quarta-feira, 10 de julho de 2019

QUEM QUER VIVER PARA SEMPRE? - SHABALOM M@IL - PARASHAT CHUKAT 5779

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QUEM QUER VIVER PARA SEMPRE? - PARASHAT CHUKAT 5779 (12 de julho de 2019)

 
"Um ônibus israelense fazia uma viagem para o Mar Morto. Era época das férias de verão e o ônibus estava lotado. Em um dos primeiros bancos estava sentado um rabino, famoso por suas palestras. No meio da viagem, em uma curva acentuada, o motorista do ônibus, um homem extremamente impaciente e inconsequente, decidiu ultrapassar um veículo que trafegava um pouco mais lento. Infelizmente havia um caminhão vindo na outra pista. O rabino, ao ver o caminhão vindo na direção do ônibus, mal teve tempo de pronunciar o Shemá Israel. O choque foi tão forte que a maioria dos passageiros morreu, inclusive o rabino.
 
Quando o rabino abriu os olhos, viu que estava em um lugar paradisíaco, sob uma luz que emanava amor e paz. Ele reconheceu muitas pessoas que estavam com ele dentro do ônibus que se acidentou. Eles estavam em uma espécie de "sala de espera" e parecia haver uma ordem para entrar no Gan Éden. Porém, para a surpresa do rabino, o motorista do ônibus era o primeiro da fila, enquanto ele era um dos últimos. Poucos instantes depois, passou por eles um anjo que parecia ser era o encarregado da "sala de espera". O rabino então questionou a ordem na qual eles estavam organizados. Como poderia ser que ele, um rabino tão temente a D'us, que conduziu fielmente sua Congregação por tantos anos, poderia estar no final da fila, enquanto aquele motorista de ônibus irresponsável poderia ser o primeiro da primeira fila? O anjo explicou:
 
- É simples. Quando você dava suas palestras na sinagoga, as pessoas adormeciam. Porém, quando este motorista dirigia seu ônibus, todos diziam sem parar o Shemá Israel..."
 
Apesar de ser engraçada, esta piada traz um profundo ensinamento: o que receberemos de recompensa no Mundo Vindouro, para toda a eternidade, depende diretamente de cada ato que fazemos neste mundo.

O assunto inicial da Parashat desta semana, Chukat (literalmente "Lei") é a enigmática Mitzvá da "Pará Adumá", uma vaca completamente vermelha cujas cinzas tinham o poder de purificar uma pessoa que havia entrado em contato com a impureza espiritual de um morto. Além disso, a Parashat também descreve as mortes de Aharon e Miriam, além da "sentença de morte" recebida por Moshé, por ter golpeado a pedra para que dela saísse água, ao invés de apenas ter falado com a pedra, conforme D'us havia comandado. Parece que a morte é o assunto central desta Parashat. Afinal, qual é a visão judaica sobre a morte? É algo positivo ou negativo?
 
É interessante perceber que fazemos muitas piadas sobre a morte. Talvez seja uma tentativa de, ao fazer da morte algo mais leve e engraçado, isto ajude a diminuir a ansiedade que sentimos em relação a ela. Mas talvez as piadas reflitam a dupla natureza da morte. Por um lado, é o fim da vida como a conhecemos. Porém, ao mesmo tempo, acreditamos que há algo melhor nos esperando "do outro lado", depois que morrermos.
 
De acordo com o judaísmo, a morte tem realmente uma natureza dupla e contraditória. Por um lado, temos uma grande quantidade de leis referentes ao luto, que nos ajudam a lidar com o falecimento de um ente querido e aliviar um pouco da dor. Paira sobre nós um sentimento de que algo "ruim" aconteceu com os que partiram, especialmente se a pessoa era jovem. Além disso, quando uma pessoa escuta que um conhecido faleceu, ela diz a Brachá "Baruch Dayan HaEmet" (Abençoado seja o Juiz da verdade), em um reconhecimento e aceitação da vontade de D'us. Entretanto, quando a pessoa experimenta um acontecimento positivo, ela faz uma Brachá diferente, "HaTov VeHaMetiv" (Abençoado seja Aquele que é bom e faz o bem). Se a morte fosse uma ocorrência totalmente positiva, nós diríamos a segunda Brachá ao escutarmos sobre um falecimento. Isto quer dizer que a morte realmente tem um lado triste e negativo. No entanto, por outro lado, o judaísmo reconhece que há um Mundo Vindouro, onde os nossos entes queridos experimentam uma realidade de prazer muito mais profundo do que é possível neste mundo. A partir deste ponto de vista, a morte é algo bom, pois é o início de uma nova existência, o momento de experimentar tipos de prazer mais elevados e sublimes.
 
