quinta-feira, 25 de outubro de 2018

AMOR PELAS BONDADES - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAIERÁ 5779

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AMOR PELAS BONDADES - PARASHAT VAIERÁ 5779 (26 de outubro de 2018)

 "O Sr. Adam estava viajando de carro tranquilamente por uma estrada. Quando chegou a um lugar onde havia uma ponte, ele viu uma mulher gritando e muito agitada. Ele parou o carro e perguntou se ela precisava de ajuda. A mulher, desesperada, disse que sua filha pequena havia passado entre as grades de proteção e caído no rio. O Sr. Adam não pensou duas vezes e, imediatamente, tirou as roupas e se jogou no rio. Ele começou a nadar até onde estava a menina e conseguiu agarrá-la e trazê-la até a margem. Percebeu que a pequena menina não estava respirando. Como conhecia algumas técnicas de primeiros socorros, tentou fazer os procedimentos de ressuscitação. Pouco tempo depois chegou uma ambulância e o Sr. Adam, com a certeza de que a pequena menina estava em boas mãos, deixou os paramédicos cuidando dela e foi embora.
 
Após alguns esforços médicos, a pequena menina começou a tossir e a colocar para fora a água que havia engolido. Em alguns minutos ela já estava respirando normalmente, fora de perigo. A mãe então quis agradecer ao Sr. Adam. Porém, ao procurar em volta, percebeu que ele havia sumido. Como a mulher era muito rica, ela contratou um detetive para descobrir quem era aquele homem que havia salvado a sua filha. Quando finalmente o Sr. Adam foi encontrado, ela deu uma grande festa de agradecimento a ele. Na festa ela contou a história do salvamento e agradeceu, de forma emocionada, ao Sr. Adam. Ela então pediu para que ele também falasse algumas palavras. Com muita humildade, o Sr. Adam se levantou e, diante de todos os convidados, disse:
 
- Quero agradecer pela festa e por todo o carinho que estou recebendo. Porém, sinceramente, eu não entendo porque estou recebendo tanta honra e tantos agradecimentos. Eu não fiz nada além do que qualquer pessoa com responsabilidade faria se estivesse em uma situação destas.
 
Com estas palavras o Sr. Adam finalizou seu breve discurso e voltou ao seu lugar. Porém, antes de se sentar, o Sr. Adam voltou ao centro do salão e disse:
 
- Esqueci de contar algo. Na verdade, sou eu que preciso agradecer. Desde criança eu sempre tive muito medo de água e, por isso, nunca tive coragem de nadar. Esta foi a primeira vez na vida que eu nadei."
 
Muitas vezes nos esquivamos na vida de fazer determinadas coisas alegando que não somos capazes ou não temos tempo. Se nós queremos fazer algo, se nós sentimos a responsabilidade por fazer algo, com certeza veremos que somos capazes de fazer até mesmo o "impossível".

Na Parashat desta semana, Vaierá (literalmente "E apareceu"), a Torá começa a descrever uma das características na qual o nosso patriarca Avraham chegou à excelência: o Chessed (bondade com o próximo). A Parashat começa com Avraham recebendo a visita de três anjos, disfarçados de simples beduínos. Apesar de aparentarem ser pessoas simples, Avraham os recebeu com honras de reis. A Torá se alonga na descrição de todos os detalhes de como Avraham se esforçou para ser o melhor anfitrião possível.
 
Porém, nossos sábios questionam algo interessante. A bondade de Avraham já era muito conhecida por todos e amplamente difundida. Era algo que ele havia enraizado em seu coração e transformado em parte da sua essência. Era sabido que sua tenda tinha 4 entradas, para estar de portas abertas para os viajantes que vinham de todas as direções. Avraham receberia cada convidado com grande honra. Ele fazia muitos atos de bondade, conforme descreve o versículo: "E (Avraham) plantou uma 'Eshel' em Beer Sheva" (Bereshit 21:33). O Talmud (Sotá 10a) traz duas opiniões sobre o que significa "Eshel". De acordo com uma opinião, era um pomar que Avraham plantou para que pudesse servir frutas aos seus convidados. De acordo com a outra opinião, a palavra "Eshel" são as iniciais de "Achilá" (Comida), "Shtiá" (Bebida) e "Liná" (Descanso). Isto significa que Avraham havia construído uma hospedaria, onde seus convidados eram servidos com honra e alegria. Então por que a Torá preferiu deixar gravado para sempre o ato de bondade que Avraham fez com os anjos, com todos os detalhes, ao invés de descrever com detalhes outros atos de bondade, dentre os milhares que Avraham fez em sua vida? O que este ato nos transmite de especial?
 
