sexta-feira, 23 de agosto de 2019

APROVEITANDO A OPORTUNIDADE - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT EKEV 5779

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APROVEITANDO A OPORTUNIDADE - PARASHAT EKEV 5779 (23de agosto de 2019)

 
"Yossef era um homem muito honesto e trabalhador. Após anos de esforço, conseguiu juntar dinheiro suficiente para comprar um pequeno hotel. Aos poucos, foi conseguindo fazer reformas e oferecer um serviço cada vez melhor aos hóspedes, atraindo muitos turistas. Isto causou inveja nos outros donos de hotéis da cidade, pois muitas vezes o hotel de Yossef estava cheio, enquanto os outros estavam vazios.

Certo dia, oficiais de justiça chegaram ao hotel de Yossef trazendo uma intimação. Yossef estava sendo processado, pois o governo havia recebido um telefonema anônimo, acusando Yossef de vários crimes que ele não tinha cometido. Várias provas falsas haviam sido produzidas para condená-lo. De acordo com os argumentos da acusação, caso fosse condenado, Yossef terminaria seus dias na prisão. Ele ficou transtornado, sem saber o que fazer.

Yossef não desistiu. Ele contratou os melhores advogados da cidade para provar sua inocência, mas todos os seus esforços foram em vão. Então aconselharam Yossef a tentar a única coisa que poderia realmente salvá-lo da prisão: pedir clemência diretamente ao rei e provar que ele era inocente. O rei era muito reto e certamente não permitiria uma condenação injusta. Porém, como poderia chegar até o rei? Somente pessoas próximas dele conseguiam uma audiência. Ele precisava de apenas alguns instantes de proximidade, mas como conseguir?

O que Yossef não sabia era que o rei tinha um costume secreto. Uma vez por ano ele tirava as roupas reais e se vestia com roupas comuns. Vestido desta maneira, ele saía do palácio e passeava pela cidade sem que ninguém soubesse que se tratava do rei. Ele fazia isto para ficar perto do seu povo e verificar se tudo estava correndo bem, se seus súditos estavam contentes e se a justiça estava sendo cumprida. E aconteceu que, desta vez, o rei decidiu visitar justamente a cidade de Yossef. E algo incrível aconteceu: o rei resolveu se hospedar no hotel de Yossef. Por uma semana o rei circulou pela cidade e conversou amigavelmente com Yossef na volta dos seus passeios, mas sem que Yossef desconfiasse que tratava-se daquele rei com quem ele tanto queria conversar.

Passados alguns dias, depois que o rei já havia voltado ao palácio, começaram a surgir rumores na cidade de que o rei tinha passado uma semana na cidade, disfarçado, e que havia se hospedado justamente no hotel de Yossef. Quando Yossef escutou os rumores, lembrou-se daquele hóspede com quem havia conversado tantas vezes. Porém, como não sabia que era o rei, não havia aproveitado a oportunidade para apresentar seus argumentos. Yossef rasgou suas roupas em um ato de desespero. Faltava pouco tempo para o julgamento, como faria para que seus argumentos chegassem até o rei bondoso, sua única chance de conseguir a libertação da prisão? Parecia que já era tarde demais..."
 
Explica o Chafetz Chaim que assim também acontece conosco. Durante toda a vida neste mundo material temos a possibilidade de nos conectarmos a D'us, através da Torá e das Mitzvót. Infelizmente muitos acabam desperdiçando esta incrível oportunidade e, quando percebem, já não há mais muito o que fazer.

Uma das doenças que mais atingem atualmente a humanidade é a depressão. As pessoas vivem cada vez mais infelizes, estão sempre reclamando de tudo e esperando o "quando algo acontecer" para serem felizes. Porém, a Parashat desta semana, Ekev (literalmente "Se"), nos ensina que poderíamos estar muito felizes se tivéssemos a claridade de quantas bondades e oportunidades D'us nos dá a cada instante.
 
