quinta-feira, 18 de julho de 2019

QUANDO OS DESEJOS ESTÃO NO COMANDO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT BALAK 5779

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QUANDO OS DESEJOS ESTÃO NO COMANDO - PARASHAT BALAK 5779 (19 de julho de 2019)

 
"Um escorpião, não sabendo nadar, pediu a uma tartaruga que o carregasse em suas costas através de um rio.

- Você está louco? - exclamou a tartaruga - Você vai me picar enquanto eu estiver nadando e eu vou me afogar. Por que eu te ajudaria?

- Minha querida tartaruga - riu o escorpião - Não seja tola. Se eu a picasse, você se afogaria e eu me afogaria junto com você. Onde está a lógica nisso?

- Você está certo! - Exclamou a tartaruga - Ok, suba aí nas minhas costas e eu te levo!

O escorpião subiu nas costas da tartaruga e começaram a travessia. Porém, quando ainda estavam na metade do rio, o escorpião deu uma forte picada na tartaruga. Já sentindo os efeitos do veneno e sabendo que em breve morreria, a tartaruga questionou, sem entender a atitude do escorpião:

- Me explique, seu louco! Você mesmo disse que não havia lógica em me picar. Então por que você fez isso?

- Não tem nada a ver com lógica - disse o escorpião, já quase se afogando - É apenas o meu caráter."
 
Na vida, muitas vezes acabamos também tomando atitudes que são completamente ilógicas e autodestrutivas. A única explicação para isto é que deixamos com que os desejos, já tão enraizados dentro de nós, tomem a direção das nossas vidas.

A Parashat desta semana, Balak, conta a história de Bilaam, um profeta das nações do mundo com um enorme potencial espiritual que, infelizmente, canalizou suas energias para saciar seus desejos por honra e prazeres materiais. Se prestarmos atenção nos detalhes da história trazida na Parashat, perceberemos que muitas decisões de Bilaam são completamente ilógicas e, algumas vezes, até mesmo irônicas. O que D'us está nos transmitindo ao escrever na Torá a vida e as escolhas de Bilaam?
 
A Parashat começa com a tentativa de Balak, o rei do povo de Moav, de contratar os serviços de seus arqui-inimigos, o povo de Midian, para travar uma guerra contra o povo judeu, que estava a caminho da Terra de Israel. Mas por que Moav queria lutar contra os judeus? Afinal, o povo judeu queria apenas entrar na Terra de Israel, não estava procurando conquistar outros territórios. Se Balak estava apenas com medo do povo judeu, conforme a Torá sugere, então ele deveria ter ficado quietinho, no seu canto, sem querer chamar a atenção do poderoso povo judeu enquanto eles circulavam pela região. Ou talvez eles deveriam ter procurado o bem do povo judeu, oferecendo a alguns influenciadores do povo propriedades à beira-mar em Moav. Seria a aplicação do famoso "se você não pode vencê-los, junte-se a eles". Porém, o que Balak escolheu fazer? De forma ilógica, ele escolheu lutar contra o poderoso povo judeu. Mas ele era inteligente o suficiente para perceber que a verdadeira força do povo judeu não estava no poder das suas armas de guerra, e sim no poder das palavras. Ele entendeu que a grandeza de Moshé estava em sua boca, que ele utilizava para rezar e explicar a Torá ao seu povo. Então Balak contratou o profeta Bilaam para amaldiçoar o povo judeu, tentando alcançar a vitória utilizando a própria arma do inimigo: a boca.
 
