenas por não terem corrido para oferecer pão e água gratuitamente? E por que a Torá está igualando os dois atos, ao anunciar a proibição de Amon junto com a proibição de Moav, colocando no mesmo nível a tentativa de extermínio com a falta de um Chessed refinado?

Explica o Rav Yitzchak Pinchas Goldwasser shlita que a rigorosidade de D'us em Seu julgamento é proporcional ao nível espiritual da pessoa. Isto significa que D'us não espera o mesmo comportamento de todas as pessoas, cada um é cobrado de acordo com as suas possibilidades e o seu potencial. Isto ocorre pelo fato que quanto maior é o nível espiritual de uma pessoa, maior o impacto que seus atos têm sobre o mundo todo. Por exemplo, se o responsável pela faxina da empresa não faz bem o seu trabalho, a empresa fica um pouco mais suja, mas isto não interfere na produção e nem nos lucros da empresa. Entretanto, se o presidente da empresa não faz bem o seu trabalho, ele pode causar a falência da empresa, um prejuízo milionário e a demissão de todos os funcionários. O mesmo se aplica espiritualmente, quanto mais elevada é a pessoa, mais impacto seus atos causam sobre o mundo, para o bem ou para o mal. Portanto, com pessoas muito elevadas, D'us é rigoroso e observa seus atos mesmo nos menores detalhes, até mesmo no nível de "um fio de cabelo".
 
Porém, isto não se aplica apenas aos grandes Tzadikim (Justos), que são completos em todos os seus atos e em todas as áreas da vida, mas também às pessoas que são consideradas Tzadikim em áreas específicas. Nestas áreas nas quais elas chegaram à excelência, D'us também é rigoroso até nos menores detalhes, mesmo que em outras áreas a pessoa não tenha uma conduta correta.

Um exemplo impressionante de como uma pessoa pode chegar à excelência em uma única área, mesmo que em outras áreas seja até mesmo um Rashá (malvado), podemos encontrar em Lót, o patriarca dos povos de Amon e Moav. Lót era uma pessoa completamente escrava dos prazeres materiais, que roubava descaradamente e escolheu se afastar de Avraham e todas as suas boas influências para se conectar às pessoas perversas da cidade de Sdom. Porém, ele tinha uma qualidade impressionante: a disposição de fazer Chessed, mesmo que para isto precisasse colocar sua vida em risco, conforme ele demonstrou ao receber em casa dois anjos disfarçados de beduínos, mesmo indo contra as leis da cidade de Sdom, que proibiam atos de bondade e puniam com severidade os "transgressores".

Esta qualidade de Lót, da excelência nos atos de Chessed, certamente foi transmitida aos seus descendentes, Amon e Moav. Por isso, foi justamente na área de Chessed que eles tiveram uma cobrança de D'us muito mais rigorosa. Mesmo que eles tenham se importado com os judeus e tenham vendido a eles pão e água, ainda assim eles foram cobrados por não terem se antecipado e feito uma bondade muito maior e mais completa diante de um povo sofrido e castigado por séculos de escravidão. Como seu patriarca tinha chegado à excelência em bondade, e era considerado nesta área um "Tzadik", a cobrança de não fazer um Chessed completo foi tão rigorosa quanto a cobrança do erro de terem contratado Bilaam para exterminar um povo inteiro. Como eles tinham o potencial da bondade, deveriam tê-la utilizado da maneira correta.

Este ensinamento se transforma em um grande desafio para o povo judeu. Quando D'us decidiu destruir Sdom por causa das maldades de seus habitantes, Lót foi salvo. Porém, a Torá ressalta que o mérito da salvação de Lót foi por ele ter se contido e não ter revelado aos egípcios que Avraham era o marido de Sara, e não o irmão dela. Mas arriscar a vida para fazer uma bondade com os beduínos não deveria ter trazido mais méritos a Lót do que simplesmente ter ficado com a boca fechada no Egito? Lót, apesar de fazer bondades em um nível muito alto, inclusive arriscando a sua vida, nunca o fez porque havia refletido sobre a incrível oportunidade de fazer bondades ao próximo, e sim porque era algo que já estava internalizado através de seus anos de convivência com Avraham, e por isso não foi considerado um grande mérito para ele. Já as bondades feitas por Avraham foram conquistadas e construídas de forma que beiravam a perfeição, tanto nos atos quanto nas intenções, baseadas na profunda vontade de ajudar ao próximo e se assemelhar a D'us nas Suas bondades.
 
Se Amon e Moav, descendentes de Lót, alguém que não fazia um Chessed tão perfeito, foram cobrados de maneira tão rigorosa, o quanto nós, descendentes de Avraham, seremos cobrados? Herdamos de Avraham o potencial de nos importarmos e ajudarmos o próximo. Mas precisamos nos esforçar, em especial para sermos mais sensíveis às necessidades de cada um. Isto pode mudar nossa vida e, principalmente, a vida dos outros.

 

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