Nesta Parashat, Moshé continua seu discurso de despedida diante de todo o povo judeu. Novamente ele nos aconselha a andarmos nos caminhos corretos, ressaltando os benefícios de cumprir o que D'us nos pediu, como está escrito: "Porque, se vocês guardarem todos estes mandamentos que eu ordeno que vocês façam, que amem a Hashem, teu D'us, que andem em todos os Seus caminhos e se unam a Ele. E então D'us expulsará todas estas nações da frente de vocês" (Devarim 11:22). Mas o que significa a linguagem "se unir a D'us"?
 
Explica o Chafetz Chaim (Bielorússia, 1838 - Polônia, 1933) que, entre Suas infinitas bondades, D'us nos colocou neste mundo material, um mundo cheio de escuridão, para nos dar o livre arbítrio e nos permitir que façamos o bem por escolha. Apesar de ser um mundo de escuridão, D'us nos deu a possibilidade e a oportunidade de nos conectarmos a Ele e O chamarmos em todos os momentos que quisermos e precisarmos, conforme está escrito: "D'us está próximo de todos os que O chamam" (Tehilim 145:18). Há outro versículo que diz: "Busquem D'us quando Ele se encontra" (Yeshayahu 55:6). Segundo os comentaristas, isto se refere justamente ao mundo material, onde D'us pode ser encontrado por todos os que O procuram. D'us também nos garantiu esta proximidade, conforme está escrito: "Em todo lugar onde Meu nome for mencionado, Eu irei até você e o abençoarei" (Shemot 20:20). Porém, este mérito foi dado ao ser humano apenas neste mundo material, através do cumprimento da Torá e das Mitzvót. A partir do momento em que a pessoa falece e chega ao "Mundo da Verdade", caso encontre muitas divisórias entre ela e D'us, já não está mais em suas mãos a possibilidade de se aproximar de D'us. O único momento em que a pessoa realmente se aproxima de D'us após a morte é no momento em que ela é levada ao seu julgamento Celestial, quando será avaliada por todos os atos praticados na vida. Porém, neste momento a pessoa não deseja esta aproximação, pelo medo das consequências do seu julgamento e, portanto, ela vai forçada. Assim, vale muito mais a pena a pessoa buscar se aproximar de D'us neste mundo, quando isto é feito por vontade, do que se aproximar à força depois da morte.
 
O Chafetz Chaim, quando tinha por volta de 80 anos, certa vez juntou todos os seus alunos em sua casa após um dia inteiro de estudos e explicou a eles algo que tinha acabado de conseguir entender com mais profundidade. Muitas vezes pronunciamos Brachót no nosso dia-a-dia, porém sem o entendimento correto das palavras que estão sendo pronunciadas. Por exemplo, todos os dias dizemos na Tefilá da manhã uma interessante Brachá chamada "Elokai": "D'us, a alma que Você me deu é pura. Você a fez, Você a concebeu, Você soprou-a em mim e Você a conserva dentro de mim. E Você futuramente a retirará de mim e a devolverá em um futuro vindouro. Todo o momento em que a alma estiver dentro de mim, eu Te agradeço, meu D'us e D'us dos meus antepassados...". O que esta Brachá nos ensina? Que intenções devemos ter ao pronunciá-la?
 
Quando nossos sábios determinaram os textos das Brachót, parte do objetivo era que prestássemos atenção às ações importantes que fazemos na vida. O Chafetz Chaim explicou aos seus alunos que na Brachá "Elokai" podemos internalizar no coração o conceito de que nossa alma é pura, e que justamente por isto ela é eterna. Nossa alma existe desde a criação do mundo e ela continuará existindo por toda a eternidade. Dentro deste período infinito, há um período muito curto, de 70 ou 80 anos, no qual esta alma é "plantada" em nosso corpo. E são justamente estes poucos 70 ou 80 anos que fazem toda a diferença na definição da eternidade da alma, pois é somente durante este período que nós podemos, e devemos, completar a nossa missão, que é manter a pureza da nossa alma, melhorá-la e embelezá-la.
 
Há algo muito interessante no texto desta Brachá. A mesma alma que será retirada por D'us no momento da morte será regressada ao nosso corpo para a vida eterna. Isto significa que, no nível em que nossa alma for devolvida a D'us, quando terminarmos o nosso tempo de vida neste mundo, assim ela voltará e se fixará na pessoa por toda a eternidade. Em outras palavras, a nossa eternidade depende de como vamos viver os poucos anos de vida no mundo material. O que for construído neste mundo será levado para toda a eternidade.
 