Entretanto, Bilaam não era um Tzadik, como poderia ter sido por causa do seu elevado potencial espiritual. Ele era um homem arrogante e dominado pelos desejos. Por isso, Balak enviou emissários com promessas de honra e grandes riquezas caso ele aceitasse amaldiçoar o povo judeu. Provavelmente os emissários de Balak puderam ver Bilaam babando sobre o dinheiro que ofereceram, como uma criança faria diante de uma barra de chocolate. Então Bilaam quis se engrandecer aos olhos dos emissários de Balak e anunciou: "Esperem aqui, pois eu posso fazer apenas o que D'us me permitir. Deixem-me falar com Ele". Bilaam tinha certeza de que D'us aprovaria sua missão, mas D'us jogou um balde de água fria sobre ele ao dizer: "Não vá com eles". Bilaam mandou os emissários de Balak embora, dizendo que infelizmente não poderia ajudá-los, pois D'us havia dito "não". Que incrível, parecia que Bilaam havia escutado D'us. Balak, ao escutar sobre a recusa de Bilaam, enviou para ele pessoas mais distintas e importantes, para lhe oferecer mais honra e mais dinheiro. Mas ainda assim Bilaam queria mostrar a todos como era uma pessoa grandiosa. Ele declarou aos novos emissários de Balak que nem mesmo por todo o ouro e prata poderia transgredir a vontade de D'us. Porém, apesar de ter escutado a resposta clara e direta de D'us, Bilaam pediu para verificar novamente com Ele a possibilidade de amaldiçoar os judeus. Talvez na cabeça de Bilaam havia a possibilidade de D'us ter mudado de ideia durante a noite. Bilaam achava que a recusa de D'us estava associada à falta de honra do povo de Moav em relação a ele, por terem enviado, da primeira vez, emissários pouco importantes. Bilaam então fez o que a maioria das crianças pequenas fazem instintivamente quando realmente querem algo que lhes disseram que elas não podem ter. Elas tentam de novo e de novo, até "vencerem pelo cansaço". Bilaam seguiu a mesma estratégia e insistiu. D'us então deixou Bilaam ir, mas o proibiu de dizer qualquer coisa que Ele não ordenasse.
 
Bilaam levantou-se cedo para selar sua jumenta, preparando-a para a viagem. Mas por que uma jumenta? Bilaam não deveria ir montado em um animal mais honroso, que lhe desse mais status? Além disso, enquanto ele viajava, a Torá nos descreve que a jumenta viu um anjo de D'us na estrada com uma espada na mão e se desviou do caminho. Bilaam, que não estava vendo o anjo, bateu nela com seu cajado. A viagem continuou, mas logo depois a jumenta novamente se desviou por causa do anjo, raspando a perna de Bilaam na parede, e apanhou de novo. Finalmente, o anjo apareceu em um lugar tão estreito que não havia como a jumenta desviar, obrigando-a a parar. Isto deixou Bilaam irado, a ponto de querer matar seu animal. Era uma enorme vergonha e humilhação diante de toda a comitiva de Balak, pessoas importantes. Um milagre aconteceu e a jumenta começa a falar, declarando em um tom irritado: "Esta é a forma de você me pagar por todos os anos de serviço, nos quais eu te servi com tanta constância e fidelidade?".
 
O que nós faríamos se uma jumenta começasse a falar conosco? Tentaríamos derrotá-la em uma argumentação racional ou perceberíamos que D'us está fazendo um enorme milagre para transmitir uma mensagem sobre nossas escolhas equivocadas? Bilaam escolheu, de forma ilógica, argumentar com a jumenta, como se falar com animais fosse algo frequente em sua vida. Esta foi uma incrível demonstração do quanto Bilaam estava perdido espiritualmente, a ponto de estar conversando com uma jumenta falante e, ao mesmo tempo, ignorando completamente o milagre que se desenrolava diante dos seus olhos.
 
Finalmente, quando Bilaam chegou a Moav, Balak preparou altares com sacrifícios para D'us, com vista para o acampamento do povo judeu. Então chegou o grande momento que Balak e o povo de Moav tanto esperavam: Bilaam se preparou para lançar uma maldição sobre os judeus. Porém, ao invés disso, ele acabou abençoando o povo judeu. Ele voltou-se para Balak e disse: "Veja, eu lhe avisei. Eu só posso fazer o que D'us quer que eu faça". Inacreditavelmente, Balak e Bilaam tentaram ainda mais duas vezes amaldiçoar os judeus. E cada vez que Bilaam tentava amaldiçoar, ele acabava dando uma Brachá mais detalhada e abrangente ao povo judeu. Realmente aquele não foi um bom dia para Bilaam. Foi um dia para ser esquecido.
 