Responde o Rav Yaacov Kanievsky zt"l (Ucrânia, 1899 - Israel, 1985), mais conhecido como "Steipler", que através deste acontecimento a Torá está nos transmitindo um importante princípio no cumprimento das Mitzvót, em especial a Mitzvá de fazer Chessed. Atualmente há um fenômeno que nos chama a atenção. Quando uma pessoa está passando por algum tipo de dificuldade ou aflição e pede ajuda, muitos acabam se esquivando de estender a mão ao necessitado. Cada um tem o seu motivo convincente do porquê ele não tem tempo livre para se ocupar desta Mitzvá de Chessed e, por isso, "dá a honra" para que outras pessoas façam a Mitzvá. Por exemplo, alguns argumentam que estão ocupados com outras Mitzvót, enquanto outros argumentam que estão demasiadamente envolvidos com as necessidades da comunidade ou com as necessidades de sustento de suas famílias, entre outras "excelentes" justificativas do porquê não podem ajudar. O resultado de tantos se esquivarem das suas responsabilidades é que a pessoa necessitada muitas vezes não recebe nem mesmo o mínimo do que precisa.
 
Portanto, se prestarmos atenção nos detalhes, percebermos que os atos de Chessed descritos no começo da Parashat são um verdadeiro "tapa na cara" nas desculpas e justificativas que utilizamos para não nos ocuparmos com bondades. Avraham tinha muitos bons motivos para se isentar da Mitzvá de Achnassat Orchim (receber convidados). Ele já era muito idoso, com 99 anos, e aquele era o terceiro dia depois do seu Brit Milá, o dia em que a pessoa fica com mais dores e fraqueza. De acordo com os nossos parâmetros de "estarmos ocupados", certamente Avraham não tinha obrigação nem mesmo de olhar para os convidados, muito menos de se esforçar para recebê-los e servi-los. Porém, não foi assim que Avraham se comportou. Mesmo doente e fraco, ele fez questão de cumprir a Mitzvá de Hachnassat Orchim. Por causa de suas condições físicas debilitadas, Avraham pediu para que seu servo Eliezer saísse para procurar viajantes que precisassem de estadia e alimentação, para que ele pudesse pessoalmente cuidar dos convidados. Quando Eliezer voltou anunciando que não havia encontrado nenhum viajante, Avraham levantou-se da cama e sentou-se na porta de sua tenda, para ver se enxergava algum viajante passando por ali. Quando viu os três beduínos, levantou-se e correu ao encontro deles, com um enorme amor pela Mitzvá e uma incrível agilidade. Apesar das dores físicas do Brit Milá, no dia de maior dor e sofrimento, Avraham não se esquivou de suas responsabilidades e fez questão de se ocupar pessoalmente da Mitzvá. Ele não procurou outras pessoas para jogar sobre elas as responsabilidades. Ele se levantou e cumpriu suas obrigações, apesar das dores e dificuldades.
 
É por este motivo que a Torá mencionou justamente este ato de Achnassat Orchim de Avraham, entre milhares de outros que a Torá poderia ter mencionado. Este ato de Avraham é um modelo dos esforços e da entrega que são exigidos no cumprimento das Mitzvót, em especial na Mitzvá de Chessed.
 
Por que temos tanta dificuldade em chegar no mesmo nível do Chessed de Avraham? Pois o nosso intelecto entende a importância do Chessed, o quanto os atos de bondade podem mudar o mundo. Entretanto, o que dizem as nossas emoções?  "Eu quero fazer o bem, mas tem limites. Não às custas do meu sono, do meu tempo livre e do meu dinheiro". Na prática, se a bondade está ao nosso alcance, nós fazemos. Porém, quando envolve muito esforço, consideramos que não é mais nossa obrigação.
 