É por isso que dizemos na Brachá: "Todo o momento em que a alma está dentro de mim, eu Te agradeço", pois a oportunidade de agradecer, de se santificar, de se purificar, de crescer e melhorar foi dada ao ser humano unicamente neste curto período de tempo, no qual a alma está dentro do nosso corpo, quando temos escolhas. Portanto, temos que aproveitar a oportunidade. São poucos anos de esforço para uma recompensa eterna.
 
Isto se conecta com outro importante ensinamento da nossa Parashat e com o importante momento do ano no qual estamos entrando. Estamos chegando ao mês de Elul, o último mês do ano, mês de preparação para o nosso julgamento de Rosh Hashaná. Esta é uma época propícia para o arrependimento e para o conserto dos nossos atos. E, em especial, é uma época de conexão com D'us. Nossos sábios explicam que nesta época "Hamelech Bassadê" (o Rei está no campo), isto é, D'us sai do Seu "palácio" e chega mais perto de nós, de todos aqueles que querem se aproximar Dele. Se o mundo material já é a oportunidade ideal de conexão com D'us, o mês de Elul é uma oportunidade ainda maior.
 
Na prática, como nos aproximamos de D'us? A linguagem do começo da Parashat nos traz a resposta. Assim está escrito "Vehaia Ekev Tishmeun" (Eis que se vocês escutarem). A palavra Ekev, além de significar algo condicional, também significa calcanhar. Rashi (França, 1040 - 1105) explica que a Torá está se referindo às pequenas Mitzvót, aquelas que acabamos, no nosso dia a dia, pisando nelas com os nossos calcanhares, isto é, desprezando-as por parecerem muito simples e sem valor. Porém, é justamente através das pequenas atitudes do nosso cotidiano, através das Mitzvót do nosso dia-a-dia, que podemos construir a nossa conexão espiritual. Todo o nosso julgamento de Rosh Hashaná pode ser diferente de acordo com os nossos atos. Toda a nossa eternidade pode mudar através do nosso comportamento. Se aproveitarmos a oportunidade, se nos esforçarmos um pouco mais nas pequenas atitudes da vida, colheremos uma eternidade de Brachót.

 

SHABAT SHALOM

 

R' Efraim Birbojm

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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

COLOCANDO A CULPA NOS OUTROS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAETCHANAN 5779

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COLOCANDO A CULPA NOS OUTROS - PARASHAT VAETCHANAN 5779 (16 de agosto de 2019)


No Japão vivia o Sr. Hiroshi, um homem muito rico. Tudo o que ele queria era viver feliz e aproveitar o dinheiro que tinha conseguido juntar com muitos anos de trabalho. Porém, certo dia, o Sr. Hiroshi começou a sentir uma dor aguda nos olhos, como se algo os estivesse perfurando. Ele procurou os melhores médicos, mas ninguém encontrava uma cura para a sua doença. Um dia, um amigo aproximou-se dele e disse:


- Há um rabino em uma aldeia vizinha. Ouvi dizer que ele é muito sábio e faz até mesmo milagres. Vá até ele e, quem sabe, conseguirá um milagre para curar os seus olhos.


O Sr. Hiroshi foi até o rabino e contou-lhe sobre a sua doença. O rabino disse a ele:


- Eu tenho uma cura para a sua doença, é um remédio barato e simples. Para que seus olhos voltem a ser saudáveis, você deve ver tudo apenas na cor verde.


O Sr. Hiroshi estranhou o ensinamento. Não fazia nenhum sentido curar os olhos daquela maneira. Porém, não tinha nada a perder, já que nenhum tratamento havia funcionado. Voltou para casa e imediatamente começou a trocar tudo por móveis verdes. Também pintou as paredes, mudou o piso e, depois de alguns meses, toda a sua casa estava completamente verde. Até seus funcionários tiveram que trocar suas roupas e pintar seus rostos de verde. Porém, certo dia, o Sr. Hiroshi pediu para chamar o rabino. Quando ele entrou, o Sr. Hiroshi disse:

 

- Rabino, graças a D'us me sinto ótimo. Agradeço muito, pois seu remédio funcionou bem. Só não entendi porque você me disse que era um remédio barato. Está me custando uma fortuna mudar tudo para a cor verde!