Explica o Rav Simcha Barnett que D'us muitas vezes demonstra seu incrível "senso de humor". Porém, certamente Ele não escreveu o episódio de Bilaam na Torá apenas para nos entreter. Um dos ensinamentos mais profundos que podemos absorver de toda esta história é que todos nós temos um pouco de um Bilaam furioso dentro de nós, ameaçando nos levar a fazer investimentos contraproducentes na vida que, no final das contas, serão infrutíferos e, em última instância, autodestrutivos. Bilaam era obstinado, enxergava apenas o que queria. Nenhuma tentativa de direcioná-lo, que poderia vir de D'us, das pessoas ou do seu próprio intelecto, poderia dissuadi-lo de perseguir seus desejos. Isso é simbolicamente indicado através da jumenta que falava. Em hebraico, burro é chamado de "Chamor", que vem da raiz "Chomer" e significa "materialismo". Não só D'us, representando o lado espiritual, protestou contra as ações de Bilaam, mas até mesmo sua jumenta, que simboliza os desejos do seu corpo, voltou-se contra ele. Um paralelo seria uma pessoa que persegue seus vícios, como álcool ou drogas, até que seu corpo esteja fisicamente "gritando" para ela parar. Bilaam, no entanto, ignorou todos os avisos e, de forma obstinada, caminhou para a sua autodestruição.
 
Assim também nos comportamos na vida. Acabamos nos fixando em nossas próprias agendas pessoais, desejos e empreendimentos que são contrários à vontade de D'us e contra nossa própria razão, pois simplesmente não nos fazem bem. E nós os perseguimos com uma paixão e determinação que poderiam ser muito mais efetivamente aproveitadas em esforços reais e positivos. Neste processo, perdemos tempo e esforços, isto é, perdemos vida. A pior parte é que, na maioria das vezes, o nosso comportamento não traz o que estamos buscando. Como Bilaam, muitas vezes nosso comportamento obstinado causa exatamente o oposto do que desejávamos. Podemos rir das loucuras de Bilaam, mas não podemos nos esquecer do Bilaam que temos dentro de nós. Devemos aprender a controlar e canalizar os nossos desejos, para que, como Bilaam, não sejamos vítimas das nossas próprias escolhas equivocadas.

 
SHABAT SHALOM

 

R' Efraim Birbojm

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quarta-feira, 10 de julho de 2019

QUEM QUER VIVER PARA SEMPRE? - SHABALOM M@IL - PARASHAT CHUKAT 5779

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QUEM QUER VIVER PARA SEMPRE? - PARASHAT CHUKAT 5779 (12 de julho de 2019)

 
"Um ônibus israelense fazia uma viagem para o Mar Morto. Era época das férias de verão e o ônibus estava lotado. Em um dos primeiros bancos estava sentado um rabino, famoso por suas palestras. No meio da viagem, em uma curva acentuada, o motorista do ônibus, um homem extremamente impaciente e inconsequente, decidiu ultrapassar um veículo que trafegava um pouco mais lento. Infelizmente havia um caminhão vindo na outra pista. O rabino, ao ver o caminhão vindo na direção do ônibus, mal teve tempo de pronunciar o Shemá Israel. O choque foi tão forte que a maioria dos passageiros morreu, inclusive o rabino.
 
Quando o rabino abriu os olhos, viu que estava em um lugar paradisíaco, sob uma luz que emanava amor e paz. Ele reconheceu muitas pessoas que estavam com ele dentro do ônibus que se acidentou. Eles estavam em uma espécie de "sala de espera" e parecia haver uma ordem para entrar no Gan Éden. Porém, para a surpresa do rabino, o motorista do ônibus era o primeiro da fila, enquanto ele era um dos últimos. Poucos instantes depois, passou por eles um anjo que parecia ser era o encarregado da "sala de espera". O rabino então questionou a ordem na qual eles estavam organizados. Como poderia ser que ele, um rabino tão temente a D'us, que conduziu fielmente sua Congregação por tantos anos, poderia estar no final da fila, enquanto aquele motorista de ônibus irresponsável poderia ser o primeiro da primeira fila? O anjo explicou:
 
- É simples. Quando você dava suas palestras na sinagoga, as pessoas adormeciam. Porém, quando este motorista dirigia seu ônibus, todos diziam sem parar o Shemá Israel..."
 
Apesar de ser engraçada, esta piada traz um profundo ensinamento: o que receberemos de recompensa no Mundo Vindouro, para toda a eternidade, depende diretamente de cada ato que fazemos neste mundo.