Os nossos sábios abordam esta visão paradoxal através de um ensinamento aparentemente contraditório: "É mais preciosa uma hora de arrependimento e bons atos neste mundo do que toda a vida no Mundo Vindouro" (Avót 4:17). O início desta Mishná (parte da Torá Oral) nos dá a entender que a vida neste mundo é o que temos de mais precioso e, portanto, a morte é algo negativo. Porém, o paradoxo surge com a continuação desta Mishná: "E é mais preciosa uma hora de tranquilidade no Mundo Vindouro do que toda a vida neste mundo", o que nos dá a entender que o Mundo Vindouro é mais precioso e, portanto, a morte é algo positivo. Como entender esta contradição? Afinal, onde é melhor estar, neste mundo ou no Mundo Vindouro?
 
Explica o Rav Simcha Barnett que a solução para entender esta aparente contradição está justamente na Mishná anterior: "Este mundo é como um corredor diante do Mundo Vindouro. Prepare-se no corredor para que você possa entrar no salão de banquete" (Avót 4:16). A primeira coisa que esta Mishná nos transmite é que este mundo e o Mundo Vindouro são partes de uma única "moradia". Em segundo lugar, nossos sábios enfatizam claramente que, embora o Mundo Vindouro, representado pelo "salão de banquetes", seja o principal, o corredor é parte indispensável para chegarmos ao "salão" e aproveitarmos o que é oferecido lá.
 
Este ensinamento nos transmite algo profundo sobre a vida e a morte. Se esta vida é comparada a um corredor que conduz ao Mundo Vindouro, então ela tem uma enorme importância. Essa é a razão pela qual a Mishná começa afirmando que uma vida bem vivida, isto é, na qual estamos constantemente envolvidos com a Torá, com as Mitsvót e com o nosso aprimoramento, é mais valiosa do que todo o Mundo Vindouro. A alegria que seremos capazes de sentir no Mundo Vindouro será diretamente dependente de como moldamos nossa alma neste mundo. Isto se compara a duas pessoas que vão a um concerto de música clássica. Uma delas é um profundo conhecedor e amante da música clássica, enquanto o outro nunca estudou nada sobre teoria musical. Os dois escutarão os mesmos sons, mas a qualidade de suas experiências será muito diferente. No mesmo concerto de música, é possível dizer que um deles estará no céu, enquanto o outro estará no inferno!
 
Há realmente uma natureza paradoxal em relação ao fenômeno de morte. Por um lado, há uma perda, enquanto, por outro lado, há um ganho. A perda é não sermos mais capazes de acumular méritos para nossa eternidade. É como aquele programa de televisão, no qual os concorrentes têm cinco minutos para pegar em uma loja de departamentos tudo o que conseguirem colocar em seus carrinhos. Da mesma maneira, tudo o que conseguirmos "pegar" na vida, em termos de méritos espirituais, levaremos para sempre. A morte é o "fim do jogo". É por isso que nossos sábios afirmam que uma hora na qual estamos envolvidos com a Torá e suas Mitsvót é melhor do que o todo o Mundo Vindouro. Isto porque não podemos ganhar uma existência eterna no Mundo Vindouro exceto através do nosso aperfeiçoamento neste mundo.
 
Por outro lado, há um ganho com a morte. Embora a nossa capacidade de acumular méritos com o nosso próprio esforço e alcançar a perfeição termine com a morte, finalmente todo o prazer que "adquirimos" com nossos atos pode ser finalmente experimentado e apreciado em um nível muito mais profundo. Portanto, a vantagem da morte é que a profundidade e a eternidade das experiências que não podem ser alcançadas neste mundo serão finalmente vivenciadas. É como se tivéssemos passado toda a nossa vida escutando pequenos trechos de uma música irritante, em um rádio AM cheio de ruídos e saindo de uma única caixa de som. Imagine agora escutar nossa música favorita em um CD digital, no sistema estéreo mais moderno, rodeado por alto-falantes de alta fidelidade. A música reverberaria dentro de nós com uma intensidade, clareza e beleza que nunca imaginaríamos ser possível. Isto é semelhante ao prazer que estará disponível para nós no Mundo Vindouro. Nosso trabalho é desenvolver nossa alma neste mundo para que ela possa apreciar a "música" que estará tocando no Mundo Vindouro. A experiência certamente será incrível em sua beleza e prazer.
 