É isto o que D'us espera de nós? Qual é o nosso verdadeiro potencial? A resposta está em um incrível ensinamento do profeta: "O que D'us exige de vocês é que façam justiça e tenham Ahavat Chessed (amor pela bondade)" (Michá 6:8). É interessante perceber que o profeta não diz que temos que simplesmente fazer Chessed, e sim que devemos sentir amor pelo Chessed. Qual é a diferença entre Chessed e Ahavat Chessed? Quando amamos algo, fazemos tudo para alcançar, nos esforçamos no limite. Chessed é visitar um doente que precisa de ajuda às 2 da tarde. Achavat Chessed é visitar um doente que precisa de ajuda às 2 da manhã. Não é apenas fazer o bem quando temos vontade ou quando está ao nosso alcance. É nos esforçarmos, e no limite, para fazermos o bem sempre, mesmo que seja à custa do nosso sono e do nosso conforto.
 
De acordo com o Rav Shlomo Wolbe zt"l (Alemanha, 1914 - Israel, 2005), cada um tem seus limites do quanto está disposto a fazer Chessed. O nosso trabalho é constantemente aumentar estes limites. O Rabeinu Yona zt"l (Espanha, século 12), em sua obra "Shaarei Teshuvá", nos ensina que o homem está obrigado a se esforçar, do fundo da sua alma, para ajudar o próximo, pois isto é uma das coisas mais importantes exigidas do ser humano. O Rav Eliyahu Dessler zt"l (Império Russo, 1892 - Israel, 1953) nos ensina uma maneira prática de alcançarmos isto. Ele nos aconselha a usarmos a força da imaginação para pensarmos no que os outros realmente precisam e o quanto eles ficarão felizes ao serem ajudados. Isto nos dará a motivação necessária para crescermos cada vez mais neste traço de caráter de Chessed e preocupação com o próximo.
 
O Rav Chaim Vologziner zt"l (Lituânia, 1749 - 1821) ensinava constantemente a importância de se preocupar com os outros. E assim ele sempre repetia em sua casa: "Pois isso é o ser humano: não para si mesmo foi criado, e sim para ajudar o próximo, com toda a força que tiver". Não é suficiente fazermos bondades só quando estamos com vontade ou quando é fácil e está ao nosso alcance. Aprendemos de Avraham que o ser humano tem um potencial incrível, muito maior do que imaginamos. Mas só quando nos esforçarmos, com responsabilidade e amor pelas Mitzvót, atingiremos o nosso verdadeiro potencial espiritual.


SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

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quinta-feira, 18 de outubro de 2018

O SEGREDO ESTÁ NA PERSISTÊNCIA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT LECH LECHÁ 5779

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O SEGREDO ESTÁ NA PERSISTÊNCIA - PARASHAT LECH LECHÁ 5779 (19 de outubro de 2018)

Jacques, um garoto de apenas 10 anos, era muito inteligente e tinha uma boa índole. Apesar disso, ele tinha um grande defeito: desanimava com demasiada facilidade quando uma tarefa qualquer parecia difícil. Ele podia ser tudo, menos um menino persistente. Isto preocupava muito seu pai, pois ele tinha medo que Jacques não conseguiria enfrentar as dificuldades da vida quando crescesse.
 
O pai de Jacques então teve uma ideia genial. Certa noite, entregou a ele uma tábua de grande espessura e um canivete. Jacques não entendeu o que o pai queria. O pai então pediu ao filho que fizesse com o canivete um risco em toda a largura da tábua. O garoto obedeceu às instruções do pai, mas sem entender o propósito daquilo. Em seguida, a tábua e o canivete foram trancados em uma gaveta.
 
A mesma coisa foi repetida em todas as noites seguintes. Ao fim de um mês, Jacques já não aguentava mais de curiosidade. O que seu pai queria com aquela "cerimônia" que se repetia diariamente? Todas as noites, sem exceção, o pai trazia o canivete e a tábua para que o filho passasse o canivete mais uma vez sobre aquele risco, que se aprofundava, de forma quase imperceptível, a cada dia.
 