O assunto inicial da Parashat desta semana, Chukat (literalmente "Lei") é a enigmática Mitzvá da "Pará Adumá", uma vaca completamente vermelha cujas cinzas tinham o poder de purificar uma pessoa que havia entrado em contato com a impureza espiritual de um morto. Além disso, a Parashat também descreve as mortes de Aharon e Miriam, além da "sentença de morte" recebida por Moshé, por ter golpeado a pedra para que dela saísse água, ao invés de apenas ter falado com a pedra, conforme D'us havia comandado. Parece que a morte é o assunto central desta Parashat. Afinal, qual é a visão judaica sobre a morte? É algo positivo ou negativo?
 
É interessante perceber que fazemos muitas piadas sobre a morte. Talvez seja uma tentativa de, ao fazer da morte algo mais leve e engraçado, isto ajude a diminuir a ansiedade que sentimos em relação a ela. Mas talvez as piadas reflitam a dupla natureza da morte. Por um lado, é o fim da vida como a conhecemos. Porém, ao mesmo tempo, acreditamos que há algo melhor nos esperando "do outro lado", depois que morrermos.
 
De acordo com o judaísmo, a morte tem realmente uma natureza dupla e contraditória. Por um lado, temos uma grande quantidade de leis referentes ao luto, que nos ajudam a lidar com o falecimento de um ente querido e aliviar um pouco da dor. Paira sobre nós um sentimento de que algo "ruim" aconteceu com os que partiram, especialmente se a pessoa era jovem. Além disso, quando uma pessoa escuta que um conhecido faleceu, ela diz a Brachá "Baruch Dayan HaEmet" (Abençoado seja o Juiz da verdade), em um reconhecimento e aceitação da vontade de D'us. Entretanto, quando a pessoa experimenta um acontecimento positivo, ela faz uma Brachá diferente, "HaTov VeHaMetiv" (Abençoado seja Aquele que é bom e faz o bem). Se a morte fosse uma ocorrência totalmente positiva, nós diríamos a segunda Brachá ao escutarmos sobre um falecimento. Isto quer dizer que a morte realmente tem um lado triste e negativo. No entanto, por outro lado, o judaísmo reconhece que há um Mundo Vindouro, onde os nossos entes queridos experimentam uma realidade de prazer muito mais profundo do que é possível neste mundo. A partir deste ponto de vista, a morte é algo bom, pois é o início de uma nova existência, o momento de experimentar tipos de prazer mais elevados e sublimes.
 
Os nossos sábios abordam esta visão paradoxal através de um ensinamento aparentemente contraditório: "É mais preciosa uma hora de arrependimento e bons atos neste mundo do que toda a vida no Mundo Vindouro" (Avót 4:17). O início desta Mishná (parte da Torá Oral) nos dá a entender que a vida neste mundo é o que temos de mais precioso e, portanto, a morte é algo negativo. Porém, o paradoxo surge com a continuação desta Mishná: "E é mais preciosa uma hora de tranquilidade no Mundo Vindouro do que toda a vida neste mundo", o que nos dá a entender que o Mundo Vindouro é mais precioso e, portanto, a morte é algo positivo. Como entender esta contradição? Afinal, onde é melhor estar, neste mundo ou no Mundo Vindouro?
 
Explica o Rav Simcha Barnett que a solução para entender esta aparente contradição está justamente na Mishná anterior: "Este mundo é como um corredor diante do Mundo Vindouro. Prepare-se no corredor para que você possa entrar no salão de banquete" (Avót 4:16). A primeira coisa que esta Mishná nos transmite é que este mundo e o Mundo Vindouro são partes de uma única "moradia". Em segundo lugar, nossos sábios enfatizam claramente que, embora o Mundo Vindouro, representado pelo "salão de banquetes", seja o principal, o corredor é parte indispensável para chegarmos ao "salão" e aproveitarmos o que é oferecido lá.
 
Este ensinamento nos transmite algo profundo sobre a vida e a morte. Se esta vida é comparada a um corredor que conduz ao Mundo Vindouro, então ela tem uma enorme importância. Essa é a razão pela qual a Mishná começa afirmando que uma vida bem vivida, isto é, na qual estamos constantemente envolvidos com a Torá, com as Mitsvót e com o nosso aprimoramento, é mais valiosa do que todo o Mundo Vindouro. A alegria que seremos capazes de sentir no Mundo Vindouro será diretamente dependente de como moldamos nossa alma neste mundo. Isto se compara a duas pessoas que vão a um concerto de música clássica. Uma delas é um profundo conhecedor e amante da música clássica, enquanto o outro nunca estudou nada sobre teoria musical. Os dois escutarão os mesmos sons, mas a qualidade de suas experiências será muito diferente. No mesmo concerto de música, é possível dizer que um deles estará no céu, enquanto o outro estará no inferno!
 