A morte é a separação do corpo e da alma. No Talmud (Brachót 8a) nossos sábios descrevem o momento da morte de um Tzadik (pessoa justa) e de um Rashá (pessoa malvada). Para a pessoa que viveu sua vida consciente de que está aperfeiçoando sua alma neste mundo em preparação para o Mundo Vindouro, a separação entre a alma e o corpo é comparada a algo suave e sem sofrimento, como retirar um único fio de cabelo de um copo de leite. No entanto, para a pessoa que ignorou sua alma e identificou-se completamente com seu corpo, a separação entre eles será como puxar um novelo de lã do meio de um espinheiro. Será uma experiência dolorosa, pois o corpo, com o qual ele tanto se identificou, termina. Para o corpo, a morte iguala tudo. Não importa quem você foi na vida, na morte todos os corpos encontram o mesmo destino. A alma, no entanto, vive para sempre, e a "qualidade de vida" será definida através das nossas ações neste mundo.
 
Se vivermos com essa consciência ao longo dos nossos dias, nossas vidas se tornarão mais ricas e significativas. Veremos os nossos esforços e lutas nos levando a algum lugar. Vivendo desta maneira, nenhuma alegria ou sofrimento é em vão. Tudo isso vai moldando quem nós realmente somos. O que somos e o que fizemos nos acompanharão para sempre. É incrível perceber que, no final das contas, o que vamos realmente receber no Mundo Vindouro será nós mesmos, melhorados e aperfeiçoados, prontos para aproveitar os prazeres eternos. Estamos no controle do nosso próprio destino. O verdadeiro poder da morte é ajudar a nos concentrarmos sobre o que é realmente importante na vida. Ninguém quer morrer, mas na visão judaica não é nesta vida que teremos a forma mais real ou prazerosa de existência possível. Esta vida é apenas o corredor para o Mundo Vindouro. Se vivermos plenamente e com sabedoria, poderemos recolher as moedas de todo o nosso esforço no Mundo Vindouro.

 
SHABAT SHALOM

 

R' Efraim Birbojm

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
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quarta-feira, 3 de julho de 2019

SENTINDO A DOR DO PRÓXIMO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT KORACH 5779

BS"D
Este e-mail é dedicado à alegria do Bar Mitzvá do meu querido filho, Moshe Meir. Mazal Tov!


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SENTINDO A DOR DO PRÓXIMO - PARASHAT KORACH 5779 (05 de julho de 2019)

 
"A Sra. Leslie estava fazendo compras no supermercado. A situação da família estava muito difícil, pois o seu marido estava desempregado, vivendo apenas de pequenos bicos. A Sra. Leslie pegou apenas os produtos essenciais. Quando o caixa do supermercado passou todos os produtos, mostrou para a Sra. Leslie o total. Ela começou a tirar o dinheiro da bolsa e contou as notas. Para sua enorme vergonha, a conta tinha dado 55 dólares, 10 dólares a mais do que ela tinha na carteira. Ela se sentiu muito humilhada naquele momento. Pediu desculpas para o caixa do supermercado e assumiu que não tinha dinheiro suficiente e, por isso, precisaria tirar alguns produtos que já estavam na sacola. O que a Sra. Leslie mais desejava naquele momento era sumir de vergonha. De repente, o cliente que estava logo atrás na fila do caixa se aproximou. Ele estendeu uma nota de 10 dólares para o homem do caixa e informou que era para completar o que faltava das compras daquela senhora. Apesar do gesto nobre daquele homem, a Sra. Leslie não quis aceitar. Em um tom firme, ela disse:
 
- Por favor, não precisa se incomodar. Muito obrigado, mas eu não posso aceitar este dinheiro.
 
Porém, o homem abriu um grande sorriso e disse:
 
- Por favor, deixe-me contar uma história. Minha mãe está há muito tempo internada no hospital. Eu a visito todos os dias e levo para ela flores, para alegrar seu dia. Porém, ontem ela me deu uma grande bronca. Ela falou que era um grande desperdício todos os dias gastar dinheiro com flores. Ela então me disse que, se eu quisesse realmente deixá-la feliz, eu deveria fazer todos os dias alguma bondade com o dinheiro das flores.
 
- Então, por favor, aceite - concluiu o homem, emocionado - Estas são as flores de hoje da minha mãe..."
 