Finalmente chegou o dia em que Jacques, ao passar o canivete sobre a tábua, sem fazer muito esforço, fez com que ela se separasse em duas metades. O pai de Jacques olhou por algum tempo para ele e depois disse:
 
- Meu querido, você nunca acreditaria que isto era possível, não é verdade? Você teria começado o trabalho se eu tivesse te pedido, desde o início, para cortar esta tábua grossa com um simples canivete? Certamente que não. Pelo que eu te conheço, você teria desistido após algumas poucas tentativas. Este é um ensinamento que eu quero deixar para a sua vida. O êxito ou o fracasso na vida não dependem tanto de quanta força colocamos em nossas tentativas, mas sim da persistência no que fazemos. Nunca desista de seus objetivos, não importa as dificuldades que apareçam no seu caminho.
 
Foi uma lição impossível de esquecer, mesmo para um garoto de dez anos. A persistência é o segredo do sucesso, em todas as áreas da vida.

Nesta semana lemos a Parashat Lech Lechá (literalmente "Vá para você"), que descreve os primeiros desafios através dos quais D'us testou a integridade e a Emuná (fé) de Avraham Avinu. Um dos primeiros testes foi "Lech Lechá", quando D'us mandou Avraham sair de sua casa, abandonar sua família e todo o seu conforto para ir a uma terra estranha. Foi um teste difícil, pois Avraham teve que confiar plenamente em D'us e partir para um destino desconhecido. Porém, Avraham era um vencedor. Ele conseguiu juntar forças e passou no teste. Acompanhado de sua esposa Sara e seu sobrinho Lot, ele cumpriu com sucesso a sua missão, como está escrito: "E saíram para ir à Terra de Knaan e chegaram à Terra de Knaan" (Bereshit 12:5).
 
Porém, a linguagem deste versículo desperta um grande questionamento. Sabemos que a Torá, que foi escrita por D'us, é um "documento" perfeito e, portanto, é extremamente precisa em cada informação que transmite. Entretanto, neste versículo há uma informação aparentemente desnecessária. Se a Torá já havia nos informado que Avraham saiu para ir à Terra de Knaan, por que é necessário também dizer que ele chegou à Terra de Knaan? Isto não é óbvio?
 
Explica o Rav Yehuda Leib Chassman zt"l (Lituânia,1869 - Israel, 1935) que uma regra importante no nosso Serviço espiritual é nunca esquecer, nem por um único instante, do nosso propósito de vida, e garantir que o nosso objetivo esteja sempre diante dos nossos olhos. Se distrair destas coisas fundamentais é o que causa muitas quedas e enfraquecimento no nosso Serviço a D'us. A falta de claridade nesta área é o motivo da preguiça e tudo o que se deriva dela. Portanto, é uma obrigação do ser humano prestar atenção no caminho no qual ele está indo na vida e ter sempre a consciência de seu propósito.
 
Muitas vezes decidimos nos comprometer com certas melhorias em nosso comportamento e desenvolvemos ambições de crescimento em áreas importantes da vida. No início, por algum tempo, nos inspiramos e conseguimos caminhar na direção do objetivo que estabelecemos para nós. Porém, com o passar do tempo, os esforços vão se enfraquecendo, até o ponto de nos esquecermos completamente dos nossos compromissos. É o que sentimos neste momento do ano. Passamos pelo mês de Elul, que nos inspirou e nos motivou. Logo depois veio Rosh Hashaná e Yom Kipur, que nos energizou e nos ajudou a recebermos sobre nós o compromisso de crescimento em certas áreas. Porém, quando chega o mês de Cheshvan, muitos dos nossos compromissos assumidos já fazem parte de um passado distante. Aquelas convicções de que "neste ano vai ser diferente" ficam guardados para o próximo Rosh Hashaná e, com isso, nosso crescimento fica estagnado por mais um ano.
 
Mas por que isto acontece? Deveria ocorrer justamente o contrário! Quanto mais nos acostumamos com algo, mais domínio deveríamos ter sobre isto. O tempo deveria nos levar a um despertar, a um fortalecimento e um crescimento no nosso Serviço Divino. Então por que o passar do tempo acaba nos prejudicando, ao invés de nos ajudar? Pois, com o passar do tempo, acabamos nos acostumando e nos distraímos dos nossos objetivos. Este é um dos maiores desafios do ser humano: conseguir manter o foco em seus objetivos de vida.
 