- Meu remédio é barato e simples, conforme eu lhe ensinei - disse o rabino, com humildade - Mas ao invés de tentar mudar o mundo inteiro para verde, era só você ter usado um óculos com lentes verdes"


Às vezes procuramos o problema nos outros quando, na verdade, o problema está em nós mesmos. É mais fácil trocar de óculos do que mudar o mundo inteiro.

Na Parashat desta semana, Vaetchanan (literalmente "Eu implorei"), Moshé Rabeinu continuou com suas palavras finais ao povo judeu. Neste discurso de despedida, Moshé foi relembrando alguns erros e tropeços do povo durante os 40 anos no deserto. Entre os erros cometidos, Moshé relembrou também seu próprio erro, quando ele golpeou a pedra para dar água ao povo, ao invés de ter pedido água para a pedra, conforme D'us havia ordenado. Foi por este erro que D'us decretou que Moshé não entraria mais na Terra de Israel.


Porém, ao descrever este acontecimento, Moshé acrescenta uma frase que é muito difícil de ser entendida: "E D'us se enfureceu comigo por causa de vocês, e Ele não me escutou" (Devarim 3:26). Aparentemente Moshé estava jogando a culpa sobre o povo, dizendo que D'us não havia escutado a sua Tefilá por causa dos maus atos do povo, ao invés de assumir a responsabilidade por seus atos. Esta foi uma atitude correta?

 

Por um lado, é verdade que o povo havia causado um enorme tropeço para Moshé. Nossos sábios explicam que Moshé tentou pedir água para a pedra, conforme D'us havia ordenado, mas falou com a pedra errada, levando o povo a zombar dele e de D'us. Ao escutar que a honra de D'us estava sendo manchada, Moshé se irritou e acabou batendo na pedra. Portanto, o povo teve uma participação ativa no erro de Moshé. Porém, por outro lado, em última instância, Moshé tinha livre arbítrio e poderia ter evitado o erro. Portanto, o correto não teria sido Moshé ter assumido a culpa pelo seu erro? É isto que esperávamos de um grande líder como Moshé?


A pergunta fica ainda mais difícil de acordo com um ensinamento do Talmud (Yoma 22b), que afirma que houve uma grande diferença entre Shaul Hamelech e David Hamelech em relação a erros que eles cometeram. O Talmud ensina que Shaul transgrediu apenas uma vez, enquanto David transgrediu duas vezes. Porém, ao contrário do esperado, David foi perdoado por D'us e manteve o seu reinado, enquanto Shaul não foi perdoado e perdeu o seu reinado. Alguns explicam que a diferença foi que o erro de Shaul estava em não executar sua obrigação de rei, enquanto os erros de David foram apenas falhas pessoais, não relacionadas com a sua posição de rei. Mas outros comentaristas explicam que a principal diferença entre eles está na reação após terem sido repreendidos pelos erros cometidos. Quando o profeta Shmuel repreendeu Shaul, ele disse: "Realmente errei, mas foi por causa da pressão do povo". Já David, quando foi confrontado pelo profeta Gad, instantaneamente pediu perdão e disse "Transgredi". Enquanto Shaul tentou se defender e justificar seu comportamento equivocado, David focou apenas em entender o que D'us havia visto de errado em seus atos, para se arrepender de seus erros e corrigi-los.


Portanto, este ensinamento do Talmud deixa ainda mais difícil o entendimento das palavras de Moshé. Normalmente não aceitar um erro cometido é uma tremenda demonstração de orgulho, pois demonstra que a pessoa não quer assumir que errou. Assumir erros fere o nosso ego e, portanto, não é algo que pessoas orgulhosas fazem. Porém, Moshé é considerado o mais humilde de todos os homens. Dele esperaríamos, como ocorreu com David, a aceitação completa da culpa. Então como podemos entender as palavras de Moshé?