Nem sempre é fácil se preocupar com o problema dos outros, principalmente quando nós também estamos passando por dificuldades. Mas é isto que torna o ser humano uma criatura tão especial: a capacidade de se lembrar dos outros e, ao mesmo tempo, se esquecer dos seus próprios problemas.

Nesta semana lemos a Parashat Korach, que traz um incrível e profundo ensinamento sobre a força da inveja e da honra sobre o ser humano, atingindo até mesmo pessoas espiritualmente mais elevadas. Korach, o primo de Moshé, tinha um potencial espiritual gigantesco. Porém, por inveja e honra, ele organizou uma "Machloket" (disputa) contra Moshé e Aharon, colocando dúvidas na cabeça do povo sobre a escolha Divina dos dois maiores líderes do povo judeu. Alegando querer o bem e a união do povo, Korach começou, através de zombaria, a questionar o papel central de Moshé e Aharon, alegando que todos do povo eram espiritualmente elevados e tinham o direito de serem líderes. A consequência foi trágica, com a morte milagrosa de todos os participantes da Machloket. Korach e os outros líderes, junto com suas famílias, foram engolidos por uma boca que se abriu na terra, enquanto seus 250 seguidores foram queimados vivos por um fogo celestial.
 
Moshé tentou de tudo para restabelecer a paz. Passou por cima de sua própria honra e tentou conversar com os líderes da rebelião, apesar de estar sendo humilhado publicamente. Com humildade, tentou convencê-los de que aquela rebelião não era apenas contra ele e Aharon, e sim contra D'us, quem os havia escolhido. Quando Moshé viu que não havia mais nada a se fazer, e diante de um possível "Chilul Hashem" (quando o Nome de D'us é manchado), ele fez um pedido para D'us: "Se estes homens morrerem como todos os homens morrem, e o destino de todos os homens ocorrer a eles, então será um sinal de que não foi D'us que me enviou." (Bamidbar 16:29). De acordo com o Talmud (Nedarim 39b), Moshé estava afirmando para D'us que, se Korach e seus seguidores morressem de uma maneira natural, de forma que fossem visitados enquanto estivessem doentes, deitados em seus leitos de morte, Korach seria inocentado aos olhos do povo e as pessoas acreditariam que ele estava certo. Por isso, Moshé pediu a D'us que eles tivessem uma morte milagrosa e repentina.
 
Porém, como entender este ensinamento do Talmud? Qual é a conexão entre a forma da morte dos rebeldes e a transgressão que eles estavam cometendo? Uma morte natural, logo após a Machloket com Moshé, já não seria suficiente para que ficasse claro para todo o povo judeu que Moshé estava certo e Korach estava errado?
 
Além disso, a conexão entre visitar os doentes e a história da rebelião de Korach não é clara. Moshé afirmou a D'us que, caso Korach morresse de uma forma natural, isso seria uma justificativa para sua afirmação de que Moshé estava abusando de sua posição. No entanto, não havia nenhuma necessidade de mencionar as visitas a um doente que morre de forma natural. Por que então o Talmud acrescentou este detalhes quando descreveu uma possível morte natural de Korach e seus seguidores?
 
Outro questionamento surge quando o Talmud (Nedarim 39b) afirma que, baseado no pedido de Moshé, de que D'us não permitisse que Korach e seus seguidores tivessem uma morte natural para que não recebessem visitas, aprendemos a Mitzvá de "Bikur Cholim", visitar os doentes. Mas este evento trágico é a melhor fonte para a Mitzvá de visitar os doentes?
 
Finalmente, há outras duas passagens no Talmud que citam outras fontes da Torá para a Mitzvá de Bikur Cholim. Em relação ao versículo "e você (Moshé) lhes fará saber o caminho que eles devem seguir" (Shemot 18:20), o Talmud (Baba Metzia 30b) declara que esta é a fonte da Torá para a Mitzvá de Bikur Cholim. Já o Talmud (Sotá 14a) afirma que, três dias após Avraham ter feito seu Brit-Milá, o dia mais dolorido, D'us veio visitá-lo com o intuito de fazer Bikur Cholim. O Talmud ensina que, pelo fato de D'us visitar os doentes, somos obrigados a fazer o mesmo, pelo princípio da Torá de "E você deverá seguir o Seu caminho" (Devarim 28:9). Mas por que são necessárias tantas fontes diferentes para a Mitzvá de Bikur Cholim?
 