A solução é um esforço especial em fortalecer e colocar no coração constantemente os mesmos pensamentos e motivações que haviam no momento em que demos o primeiro passo rumo ao nosso objetivo. É justamente isto que a Torá nos ensina no versículo "E estas são as palavras que Eu te ordeno hoje" (Devarim 6:6). Por que não está escrito "Estes foram as palavras que eu te ordenei"? Para nos ensinar que não devemos permitir que a Torá se transforme, aos nossos olhos, em decretos velhos e antiquados, com os quais não nos importamos mais. O esforço deve ser para manter a Torá sempre como algo novo, que todos correm ao seu encontro. Precisamos renovar os nossos pensamentos sempre, para constantemente sentir a alegria de como se fosse o primeiro dia que cumprimos as Mitzvót.
 
É isto o que a Parashat está nos ensinando com as palavras "E saíram para ir à Terra de Knaan e chegaram à Terra de Knaan". A cada passo que Avraham dava em seu caminho para a Terra de Knaan, que era o seu objetivo, se renovava dentro dele o comando de D'us. O versículo está nos afirmando que, mesmo quando Avraham já estava no seu último passo, na fronteira da Terra de Knaan, seu objetivo estava tão claro quanto no momento em que ele partiu para realizar sua empreitada, como se o comando de D'us tivesse sido feito naquele momento. Isto quer dizer que a chegada à Terra de Knaan foi com a mesma renovação, vitalidade e frescor que Avraham sentiu quando partiu em direção ao seu objetivo.
 
Viver com este sentimento de renovação e vitalidade o tempo inteiro é difícil. Porém, temos muitos modelos de grandes sábios que viveram desta maneira. Por exemplo, os alunos do Rav Yechezkel Levenstein zt"l (Polônia, 1895 - Israel, 1974) descrevem que ele vivia com uma incrível vitalidade e se renovava continuamente, mesmo em sua velhice, cumprindo as palavras do versículo "O Tzadik floresce como a tamareira e cresce como o cedro do Líbano... ainda crescerão em sua velhice e estarão saudáveis e com frescor" (Tehilim 92:13,15). Cada Tefilá que ele fazia era especial, como se fosse a sua primeira Tefilá. Cada aula que ele dava era como se fosse um evento único. Cada dia de sua vida era para ele como um mundo novo. Ele não permitia que nenhum detalhe do seu Serviço Divino caísse na rotina. Ele costumava ensinar que o versículo da Torá "Escolha a vida" (Devarim 30:19) é um comando constante de D'us. Temos que "escolher a vida", isto é, viver intensamente cada instante da vida, com vitalidade e alegria, pois a falta de crescimento espiritual é a maior desgraça que pode atingir o ser humano.
 
O Rav Yechezkel Levenstein também ensinava aos seus alunos que aquele que não cresce constantemente se assemelha àquele que atrasou para pegar o trem e ficou na estação com suas malas na mão. Esta pessoa certamente nunca chegará ao seu objetivo. O crescimento constante em espiritualidade é o trem que movimenta o ser humano para levá-lo ao seu objetivo. É por isso que, até o dia do seu falecimento, ele se esforçou para crescer e melhorar em seu Serviço Divino.
 
O elemento mais difícil do Yetser Hará (má inclinação) da rotina é que aquele que já está imerso nele não consegue perceber o quanto está se afastando do seu objetivo de vida. Por isto, é necessária uma luta constante, todos os dias. Cada passo de nossa vida deve ser visto como uma nova oportunidade, e a persistência é o que vai nos levar ao sucesso. É verdade, nos comprometemos em Rosh Hashaná e já sentimos o quanto está difícil manter nossas convicções. Mas não podemos desistir. Quanto mais claros estiverem os nossos objetivos, mais força encontraremos para lutar. Podemos perder algumas batalhas na vida, mas a persistência nos fará vencer a guerra no final.

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R' Efraim Birbojm

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