Explica o Rav Yaakov Weinberg zt"l que certamente Moshé, o mais humilde de todos os homens, assumiu completamente a responsabilidade por seus atos e não jogou a culpa sobre o povo. Porém, com esta frase, Moshé estava transmitindo ao povo judeu uma mensagem muito profunda sobre os decretos de D'us e a forma como Ele julga os nossos atos e aplica, quando necessário, castigos.

 

Quando um juiz de carne e osso faz um julgamento, por mais que ele se esforce, seu julgamento é sempre limitado. Em primeiro lugar, um juiz de carne e osso nunca consegue saber exatamente o que aconteceu. Sempre alguns detalhes acabam escapando e é praticamente impossível uma pessoa prestar um depoimento sem alterar nada ou esquecer algum detalhe. Muitas vezes as pessoas entendem as situações de forma diferente, e é a "versão" particular de cada um que chega aos ouvidos do juiz. Além disso, um juiz nunca conseguirá saber qual foi a verdadeira intenção de uma pessoa quando ela cometeu uma transgressão. E, finalmente, quando um juiz condena um acusado de um crime a passar alguns anos na prisão, ele não leva em consideração o sofrimento que a família deste homem vai passar. O juiz consegue apenas medir qual foi o erro cometido e qual é a pena que se aplica a este tipo de erro. Porém, ele nunca conseguirá quantificar quanto sofrimento ele também causa aos parentes e amigos da pessoa condenada. De certa maneira, eles também estão sendo castigados pelo juiz, mesmo sem terem feito nada de errado. Portanto, por mais que um juiz possa ser reto e cuidadoso, sempre ele estará sendo um pouco injusto.


Mas este problema não ocorre nos julgamentos Divinos, pois os julgamentos de D'us são perfeitos e completos. Em primeiro lugar, D'us sabe exatamente o que ocorreu, com todos os mínimos detalhes. Além disso, D'us conhece os pensamentos e os desejos do coração de cada pessoa, conseguindo medir exatamente quais eram as intenções por trás de cada ato cometido. E, finalmente, D'us consegue também quantificar quanto sofrimento recai sobre outras pessoas ao castigar alguém, e Ele leva isto em consideração no momento em que decreta qual castigo a pessoa merece.

 

Em outras palavras, muitas vezes uma pessoa que fez uma transgressão pode ser poupada, ao menos temporariamente, de um castigo Divino, caso algum parente ou amigo dela não mereça passar pelo sofrimento de ver alguém querido passando por dificuldades. Isto significa que quando alguém recebe um castigo Divino e as pessoas em volta também sofrem, elas também estavam merecendo, por algum motivo, passar por aquele sofrimento. De acordo com os cálculos Divinos perfeitos e exatos, estas pessoas também não tinham méritos para que o transgressor fosse poupado do seu castigo.

 

Portanto, era isto que Moshé estava transmitindo ao povo. A morte de Moshé foi um enorme castigo também para o povo judeu. Mesmo que o novo líder, Yehoshua, também era um grande Tzadik, ele não se comparava à grandeza de Moshé. O Talmud (Baba Batra 75a) afirma que Moshé se comparava ao brilho do sol, enquanto Yehosua se comparava ao brilho da lua. Moshé assumiu completamente a culpa pelo seu erro, mas estava ensinando ao povo que o julgamento de D'us é perfeito e abrange tudo. O sofrimento que o povo estava sentindo, por não poder contar com Moshé Rabeinu para conduzi-lo na conquista da Terra de Israel, era porque o povo não tinha méritos suficientes para ser poupado daquele sofrimento. Este sofrimento era motivado pelas transgressões que o povo havia cometido.

 

Deste ensinamento da Parashat aprendemos uma lição fundamental para as nossas vidas: a importância de uma pessoa assumir seus erros, ao invés de procurar em quem colocar a culpa. Quando algum sofrimento nos atinge, devemos refletir sobre qual falha nossa pode ter causado este sofrimento. Mesmo quando o sofrimento vem por causa da dor que sentimos pelo sofrimento de outra pessoa, em algum nível fazemos parte daquele castigo decretado. Os julgamentos de D'us são perfeitos, por isso o correto é sempre tentar entender o que podemos ter feito de errado para, desta maneira, conseguirmos consertar nossos atos e alcançar a perfeição.

 

SHABAT SHALOM

 

R' Efraim Birbojm

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