De acordo com o Rav Shmuel Eliezer Halevi Eidels zt"l (Polônia, 1555 - 1632), mais conhecido como Maharshó, as duas últimas fontes citadas se referem ao mesmo conceito. "Andar nos caminhos de D'us" significa "imitá-lo". Um aspecto da obrigação de Bikur Cholim é derivado da nossa obrigação de nos assemelharmos a D'us. Portanto, da mesma forma que D'us visitou Avraham quando ele estava doente, assim também temos a obrigação de visitar os doentes, cumprindo o conceito de "andar nos Seus caminhos". Portanto, a essência da Mitzvá de Bikur Cholim é colocar em prática o nosso lado de bondade e misericórdia com o próximo. E para isto devemos nos espelhar em D'us, que criou o mundo com o único propósito de fazer bondade. A Torá inteira está repleta de bondades que D'us fez, tanto a indivíduos quanto a povos inteiros, e por isso temos em quem nos espelhar para buscarmos sempre a bondade.
 
Explica o Rav Yohanan Zweig que a Parashat Korach nos apresenta um novo aspecto da Mitzvá de Bikur Cholim: a obrigação de sentirmos empatia, isto é, sentirmos a dor dos outros. Um pré-requisito para a empatia é a capacidade de uma pessoa se concentrar no sentimento de parentesco e conexão que todos nós, seres humanos, compartilhamos. Ao sermos capazes de identificarmos as outras pessoas como sendo parte de uma "grande família", podemos chegar ao nível de compartilhar a dor e confortar uns aos outros.
 
Korach é descrito por nossos sábios como um "Baal Machloket", uma pessoa que causa desunião. Alguém que apresenta esta característica foca apenas nos aspectos das pessoas que geram conflito, e isto é o contrário da empatia. Uma pessoa que conduz a vida de tal maneira não sente empatia pelos outros e, como resultado, também não recebe de volta a empatia de ninguém. Korach afirmava que era Moshé quem estava criando divisões dentro do povo judeu, enquanto ele se proclamava o "lutador pela igualdade e pela união do povo". Foi por isso que Moshé fez um pedido tão fora do comum para D'us. Ele queria publicamente desmentir as afirmações de Korach. Moshé pediu a D'us para que Korach não morresse de uma maneira natural, pois se ele ficasse acamado, receberia visitas. Porém, um "Baal Machloket", que não demonstra empatia com os outros, Midá Kenegued Midá (medida por medida) não merece receber a empatia de ninguém.
 
Com este entendimento fica claro por que o Talmud cita a história de Korach como fonte para a Mitzvá de Bikur Cholim. A Torá está se concentrando no segundo aspecto da Mitzvá, que é a obrigação de sentirmos empatia. A história de Korach é o cenário ideal para transmitir essa mensagem, pois seu comportamento é um contraste, é o exemplo de alguém que se tornou insensível com as dores e necessidades dos outros.
 
O principal motivo de cumprirmos as Mitzvót é porque D'us, o nosso Criador, nos comandou. Porém, D'us também nos deu sentimentos. Não devemos viver como robôs, fazendo atos sem nenhum tipo de emoção. Em especial, quando se refere às Mitzvót "Bein Adam Lehaveiró" (entre a pessoa e o seu companheiro), é importante sentir a dor e a necessidade dos outros. Por exemplo, em Purim temos a Mitzvá de "Matanót Laevionim" (doar dinheiro aos necessitados, para que possam cumprir a Mitzvá de fazer uma refeição festiva em honra de Purim). Pessoas que vêm se aconselhar sobre como cumprir corretamente esta Mitzvá normalmente perguntam: "Quanto preciso doar para sair da obrigação". A pergunta é, de certa maneira, equivocada. Não devemos pensar somente em "sair da obrigação". Devemos pensar que há um necessitado que não tem dinheiro suficiente nem mesmo para fazer uma refeição festiva em Purim. A pergunta correta é: "Quanto é o mínimo que eu preciso doar para ajudar um necessitado a ter uma refeição decente em Purim".
 
Quando vemos duas pessoas ajudando um necessitado, o ato é o mesmo, mas a intenção pode ser completamente diferente. A pessoa pode pensar apenas em si mesma, ou pode sentir a dor do seu companheiro. Pouco a pouco, nos importando com cada ser humano, vamos desenvolvendo a empatia pelos outros e nos afastando do egoísmo. O egoísmo que, infelizmente, encurtou a vida de Korach e de todos os seus seguidores.

 
SHABAT SHALOM

 

R' Efraim Birbojm

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