Há realmente uma natureza paradoxal em relação ao fenômeno de morte. Por um lado, há uma perda, enquanto, por outro lado, há um ganho. A perda é não sermos mais capazes de acumular méritos para nossa eternidade. É como aquele programa de televisão, no qual os concorrentes têm cinco minutos para pegar em uma loja de departamentos tudo o que conseguirem colocar em seus carrinhos. Da mesma maneira, tudo o que conseguirmos "pegar" na vida, em termos de méritos espirituais, levaremos para sempre. A morte é o "fim do jogo". É por isso que nossos sábios afirmam que uma hora na qual estamos envolvidos com a Torá e suas Mitsvót é melhor do que o todo o Mundo Vindouro. Isto porque não podemos ganhar uma existência eterna no Mundo Vindouro exceto através do nosso aperfeiçoamento neste mundo.
 
Por outro lado, há um ganho com a morte. Embora a nossa capacidade de acumular méritos com o nosso próprio esforço e alcançar a perfeição termine com a morte, finalmente todo o prazer que "adquirimos" com nossos atos pode ser finalmente experimentado e apreciado em um nível muito mais profundo. Portanto, a vantagem da morte é que a profundidade e a eternidade das experiências que não podem ser alcançadas neste mundo serão finalmente vivenciadas. É como se tivéssemos passado toda a nossa vida escutando pequenos trechos de uma música irritante, em um rádio AM cheio de ruídos e saindo de uma única caixa de som. Imagine agora escutar nossa música favorita em um CD digital, no sistema estéreo mais moderno, rodeado por alto-falantes de alta fidelidade. A música reverberaria dentro de nós com uma intensidade, clareza e beleza que nunca imaginaríamos ser possível. Isto é semelhante ao prazer que estará disponível para nós no Mundo Vindouro. Nosso trabalho é desenvolver nossa alma neste mundo para que ela possa apreciar a "música" que estará tocando no Mundo Vindouro. A experiência certamente será incrível em sua beleza e prazer.
 
A morte é a separação do corpo e da alma. No Talmud (Brachót 8a) nossos sábios descrevem o momento da morte de um Tzadik (pessoa justa) e de um Rashá (pessoa malvada). Para a pessoa que viveu sua vida consciente de que está aperfeiçoando sua alma neste mundo em preparação para o Mundo Vindouro, a separação entre a alma e o corpo é comparada a algo suave e sem sofrimento, como retirar um único fio de cabelo de um copo de leite. No entanto, para a pessoa que ignorou sua alma e identificou-se completamente com seu corpo, a separação entre eles será como puxar um novelo de lã do meio de um espinheiro. Será uma experiência dolorosa, pois o corpo, com o qual ele tanto se identificou, termina. Para o corpo, a morte iguala tudo. Não importa quem você foi na vida, na morte todos os corpos encontram o mesmo destino. A alma, no entanto, vive para sempre, e a "qualidade de vida" será definida através das nossas ações neste mundo.
 
Se vivermos com essa consciência ao longo dos nossos dias, nossas vidas se tornarão mais ricas e significativas. Veremos os nossos esforços e lutas nos levando a algum lugar. Vivendo desta maneira, nenhuma alegria ou sofrimento é em vão. Tudo isso vai moldando quem nós realmente somos. O que somos e o que fizemos nos acompanharão para sempre. É incrível perceber que, no final das contas, o que vamos realmente receber no Mundo Vindouro será nós mesmos, melhorados e aperfeiçoados, prontos para aproveitar os prazeres eternos. Estamos no controle do nosso próprio destino. O verdadeiro poder da morte é ajudar a nos concentrarmos sobre o que é realmente importante na vida. Ninguém quer morrer, mas na visão judaica não é nesta vida que teremos a forma mais real ou prazerosa de existência possível. Esta vida é apenas o corredor para o Mundo Vindouro. Se vivermos plenamente e com sabedoria, poderemos recolher as moedas de todo o nosso esforço no Mundo Vindouro.

 
SHABAT SHALOM

 

R' Efraim Birbojm

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